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A AGRICULTURA EM ECOSSISTEMAS URBANOS UM PASSO PARA A SUSTENTABILIDADE DAS CIDADES, Teses (TCC) de Economia Agroindustrial

Um dos principais desafios da atualidade é estabelecer estratégias sustentáveis de modo a solucionar as dificuldades provenientes do processo de urbanização, industrialização e crescimento populacional. Por sustentabilidade entende-se como, uma mudança social que acrescenta ao modelo de crescimento econômico-industrial, as variáveis ambientais e sociais. Nesse sentido, Agricultura Urbana (AU) possui a capacidade de desempenhar relações sustentáveis nas dimensões econômica, social e ambiental das

Tipologia: Teses (TCC)

2020

Compartilhado em 23/03/2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO TRÊS RIOS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA
A AGRICULTURA EM ECOSSISTEMAS URBANOS: UM PASSO PARA
A SUSTENTABILIDADE DAS CIDADES
Thayza de Oliveira Batitucci
ORIENTADOR: Prof. Dra. Ângela Alves de Almeida
CO-ORIENTADOR: Prof. Dra. Erika Cortines
TRÊS RIOS - RJ
JUNHO 2016
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Baixe A AGRICULTURA EM ECOSSISTEMAS URBANOS UM PASSO PARA A SUSTENTABILIDADE DAS CIDADES e outras Teses (TCC) em PDF para Economia Agroindustrial, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

A AGRICULTURA EM ECOSSISTEMAS URBANOS: UM PASSO PARA

A SUSTENTABILIDADE DAS CIDADES

Thayza de Oliveira Batitucci

ORIENTADOR: Prof. Dra. Ângela Alves de Almeida

CO-ORIENTADOR: Prof. Dra. Erika Cortines

TRÊS RIOS - RJ

JUNHO – 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

A AGRICULTURA EM ECOSSISTEMAS URBANOS: UM PASSO PARA

A SUSTENTABILIDADE DAS CIDADES

Thayza de Oliveira Batitucci

Monografia apresentada ao curso de Gestão Ambiental, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Gestão Ambiental da UFRRJ, Instituto Três Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

TRÊS RIOS - RJ

JUNHO – 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

A AGRICULTURA EM ECOSSISTEMAS URBANOS: UM PASSO PARA A

SUSTENTABILIDADE DAS CIDADES

Thayza de Oliveira Batitucci

Monografia apresentada ao Curso de Gestão Ambiental como pré-requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Gestão Ambiental da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto Três Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Aprovada em 17/06/ Banca examinadora:


Prof. Ângela Alves de Almeida


Prof. Erika Cortines


Prof. Fábio Souto de Almeida


Gestora Ambiental Nágilla Francielle Silva Cardoso

TRÊS RIOS - RJ

JUNHO – 2016

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AGRADECIMENTO

Aos meus pais, Lúcia e Brandi, por todo o apoio e dedicação mesmo sem saber ao certo que é Gestão Ambiental. Muitas ds melhores coisas que o ser humano pode ser foi ensinado por vocês ao serem as pessoas mais justas e honestas que conheço. Aos meus irmãos, Ramona e Brandimarte, pelas brincadeias e descontrações, e que muitas vezes me aguentaram em dias de total estresse e mau humor. Obrigada por tudo. Eu não estaria aqui se não fosse por vocês. À minha orientadora Ângela, por ter me apresentado esse tema, o qual pretendo continuar estudando. Pela paciência, dedicação, disponibilidade e por me auxiliar quando eu estava totalmente perdida no início. À minha co-orientadora Erika, pelo auxílio e colaboração. Muito obrigada. Ao Prof. Fábio e à Gestora Nágilla, por aceitarem participar da banca examinadora. Obrigada. Aos meus amigos Natália, Hellen, Milena, Rayanne, Roberto, Nívea e Dolvani, agradeço pela convivência, por compartilharem comigo um pouco do mundo nesses últimos anos, por me acompanharem em experiências incríveis e me ensinar muito com suas essências. Muito obrigada.

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RESUMO

Um dos principais desafios da atualidade é estabelecer estratégias sustentáveis de modo a solucionar as dificuldades provenientes do processo de urbanização, industrialização e crescimento populacional. Por sustentabilidade entende-se como, uma mudança social que acrescenta ao modelo de crescimento econômico-industrial, as variáveis ambientais e sociais. Nesse sentido, Agricultura Urbana (AU) possui a capacidade de desempenhar relações sustentáveis nas dimensões econômica, social e ambiental das cidades. É definida como uma atividade localizada no interior ou na borda da zona urbana, que cultiva, processa e distribui uma variedade de produtos alimentares ou não. Trata-se de uma atividade tradicional do meio rural, mas que é realizada no ambiente urbano, a qual precisa estar em consonância com a complexa teia de interações existentes no ambiente que está inserida, afim de promover a sustentabilidade no meio urbano. A Ecologia Urbana surge como uma alternativa para estudar o ambiente urbano como um ecossistema, e as interações provenientes da AU. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é analisar sob a ótica da ecologia urbana, as interações das atividades agrícolas no ecossistema urbano, analisando quais as contribuições AU para a sustentabilidade das cidades. Este estudo foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica e um estudo de caso sobre o Programa de Agricultura Urbana, promovido na região metropolitana do Rio de Janeiro pela Assessoria e Serviços a Projetos de Agricultura Alternativa (AS-PTA). Através da análise, observou-se grande provisão de serviços como geração de renda, aumento na conservação da biodiversidade, inclusão social, melhoria no fluxo de transportes, entre outros. Com isso, a agricultura urbana se configura como um importante mecanismo de equilíbrio, atendendo a uma relação benéfica com os componentes do ecossistema urbano.

Palavras-chave: Agricultura urbana, Ecologia urbana, Desenvolvimento sustentável.

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ABSTRACT

One of the main challenges of our time is to establish sustainable strategies to resolve the difficulties arising from the process of urbanization, industrialization and population growth. For sustainability is understood as a social change which adds to the model of economic and industrial growth, environmental and social variables. In this sense, urban agriculture (UA) has the ability to perform sustainable relations in the economic, social and environmental dimensions in the cities. It is defined as an activity located inside or on the edge of the urban area, which cultivates, processes and distributes a variety of food products or not. This is a traditional activity of the countryside, but is carried out in the urban environment, which must be in line with the complex web of interactions existing in the environment which it operates in order to promote sustainability in the urban environment. With this, the Urban Ecology is an alternative to study the urban environment and interactions from UA from the ecological point of view. Thus, the aim of this study is to analyze from the perspective of urban ecology, interactions of agricultural activities in the urban ecosystem, analyzing which the UA contribution to the sustainability of cities. For this study gathered information from the Urban Agriculture Program, developed in the metropolitan area of Rio de Janeiro by the Advisory Services for Alternative Agriculture Projects (AS-PTA). Through the analysis, there was great provision of services such as income generation, increased biodiversity conservation, social inclusion, and improvement in transport flow, among others. Thus, urban agriculture is configured as an important balancing mechanism in view of a beneficial relationship with the components of the urban ecosystem.

Keywords: Urban agriculture, Urban ecology, Sustainable development.

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PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

REDE - Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas

REDE CAU - Rede Carioca de Agricultura Urbana

RUAF - Resource Center for Urban Agriculture and Forestry

SGUA - Support Group on Urban Agriculture

TUAN - The Urban Agriculture Network

UEMRI - Urban Environmental Management Research Institute

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Metrópoles brasileiras com projetos de agricultura urbana..................................... 21

Figura 2. Horta desenvolvida por participantes do Programa de Agricultura Urbana............ 23

Figura 3. Inter e intra-relações entre a agricultura urbana e o ecossistema urbano................ 30

Figura 4. Metabolismo linear do ecossistema urbano............................................................. 31

Figura 5. A agricultura no metabolismo circular do ecossistema urbano............................... 31

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    1. INTRODUÇÃO Sumário
    • 1.1. OBJETIVO GERAL
      • 1.1.1. Objetivos Específicos
    1. MATERIAIS E MÉTODOS
    1. RESULTADOS E DISCUSSÃO
    • 3.1 INICIATIVAS VOLTADAS PARA A AGRICULTURA URBANA
    • 3.2 PROGRAMA DE AGRICULTURA URBANA - ONG AS-PTA
    • 3.3 A AGRICULTURA NO ECOSSISTEMA URBANO
      • 3.3.1 Ambiente Socioeconômico
      • 3.3.2 Ambiente Construído
      • 3.3.3 Ambiente Natural
      • 3.3.4 Dinâmica com o Ecossistema Urbano
    1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
    1. REFERÊNCIAS
    1. APÊNDICE

1. INTRODUÇÃO

Um dos principais desafios da atualidade é estabelecer estratégias sustentáveis de modo a solucionar as dificuldades provenientes do processo de urbanização, industrialização e crescimento populacional. São alegações comuns que as condições de vida e ambientais urbanas se agravaram em escala global, desde a Revolução Industrial, como consequência do modelo de desenvolvimento econômico adotado pela sociedade moderna (Sachs 2002). O processo de urbanização promove um expressivo crescimento econômico e modernização das cidades, com a geração de empregos, elevação da renda e fortalecimento do mercado de trabalho. Além disso, a densidade de pessoas nas cidades facilita o compartilhamento de conhecimento e informação, a geração de novas indústrias e inovação tecnológica (Grübler & Fisk 2013). No entanto, essa concentração demográfica e econômica, influencia na desordem das áreas urbanas, causando a escassez de recursos naturais, degradação ambiental e a redução significativa da qualidade de vida por exclusão social, miséria, desemprego e violência (Jacobi 2000). Harvey (1997) aponta que o crescimento urbano descontrolado associado à baixa capacidade de planejamento e gestão, constitui obstáculos para a elaboração de políticas que permitam conciliar as atividades econômicas e proteção ambiental, ou seja, que promovam a sustentabilidade nas cidades. Sobre sustentabilidade, diz-se que a condição fundamental é estabelecer limites ao uso de recursos naturais e a degradação ambiental de modo a não comprometer o crescimento econômico, constituindo um equilíbrio nas relações do homem com a natureza (CMMAD 1987). Este conceito é amplamente discutido, com várias convergências sobre sua interpretação (Bartelmus 2002, Veiga 2010, Jucá 2013, Gardner 1989, Lele 1991, Sachs 2006), mas o mais importante avanço quanto a sua compreensão é a importância da preservação ambiental para a manutenção da vida humana, compreendendo como uma mudança social que acrescenta ao modelo de crescimento econômico-industrial, as variáveis ambientais e sociais (Acselrad 2010). Contudo, a sociedade está cada vez mais urbana. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) a população mundial atualmente é de 7 bilhões, e de acordo com estimativas, até 2030 a população mundial chegará à 8 bilhões de pessoas, sendo 5 bilhões habitantes de zonas urbanas (ONU 2014).

“inclui a produção, a transformação e a prestação de serviços, de forma segura, para gerar produtos agrícolas (hortaliças, frutas, plantas medicinais, ornamentais) cultivados ou advindos do agro extrativismo e pecuários (animais de pequeno, médio e grande porte) voltados ao autoconsumo, trocas e doações ou comercialização, (re) aproveitando, de forma eficiente e sustentável, os recursos e insumos locais (solo, água, resíduos, mão de obra, saberes, etc.). Essas atividades podem ser praticadas nos espaços intraurbanos ou periurbanos, estando vinculadas às dinâmicas urbanas e articuladas com a gestão territorial e ambiental das cidades” (Santandreu & Lovo 2007). Os principais elementos de definição da agricultura urbana são: 1) os tipos de atividades econômicas desenvolvidas como, produção agrícola e pecuária, transformação, comercialização, autoconsumo e prestação de serviços; 2) as categorias e as subcategorias de produtos, sendo alimentares e não alimentares; 3) as características locacionais, tais como áreas individuais, coletivas, ou ainda áreas públicas, incluindo as vias, praças, parques e áreas ociosas, como lotes e terrenos baldios; 4) podendo ser praticada em várias modalidades, como hortas urbanas, quintais agroflorestais, arborização urbana com árvores frutíferas, plantação/uso de plantas medicinais e ornamentais (Madaleno 2002, Machado 2001). A agricultura urbana ainda é uma prática pouco divulgada, porém vem sendo incentivada por organizações internacionais, como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), além de diversas organizações não governamentais (ONGs) e governos de todo o mundo, como Brasil, México, Rússia, África do Sul, Portugal, Equador, Cuba, Peru e Alemanha, onde o estímulo à AU ocorreu em períodos de fragilidade econômica e social (FAO 2000). A FAO destaca a necessidade de políticas e planos específicos para gerir as questões ligadas à agricultura urbana e enfatiza a atividade agrícola como fundamental para a sensibilização dos habitantes da cidade e da sociedade, quanto à alimentação saudável, aos fundamentos naturais da agricultura, à proteção da natureza e, enfim, as bases de uma nova sociedade mais justa, igualitária e sustentável (FAO 1999). Para Mougeot (2000), trata-se de uma atividade tradicional do meio rural, mas que é realizada no ambiente urbano, a qual contribui para a promoção da gestão social e ambiental das cidades e colabora para a melhoria da qualidade de vida da população urbana.

“A AU tem desempenhado papel fundamental, acontecendo no espaço urbano e trazendo consigo não apenas a prática do cultivo, como também um conjunto de fatores sociais, econômicos e ambientais. Esta atividade assume características do modo de vida urbano, constituindo aí novos lugares e assumindo diversas interpretações quanto ao seu conceito” (Ferreira & Castilho 2007). Ainda segundo Mougeot (2000), é de fundamental importância a AU estar em consonância com a complexa teia de interações existentes no ambiente que está inserida, afim de promover a sustentabilidade no meio urbano. “O fato de estar integrada com o espaço urbano exige uma melhor interação com seus elementos constituintes. Essa integração com o urbano não é captada na maioria das definições do conceito de AU, e menos ainda é desenvolvida em termos operacionais. Ainda que a natureza das concentrações urbanas e de seus sistemas de abastecimento de alimentos tenha mudado, a necessidade da AU de interagir adequadamente com o resto da cidade continua sendo crucial” (Mougeot 2000). Conforme Vazquez (2006) e Arruda (2011), a economia ecológica e humana, a socioecologia e a agroecologia são disciplinas capazes de promover metodologias inovadoras ao abordar as questões relativas à sustentabilidade urbana, e especificamente às interações da AU com o ambiente urbano. Harvey (1997) e Lawrence (2003) apontam que a análise do ambiente urbano sob a ótica ecológica, proporciona uma melhor compreensão das interações entre a população e as atividades realizadas, utilizando as clássicas abordagens de conservação e proteção dos ambientes naturais, na investigação das relações dinâmicas e das características físicas, biológicas, culturais, sociais e econômicas do ambiente urbano. A Ecologia Urbana apresenta-se como uma evolução do pensamento sistêmico na abordagem de relações urbano-ambientais. Através desta, as relações urbanas existentes nas cidades são estudadas de modo integrado com o ambiente natural, identificando diversos ecossistemas dentro do ambiente urbano ou, inclusive, considerando a própria cidade como um ecossistema, o que permite entender sua dinâmica e as consequências da expansão urbana (Terradas 2011). Do ponto de vista da ecologia a sociedade transforma o ecossistema natural, criando uma civilização urbana, um meio ambiente urbano, ou seja, um novo meio, um novo ecossistema, o qual “constituí uma totalidade de relações e de interações no seio de uma

Um dos maiores desafios é entender a agricultura no espaço urbano e sua interação com seus processos ecossistêmicos. Logo, se justifica uma análise da agricultura urbana para identificar quais seus efeitos na dinâmica das cidades, seu ecossistema e, portanto, sobre a sustentabilidade urbana. Para este estudo, realizou-se uma revisão bibliográfica e um estudo de caso sobre o Programa de Agricultura Urbana, desenvolvido na região metropolitana do Rio de Janeiro pela Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), buscando identificar os diversos fatores envolvidos e estudar a sua multidimensionalidade.

1.1. OBJETIVO GERAL

Compreender qual a contribuição da agricultura urbana para a sustentabilidade das cidades, analisando sob a ótica da ecologia urbana, os impactos gerados pelas atividades agrícolas e as interações com o ecossistema urbano.

1.1.1. Objetivos Específicos

 Analisar as contribuições do Programa de Agricultura Urbana, desenvolvido pela AS-PTA;  Analisar as relações entre a agricultura urbana e o ecossistema urbano.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho apresenta um caráter qualitativo, o qual foi desenvolvido a partir de revisão bibliográfica e um estudo de caso do Programa de Agricultura Urbana, promovido pela AS-PTA. A pesquisa bibliográfica foi realizada com base em publicações de periódicos da CAPES; documentos e sites institucionais, como da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e da AS-PTA; e outras pesquisas referentes à agricultura urbana e ecologia urbana.

Para a obtenção dos dados sobre o programa, primeiro realizou-se o contato via e-mail no dia 28 de março de 2016, com o objetivo de identificar o coordenador responsável e apresentar a proposta do trabalho. Após o contato e a aceitação em participar do estudo, foi realizada uma entrevista no dia 20 de abril de 2016, utilizando um questionário relacionado ao respectivo programa (Apêndice 1). O questionário foi aplicado ao coordenador do programa, onde foram abordados itens referentes aos aspectos institucionais, sociais, econômicos, ecológicos, buscando obter o máximo de informações sobre a multidimensionalidade da AU e os elementos envolvidos. Para a análise dos dados foi escolhida uma avaliação interpretativa por se tratar de uma iniciativa cujo objetivo principal é a promoção social e ambiental da sociedade urbana, com informações que demonstrem as diversas relações e transformações na sociedade. Nesta etapa, procurou-se descrever o programa, analisar as contribuições geradas pela AU, e de acordo com a ecologia urbana, discutir as relações que ocorrem nos ambientes natural, socioeconômico e construído do ecossistema urbano.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 INICIATIVAS VOLTADAS PARA A AGRICULTURA URBANA

Na estimativa realizada em 1996, foi relatado um envolvimento de cerca de 800 milhões de pessoas com a agricultura urbana em todo o mundo (Smith et al. 1996), sendo muitos os países que incorporaram a AU como instrumento de desenvolvimento urbano. Em nível internacional, destacam-se diversos programas e iniciativas relacionadas à agricultura urbana, dentre as quais: o movimento de agricultura urbana em Cuba, dirigido pelo Grupo Nacional de Agricultura Urbana (GNAU); The Urban Agriculture Network (TUAN), com sede em Washington, D.C., Estados Unidos; Support Group on Urban Agriculture (SGUA); o programa Cities Feeding People , da ONG canadense International Development Research Center (IDRC); e o Resource Center for Urban Agriculture and Forestry (RUAF). No Brasil, a agricultura urbana se inseriu na agenda política através do Programa Fome Zero, do Governo Federal, que visa assegurar o direito humano à alimentação adequada às pessoas com dificuldades de acesso aos alimentos (Projeto Fome Zero 2001). De acordo