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A Biotecnologia como ferramenta no diagnóstico e tratamento do Alzheimer, Trabalhos de Biotecnologia

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa complexa, responsável pela maioria dos casos de comprometimento cognitivo progressivo em pacientes idosos. Segundo dados da Sociedade Brasileira De Alzheimer essa doença atinge cerca de 1,2 milhão brasileiros. O diagnóstico preciso da doença de Alzheimer continua laborioso e quase sempre interfaceado com o diagnóstico de exclusão, desse modo, uma bateria de exames é realizada para avaliar a condição física, nutricional, neurológica, psicológica e cognitiva do paciente. Este resumo aborda a definição da doença, tratamentos e o impacto da biotecnologia no combate da mesma.

Tipologia: Trabalhos

2024

Compartilhado em 03/03/2024

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A Biotecnologia como ferramenta no diagnóstico e tratamento
do Alzheimer
A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa complexa,
responsável pela maioria dos casos de comprometimento cognitivo progressivo
em pacientes idosos. Segundo dados da Sociedade Brasileira De Alzheimer
essa doença atinge cerca de 1,2 milhão brasileiros. O diagnóstico preciso da
doença de Alzheimer continua laborioso e quase sempre interfaceado com o
diagnóstico de exclusão, desse modo, uma bateria de exames é realizada para
avaliar a condição física, nutricional, neurológica, psicológica e cognitiva do
paciente. A biotecnologia criou perspectivas interessantes para a detecção
precoce da doença de Alzheimer pela análise sanguínea. Um estudo publicado
na Nature Medicine por cientistas da Suécia mostrou que uma nova ferramenta
simples pode diagnosticar o Alzheimer em seus estágios iniciais, através de um
único exame de sangue e três cognitivos, que levam apenas dez minutos para
serem concluídos. Esse algoritmo foi capaz de identificar em 83% dos casos o
início do Alzheimer usando apenas os resultados dos exames de sangue.
com os testes cognitivos acrescentados, a precisão chegou a 90%.
Outra alternativa para o diagnóstico precoce são os biossensores, dispositivos
que consistem em um elemento de reconhecimento biológico acoplado a um
transdutor de sinal. Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC)
da USP criaram um novo biossensor para determinação simultânea e rápida de
biomarcadores sanguíneos do mal de Alzheimer. O novo método permite a
quantificação simultânea de duas proteínas conhecidas na literatura médica
(Fetuína-B e Clusterina) que, ao se encontrarem em concentrações alteradas
no sangue, indicam o possível diagnóstico do mal de Alzheimer. Combinado a
outras ferramentas, o sensor desenvolvido deve trazer, com baixo custo, maior
confiança no diagnóstico da doença.
Embora a Doença de Alzheimer seja a causa mais comum de demência em
idosos, afetando cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, as pesquisas de
fármacos, biofármacos ou outras formas terapêuticas ainda não alcançaram
resultados que levem a redução, prevenção ou tratamentos efetivos desta
doença. Inúmeras pesquisas ainda buscam formas de, ao menos, tornar melhor
a qualidade de vida dos portadores. Pesquisas mais recentes demonstram
grande potencial da biotecnologia por meio do desenvolvimento de bioprodutos
e técnicas que atuem ativamente no combate à esta doença. Dentre os
medicamentos aprovados pelo FDA, a galantamina pode ser obtida
biotecnologicamente e atua aumentando as concentrações de acetilcolina nas
sinapses a partir da inibição da acetilcolinesterase, reduzindo desta forma, a
morte neuronal. Em 07 de junho de 2021 a FDA aprovou, sob uma via de
análise acelerada, o aducamunabe, um fármaco produzido pela Biogen, que é
uma empresa americana de biotecnologia, ele atua reduzindo a presença da
proteína beta-amiloide no cérebro, característica da enfermidade. Esse material
forma placas ao redor dos neurônios, interrompendo seu funcionamento. O
novo medicamento é desenvolvido para destruir com a ajuda do sistema
imunológico essas placas. Terapias gênicas são estratégias biotecnológicas
que têm demonstrado bons resultados ao impedir o avanço da doença. Dois
exemplos desta terapia são: o uso de neurotrofinas e de PGC-1α.
Além disso, a biotecnologia atua na produção
das neurotrofinas utilizadas na terapia gênica, bem como na produção de
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A Biotecnologia como ferramenta no diagnóstico e tratamento

do Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa complexa, responsável pela maioria dos casos de comprometimento cognitivo progressivo em pacientes idosos. Segundo dados da Sociedade Brasileira De Alzheimer essa doença atinge cerca de 1,2 milhão brasileiros. O diagnóstico preciso da doença de Alzheimer continua laborioso e quase sempre interfaceado com o diagnóstico de exclusão, desse modo, uma bateria de exames é realizada para avaliar a condição física, nutricional, neurológica, psicológica e cognitiva do paciente. A biotecnologia criou perspectivas interessantes para a detecção precoce da doença de Alzheimer pela análise sanguínea. Um estudo publicado na Nature Medicine por cientistas da Suécia mostrou que uma nova ferramenta simples pode diagnosticar o Alzheimer em seus estágios iniciais, através de um único exame de sangue e três cognitivos, que levam apenas dez minutos para serem concluídos. Esse algoritmo foi capaz de identificar em 83% dos casos o início do Alzheimer usando apenas os resultados dos exames de sangue. Já com os testes cognitivos acrescentados, a precisão chegou a 90%. Outra alternativa para o diagnóstico precoce são os biossensores, dispositivos que consistem em um elemento de reconhecimento biológico acoplado a um transdutor de sinal. Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP criaram um novo biossensor para determinação simultânea e rápida de biomarcadores sanguíneos do mal de Alzheimer. O novo método permite a quantificação simultânea de duas proteínas conhecidas na literatura médica (Fetuína-B e Clusterina) que, ao se encontrarem em concentrações alteradas no sangue, indicam o possível diagnóstico do mal de Alzheimer. Combinado a outras ferramentas, o sensor desenvolvido deve trazer, com baixo custo, maior confiança no diagnóstico da doença. Embora a Doença de Alzheimer seja a causa mais comum de demência em idosos, afetando cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, as pesquisas de fármacos, biofármacos ou outras formas terapêuticas ainda não alcançaram resultados que levem a redução, prevenção ou tratamentos efetivos desta doença. Inúmeras pesquisas ainda buscam formas de, ao menos, tornar melhor a qualidade de vida dos portadores. Pesquisas mais recentes demonstram grande potencial da biotecnologia por meio do desenvolvimento de bioprodutos e técnicas que atuem ativamente no combate à esta doença. Dentre os medicamentos já aprovados pelo FDA, a galantamina pode ser obtida biotecnologicamente e atua aumentando as concentrações de acetilcolina nas sinapses a partir da inibição da acetilcolinesterase, reduzindo desta forma, a morte neuronal. Em 07 de junho de 2021 a FDA aprovou, sob uma via de análise acelerada, o aducamunabe, um fármaco produzido pela Biogen, que é uma empresa americana de biotecnologia, ele atua reduzindo a presença da proteína beta-amiloide no cérebro, característica da enfermidade. Esse material forma placas ao redor dos neurônios, interrompendo seu funcionamento. O novo medicamento é desenvolvido para destruir — com a ajuda do sistema imunológico – essas placas. Terapias gênicas são estratégias biotecnológicas que têm demonstrado bons resultados ao impedir o avanço da doença. Dois exemplos desta terapia são: o uso de neurotrofinas e de PGC-1α. Além disso, a biotecnologia atua na produção das neurotrofinas utilizadas na terapia gênica, bem como na produção de

camundongos modificados para produzir saliva contendo NGF (é uma proteína sinalizadora que auxilia na manutenção da homeostase da maioria dos mamíferos, tendo importante papel na prevalência neuronal). Além destas terapias, as pesquisas de novos biomarcadores para o diagnóstico precoce da doença podem levar ao tratamento em estágios iniciais da doença, retardando assim o seu avanço. A maioria dos biomarcadores são encontrados no liquido cefalorraquidiano, porém já há alternativas menos invasivas como o uso de miRNAs no plasma sanguíneo. A Doença de Alzheimer compromete importantes funções do organismo e reduz a qualidade de vida dos portadores. Sua prevalência tende a aumentar com o envelhecimento da população, o que torna pesquisas na área essenciais, principalmente em países que tendem a ter uma população majoritariamente idosa nas próximas décadas, como o Brasil. Na última década houve avanços nos estudos envolvendo esta doença, com participação essencial da biotecnologia, porém é necessário intensificar pesquisas que levem ao tratamento ou ações paliativas mais significativas. Para isto, espera- se que tanto as áreas básicas das ciências, como a fisiopatologia e a bioquímica, quanto as áreas aplicadas, como a biotecnologia, possam trazer de forma conjunta novas informações sobre a natureza e manifestação da patologia, bem como esquemas terapêuticos, formas de prevenção e produtos que possam levar a cura da Doença de Alzheimer.