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Este artigo discorre uma análise da participação do profissional de luminotécnica nas decisões de projetos de iluminação urbana, bem como a relação do conforto luminicos com a sustentabilidade na cidade e aponta a importância de a aplicação desta disciplina em projetos urbanos. Pretende-se, observar pelas entrevistas realizadas com Lighting Designers e profissionais de Engenharia Elétrica, a relação do ensino luminotécnico com as questões urbanas, os critérios utilizados em projeto de iluminação
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Orientando: Lucas Gomes da Silva Orientador: Sergio Lessa Ricardo Ortiz RESUMO Este artigo discorre uma análise da participação do profissional de luminotécnica nas decisões de projetos de iluminação urbana, bem como a relação do conforto luminicos com a sustentabilidade na cidade e aponta a importância de a aplicação desta disciplina em projetos urbanos. Pretende-se, observar pelas entrevistas realizadas com Lighting Designers e profissionais de Engenharia Elétrica, a relação do ensino luminotécnico com as questões urbanas, os critérios utilizados em projeto de iluminação em escala urbana e a relação da luz com a formação de cenários urbanos. Para entender a eficácia dos instrumentos de planejamento da iluminação pública e sua aplicação efetiva, foi escolhido o Plano Diretor de Iluminação (PDI) de Curitiba como estudo de caso, cujo o Departamento responsável pela sua implementação tem demonstrado comprometimento com o previsto no PDI. Entender a relação da iluminação artificial urbana e a transformação do contexto urbano através do profissional de luminotécnica é o objetivo final deste trabalho. PALAVRAS-CHAVE Iluminação, Cidade, Luminotécnica, Plano Diretor de Iluminação, Sustentabilidade. ABSTRACT This article discourse from an analysis of the participation of the lighting professional in the decision of the urban lighting projects, as well as the relation of luminous comfort with the sustainability in city and points out the importance of applying this discipline in urban projects. It is intended, observe through the interviews made with lighting designers and electric engineer, the relation between lighting teaching and the urban questions, the criteria used in urban scale lighting projects and the relation of light with the formation of urban scenarios. To understand the effectiveness of the instruments for planning public lighting and your effective application, it was chosen the Lighting Master Plan (LMP) of Curitiba as the case study, whose responsible department has demonstrated full commitment to the planned in LMP. Understanding the relation of urban artificial lighting and the transformation of the urban context through the lighting professional is the final objective of this work. KEYWORDS Lighting, City, Lighting Technician, Lighting Master Plan, Sustainability
A iluminação é sinônimo de uso do espaço urbano. Desde sua expressão durante a Revolução Industrial mostra-se como importante elemento à cidade, ao permitir que houvesse uma maior exploração do espaço urbano no período noturno, proporcionando assim, maior vitalidade e uso ao espaço urbano. A iluminação traz uma história digna de transformação, pois é um elemento fundamental ao desenvolvimento do homem. A ocorrência da iluminação no Brasil foi exemplo dos impactos sociais que a iluminação exerceu, os espaços de convivência, o período estendido de turno em indústrias e os costumes como brincadeira na rua e conversas nas praças, a luz noturna também permitiu os comércios terem maior vitalidade. Pensar a iluminação é tarefa que exige diversas considerações, transcende a simples disposição de alinhamento de postes em uma via com a mesma tipologia de lâmpada e luminária. A disciplina luminotécnica direcionada ao espaço urbano busca atender as exigências de conciliação dos volumes e objetos presentes no contexto urbano tais como: a vegetação e a vida animal, além do próprio homem, que sofrem diretamente os impactos de uma fonte de luz mal dimensionada. A iluminação por sua relevância no contexto urbano, quando bem projetada desempenha papeis importantes, o profissional de luminotécnica apropria-se do conhecimento técnico dos artefatos luminicos e extraindo de seus potencias, oferece soluções que atenda a as necessidades requerida da cidade. A ampliação da participação do Lighting Designer em projetos de escala urbana, bem como a sua a qualificação profissional e a produção de pesquisas no campo luminotécnico são fundamentais para a ampliação da atuação deste especialista em luminotécnica no ambiente urbano. A iluminação pública deveria estar agregada a instrumentos de políticas públicas, planejamento e execução de Planos Diretores Estratégicos (PDE) de outras secretarias municipais para poder garantir o funcionamento de uma cidade bela, com economia consolidada, eficiência em uso de tecnologias, redução de custos e segurança pública eficaz. JUSTIFICATIVA A iluminação urbana é dinâmica. Há uma multiplicidade de objetivos na iluminação do espaço público, que por vezes tende a objetivos distintos. A luz é fator de segurança pública ao pedestre e aos motoristas, assim como incentivo ao uso dos espaços públicos, ao crescimento do comércio, e também contribui para o aquecimento do turismo e da confiança das pessoas em desfrutar a vida noturna de uma cidade. A diversidade da função da iluminação pública é o motivo norteador desta pesquisa, com todas as demandas que a iluminação pública precisa atender. Assim, se busca compreender a relação da luz artificial com o ambiente urbano. Onde há luz noturna há uma cidade e onde há uma cidade há luz noturna. Desse modo, a dinâmica da cidade no período noturno é indissociável do funcionamento da luz artificial. A participação de profissionais com conhecimento luminotécnico dá autonomia a cidades como Lorient, Comuna Francesa, Frankfurt na Alemanha e Lisboa em Portugal a adotar soluções luminosas que ressaltam os cenários urbanos, levando em consideração aspectos perceptivos, históricos e paisagísticos promovidos pela luz dimerizada, que reduzem o consumo
participação do Lighting Designer no ambiente urbano, sobretudo nos espaços públicos, ainda é bastante reduzida. Profissionais com formação em engenharias e arquitetura, mas sem formação dedicada a disciplina luminotécnica é mais frequente e suas tomadas de decisão sobre a iluminação urbana é fator de depreciação quanto ao que é ofertado como iluminação urbana de qualidade. De acordo com o Dr. Mingrone a pouca formação acadêmica oferecida nas universidades sobre o conforto luminicos tem como objeto reforçar o estudo residências e ambientes corporativos. O envolvimento do profissional de luminotécnica em projetos de iluminação urbana é decisivo como resposta para eficiência no desempenho de lâmpadas e luminárias. Projetos luminosos com viés sustentável, trazer o belo para o ambiente urbano, ao valorizar elementos significativos, fachadas, mobiliários e assegurando o bem-estar e o conforto visual, além de tentar reduzir impactos ambientais. Atrelado a compreensão da dinâmica da iluminação e sua importância para o ambiente urbano é preciso entender que a participação do Lighting Designer como agente transformador da cidade, indica diferenças no desenvolvimento de projetos de perfil privado e público. As contribuições do profissional de luminotécnica na elaboração do Plano Diretor de Iluminação, tem importância para a qualidade de projetos luminotécnicos a serem desenvolvidos e implantados, uma vez que o PDI é o mecanismo legal de orientação da iluminação do espaço urbano, e a regulamentação da profissão de Lighting Designer , facilitaria a atuação deste profissional em tomadas de decisão e na participação em atividades do setor governamental. O Lighting Designer é o profissional mais indicado para compor a iluminação, seja o espaço residencial ou urbano, devido ao conhecimento acadêmico nas áreas de ergonomia, radiação solar, eficiência luminica, dimensiomento de iluminação por softwares e especificações técnicas de lâmpadas e luminárias que geram o desenho feito pela emissão rebatimento da luz na luminária e a eficiência de consumo. HISTÓRIA DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA E SUA OCORRÊNCIA NO BRASIL A iluminação há séculos é agente de transformação urbana e social. Durante o império romano ( a.c. - 286 d.c.) o uso da luz se fazia presente em ocasiões importantes como: competições romanas, cultos ao imperador e atividades cívicas. Associada ao poder, a iluminação permeava os caminhos feitos pelos aristocratas e ressaltava a organização social da época. De acordo com Juan Mascaró, até o final do século XVII a iluminação urbana pouco desenvolveu- se, sendo assim, as cidades permanecem carentes de iluminação (MASCARÓ, 2006, p. 19). O uso de lâmpadas de azeite foi um dos artifícios luminicos mais usados para iluminar as cidades até o início da Revolução Industrial. Nos ambientes privados e semiprivados a vela era o elemento de maior uso, feita a partir da gordura de animal foi utilizada até meados de 1.500, mas devido o odor produzido com a queima do comburente. A partir do século XV foi proibido a comercialização de bastão de vela de gordura animal em toda a Europa, e a partir de então as velas passaram a confeccionadas com a cera de abelhas. Elas poderiam ser comercializadas, porém, devido ao alto custo, a presença deste artifício restringia-se a ambientes religiosos e residências de alto padrão (BAKER; BRANDT; ZAKREWSKI, 2018).
Figura 1 - O Terraço do Café na Place du Fórum, Arles à Noite (1888), óleo sobre tela. Fonte: Aline Hannun (2016) A iluminação é introduzida no Brasil pelo Barão de Mauá a partir de 1854 quando o passeio público da cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil durante o século XIX é iluminado por lâmpadas a gás. “A iluminação a gás causa profundas mudanças, outrora, a igreja e o teatro eram os principais espaços de socialização dos cariocas, com a inserção da lâmpada a gás os cafés, restaurantes, pequenos comércios, os parques e praças são novos espaços de convivência da capital”. (OLIVEIRA, 2016, p. 05). Em São Paulo a iluminação a gás chega por volta de 1863 quando a Câmara de Municipal decide contratar Francisco Taques Alvim e José Dutton, donos de uma empresa iluminada por gás hulha para iluminar a cidade. Após uma década, com o do decreto 5071 expedido pelo Império do Brasil, é autorizado a Companhia inglesa San Paulo Gás Company (atual Companhia de Gás de São Paulo
o cálculo estimado de consumo de energia elétrica para fins de faturamento” (BARBOSA, 2000, p. 30). Com a regulamentação do município como gestor do serviço público de iluminação, sancionado através do art. 30 da CF, inciso V e normatizado pela resolução normativa nº 414/2010 ANEEL, as prefeituras passaram a criar departamentos para a administração da iluminação pública, como serviços dedicado, este órgão passa a estruturar e planejar as ações de iluminação urbana. A PARTICIPAÇÃO DO LIGHTING DESIGNER NA ILUMINAÇÃO URBANA A iluminação artificial permite sensações noturnas, caminhar pela cidade com qualidade no período noturno, desenvolve a economia local e valoriza as fachadas dos edifícios. O Dr. Mingrone esclarece em sua entrevista, durante a realização desta entrevista, que essa relação de valorização do espaço urbano pela iluminação permite a identificação de uma linguagem própria para de cada lugar. Para ele, o tratamento luminotécnico a ser aplicado ao que se ilumina, apropriando-se dos materiais presentes, no espaço público e a presença intensa de paisagismo, o mobiliário urbano como bancos, espelhos d'água e caminhos, a largura de vias permitem explorar visualmente aspectos da cidade, delineando áreas focais. O profissional com formação em luminotécnica ao iluminar volumes da cidade busca compreender o espaço urbano levando em consideração a identidade local, a valorização de edificações, praças e monumentos de importância para a cidade. O conforto visual e o desenvolvimento de sensações como surpresa, bem-estar e segurança, para Mingrone também deve ser utilizados tecnicamente para propor soluções luminotécnicas criativas. O especialista ainda exalta que compreensão do espaço urbano deve ser o norteador em projetos luminotécnicos e para isso é preciso levar em consideração a leitura histórica do sítio, a sua formação, seu contexto social atual, par identificar o objeto apropriado ao projeto, atendendo as exigências e características a que eles são necessários. É importante estar conectado com as informações provenientes do sítio quanto a arquitetura e aos caminhos existentes (MINGRONE, 2018). O que está inserido no espaço público precisa ser levado em consideração durante o processo projetual, a vegetação presente, a promoção da sustentabilidade através de soluções que reduzam a incidência de luz para o plano superior, o tratamento cromático e os pisos da cidade. Em entrevista com a Arquiteta Lucia Pirró foram citados os casos de cidades como Xangai e Hong Kong que, por exemplo, usam a luz noturna em fachadas para atrair a população para atividades durante a noite, conferindo assim a vida noturna nesses locais. Para tanto usam alta tecnologia em LED^1 , e mesmo assim, os sistemas se desligam a partir da primeira hora da madrugada quando o movimento normalmente diminui. A sustentabilidade aplicada a disciplina luminotécnica envolve o uso de tecnologias que promovam qualidade de reprodução de cor com redução de consumo energético, permitindo a apropriação do espaço público pelas pessoas considerando seus horários de uso. O planejamento da iluminação urbana sem o profissional de luminotécnica (^1) LED é a sigla para Light Emitting Diode , que significa “diodo emissor de luz”. Consiste numa tecnologia de condução de luz, a partir energia elétrica.
A pouca participação do profissional de luminotécnica em projetos urbanos e na formação do Plano Diretor de Iluminação dá-se devido a diversas implicações. Desde o déficit de formação acadêmica para esta atuação profissional, quanto no baixo o envolvimento do profissional de luminotécnica em atuar junto a projetos governamentais. A formação na disciplina luminotécnica é promovida principalmente por cursos especializados, além de algumas cadeiras em universidades que ministram conforto luminico em cursos como arquitetura e urbanismo ou engenharia elétrica. Porém, ainda assim, é uma situação que está bastante distante do ideal, pois devido sua baixa carga horária nas matrizes curriculares destes cursos, seu aprendizado está bastante limitado, não conseguindo atender a diversidade e complexidade de situações que a iluminação promove. Dessa forma, o vasto campo de conhecimento luminotécnico que envolve questões de ergonomia, controle de radiação solar, dimensionamento com uso de softwares, uso da iluminação natural e artificial está prejudicado. O Dr. Mingrone, professor docente por 38 anos na FAUUSP afirma em entrevista que a formação do Lighting Designer é carente de efetividade, é fundamental que a formação profissional seja mais estratificada, não são apenas leve em consideração os aspectos estéticos durante o processo de projeto, mas também seja dimensional e tecnológica, treinando o olhar do profissional luminotécnico para uma compreensão mais amplificada da sua atuação profissional. A disciplina de luminotécnica e sua efetivação no espaço público é pouco discutida em cursos especializados, onde a matriz curricular está direcionada na formação do profissional para atuação em projetos residenciais e corporativos. O Istituto Marangoni oferta em sua matriz curricular do mestrado em Lighting Designer uma disciplina em Design Urbano e Iluminação, ainda assim insuficiente para formação do profissional em iluminação do espaço público. Ainda que essa temática tenha permeado as discussões nos últimos anos em encontros como LED Fórum, Agenda 21, World Economic Fórum e o Fórum Mundial de Regulação de Energia, a formação, ao menos em território nacional dá-se quase de maneira autodidata. A burocracia na participação do Lighting Designer em projetos urbanos muitas vezes restringe a atuação deste profissional em projetos de interesse público. Em entrevista, o diretor do Studio IX, Guinter Parschalk fala o quanto a iluminação tem ganhado valor significativo ao cotidiano das pessoas, mas a dificuldade em participar ativamente de iniciativas públicas reduz a interesse do profissional de luminotécnica em participar de projetos de iluminação urbana. O Dr. Mingrone em sua entrevista também expos que a limitação do profissional de luminotécnica diante do departamento de iluminação da cidade de São Paulo, o ILUME. Este departamento, por sua vez, de acordo com Mingrone, tornou-se anacrônico, ao esquecer de exigir o que há de importante: como a disposição correta dos aparelhos luminotécnicos normatizados, atendendo assim as normas internacionais, mas sem interferir no desenho da iluminação pública, afinal, é o desenho que resulta em uma concepção rica do ponto de vista da diversidade que a cidade impõe. As considerações do olhar do profissional de luminotécnica aos espaços a serem iluminados na cidade, expõe a necessidade da atuação do Lighting Designer na cidade. A composição da iluminação urbana possui diversas variáveis que transcendem o ato do projetista de iluminação pública dispor ao longo de uma via urbana, tão somente, postes de iluminação. É preciso tratamentos mais criativos, apropria-se do objeto urbano a ser iluminado, preservando as necessidades de integração da malha urbana existente, das massas de vegetação, dos volumes do entorno, dos pontos focais e diversos outros elementos que o profissional de luminotécnica é capaz de distinguir a partir de uma formação mais especializada e aprofundada.
pode fazer ao entrar em contato com a volumetria da árvore permite adotar-se partidos luminotécnicos que gerem qualidade de iluminação, cenas urbanas deslumbrantes e não produzam grandes impactos à vegetação presente no espaço público. Com a iluminação bem alocada a vegetação é possível gerar sensações de aparência plana, de efeitos dramáticos, bem como, se mal dimensionada pode produzir aparências estéticas desagradáveis ao olhar humano, podendo causar até ofuscamento pelo desconforto do brilho intenso (MASCARÓ, 2006, p. 105). Figura 2 - Parque Municipal Tanguá, Curitiba - PR (2015) Fonte: Cesar Brustolin/SMCS Na figura 2, destaca-se a iluminação utilizada na vegetação e paredes rochosas do Parque Municipal do Tanguá, em Curitiba no Paraná, exemplo que explicita o enaltecimento do espaço urbano por meio da valorização da cena urbana, em que a iluminação ascendente produz efeitos dramáticos. Está cenarização do ambiente está associada ao contexto bucólico que lagoa do parque produz a quem observa essa paisagem. A comprovação da importância da iluminação na ordem da segurança pública, está atrelado à sensação de segurança promovida aos usuários e ao fator exposição de atos criminosos à luz e à acidentes. A relação de segurança e bem estar que a iluminação noturna proporciona deve ser reflexo do planejamento urbano realizado por profissionais organizadores de propostas que tragam mais segurança pública aos usuários do espaço público, a implantação de luminárias direcionadas a pedestres, a dimerização da luz emitida as vias de tráfego de carro compartilhado com pedestres e ciclistas, além da utilização de soluções específicas para cada zona de uso do solo, especialmente em áreas de zoneamento misto (com comércios e serviços). Assim como, cabe ao Lighting Designer utilizar se da criatividade no desenvolvimento de luminárias, promovendo integração com o meio urbano e atendendo as necessidades solicitadas e as diversidades dos usos. O ESTUDO DE CASO DO PLANO DIRETOR DE ILUMINAÇÃO DE CURITIBA “A cidade de Curitiba foi, premiada pela Agência Classificadora Austin Ratings e pela Revista IstoÉ como a melhor cidade do Brasil em 2015” (CURITIBA, 2015). Atualmente, sua população é de aproximadamente 2.000.000 de habitantes, e tem se destacado desde a década de 1980 por sua seriedade no desenvolvimento de pesquisa e planejamento urbano. Destaque especial para o sistema de transporte público que, em 2015, a Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor publicou em seu
portal institucional, que “a cidade de Curitiba foi considerada, o município com o menor tempo de espera, cerca de dezoito minutos e a menor insatisfação entre os usuários. A iluminação curitibana acompanha a evolução da cidade, adequando soluções que valorizam a cidade e, asseguram o pedestre no uso do passeio público e os veículos automotores no tráfego. Há ruas que possuem 03 tipos soluções de iluminação. Em 2011, A Citeluz, empresa de planejamento e iluminação pública desenvolveu junto a cidade de Curitiba, o primeiro Plano Diretor de Iluminação Pública, sendo supervisionado pelo Departamento de Iluminação Pública e o Instituto de Pesquisas e planejamento urbano de Curitiba – IPPUC. Inicialmente foi realizado um diagnóstico, com o intuito de levantar as necessidades luminotécnicas da cidade, as lâmpadas e luminárias disponíveis em almoxarifado, as carências do município e os espaços de potenciais a serem estudados. “Com auxílio de equipamentos de georreferenciamento a equipe empenhou- se em notar as percepções visuais da cidade. Com o intuito de não comprometer o processo de elaboração do PDI. A equipe de elaboração do PDI não buscou registros de leituras urbanas junto ao IPPUC, assim, o processo de ofertar ao usuário final, uma melhor percepção do ambiente urbano” (CITELUZ, 2011, p 03). No processo de reconhecimento histórico e de evolução da morfologia urbana e alguns aspectos foram destaques para a próxima etapa de elaboração do plano, tais como a presença uniforme de lâmpadas a vapor de sódio, a topografia levemente acidentada que permite surpresas urbanas imediatas, “o sistema trinário outro fator de potencialidade para elaboração de uma iluminação cênica, vias que se estendem em 05 diferentes direções” (CITELUZ, 2011, diagnóstico, p 07). “Com um parque de 140.588 luminárias a cidade tem um custo aproximado a R$ 1.580.000,00 em iluminação pública. O gerenciamento de soluções que reduzam o custo promovido pela iluminação é um dos princípios do PDI, tais como a observação de que o índice de iluminância presente nas vias principais chegaram acima de 20 lux, sendo visivelmente excessivo para tal situação” (CITELUZ, 2011, diagnóstico, p 31). As escolhas dos pontos de iluminação são hierárquicas conforme a representatividade a cidade e sua área de influência. A proposta para a cidade de Curitiba é tratar as temperaturas de cores, as tipologias de luminárias a serem adequadas ao sistema de iluminação pública de acordo com as necessidades de cada espaços urbanos. Devem ser considerados as medidas de vias para veículos automotores e passeios, a presença de massa arbórea, o mobiliário urbano e os espaços de uso público como praças e parques, bem como, a iluminação de fachadas de edifícios privados e públicos como elemento de composição da paisagem urbana (MALHEIROS, 2018). O PDU do Município assegura no artigo 22, VII a necessidade de diretrizes para valorização da paisagem urbana, consolidando o mobiliário urbano conforme a identidade visual da cidade, desta maneira, “a Citeluz propõe o desenho do mobiliário lumínico levando em consideração o desempenho fotométrico e o balanço energético dos equipamentos urbanos” (CITELUZ, 2011, proposta, p 24). Curitiba possui 28 modelos diferentes de luminárias, levando em consideração a altura em que serão alocadas, o local onde serão instaladas e a qual funcionalidade se destina (MALHEIROS, 2011). A figura 3 demonstra em uma mesma via 02 tipos de soluções luminicos, para via de trafego de veículos lâmpada em poste tipo P 26 de 10 metros e para o passeio, poste altura de 5 metros modelo Schreder Isla, que reduz o lançamento de luz ao plano superior com lâmpada LED. Figura 3 - Avenida Manoel Ribas, Curitiba - PR (2018)
Fonte: Imagem do próprio autor Fonte: Imagem do próprio autor A iluminação e a cidade são para as pessoas, sendo assim é preciso compreender a percepção do usuário na cidade, levando em consideração os aspectos sensoriais a serem despertados em quem se utiliza do local. Em entrevista, Tony Malheiros, Diretor de Iluminação afirma que o Plano Diretor de Iluminação de Curitiba, foi desenvolvido para utilização por 08 anos e a cidade já está em processo de diagnóstico para o novo PDI que entrará em vigor a partir de 2019. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ainda que a atuação do Lighting Designer no Brasil tenha começado a aproximadamente 30 anos, a aplicação da disciplina luminotécnica no ambiente urbano precisa ser retratada pelas instituições acadêmicas com maiores quantidades de hora/aula em suas grades curriculares. Os cursos especializados tendem a formar alunos para desenvolvimento de projetos corporativos e residenciais, sem promover a compreensão os efeitos da iluminação no espaço público e de que relação com a iluminação do espaço privado gera efeitos qualitativos significativos no ambiente urbano. A inserção de projetos luminotécnico de espaços privados que considerem o impacto visual ao usuário do espaço público permite a valorização e a coerência lumínica, tornando deste modo o espaço mais harmonioso. A importância da luz incidente nos espaços públicos, torna-se elemento essencial no planejamento urbano. O projetista luminotécnico tem a responsabilidade de considerar os aspectos sensoriais e de leitura do espaço urbano pelo usuário final. O uso da iluminação urbana dimerizada ao espaço em que está alocada expõe os valores históricos, artísticos e referenciais para a comunidade, a necessidade revelada de definir com efetividade os elementos de participantes do espaço públicos e as percepções dos usuários da cidade retrata a complexidade do assunto e afirma a imprescindibilidade do Lighting Designer no planejamento e organização da iluminação pública. A cidade de Curitiba durante o desenvolvimento do Plano Diretor de Iluminação escolhe evidenciar ao olhar do cidadão curitibano os espaços que traduzem a história local como a Universidade Federal de Curitiba, apresentada na figura 7, que ao iluminar os frontões e, as colunas de forma ascendente ressaltam sua imponência quanto instituição acadêmica e sua importância como primeira universidade brasileira. Figura 7 - Universidade Federal do Paraná, Curitiba - PR (2018)
Fonte: Imagem do próprio autor Um sistema inteligente, com alto desempenho técnico, capaz de gerar a própria energia por sistema fotovoltaico ou eólico pode contribuir num futuro próximo para o progresso da sustentabilidade das cidades, associado a iluminação urbana, como o Ecopole, demonstrado pela figura 8, pois contribuirá para a redução dos custos ambientais relativos a energia necessária para seu funcionamento. A regulamentação do profissional de luminotécnica, também e de suma importância para a participação do Lighting Designer no processo de projeto luminicos urbano. Figura 8 – Ecopole, E.U.A (2016) Fonte: SAVWatt A disciplina de luminotécnica ao se voltar para o ambiente urbano deve oferecer qualidade para o uso do espaço público, valorizar as percepções visuais, melhorar as sensações e a segurança dos que utilizam as ciclofaixas ou passeios, assim as vias de veículos, promovendo definitivamente e o bem-estar em espaços de recreação e lazer, e tornando as cidades mais acessíveis a todos durante os diferentes períodos do dia. Ela também deve ser responsável por realçar os valores locais e culturais da população, bem como promover um avanço econômico nas cidades beneficiando e protegendo os comércios para que possam atuar me períodos mais extensos. ABREVIAÇÕES A.C. - Antes de Cristo/ D.C. - Depois de Cristo. ABILUX - Associação Brasileira da Indústria de Iluminação.
MINGRONE, A. C. (15 de 05 de 2018). Entrevista com Lighting Designers. (L. G. Silva, Entrevistador) OLIVEIRA, Glaucy Katarina Cavalcante de. História social da iluminação: a iluminação artificial do ambiente construído e o comportamento social do Brasil Colônia aos dias atuais.