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Uma visão geral sobre a psicologia como ciência, abordando seu processo histórico de constituição e as principais correntes teóricas que a influenciaram. Ele discute como a psicologia evoluiu de sua origem na filosofia e teologia para se tornar uma ciência independente, com a criação de institutos de pesquisa e o desenvolvimento de diversas escolas de pensamento, como o behaviorismo, a psicanálise, a gestalt e a psicologia humanista. O texto também aborda a importância da psicologia na saúde, destacando seu papel na compreensão da subjetividade humana e sua contribuição para a reabilitação, promoção e prevenção da saúde. Além disso, são apresentadas as características da psicologia como ciência, com seu objeto de estudo, métodos e técnicas específicas.
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
A psicologia é essencial na saúde, mas muitos a interpretam erroneamente como apenas cuidado emocional. Na verdade, os psicólogos orientaram em diversos aspectos: planejamento de cuidados, antecipação de necessidades, orientação da equipe e ações de prevenção. Seu papel vai além do atendimento clínico, abrangendo uma compreensão ampla da subjetividade humana.
históricos e contextos específicos de cada época e região. Compreender a história da psicologia envolve mais do que conhecer pensadores notáveis e as escolas de pensamento que orientam suas práticas.
A psicologia, que se originou da junção dos conceitos gregos de 'alma' e 'razão', evoluiu ao longo da história com uma multiplicidade de teorias. Na antiguidade, fenômenos humanos eram interpretados como provenientes da alma. Com o tempo, pensadores como Sócrates começaram a especular sobre a existência de uma 'mente' além da alma, uma ideia que foi posteriormente reforçada por Platão e Aristóteles, destacando a capacidade de raciocínio do ser humano.
A entrada na Idade Moderna marcou o desenvolvimento da psicologia como ciência, separando-se da filosofia e valorizando o racionalismo e o empirismo. No século XIX, Wilhelm Wundt criou o Instituto de Psicologia na Alemanha, marcando o início da psicologia experimental e avançando os estudos de várias escolas de pensamento.
Quadro 1. Escolas de pensamento da psicologia científica e suas características.
profissão de psicólogo no Brasil em 1962. Durante muito tempo, a profissão seguiu um modelo biologicista, sem considerar a contextualização histórica e social do ser humano. A prática psicológica atendia à lógica do mercado, visando a adaptação do indivíduo ao sistema, expandindo a clínica psicológica.
olhar sobre a psicologia, por meio das contribuições europeias, com a teoria das representações sociais. Passou a fomentar novos rumos no campo da psicologia social.
A psicologia da saúde no Brasil é um campo emergente desde a década de 1970, surgindo da observação de que a condição psicológica do paciente afeta significativamente sua recuperação. Pesquisas na área começaram a se concentrar na reabilitação em saúde, principalmente em ambientes hospitalares. No entanto, a psicologia da saúde vai além do contexto hospitalar, abordando a aceitação da doença, a adaptação a ambientes não familiares, luto e mais. Ela também se concentra na reabilitação, promoção e prevenção de saúde, considerando aspectos sociais e comunitários. Por isso, o profissional desta área está preparado para atuar em todos os níveis de atenção, na saúde privada ou pública.
condição do psicólogo de saber trabalhar em equipe, uma vez que todos os outros campos da saúde (enfermagem, fisioterapia, nutrição, odontologia, medicina, terapia ocupacional etc.) atuam em conjunto para o cuidado ampliado em saúde.
O senso comum é o conhecimento diário e intuitivo, adquirido por vivências e cultura. Por exemplo, sabemos que uma compressa quente alivia cólica menstrual e chá de camomila beneficia o sono, sem entender os detalhes científicos.
Ciência, do latim scientia (conhecimento), busca entender leis naturais para explicar o universo. Segundo Gnipper 2019 , é um conjunto de conhecimentos precisos sobre a realidade. Portanto, ciência é um conhecimento minuciosamente estudado e verificável.
O método científico permite a produção de conhecimento válido ou a correção de conhecimentos pré-existentes, através de regras que eliminam a subjetividade. Varia conforme a pesquisa e pode ser experimental, dialético, empírico-analítico ou histórico. As etapas básicas são: observação, problema, hipóteses, experimentação, análise de dados e conclusão.
Fazer ciência implica expandir uma visão de mundo limitada para um conhecimento mais amplo e fundamentado em estudos rigorosos. Isso permite a continuidade do conhecimento, pois pode ser reavaliado e desenvolvido a partir de um fato objetivo. Para ser científico, o conhecimento precisa ter objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo cumulativo de conhecimento e objetividade.
compreender seu objeto de estudo: o ser humano. Apesar de ter surgido de questionamentos sobre o ser humano, abordando alma, mente, sentimentos, comportamento e aprendizagem, a psicologia vai além da intervenção psicológica, englobando elementos da biologia, economia, história e antropologia.
A diversidade do estudo humano é vasta, incluindo o comportamento, a consciência, o inconsciente e as relações. Partindo de várias vertentes filosóficas, os fenômenos psicológicos são variados. Bock, Furtado e Teixeira 1999, p. 22 afirmam que existem ciências psicológicas, não uma única psicologia, destacando que para os estudantes e psicólogos, tudo é relativo.
O behaviorismo evoluiu para entender o comportamento como interação entre indivíduo e ambiente, onde o ambiente estimula respostas comportamentais. Os termos chave, estímulo e resposta, são ações do organismo em resposta ao ambiente, permitindo a investigação experimental e a importância da interação humana com o ambiente.
Ivan Pavlov desenvolveu a teoria do condicionamento clássico, base teórica do behaviorismo. O condicionamento clássico refere-se a respostas involuntárias aos estímulos do ambiente, como a reação dos olhos à luz súbita ou o coração acelerado de um susto.
Reações também podem ser provocadas por associação a outro estímulo, tornando-se reflexos condicionados. Por exemplo, uma pessoa pode desenvolver medo e taquicardia de chuva forte após um trauma de sua casa desabando em uma tempestade. Após o incidente, o som da chuva se torna um estímulo condicionado que causa taquicardia.
O condicionamento operante é um método de aprendizagem baseado em consequências que influenciam a repetição de um comportamento através de reforço e punição. Por exemplo, num experimento, um rato recebe comida ao pressionar uma alavanca azul (reforço) e um choque ao pressionar uma alavanca vermelha (punição), levando-o a preferir a azul.
No dia a dia, comportamentos são mantidos ou diminuídos de acordo com as consequências. Se a criança chora e ganha colo, o choro é reforçado. Se apanha do irmão ao entrar no quarto, ela evita o quarto ou o irmão. Isso é um comportamento operante. Também há a extinção do comportamento: se a criança chora e não ganha colo, ou se o irmão para de agredi-la, ela pode mudar seu comportamento.
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Essa é principal base do behaviorismo, mas as práticas clínicas e estudos desenvolveram-se durante todo o século, e, a partir dessa matriz, outras importantes teorias surgiram, como a psicologia cognitivo-comportamental.
Até meados do século XX, a psicanálise dominava a psicoterapia, com o behaviorismo focado em análise comportamental. Entretanto, na década de 1950, a eficácia da psicanálise foi questionada, ampliando o crescimento das teorias comportamentais. Na década de 1960, insatisfeitos com ambos os modelos, terapeutas cognitivos como Beck, Bandura e Ellis começaram a destacar processos cognitivos no tratamento da depressão. Beck, conhecido por trabalhos sobre depressão e ansiedade, inaugurou a era cognitiva na psicoterapia.
Nessa nova perspectiva, a racionalidade direciona as ações humanas, não apenas o ambiente. Quando o paciente racionaliza as situações que causam
Quadro 2. As estruturas do aparelho psíquico.
histeria. Na época, muitos acreditavam que era uma doença das mulheres e que os sintomas eram fingidos. Anna O., uma inteligente jovem da aristocracia austríaca, começou a ter comportamentos como paralisações, alucinações, ficava estrábica e esquecia a língua materna (alemão), falando em inglês ou francês. Breuer iniciou o tratamento com hipnose, mas passou a tratá-la com a escuta, incentivando-a a falar o que estava em sua mente. Os sintomas melhoraram, e, então, se instaurou a técnica da associação livre, até hoje utilizada na psicanálise.
A teoria psicanalítica destaca a sexualidade infantil, descoberta por Freud através de neuroses na prática clínica. Ele percebeu que desejos reprimidos e conflitos sexuais centravam a vida psíquica do sujeito, com eventos traumáticos da infância causando sintomas adultos. Isso confirma que a sexualidade existe desde o início da vida, com um desenvolvimento longo e complexo para além da reprodução. A libido é a energia dos instintos sexuais, com cinco fases de desenvolvimento: oral, anal, fálica, latência e genital. A fase fálica, dos três aos cinco anos, inclui o complexo de Édipo, condicionando a personalidade do indivíduo.
Freud, na teoria psicanalítica, validava as falas dos pacientes, reais ou imaginadas, focando na realidade psíquica. Ele introduziu o conceito de pulsão , um estado de grande energia de autoconservação ou autodestruição. A psicanálise vê o sintoma como o resultado de um conflito entre o mecanismo de defesa e o desejo, sendo geralmente o ponto inicial da investigação psicanalítica.
Freud na teoria psicanalítica valorizava todos os relatos dos pacientes, reais ou imaginados, focando na realidade psíquica. Ele introduziu o conceito de pulsão , um estado de grande energia voltada para a autoconservação ou autodestruição. Além disso, a psicanálise considera o sintoma como um conflito entre a defesa e o desejo, geralmente o início da investigação psicanalítica.
A teoria psicanalítica, desenvolvida por Freud, aprofunda o entendimento da psique humana. Grande parte de sua obra, baseada em experiências pessoais, define a estrutura da personalidade. Como método terapêutico, a análise incentiva o autoconhecimento para cura através da interpretação de sonhos, palavras e atitudes. O psicanalista ajuda o paciente a entender seus comportamentos e o que eles significam em sua história e sofrimento.
A psicanálise, importante tanto na clínica terapêutica quanto na análise de fenômenos sociais, é mais do que os estereótipos associados a Freud. Contribuiu para a construção social e saúde mental, com influências de figuras como Jung, Klein, Anna Freud, Lacan e Winnicott. A psicanálise não é uma escola da psicologia, sendo independente e influenciando a atuação psicoterápica, mesmo entre psicólogos sem formação psicanalítica.
GESTALT
condições ambientais alteram nossa interpretação do que é percebido. A tendência da nossa percepção à boa forma também se relaciona à relação figura-fundo: formas mais claras facilitam a identificação da figura e do seu fundo.
Figura 3. Relação figura e fundo. Fonte Shutterstock. Acesso em: 11/09/2020.
A gestalt define o comportamento pelos estímulos ambientais, divididos em geográfico (físico) e comportamental (nossa interpretação subjetiva do físico). Nosso comportamento é moldado pela percepção deste último. Por exemplo, uma rua mal iluminada à noite pode ser percebida de maneira diferente por um morador de longa data e um visitante. Da mesma forma, um estádio pode ter diferentes significados dependendo se está lá para um jogo de futebol ou um show de banda desconhecida, seja como espectador ou trabalhador. A gestalt também valoriza o "insight", uma compreensão súbita e profunda de uma situação antes despercebida, geralmente após a compreensão do todo.
HUMANISTA
Enquanto o behaviorismo estava voltado para o comportamento, a psicanálise para o inconsciente e a gestalt para a percepção, a psicologia humanista buscou conhecer o ser humano em si, humanizando o aparelho psíquico e contrariando a visão do ser humano condicionado pelo mundo externo. Desejavam analisar as pessoas a partir de uma perspectiva mais positiva. Para eles, o ser humano tem total consciência do mundo e dos fenômenos à sua volta.
A psicologia humanista foca no conteúdo consciente, desejos e aspirações do ser humano, valorizando o livre arbítrio, autorrealização, espontaneidade e criatividade. Abraham Maslow, fundador do movimento, acreditava na tendência natural para a autorrealização, o auge da existência humana. Ele criou a pirâmide de Maslow, uma escala de necessidades que, quando todas satisfeitas, levam à autorrealização.
A psicologia existencialista vê o ser humano como livre e capaz de moldar seu futuro, sendo responsável por sua história. O psicodrama de Moreno usa dramatização para promover autoconhecimento. A psicologia humanista, embora varie, enfatiza que o ser humano está em constante transformação e é livre e responsável por suas escolhas, contrapondo-se às abordagens comportamentais, psicanalíticas e à divisão mente-corpo.