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A presente comunicação tem em vista descrever a dinâmica da Chama da Unidade em Moçambique no desenrolar do fortalecimento da Unidade Nacional, com ênfase no seu percurso desde em 1975, em Nangade. Nesta primeira Marcha simbolizava a união de todo o povo moçambicano do Rovuma ao Maputo, na edificação de um novo Estado, em que nascia uma forte esperança relativamente ao desenvolvimento do país; a auto-determinação. Este evento memorável, reforçou a consciência patriótica e a unidade nacional.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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A Chama da Unidade em Moçambique: Surgimento, Percurso Ideológico, Instrumento de Concórdia e de Fortalecimento da Unidade Nacional (1975-2010) (Licenciatura em Ensino de História com Habilitações em Documentação) Universidade Rovuma Extensão de Niassa 2019
Resumo A presente comunicação tem em vista descrever a dinâmica da Chama da Unidade em Moçambique no desenrolar do fortalecimento da Unidade Nacional, com ênfase no seu percurso desde em 1975, em Nangade. Nesta primeira Marcha simbolizava a união de todo o povo moçambicano do Rovuma ao Maputo, na edificação de um novo Estado, em que nascia uma forte esperança relativamente ao desenvolvimento do país; a auto- determinação. Este evento memorável, reforçou a consciência patriótica e a unidade nacional. No entanto, alicerça-se nas tradições culturais comunitárias, transmitidas de geração em geração, tendo como função, a consolidação da identidade moçambicana. Não obstante, o sonho de ver o Moçambique a desenvolver estava cada vez mais a ser notado em todos quadrantes do país, sendo em 2005, realizada a segunda Marcha da Chama da Unidade, sob o lema, “Do Rovuma ao Maputo, juntos na Luta Contra a Pobreza”, esteve enquadrada nas comemorações do 30º aniversário da Independência de Moçambique. A Marcha possuía uma dimensão social, económica, política e histórico- cultural. Com efeito, a nível social e político, traduziu-se no envolvimento e reflexão de todos os moçambicanos, sobre o desenvolvimento do país, o que reforçava o sentimento de pertença a uma mesma pátria. O estudo espera contribuir para a reflexão sobre decurso da Chama da Unidade no contexto Moçambicano e quiçá, fornecer dados para uma compreensão sobre o fortalecimento da Unidade Nacional. Palavras – Chave : A chama da Unidade em Moçambique; Percurso ideológico; Fortalecimento da Unidade Nacional. Introdução O presente trabalho tem em vista trazer uma reflexão sobre o decurso da Chama da Unidade Nacional. Tem como objectivo Geral: compreender a dinâmica da chama da unidade nacional e reflectir sobre as conquistas que essa chama trouxe no espaço compreendido entre 1975 a 2010. A escolha destas balizas é por motivos metodológicos. A pesquisa é Bibliográfica. No entanto, o método usado é histórico e quanto as técnicas, usou-se a técnica bibliográfica de autorias diferentes que descrevem o mesmo tema em estudo para melhor percepção e inteiração do mesmo, como testemunha a referência bibliográfica que se encontra na última página. Se constatou a 09 de Junho de 1975, em Nangade, perto do rio Rovuma, na província de Cabo Delgado a iniciativa de realização da Marcha da Chama da Unidade que inspira-se em valores universais, como a Tocha da Chama Olímpica. No entanto, alicerça-se nas tradições
o fogo era apagado em todos os lares. Depois, era novamente aceso em casa do chefe tradicional e, a seguir, redistribuído pelas aldeias e famílias, um ritual que marcava o início de um novo ano (DAVA, 2010, p. 07). Estes rituais, transmitidos de geração em geração, serviam para manter a coesão, a fraternidade e a solidariedade no seio das comunidades. De facto, as tradições culturais moçambicanas, mostram essas evidências, mesmo entre os antigos Reinos e Estados. Constitui exemplo, o acolhimento de Nwamatibjane, Chefe dos Mphumu, pelo Estado de Gaza, aquando da Batalha de Marracuene, em Fevereiro de 1895. Este acontecimento contraria, em certa medida, o postulado generalista de que estes Reinos viviam isolados e sem solidariedade entre si. No período do nacionalismo, Eduardo Chivambo Mondlane, inspirado nos valores tradicionais moçambicanos, aos quais associou os seus conhecimentos académicos e a experiência de alto funcionário das Nações Unidas, concentrou o seu papel no diálogo entre os movimentos que se organizavam para a conquista da Independência Nacional. Neste contexto, foi fundada a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), no dia 25 de Junho de 1962, em Dar-Es-Salaam, na Tanzania. Era o resultado da fusão da União Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO), União Nacional Africana de Moçambique (MANU) e União Nacional Africana de Moçambique Independente (UNAMI), sedimentada pelo I Congresso da FRELIMO, realizado de 23 a 25 de Setembro, do mesmo ano (DAVA, 2010, p. 07). 1975: Primeira Chama da Unidade Em Moçambique, a iniciativa de realização da Marcha da Chama da Unidade inspira-se em valores universais, como a Tocha da Chama Olímpica. No entanto, alicerça-se nas tradições culturais comunitárias, transmitidas de geração em geração, tendo como função, a consolidação da identidade moçambicana (CASTEL-BRANCO, 1995). A primeira Tocha da Chama da Unidade foi acesa pelo Tenente General na Reserva, Raimundo Pachinuapa, a 9 de Junho de 1975, em Nangade, perto do rio Rovuma, na província de Cabo Delgado. Na ocasião, fazia-se acompanhar por alguns membros do Comando Provincial, entre eles, Domingos Fondo, José Paulo Nchumale, Bento Anajambala e Virgílio Minga.
A principal mensagem transmitida foi de que a Chama devia iluminar todo o país, fazendo-se alusão à Unidade Nacional. Porque se escolheu NANGADE? A escolha de Nangade explica-se pelo seu valor histórico. Localizado na zona fronteiriça, constituía um dos pontos de entrada dos combatentes para o interior de Moçambique e de sua saída para Tanzânia. Por outro lado, em Nangade encontrava-se a Base Beira, uma referência no cumprimento da palavra de ordem da Direcção da FRELIMO, que preconizava que se devia “Combater, Produzir e Estudar”, como dimensões da Luta Armada, não só importantes, como também complementares. A partir de Nangade, a Tocha acesa percorreu de mão em mão, todas as províncias do país, numa distância de cerca de 4387 quilómetros. Assim, no dia 12 do mesmo mês a Chama chegou à Pemba, no dia 13 à Nampula, no dia 16 à Lichinga e Quelimane, no dia 18 à Beira, no dia 19 à Chimoio, no dia 21 à Tete, no dia 22 à Inhambane e dia 23 à Xai-Xai. Após ter saído de Palmeira, pelas 2:15 horas e ter passado pela Manhiça às 4:30 horas, chegou à Marracuene, às 10:30 horas. Nesta trajectória o calor da Unidade ficou representado, em todas as capitais provinciais, em piras acesas, especialmente construídas para o efeito (CASTEL-BRANCO, 1995). No seu percurso, caracterizado por uma grande euforia popular, a Chama despertou os mais variados sentimentos. Com efeito, enquanto uns se sentiam satisfeitos somente por vê-la, outros pretendiam pegar e, outros ainda, queriam percorrer alguma distância, segurando-a, ainda que fosse por poucos metros. Eram momentos carregados de emoção, alegria intensa, esperança, para milhares e milhares de cidadãos. A 26 de Junho de 1975, cerca das 14:00 horas, a Chama da Unidade chegou, finalmente, ao Estádio da Machava, na Cidade de Maputo (ex-Lourenço Marques), onde foi recebida pelo combatente Pedro Juma, então Governador da Província de Maputo. A sua chegada deu início ao festival da juventude, que se realizou neste Estádio, na presença de um número estimado em 120 mil cidadãos, que ocupavam o interior e o exterior deste recinto desportivo. A primeira Marcha simbolizava a união de todo o povo moçambicano do Rovuma ao Maputo, na edificação de um novo Estado, em que nascia uma forte esperança
penetração colonial. Estes actos visavam a educação das novas gerações e a valorização do legado histórico do país. Pontos de vista visando enaltecer a importância da chama na Unidade Nacional Um dos propósitos da iniciativa é manter viva a Chama da Unidade Nacional, bem como a necessidade da consolidação e da reafirmação da nossa cidadania, nascida com a proclamação da Independência Nacional”. O Governo pretende, com esta manifestação, reafirmar a importância histórica da Independência do país, da Unidade Nacional e, promover os valores da cidadania, contribuir para a educação das novas gerações em valores patrióticos, bem como insistir na importância do envolvimento de toda a população na luta contra a pobreza”. A chama simboliza o comprometimento dos moçambicanos no reforço da Unidade Nacional, bem como no Combate a Pobreza Absoluta. A erradicação deste mal só será possível com a participação de todas as forças vivas da sociedade moçambicana”. O impacto positivo da Marcha da Chama da Unidade, vê-se, de entre outras formas, pelo entusiasmo de todas as pessoas que se envolvem no percurso, o que é sinal de passagem de testemunho entre gerações. Objectivos da marcha de 2005 A Marcha de 2005 exortava os cidadãos, não só para a importância da consolidação da Unidade Nacional, como também para o maior envolvimento dos moçambicanos na luta contra a pobreza. A auto-estima é outro paradigma trazido por esta Marcha, visando resgatar os valores culturais, salientando o papel de cada moçambicano como actor pró- activo, que olha para a pobreza não como uma fatalidade ou predestinação, mas sim, como um obstáculo transponível. 2010: Terceira Chama da Unidade A Marcha da Chama da Unidade, a realizar-se sob o lema “35 Anos Unidos na Luta contra a Pobreza, Três Gerações, Um Só Povo, Uma Só Nação”, está enquadrada no 35º Aniversário da Independência Nacional. Este evento mostra uma linha de continuidade dos ideais defendidos nas primeiras duas marchas, porém, havendo respeito às dinâmicas de cada etapa de desenvolvimento. Enquanto em 1975 a Marcha exaltava os
moçambicanos para a Unidade Nacional e a edificação de uma Nação Próspera, em 2005, fazia ênfase ao envolvimento dos cidadãos na Luta Contra Pobreza. Mas que gerações são essas? A Geração do 25 de Setembro escreveu importantes páginas da nossa História, ao libertar o país do jugo colonial; Com o apoio e liderança da Geração do 25 de Setembro, a Geração do 8 de Março assegurou a continuidade da actividade social e económica, no alvor da nossa Independência, garantiu a formação de quadros e a defesa da soberania nacional, e contribuiu para o resgate da Paz; Hoje, no nosso país está emergindo a Geração de Viragem, cuja missão histórica é lutar e vencer a pobreza. Para o seu sucesso nesta missão, conta com o conhecimento, a sagacidade e a visão da Geração do 25 de Setembro e da Geração do 8 de Março. Objectivos da marcha de 2010 Em 2010, com a Marcha propõe-se a continuidade dos postulados anteriores. No entanto, tem a particularidade de destacar o protagonismo da juventude, a chamada Geração de Viragem. Com este envolvimento pretende-se, por um lado, inculcar os valores históricos da Luta Armada de Libertação Nacional, da reconstrução pós- independência e, por outro, os desafios que caracterizam a actualidade. Semelhança de 1975 e 2005 na marcha pela Chama da Unidade À semelhança de 1975 e 2005, a Tocha da Chama da Unidade partirá de Nangade, província de Cabo Delgado, percorrendo o país, até Maputo, onde chegará no dia 25 de Junho. Em 2010, a Marcha da Chama da Unidade tem o início previsto para o dia 7 de Abril, dia da Mulher moçambicana. Este acto visava glorificar o engajamento e contributo da mulher no desenvolvimento do país. Considerações finais Tanto, em 1975, assim como 2010, a chama trouxe sempre elo quanto aos objectivos que é unir na liberdade e na militância revolucionária o povo inteiro de Moçambique. Simboliza, igualmente, a abertura de um novo processo de luta na via da consolidação do poder popular conquistado e da nova batalha de criação de uma sociedade nova,
Referencias Bibliográficas DAVA, Fernando et al. A Chama da Unidade : Farol da Moçambicanidade. Maputo: ARPAC, 2010. DAVA, Fernado; Tamele, Viriato. História dos 30 Anos da Electricidade de Moçambique E.P. Maputo: Elo Gráfico, 2011. CASTEL-BRANCO, Carlos Nuno. Opções Económicas de Moçambique, 1975-95 : problemas, lições e ideias alternativas. In: Brazão Mazula, ed. Moçambique, eleições, democracia e desenvolvimento. Maputo, 1995. Documentos electrónicos http://pt.wikipedia.org/wiki/Hestia acessado no dia 28 de Agosto de 2019. http://noticias.sapo.mz/lusa/artigo/15059270.htmla acessado no dia 28 de Agosto de
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Interior acessado no dia 28 de Agosto de 2019.