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Abdômen agudo perfurativo, Resumos de Medicina

Conteúdo sobre clínica, diagnóstico e tratamento

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 05/07/2025

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felipe-costa-qud 🇧🇷

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Rio Verde, 19 de Setembro de 2020.
Nome: Ana Carolina de Sousa Andrade
Professora: Dra Uiara
Abdome Agudo Perfurativo
CONCEITO E INCIDÊNCIA: O abdome agudo perfurativo é uma das síndromes mais frequentes entre as
urgências abdominais não-traumáticas. A perfuração de vísceras ocas pode ocorrer devido a processos inflamatórios
(úlceras pépticas, doenças inflamatórias intestinais), neoplásicos e infecciosos do aparelho digestivo (infecções por
Salmonella tiphy, citomegalovírus, tuberculose intestinal etc.) ou a uso de medicamentos (antiinflamatórios). Pode
ainda ser decorrente da ingestão de corpos estranhos, traumatismos e iatrogenias (procedimentos diagnósticos e
terapêuticos). Ainda hoje, a mortalidade da perfuração visceral se encontra entre 8 e 10%.
QUADRO CLÍNICO: De modo geral, o quadro clínico é caracterizado pelos seguintes parâmetros:
oIntervalo curto entre o início da dor e a chegada ao serviço de emergência;
oDor súbita, de forte intensidade, com difusão rápida para todo o abdome, agravada pelo movimento,
acompanhada por náuseas e vômitos, febre, alteração de ritmo intestinal.
oO quadro clínico dependerá do tamanho da lesão, quantidade de líquido extravasado, comorbidades,
situação de nutrição e tempo de atendimento
oSinais de sepse, hipotensão ou choque estão frequentemente presentes;
oNo exame do abdome, há sinais evidentes de peritonite, ausência de macicez hepática (sinal de Jobert) e de
ruídos hidroaéreos.
oOs pacientes com abdome agudo perfurativo apresentam uma rigidez abdominal muito pronunciada
(abdome em tábua).
oDesconforto respiratório: o acumulo de gás pode comprometer a musculatura diafragmática
oA dor pode ser lombar, nos casos de perfurações retroperitoneais, ou irradiarem para os ombros nos casos
de perfuração em abdome superior que irritam o diafragma.
oDistensão abdominal
oPneumoperitônio perfuração de víscera oca
A intensidade dos sintomas e a gravidade do quadro clínico dependerão do local e do tempo de evolução da perfuração,
do tipo de secreção extravasada e das condições do doente. Inicialmente, ocorre uma inflamação peritoneal de
natureza química, principalmente nas perfurações altas do trato digestivo, seguida de invasão bacteriana secundária e
progressivo processo infeccioso, com repercussões locais e sistêmicas. Em relação ao intestino grosso, a peritonite é
séptica desde o início. Algumas vezes, a sintomatologia não é tão exuberante, podendo estar “mascarada” por sintomas
decorrentes de afecções clínicas associadas comuns em doentes idosos e imunossuprimidos. As perfurações podem
ocorrer em peritônio livre com extravasamento de líquido e difusão por toda a cavidade abdominal ou, então, se
apresentar de forma bloqueada, com dor e sinais peritoneais localizados, correspondentes à topografia da víscera
comprometida. Em tais situações, pode haver retardo no diagnóstico e tratamento da doença.
Uma série de parâmetros devem ser levados em consideração no diagnóstico e na avaliação do doente portador de
abdome agudo perfurativo:
• Peritonite química ou bacteriana; Química- perfuração alta, perto do estômago; bacteriana – perfuração baixa,
sepse mais rápida nas bactérias
• Nível da perfuração;
• Tempo de evolução da perfuração;
• Manifestações sistêmicas ou abdominais exclusivas;
• Perfuração bloqueada ou em peritônio livre;
• Etiologia da perfuração.
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Rio Verde, 19 de Setembro de 2020. Nome: Ana Carolina de Sousa Andrade Professora: Dra Uiara

Abdome Agudo Perfurativo

CONCEITO E INCIDÊNCIA: O abdome agudo perfurativo é uma das síndromes mais frequentes entre as urgências abdominais não-traumáticas. A perfuração de vísceras ocas pode ocorrer devido a processos inflamatórios (úlceras pépticas, doenças inflamatórias intestinais), neoplásicos e infecciosos do aparelho digestivo (infecções por Salmonella tiphy, citomegalovírus, tuberculose intestinal etc.) ou a uso de medicamentos (antiinflamatórios). Pode ainda ser decorrente da ingestão de corpos estranhos, traumatismos e iatrogenias (procedimentos diagnósticos e terapêuticos). Ainda hoje, a mortalidade da perfuração visceral se encontra entre 8 e 10%.  QUADRO CLÍNICO: De modo geral, o quadro clínico é caracterizado pelos seguintes parâmetros: o Intervalo curto entre o início da dor e a chegada ao serviço de emergência; o Dor súbita, de forte intensidade, com difusão rápida para todo o abdome, agravada pelo movimento, acompanhada por náuseas e vômitos, febre, alteração de ritmo intestinal. o O quadro clínico dependerá do tamanho da lesão, quantidade de líquido extravasado, comorbidades, situação de nutrição e tempo de atendimento o Sinais de sepse, hipotensão ou choque estão frequentemente presentes; o No exame do abdome, há sinais evidentes de peritonite, ausência de macicez hepática (sinal de Jobert) e de ruídos hidroaéreos. o Os pacientes com abdome agudo perfurativo apresentam uma rigidez abdominal muito pronunciada (abdome em tábua). o Desconforto respiratório: o acumulo de gás pode comprometer a musculatura diafragmática o A dor pode ser lombar, nos casos de perfurações retroperitoneais, ou irradiarem para os ombros nos casos de perfuração em abdome superior que irritam o diafragma. o Distensão abdominal o Pneumoperitônio perfuração de víscera oca A intensidade dos sintomas e a gravidade do quadro clínico dependerão do local e do tempo de evolução da perfuração, do tipo de secreção extravasada e das condições do doente. Inicialmente, ocorre uma inflamação peritoneal de natureza química, principalmente nas perfurações altas do trato digestivo, seguida de invasão bacteriana secundária e progressivo processo infeccioso, com repercussões locais e sistêmicas. Em relação ao intestino grosso, a peritonite é séptica desde o início. Algumas vezes, a sintomatologia não é tão exuberante, podendo estar “mascarada” por sintomas decorrentes de afecções clínicas associadas comuns em doentes idosos e imunossuprimidos. As perfurações podem ocorrer em peritônio livre com extravasamento de líquido e difusão por toda a cavidade abdominal ou, então, se apresentar de forma bloqueada, com dor e sinais peritoneais localizados, correspondentes à topografia da víscera comprometida. Em tais situações, pode haver retardo no diagnóstico e tratamento da doença. Uma série de parâmetros devem ser levados em consideração no diagnóstico e na avaliação do doente portador de abdome agudo perfurativo:

  • Peritonite química ou bacteriana; Química- perfuração alta, perto do estômago; bacteriana – perfuração baixa, sepse mais rápida nas bactérias
  • Nível da perfuração;
  • Tempo de evolução da perfuração;
  • Manifestações sistêmicas ou abdominais exclusivas;
  • Perfuração bloqueada ou em peritônio livre;
  • Etiologia da perfuração.

Nas perfurações altas, como por exemplo, as causadas pela úlcera péptica, os sucos digestivos que extravasam, levam a uma peritonite química, seguido de proliferação bacteriana e consequente processo infeccioso. Nas perfurações baixas do trato digestivo, a peritonite é infecciosa desde o início, evoluindo rapidamente de um quadro focal, para um sistêmico. Outro fator que interfere na localização, intensidade e gravidade do quadro é o grau de distribuição dos líquidos extravasados na cavidade abdominal. Pode haver um bloqueio parcial da área lesionada, com consequente localização da dor e dos sinais de peritonite. O tempo decorrido do início do quadro até a intervenção médica e a etiologia da perfuração, também são fatores determinantes da evolução e desfecho do caso. Tem como fatores etiológicos processos inflamatórios (Úlcera péptica, Crohn), infecções por salmonella, citomegalovírus, tuberculose intestinal e neoplasia intestinal e iatrogênicas (procedimentos diagnósticos e terapêuticos). O quadro abaixo mostra as principais causas de abdome perfurativo não traumático. Diagnóstico: Se baseia na história clínica minuciosa, exame físico criterioso e exame de imagem.  Exames laboratoriais são inespecíficos: -Hemograma com leucocitose com desvio a esquerda -PCR e VHS elevado -Aumento do lactato -Gasometria -Diagnóstico por imagem: A característica principal é a presença de ar e/ou líquido na cavidade peritoneal, retroperitônio ou na parede dos órgãos.

  • Em 75-80% dos casos há pneumoperitônio
  • Em 20-25% não achamos o pneumoperitônio devido ao bloqueio no local da perfuração (com o epíplon, por exemplo) ou a ausência de gás no segmento perfurado. A radiografia simples é o exame inicial de escolha.
  • O quadrante superior direito é onde mais frequentemente vemos ar livre – deve ser avaliado cuidadosamente.
  • Sensibilidade varia entre 50-70% - pode ser elevada se o paciente permanecer na posição da incidência por 10- minutos. Incidências:
  • Tórax em ortostase em AP + decúbito lateral esquerdo com raios horizontais
  • Decúbito horizontal: tem sensibilidade inferior, porém pode ser a única incidência possível.
  • Ortostase: ar entre o diafragma e o fígado ou estômago. 50%: acumula abaixo do fígado ou no espaço hepatorrenal → vemos uma imagem linear ou elíptica
  • Decúbito lateral: ar entre o fígado e a parede abdominal lateral.
  • Decúbito dorsal: o Sinal de Rigler: vemos o delineamento da parede gástrica ou intestinal pela presença de gás na luz e na cavidade peritoneal o Sinal do ligamento falciforme: o gás tende a delinear estruturas que normalmente não são vistas (ligamento falciforme, ligamentos umbilicais). Assim, o ligamento se torna radiopaco. o Sinal do úraco: o úraco torna-se radiopaco o Sinal do “V” invertido: os ligamentos umbilicais laterais são visualizados Diagnósticos diferenciais na imagem: ▪ Síndrome de Chilaiditi: quando há alças interpostas entre a superfície hepática anterior e a cúpula diafragmática ▪ Gordura subdiafragmática retroperitoneal ou entre o fígado e o diagrama ▪ Pneumotórax e atelectasias basais ▪ Distensão de vísceras ocas ▪ Abcessos ▪ Divertículo no estômago A tomografia computadorizada é um método excelente, com sensibilidade e especificidade elevada. Tem como características:
  • Sensibilidade superior a radiografia simples