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SCHUMACHER, M. V.; HOPPE, M. J. A floresta e o solo. Porto Alegre: Pallotti, 1999. 83 p. (Afubra. Série Ecologia, 3).
Tipologia: Notas de estudo
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Solo È o material mineral inconsolidado sobre a superfÌcie da terra que serve como meio natural para as plantas (Soil Science Society of AmÈrica, 1973). … o resultado da aÁ„o dos fatores fÌsicos e quÌmicos que atuam sobre a rocha matriz desintegrando-a. O produto resultante dessas aÁıes È que vai definir o tipo de vegetaÁ„o que ir· ocorrer numa determinada regi„o, e ainda indicar a composiÁ„o de espÈcies. Como elemento fundamental dos ecossistemas, o solo È o fator do meio que influi diretamente na regeneraÁ„o e estabelecimento da vegetaÁ„o, especialmente das florestas, e no seu conseq¸ente desenvolvimento com vistas a uma produÁ„o satisfatÛria. Em relaÁ„o ‡s florestas e a qualquer tipo de vegetaÁ„o, o solo constitui-se no fator do ecossistema de abastecimento de ·gua e nutrientes, cuja disponibilidade est· na dependÍncia do clima geral, do relevo, dos processos fÌsicos do solo, da matÈria org‚nica disponÌvel, dos microorganismos existentes e ainda da qualidade quÌmica dos minerais do solo. No decorrer do desenvolvimento das espÈcies vegetais, ocorre uma estreita inter-relaÁ„o entre os fatores que determinam a formaÁ„o do solo e o ambiente dos ecossistemas, o que ocasiona uma mudanÁa nas caracterÌsticas da vegetaÁ„o, resultando num processo natural de seleÁ„o de espÈcies. Assim, a forma das paisagens representa um retrato do momento de um processo continuo e din‚mico das formaÁıes vegetais. A atividade florestal constitui-se numa aÁ„o que tem influÍncia direta sobre o ambiente, especialmente sobre o solo, capaz de provocar profundas modificaÁıes no ecossistema. Por isso o planejamento da utilizaÁ„o dos recursos florestais de forma racional e sustent·vel È muito importante, pois esse envolve as ·rvores, os animais, a ·gua e principalmente o solo. Nesta obra discute-se as relaÁıes e as inter-relaÁıes que ocorrem entre o solo, um dos mais importantes elementos do habitat, e a floresta, o que vai permitir uma maior compreens„o dos leitores no que se refere ‡ complexidade dos ecossistemas terrestres.
Solo È uma mistura de subst‚ncias minerais resultantes da decomposiÁ„o da rocha matriz pelos fatores fÌsicos e quÌmicos, e de matÈria org‚nica produzida pela decomposiÁ„o dos resÌduos vegetais e animais, tornando-se no elemento que melhor representa a complexidade dos ecossistemas. A formaÁ„o do solo ocorre atravÈs da influÍncia dos fatores ambientais que auxiliam na intemperizaÁ„o, quais sejam: o clima, os organismos vivos, o material de origem, o relevo e o tempo. Todos esses elementos atuando de forma integrada sobre o material depositado v„o fragmentando-o atÈ dimensıes de gr„o e pÛ.
Clima
Geralmente considera-se o clima como o elemento mais importante na formaÁ„o do solo, afetando diretamente o intemperismo pela aÁ„o da temperatura, umidade e press„o atmosfÈrica, acelerando o ritmo dos processos fÌsicos e quÌmicos de decomposiÁ„o da rocha matriz. A temperatura e a precipitaÁ„o exercem profunda influÍncia sobre os ritmos dos processos fÌsicos e quÌmicos que regulam a atividade de formaÁ„o e desenvolvimento dos perfis do solo. As
Acima, algumas das Rochas Õgneas ou Magm·ticas. Da esquerda para direita: Augita, Feldspato, Basalto, ManganÍs, Granito. Fonte: Departamento de GeociÍncias - UFSM
Rochas metamÛrficas
Este tipo resulta da transformaÁ„o das rochas Ìgneas e/ou sedimentares, as quais pela aÁ„o do calor e press„o sofrem mudanÁas na sua constituiÁ„o fÌsica como forma, estrutura, cor e composiÁ„o mineralÛgica. Essas transformaÁıes s„o causadas por v·rios fatores, tais como: aÁ„o do calor, agentes fÌsicos e as reaÁıes quÌmicas que alteram a composiÁ„o destes minerais. A origem dessas rochas, pela transformaÁ„o que sofrem, em muitos casos, podem n„o ser reconhecidas, diminuindo a qualidade do solo com o aumento da metamorfose. As rochas metamÛrficas mais comuns s„o os gnaisses, quartzitos, micaxistos, filitos, anfibolitos e m·rmores, sendo os gnaisses os mais importantes em termos florestais, por formarem solos ·cidos e com alto teor de argila grossa.
¿ esquerda, algumas das Rochas MetamÛrficas. De cima para baixo: M·rmore,Quartzito e Gnaisse. Fonte: Departamento de GeociÍncias - UFSM
Rochas sedimentares
Estas originam-se pela deposiÁ„o dos sedimentos, ou seja, do material alterado de outras rochas. Os processos de formaÁ„o desse tipo de rocha ocorrem atravÈs:
Os sedimentos solidificados s„o sempre mais pobres em nutrientes que o seu material de origem. Sua qualidade depende da granulaÁ„o e da sua composiÁ„o mineral ou org‚nica, do grau de solidificaÁ„o e do meio de ligaÁ„o, os quais podem ser c·lcio, magnÈsio, ferro ou hidrÛxido de ferro, alumÌnio ou quartzo, independente de o sedimento ser de origem aluvial ou coluvial. As rochas sedimentares podem ser constituÌdas pelos mais variados tipos de materiais. Desta maneira elas podem ser formadas por cimentaÁ„o dos produtos alterados, n„o apresentando composiÁ„o definida, isto porque o material carregado pela ·gua pode estar em v·rias formas: solubilizado como acontece com os sais minerais ou em suspens„o no caso de argila e partÌculas menores. No caso dos seixos, o transporte acontece por rolamento no leito das correntes de ·gua. A deposiÁ„o desse material transportado ocorre em camadas horizontais paralelas ‡ superfÌcie do
local onde se acumulam, de modo que as camadas mais profundas s„o as mais velhas. As rochas sedimentares s„o representadas pelos arenitos, argilitos, calc·rios, dolomitos e fosforitos.
Algumas das Rochas Sedimentares: Da esquerda para a direita: Calc·rio, Arenito e Argilito. Fonte: Departamento de GeociÍncias ñ UFSM
Relevo
O termo relevo refere-se ‡s formas do terreno que compıem a paisagem e a sua aÁ„o reflete diretamente na din‚mica da ·gua, tanto no sentido vertical, infiltraÁ„o, como lateral atravÈs do escoamento da ·gua das chuvas e da drenagem do solo. O relevo pode ter influÍncia profunda sobre o desenvolvimento do solo, superando em alguns casos o prÛprio clima. O relevo afeta o desenvolvimento, sobretudo atravÈs da lixiviaÁ„o, da eros„o e da cobertura vegetal. O relevo interfere na formaÁ„o do solo e modifica o perfil atravÈs dos seguintes processos:
A variaÁ„o do relevo origina uma seq¸Íncia de perfis geneticamente ligados entre si, mas diferenciados por caracterÌsticas morfolÛgicas. Os solos formados nas partes altas do terreno diferem dos de encostas e baixadas. Em funÁ„o da topografia os solos podem apresentar as seguintes denominaÁıes:
a) Solos Eluviais: S„o definidos como os que mantÍm estreita correlaÁ„o com o material de origem, n„o s„o influenciados pelo transporte de partÌculas minerais de regiıes prÛximas e est„o sujeitos a influÍncias das caracterÌsticas mineralÛgicas, fÌsicas e quÌmicas da rocha matriz.
b) Solos Coluviais: S„o aqueles geralmente encontrados em locais declivosos. Estes resultam da mistura de fragmentos minerais de rochas de camada mais profundas e tambÈm s„o enriquecidos por partÌculas transportadas de locais mais elevados e que podem ter origem de material rochoso diferente.
c) Solos Aluviais: Os materiais que entram na constituiÁ„o desses solos originam-se da acumulaÁ„o gradativa dos resÌduos minerais provenientes de regiıes prÛximas, ou seja, daquelas dentro da bacia hidrogr·fica.
A superfÌcie do solo est· sujeita ‡ aÁ„o da eros„o e sedimentaÁ„o atravÈs do poder abrasivo das particulas de areia, e do poder erosivo dos sedimentos. O intemperismo do solo tambÈm È influenciado pela aÁ„o dos vegetais, principalmente atravÈs da pressıes exercidas pelas raÌzes durante o desenvolvimento do vegetal.
Aspectos de sistemas radiculares exercendo pressıes no solo.
Intemperismo quÌmico
No processo de formaÁ„o do solo as alteraÁıes quÌmicas s„o de maior import‚ncia que os fatores fÌsicos, porque s„o as reaÁıes quÌmicas que fornecem as condiÁıes de nutriÁ„o para os vegetais. Os principais agentes do intemperismo quÌmico s„o a ·gua, o oxigÍnio e o g·s carbÙnico, os quais atuam isolados ou simultaneamente e determinam as modificaÁıes quÌmicas nos constituintes mineralÛgicos das rochas. A vegetaÁ„o tem participaÁ„o ativa nos processos de formaÁ„o quÌmica do solo pela troca catiÙnica do material atravÈs do contato direto das raÌzes com a superfÌcie coloidal do solo, alÈm da participaÁ„o nos estoques de nutrientes do sistema pela absorÁ„o dos cations da soluÁ„o do solo. Os elementos nutritivos retirados pelas raÌzes retornam ao ecossistema atravÈs dos resÌduos, ou s„o exportados pela colheita ou pela retirada do material vegetal. A temperatura influi diretamente sobre o intemperismo quÌmico. Abaixo de 0∫C praticamente n„o se verifica intemperizaÁ„o quÌmica das rochas. A maioria dos sais minerais, que absorvem calor quando dissolvidos, s„o mais sol˙veis em temperaturas mais elevadas. Algumas partes da rocha s„o mais facilmente intemperizadas do que outras, devido ‡ maior facilidade do ataque quÌmico ou ‡ presenÁa de minerais mais suceptÌveis ‡ alteraÁ„o. Entre esses est„o os que contÍm ferro ou a presenÁa de algum mineral, como a pirita que ao se decompor origina ·cido sulf˙rico (H2SO4) capaz de atacar mais rapidamente outros minerais. Rochas Ìgneas sofrem uma aÁ„o muito lenta das intempÈries principalmente nas regiıes tropicais ˙midas. A alteraÁ„o quÌmica das rochas processa-se atravÈs da aÁ„o da ·gua das chuvas que levam para o solo pequenas quantidades de CO2 atmosfÈrico. Esse g·s, dissolvido em ·gua, d· origem ao (H2CO3) ·cido carbÙnico, impossÌvel de ser isolado, mas capaz de dar origem a v·rios carbonatos derivados da alteraÁ„o das rochas.
Os principais processos respons·veis pelo intemperismo quÌmico das rochas s„o dissoluÁ„o, hidrÛlise, hidrataÁ„o, oxidaÁ„o e reduÁ„o, carbonataÁ„o, quelatizaÁ„o e formaÁ„o de complexos.
Solo È a coleÁ„o de corpos naturais que ocupam parte da superfÌcie terrestre e constituem o meio natural para o desenvolvimento das plantas terrestres. Os solos s„o dotados de atributos resultantes da diversidade de efeitos da aÁ„o integrada do clima e dos organismos, agindo sobre o material de origem, em condiÁıes de relevo durante certo perÌodo de tempo. A estratificaÁ„o em camadas ou horizontes ocasiona a formaÁ„o de corpos naturais denominados solos em que cada um È caracterizado por determinada seq¸Íncia de horizontes. Tal seq¸Íncia È denominada Perfil do Solo.
Perfis do solo sob diferentes tipos de florestas.
Perfil do Solo: O perfil do solo consiste em uma ou mais seÁıes paralelas ‡ superfÌcie do terreno. Quando essas seÁıes s„o individualizadas por atributos das aÁıes dos processos pedogenÈticos, denominam-se horizontes. As seÁıes s„o denominadas camadas quando s„o pouco ou nada influenciadas pelos processos pedogenÈticos. Em nÌvel de campo, os horizontes s„o identificados pela constataÁ„o de atributos morfolÛgicos (prontamente perceptÌveis) como: estrutura, textura, cor, consistÍncia e cerosidade. PorÈm isso nem sempre È possÌvel, tornando-se necess·rio obter informaÁıes de atributos fÌsicos e quÌmicos e/ou mineralÛgicos, mediante an·lises de laboratÛrio.
com uma p· de corte. "R" Camada mineral de material consolidado que, em muitos solos, constitui o material rochoso, isto È, embasamento litÛlico coeso que, quando ˙mido, n„o pode ser cortado com uma p· de corte. … a rocha s„.
Em algumas situaÁıes, com a permanente atividade agrÌcola, ocorreu um processo contÌnuo de desmatamento, ou seja, a derrubada da mata nativa, a queimada, a atividade agrÌcola intensa, o uso maciÁo de agroquÌmicos, a falta de consciÍncia do uso racional do solo, a formaÁ„o de pastagens e posterior abandono da ·rea. Com isso o solo foi totalmente exaurido, perdendo grande parte de sua capacidade de produÁ„o e ficando muito susceptÌvel aos diversos tipos de degradaÁ„o, caracterizando o mal uso das terras. Segundo a capacidade de uso, a terra pode ser dividida em:
Classe 1: terras cultiv·veis aparentemente sem problemas de conservaÁ„o; s„o as ·reas planas; Classe 2: terras aptas para agricultura que exigem trabalho de conservaÁ„o; s„o os terrenos pouco inclinados; Classe 3: terras cultivavÈis com grandes exigÍncias de conservaÁ„o; s„o terrenos inclinados; Classe 4: terras muito inclinadas cultivadas apenas ocasionalmente, exigindo grande trabalho de conservaÁ„o; s„o as encostas Ìngremes; Classe 5: terras cultivavÈis apenas em casos especiais e com culturas permanentes, as quais, uma vez estabelecidas, exigem pouco trabalho de conservaÁ„o, como È o caso dos reflorestamentos ou pastagens; Classe 6: terras de difÌcil cultivo devido ‡ grande presenÁa de pedras e ao relevo montanhoso; Classe 7: terras onde as restriÁıes para o cultivo anual s„o totais; s„o terras altamente susceptÌveis ‡ degradaÁ„o pela eros„o;
Classe 8: terras imprÛprias para culturas anuais, pastagens e reflorestamento, sendo utilizadas apenas para abrigo da fauna silvestre, preservaÁ„o, recreaÁ„o e armazenamento de ·gua.
A matÈria org‚nica formada na superfÌcie da terra corresponde a todas as subst‚ncias vegetais e animais mortas que se acumulam no solo, sendo parte rapidamente decomposta, mineralizada, entrando em circulaÁ„o imediatamente. A deposiÁ„o de matÈria org‚nica varia com as condiÁıes clim·ticas, aumentando das regiıes frias para as regiıes quentes e ˙midas. Numa floresta, em mÈdia, sessenta a oitenta por cento do material depositado È constituÌdo de folhas, e o resto compıe-se de frutos, ramos, cascas etc.
Da esquerda para direita: Serapilheiras de Pinus spp, mata de arauc·ria e de floresta nativa.
A serapilheira È a caracterÌstica mais distintiva de um solo florestal e contribui consideravelmente para as suas propriedades fÌsicas e quÌmicas. A camada de matÈria org‚nica em decomposiÁ„o que se encontra sobre a superfÌcie do solo mineral, com sua microflora caracterÌstica e com sua fauna constituem a din‚mica do ambiente florestal e representa o critÈrio mais importante na distinÁ„o entre solos ocupados com florestas ou com culturas agrÌcolas. Grande parte dos restos vegetais e animais juntando-se com os produtos de excreÁ„o, misturam-se gradualmente com o solo mineral e, em interaÁ„o com as partes subterr‚neas das plantas, formam a fraÁ„o org‚nica do solo. A camada de serapilheira da superfÌcie constitui-se numa fornecedora permanente de alimentos para a microflora e fauna, atravÈs da queda constante de resÌduos das ·rvores, sendo tambÈm uma fonte relevante de nutrientes como nitrogÍnio, fÛsforo e enxofre para as plantas superiores. A retirada da serapilheira das florestas ocasiona uma degradaÁ„o do terreno e uma sensÌvel diminuiÁ„o de fertilidade do solo, alÈm de deixar a superfÌcie mais susceptÌvel aos impactos das gotas de chuva, da eros„o e da diminuiÁ„o de infiltraÁ„o.
A mistura de matÈria org‚nica parcialmente decomposta, cÈlulas microbianas e partÌculas do solo com todas as caracterÌsticas constituem o h˙mus e formam as camadas superiores do solo. Parte desse h˙mus È mineralizado, isto È, transformado em elementos nutritivos disponÌveis para as plantas, enquanto parte sofre uma humificaÁ„o, transformando-se em subst‚ncias prÛprias do solo a partir de um est·gio adiantado de decomposiÁ„o, formando assim susbst‚ncias org‚nicas de diferentes graus de solubilidade. Esses compostos s„o transformados r·pido ou lentamente, conforme o ambiente, influenciando no prÛprio ambiente como conservadores ou destruidores da estrutura e qualidade do solo. O h˙mus na superfÌcie do solo È muito importante, porque, alÈm de fornecer nutrientes para a mineralizaÁ„o, melhora as condiÁıes fÌsicas e quÌmicas do solo, conserva e mobiliza os nutrientes quando a serapilheira ainda n„o estiver decomposta.
Tipos de h˙mus
A formaÁ„o de h˙mus nas florestas È descrito de acordo com a aÁ„o dos organismos caracterÌsticos de cada ecossistema. Nos sÌtios os resÌduos vegetais s„o ingeridos e passam pelo intestino dos seres vivos, onde sofrem uma transformaÁ„o completa, formando um tipo especial de h˙mus. Quando a transformaÁ„o pelos organismos n„o for t„o perfeita, resulta em outro tipo de h˙mus. De maneira geral, h˙mus È todo material org‚nico que se deposita sobre a parte mineral da superfÌcie e que ainda n„o se misturou com o solo. A camada de material org‚nico que se encontra acima da superfÌcie do solo È denominada de ecto-humus e È constituÌda por trÍs camadas: A - Camada L - Composta por matÈria org‚nica sem sinais de decomposiÁ„o; È a camada superior da manta e pode ser perfeitamente identificada a sua origem. B - Camada F - Corresponde ao material em decomposiÁ„o. Ainda È possÌvel reconhecer o material de origem, podendo-se observar, em alguns casos, a presenÁa de micÈlios de fungos. C - Camada H - Representa o material decomposto; encontra-se misturado com as partÌculas de solo, n„o podendo ser reconhecida a sua origem macroscopicamente, ou a olho nu.
A matÈria org‚nica encontrada dentro do solo que representa o material humificado do horizonte constitui o endo-h˙mus e pode ser encontrado em duas formas:
Nas florestas em geral encontram-se basicamente trÍs tipos de h˙mus:
H˙mus tipo mull
Este È o h˙mus comum dos climas quentes e ˙midos especialmente nos trÛpicos, como È o caso da regi„o amazÙnica e, subtrÛpicos, com grande presenÁa de seres vivos. O horizonte A È escuro pela presenÁa do h˙mus, o que constitui uma estrutura fofa e grumosa. Devido ‡ mineralizaÁ„o r·pida, a acumulaÁ„o de h˙mus È pequena. Nestas condiÁıes, a destruiÁ„o da matÈria org‚nica È feita principalmente pelos lumbricÛides.
H˙mus tipo moder
O h˙mus tipo moder È comum no sul do Brasil, como na regi„o dos Campos de Cima da Serra - RS, principalmente, nas partes mais altas do relevo, apresentando as camadas L, F e H bem
O desenvolvimento e a proliferaÁ„o da fauna do solo depende das caracterÌsticas do mesmo e dos fatores ambientais como umidade, temperatura, ventilaÁ„o, acidez, luminosidade e disponibilidade de nutrientes. Esses mesmos fatores determinam a distribuiÁ„o dos microorganismos no solo, os quais, geralmente, encontram as condiÁıes favor·veis junto ‡ manta e no primeiro horizonte do perfil, onde existem grandes concentraÁıes de matÈria org‚nica. Por outro lado, a microfauna distribui-se ao longo do perfil do solo, onde cada tipo ocupa seu espaÁo determinado e exerce sua atividade caracterÌstica. A aÁ„o dos microorganismos est· diretamente relacionada com as condiÁıes ambientais e com a disponibilidade de detritos org‚nicos existentes no ambiente. A microfauna È a principal respons·vel pela decomposiÁ„o dos restos animais e vegetais encontrados na cobertura morta da superfÌcie do solo, a partir da qual recomeÁa a mineralizaÁ„o dos elementos nutritivos e a ciclagem dos nutrientes.
Os microorganismos do solo
Nos solos florestais, dentre outros, s„o encontrados quatro grupos principais de microorganismos, quais sejam, as bactÈrias, os actinomicetos, os fungos e as algas.
BactÈrias
As bactÈrias, embora de dimensıes muito pequenas, s„o fundamentais para os ecossistemas florestais, devido ao seu grande n˙mero e por realizarem a maior parte das trocas biolÛgicas e quÌmicas dos ambientes. Em um ecossistema florestal pode-se classificar as bactÈrias em trÍs grandes grupos:
aerÛbias - aquelas que vivem somente no presenÁa de oxigÍnio; anaerÛbias - s„o as formas que crescem na ausÍncia do oxigÍnio; anaerÛbias facultativas - s„o as bactÈrias que podem desenvolver-se tanto na ausÍncia como na presenÁa de oxigÍnio.
As bactÈrias s„o importantes porque, atravÈs da simbiose que realizam com os vegetais, principalmente as leguminosas, fixam o nitrogÍnio do ar, disponibilizando-o para as plantas. O exemplo mais comum dessa interaÁ„o ocorre entre as bactÈrias do gÍnero Rhizobium e as espÈcies florestais pertencentes ‡s famÌlias das leguminosas, como: bracatinga, ac·cia negra e angico.
Actinomicetos
Os actinomicetos s„o organismos heterotrÛficos que constituem a transiÁ„o morfolÛgica entre as bactÈrias e os fungos. S„o elementos unicelulares e, depois das bactÈrias, os mais numerosos no solo. Geralmente s„o aerÛbios e bastante comuns nas regiıes quentes e secas, apresentando menor import‚ncia na decomposiÁ„o da celulose e dos solos florestais quando comparados com as ·reas de agricultura e pecu·ria.
Fungos
Entre os microorganismos do solo destacam-se os fungos como os principais agentes decompositores da matÈria org‚nica da serapilheira. Esses organismos s„o muito ativos na fase da decomposiÁ„o da madeira e dos demais resÌduos vegetais, participando diretamente na formaÁ„o dos diferentes tipos de h˙mus e contribuindo eficazmente na ciclagem dos nutrientes e na estabilidade dos agregados do solo. AtÈ o presente momento j· foram identificados, na natureza, mais de 690 espÈcies de fungos representados por 170 gÍneros. Alguns tipos de fungos s„o predadores da fauna do solo, como os protozo·rios e nematÛides, contribuindo para o equilÌbrio microbiolÛgico do solo. Os fungos formam, com as raÌzes das ·rvores, associaÁıes simbiÛticas chamadas micorrizas que aumentam a ·rea de absorÁ„o do sistema radicular das ·rvores. O desenvolvimento de raÌzes micotrÛficas incrementa consideravelmente a superfÌcie de absorÁ„o pela presenÁa das hifas dos fungos, aumentando o contato com o solo e com os elementos nutritivos disponÌveis. Os gÍneros Rhizoctonia, Pythium e Phythophtora s„o parasitas e produzem enfermidades, principalmente em viveiros florestais. Enquanto os gÍneros Fusarium podem causar apodrecimento nas raÌzes das plantas de maior idade. TambÈm as ·rvores mais velhas podem sofrer ataques, nas suas raÌzes, de fungos do gÍnero Fomes, Armil·ria, Verticillium e Phymatotrichum, os quais causam apodrecimento das raÌzes.
Algas
As algas tambÈm constituem uma grande colÙnia de microorganismos do solo, dividindo-se em verdes, azuis, amarelas e as diatom·ceas que s„o em forma de bast„o. Esses microorganismos s„o encontrados principalmente em solos fÈrteis, ricos em fÛsforo e nitrogÍnio disponÌveis, tendendo a serem raros nos solos arenosos e ·cidos. Podem, no entanto, desenvolver-se em locais ·ridos e arenosos,
AnelÌdeos
Os anelÌdeos constituem-se no grupo de animais que possuem maior aÁ„o na estruturaÁ„o dos solos em geral. Esses ingerem uma mistura de terra e detritos org‚nicos, liberando um grande n˙mero de excrementos criando um meio ideal para as atividades dos microorgansmos, acelerando a formaÁ„o de materiais humicos, benÈficos para a estrutura fÌsica, fertilidade e arejamento do solo. O material trabalhado por este tipo de animal forma uma mistura complexa de argila e colÛides org‚nicos, resultado da total digest„o e transformaÁ„o dos resÌduos vegetais ingeridos. Devido ‡ grande movimentaÁ„o desses macroorganismos nas camadas superficiais, os dejetos misturam-se com o solo conferindo-lhe uma cor escura. Em solos com alta populaÁ„o de anelÌdeos, 30.000 indivÌduos por hectare, a passagem de resÌduos pelo aparelho digestivo dos mesmos chega a trinta toneladas por hectare por ano. Nos ecossistemas florestais a concentraÁ„o dos anelÌdeos varia de acordo com os fatores clim·ticos e de solo, sendo mais abundante na primavera, devido ‡ maior concentraÁ„o de resÌduos oriundos da queda do material da copa das ·rvores. As minhocas representam a grande maioria dos anelÌdeos encontrados nos solos florestais. Esses animais desenvolvem suas atividades metabÛlicas e reprodutivas em temperatura variando entre 10 e 20oC, associada a um teor de umidade variando entre 50% a 60% da capacidade de campo dos solos nos ecossistemas.
Moluscos
A maioria dos animais pertencentes a esse fillum encontram-se no mar. No entanto, existem espÈcies terrestres que tÍm import‚ncia na interaÁ„o do solo com a floresta. Os caracÛis e as lesmas s„o os moluscos terrestres mais comuns, encontrados em ambientes ˙midos e sombreados. Os moluscos alimentam-se normalmente de folhas, podendo tambÈm suprir-se de algas e lÌquens encontrados na superfÌcie das ·rvores e de madeiras em adiantado estado de apodrecimento. Pela aÁ„o de decomposiÁ„o dos restos vegetais que passam pelo intestino dos moluscos, seus excrementos s„o importantes na formaÁ„o dos agregados do solo, auxiliando diretamente na estruturaÁ„o, porosidade, aeraÁ„o e fertilidade dos solos que abrigam esta espÈcie de macroorganismos.
Nematelmintes
Os Nematelmintes s„o macroorganismos encontrados em todas as regiıes da terra, no solo, na ·gua doce e tambÈm na ·gua salgada, encontrando-se v·rios milhıes de indivÌduos por hectare. Entre os nematelmintes, os nematÛides destacam-se como os mais importantes. S„o animais pequenos, transparentes e filiformes. Alimentam-se de bactÈrias, fungos, algas, minhocas e plantas superiores, principalmente do sistema radicular dos vegetais. Como os nematÛides alimentam-se de protoplasma, sua atividade afeta os demais organismos do solo j· que seu alimento provÈm inteiramente da microflora, dos microorganismos e das plantas superiores. Esses animais participam diretamente na decomposiÁ„o da matÈria org‚nica que procede das plantas mortas, podendo afetar significativamente as propriedades fÌsicas e quÌmicas do solo.
Ao longo da histÛria, o homem teve seu desenvolvimento alicerÁado no aproveitamento dos recursos naturais e, dentre esses, as florestas foram e continuam sendo a grande reserva econÙmica do desenvolvimento da populaÁ„o. Mesmo quando o homem considerou-a como entrave para seu desenvolvimento, as ·rvores foram fontes de abrigo, alimentaÁ„o e garantia de sobrevivÍncia. No entanto, a aÁ„o desordenada, atravÈs de um permanente processo de desenvolvimento, alterou a cobertura original das florestas, tornando-a deficiente em todas as suas regiıes. No uso tradicional do solo para a agricultura, a floresta ocupa, ainda hoje, a tarefa insubstituÌvel de reserva e regeneraÁ„o. A garantia da manutenÁ„o permanente da produtividade dos solos nos ecossistemas est· diretamente ligada ‡s condiÁıes de preservaÁ„o e ampliaÁ„o das ·reas com cobertura vegetal. A floresta vem oferecendo ao homem muitos elementos essenciais para a sua sobrevivÍncia, entre eles, alimentos, combustÌveis, material de construÁ„o e matÈria prima para produtos industrializados. O r·pido crescimento nas ˙ltimas dÈcadas exigiu um maior e mais intenso uso das florestas e de seus produtos, tornando-os escassos e pouco disponÌveis no mercado, principalmente no que tange ‡ qualidade. Essa crescente demanda est· forÁando um uso mais intensivo do solo com o objetivo de aumentar a disponibilidade de produtos de origem florestal e outros. No entanto, tem-se que considerar que o solo n„o È apenas um suporte fÌsico para o crescimento das plantas e armazenamento de umidade e nutrientes. O solo È um sistema din‚mico que abriga uma multiplicidade de organismos com caracterÌsticas e funÁıes diferentes, os quais proporcionam o equilÌbrio ambiental indispens·vel para o desenvolvimento de todos os seres vivos. Dessa maneira, o grande desafio atual È recuperar estas ·reas degradadas, tornando-as novamente produtivas e encontrar alternativas para evitar que este processo destrutivo ocorra em outros locais ainda cobertos por florestas, alÈm de promover o ordenamento da produÁ„o para garantir um rendimento est·vel e contÌnuo nas propriedades, sem esquecer de preservar e ampliar as ·reas com florestas.