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Sergio Alfredo Macore / Helldriver Rapper Morada: Pemba - Cabo Delgado - Mozambique / Actividade economica
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
O Circuito Económico. A Empresa Os Fluxos da Actividade Económica: Reais e Financeiros.
Generalidades
Antes de prosseguir com o entendimento da actividade economica, importa perceber sobre a ciencia que se ocupa no seu estudo, a Economia. De entre as varias difinicoes de que as literaturas disponibilizam, chegamos ao entendimento de que Economia, e uma das várias ciências sociais, debruçando-se sobre o problema da escolha da melhor aplicação a qualquer recurso escasso.
A natureza oferece ao homem um vasto conjunto de recursos que este transforma, de maneira a satisfazer as suas necessidades. Porém estes recursos não são ilimitados, pelo contrário, eles são escassos e finitos, havendo que ponderar a sua utilização.
Assim torna-se necessário realizar escolhas a fazer opções de como utilizar os recursos escassos para satisfazer as necessidades humanas, que são múltiplas e ilimitadas. Este enorme trabalho, em estudar directrizes de utilizar os recursos ilimitados na forma mais optima possivel, deriva do principal problema economico, a escassez.
Escassez, constitui o principal problema económico e que resulta do facto de as necessidades serem ilimitadas perante os recursos disponíveis que são escassos.
Actividade Económica
A expressão Actividade Económica, designa o conjunto de tarefas realizadas pelos diferentes agentes económicos com vista à obtenção do bens e servicos, necessários à satisfação das suas necessidades através da utilização racional e eficiente dos recursos disponíveis. Neste conceito de actividade económica estão incluídas actividades como o consumo, produção, regulamentação, repartição do rendimento, exportação, importação, entre outras.
A nossa vida quotidiana identifica-se com a actividade económica, visto que a maioria das tarefas e realizações do Homem visam a satisfação das necessidades. Essa actividade é económica porque produz bens e serviços utilizando convenientemente os recursos escassos.
Agentes Económicos
Denomona-se Agente Economico, qualquer individuo ou entidade que intervém na actividade económica exercendo pelo menos uma função económica. De entre eles, encontramos:
a) Famílias: cuja principal função é consumir; b) Empresas: cuja grande função é a produção de bens e serviços; c) Estado: sendo a sua principal função a satisfação das necessidades da colectividade; d) Resto do Mundo: engloba o conjunto de operações económicas entre os residentes de um país e os residentes noutros países.
Todavia quando observamos o comportamento dos agentes económicos, podemos fazê-lo de acordo com duas perspectivas:
Cada um dos agentes económicos utiliza os rendimentos recebidos para efectuar os seus consumos e constituir poupança.
1.2. O Circuito Económico e os Fluxos da Actividade Economica
Um Circuito Económico é uma representação dos Fluxos Reais e Monetários e/ou Financeiros entre agentes económicos que permite uma visão simplificada da realidade económica.
Os fluxos reais correspondem a fluxos de bens e serviços e, os fluxos monetários/financeiros dizem respeito a movimentos de moeda. Dada a complexidade da realidade, é óbvio que não podemos representar todos os fluxos entre os mais diversos agentes económicos, mas apenas, como já foi referido, os principais.
1º Circuito Económico: Famílias e Empresas
Este é o circuito mais elementar para explicar o funcionamento de uma economia, pois representa os dois principais agentes económicos agregados: as Famílias (as unidades de consumo) e as Empresas (as unidades de produção).
As unidades de consumo vão consumir bens e serviços vendidos pelas Empresas e vão receber salários pelo aluguer do seu trabalho. Como as Famílias são proprietárias das Empresas e fornecem capital (meios de produção) têm direito aos lucros destas últimas.
Bens e Serviços
Trabalho + Capital
Despesas em Bens e Serviços
Salários + Lucros
fluxos reais
fluxos monetários
Neste circuito admitimos ainda que estamos num quadro de autarcia (economia fechada) e que não há qualquer poupança por parte destes dois agentes: tudo que é recebido sob a forma de salários e lucros pelas Famílias é gasto em compras de bens e serviços; as Empresas, por seu lado, não retêm quaisquer lucros, sendo estes integralmente distribuídos aos seus detentores.
2º Circuito Económico: Famílias, Empresas e Estado
Neste circuito, admitindo ainda as hipóteses de economia fechada e ausência de poupança, iremos introduzir um terceiro agente, o Estado. O Estado, como sabemos, desempenha um papel importantíssimo nas actuais economias:
(1) é o agente que regula toda a actividade económica; (2) é um importante consumidor de bens e serviços (basta, por exemplo, considerar o volume das Obras Públicas no Produto Nacional); (3) é o principal promotor do bem-estar social
Despesas em Bens e Serviços
Salários + Lucros
Impostos
Salários + Transferências
Impostos
Gastos Públicos Poupança + Subsídios do Estado
Poupança das Famílias Poupança das Empresas
Investimento
4º Circuito Económico: Famílias, Empresas, Estado, Capital e Exterior
Resta-nos agora completar o nosso mapa de fluxos monetários introduzindo os países
terceiros com os quais a nossa economia tem relações comerciais. Com a inclusão do Exterior já tornamos a nossa análise muito próxima da realidade.
FAMÍLIAS EMPRESAS C
ESTADO
T (^) F T (^) E
W S + Tr
S (^) F S (^) E
I
G + Sub
W (^) E+ R
EXTERIOR X
M
S (^) X
CAPITAL
Como simplificação, admitimos que as Empresas são as únicas entidades que importam e exportam, logo todo o consumo, quer das Famílias quer do Estado, será de bens e serviços produzidos internamente ou importados.
Em primeiro lugar, uma breve e esclarecedora nota sobre o sentido dos fluxos: as nossas exportações (X) correspondem a entradas de moeda nas nossas Empresas (saídas de moeda do Exterior) e as nossa s importações (M) representam fluxos monetários em sentido contrário (saídas de moeda das nossas
Empresas e entradas de moeda para o Exterior). Não se deve, pois, confundir fluxos reais com outros de natureza monetária. Em segundo lugar, há que acrescentar uma nova equação de equilíbrio para o Exterior e fazer algumas alterações às equações das Empresas e conta Capital: Empresa
Antes de prosseguir-se com o estudo da contabilidade, é necessario entender o conceito de empresa, pois, é sobre ela que os
procedimentos contabilísticos incidem. Podemos defini-la, sob o ponto de vista de vários autores.
Empresa, é um conjunto organizado de meios materiais e humanos, virados a produção de bens e serviços”. (Elementos de contabilidade geral, Rei dos Livros). Em outra vertente, “Empresa é um conjunto de homens que se entregam, de forma sistemática, a uma actividade de criação de exedentes” ( Economia de empresas, ISE-Adaptado).
“Do ponto de vista éconómico, uma empresa é um conjunto dos factores de produção materiais e imateriais, reunidos sob a autoridade de um indivíduo (empresário) ou de um grupo, para atrair por meio de produção de bens e serviços uma clientela e daí obter um rendimento monetário”. (Dicionário de Gestão, Publicações D_._ Quixote).
Das definições que acabamos de apresentar, podemos sempre concluir que: Empresa é uma unidade de meios humanos, materiais e financeiros organizados e tem por objectivo, através de produção e/ou venda de bens e serviços , satisfazer necessides da comunidade onde se encontra.
Estes três elementos coexistem influenciando-se uns aos outros de modo a atingir o objectivo ou objectivos da empresa. O termo objectivo, significa metas a atingir ou tarefas a executar global ou sectorialmente na empresa. Os objectivos podem ser estratégicos ou tácitos.
Os estratégicos relacionam-se com o conceito geral da empresa no futuro e com as estratégias escolhidas; os tácitos, englobam acções detalhadas dentro de uma estratégia geral.
Regra geral, as empresas são constituidas sem horizonte temporal definido, entretanto, ela, assim como outras organizações, observam um ciclo de vida, dividido em três fases:
Instituicional - Esta é a fase da criação da empresa. Aqui, decide-se a combinação dos recursos inerentes ao seu funcionamento; Execução – Nesta fase, a empresa se encontra em funcionamento. É neste período em que se observa a produção de bens e serviços e é o mais longo, pois, verificam-se todos os fluxos economicos, reais e financeiros. Liquidação – Nesta fase, procede-se a liquidação (extinção) da empresa. Entretanto, nem todas as empresas, necessariamente têm que passar por esta fase, pois, há organizações constituidas sem horizonte temporal definido.
Na sua classificação, podemos encontrar as empresas, subdivididas em, empresas comerciais e industriais.
As empresas comerciais, compram bens, e os vendem no mesmo estado que adiquirem (mercadorias). As empresas industriais, adquirem materias-primas, transformam-nas para a sua posterior venda (productos acabados). As empresas prestadoras de servicos, tem a funcao de prestacao de servicos, que nas suas vendas as fazem de forma imaterial.
É importantíssimo saber que, a concepção de uma empresa, seja ela grande, média ou pequena, com ou sem fins lucrativos, não se torna possível sem a adopção de uma série de princípios administrativos.
Daí que, há necessidade de se obter informações regulares sobre o andamento dos negócios. Nesta fase destaca-se a notabilidade da contabilidade , como um forte “Instrumento de Gestão”. Ela funciona como se de um termómetro se trata-se, pois, é necessário medir a situação da empresa a todo momento, uma vez que devem apurar-se os resultados, elaborarem- se os balanços, aprovarem-se as contas, etc.
A avaliação da situação da empresa é feita em períodos distintos, designados por período administrativo, contabilístico ou exercício económico. O exercício económico tem o lapso do 1 ano (12 meses), o qual coinscide com o ano civil. Porquanto, há que destinguir o ano civil do comercial, o que convencionalmente contemplam, 365 e 360 dias, respectivamente.
Noção de Contabilidade. A informação Contabilística.
O verdadeiro técnico de contabilidade, deve estar apto em qualquer momento a responder a questões como as seguintes:
Quanto possui a empresa? Qual o valor dos stocks existentes em armazem? Qual a relação devedora ou credora em relação àqueles com quem a empresa estabelece relações comerciais? Como se estão a processar a liquidação dos débitos à terceiros e o recebimento dos créditos concedidos?
Porquanto, remetemo-nos a questão da definição da contabilidade, segundo a maioria dos autores:
De acordo com o Professor Gonçalves da Silva (1992), “a contabilidade é a tecnica de relevação patrimonial”. A revelação patrimonial consiste na descrição, na colocação em evidência, de determinados factos.
Assume-se também, que a contabilidade é a técnica de registo e de representação de todas as transformações sofridas pelo património de qualquer entidade económica durante o exercício da sua actividade, do modo a saber em qualquer momento a sua composição e o seu valor.
A contabilidade pode ser definida ainda como sendo um registo ordenado e sistemático de valores de transacções comerciais e financeiras de um indivíduo ou de um empreendimento (negócio), a determinação dos seus resultados e o fornecimento de informações económico- financeiras para posteriores análises financeiras como base para a tomada de decisões.
De acordo com estas definições, ao nosso entender, a contabilidade é uma técnica de gestão que tem em vista a determinação da situação patrimonial das empresas, num dado momento. Fundamentalmente, a contabilidade é, contudo, um processo que consiste em três actividades, nomeadamente:
O denominador universal da contabilidade ou a unidade comum de medida na contabilidade é a moeda, no caso moçambicano o metical. Isto significa que todas as transacções devem ser convertidas em unidades monetárias antecedendo o seu processamento. O uso deste denominador comum é acompanhado das seguintes limitações:
a) Objecto - Toda a ciência tem objecto de estudo definido. A contabilidade tem por objecto o estudo do património. b) Finalidade - A Contabilidade é uma técnica que tem como finalidade descrever e
registar os factos patrimoniais ocorridos, tendo em vista conhecer:
A posição devedora ou credora da empresa em relação aos que com ela transaccionam bens e serviços; A composição e valor do património; O custo dos bens e serviços vendidos; Origem e a causa dos encargos e rendimentos;
As informações contabilísticas classificam-se em:
Externas – São as que respeitam às operações realizadas com o exterior, as relativas a operações externas, como por exemplo: as compras a fornecedores, vendas a clientes, pagamentos de impostos, descontos obtidos nas compras, etc;
Internas – São as que dizem respeito à operações internas, as realizadas dentro da própria empresa, como por exemplo: Processamento e pagamento de salários aos trabalhadores, requisições ou transferências de matérias-primas do armazém para a fábrica, custos de produção, etc.
REQUISITOS DA INFORMACAO CONTABILISTICA
Para que uma informação seja considerada de utilidade contabilística, deve reunir os seguintes requisitos:
Relevância – Significa que a informação deve fornecer um elemento de resposta a uma questão e orientar a acção;
Oportunidade ou actualidade – A informação deve ser fornecida no momento necessário;
Quantificação – Quer dizer que a informação contabilística deve ser quantificável, pode ser expressa em números, geralmente representativos de unidades monetárias;
Economicidade – O custo da informação não deve ser superior à vantagem que ela proporciona;
Objectividade – A informação deve conduzir as pessoas aos mesmos resultados;
Verificabilidade – a informação deve ser aquela que seria obtida por indivíduos que trabalhassem independentemente uns dos outros.
Neutralidade – a informação deve estar isenta de erros, omissões, vícios
As informações contabilísticas são requeridas por vários utilizadores os quais as analisam para diversas decisões e para vários propósitos. Os Principais interessados são:
Planeamento, que comporta a determinação dos objectivos da empresa e a definição de estratégias que os permitam atingir; Organização, que significa o estabelecimento de estruturas para assentar e cumprir os planos; Controlo, que identifica os desvios das realizações em relação às acções planeadas e a tomada de medidas correctivas necessárias.
b) Contabilidade histórica, dá a conhecer o que efectivamente se fez e proporciona uma visão retrospectiva da gestão. Mostra- nos até que ponto os objectivos fixados foram alcançados. É de facto, uma contabilidade que reflecte o passado, sendo contudo fundamental para o estabelecimento e controlo da contabilidade previsional.
A Contabilidade Aplicada às unidades económicas de variada natureza, dimensões e objectivos, com distintas necessidades de informação, pode distinguir-se em:
Bancária; De seguros; Agrícola; Industrial; Etc.
Para a acompanhar as transformações patrimoniais a contabilidade dispõe de vários meios ou instrumentos e, de distintos processos subordinados a certos princípios.
a) os instrumentos têm carácter material, são coisas ou objectos que se utilizam na execução do trabalho contabilístico. eX.: livros, máquinas, impressos, etc.
b) os processos têm carácter formal, são as várias maneiras de agir ou de operar para se alcançar o fim em vista. Consiste em descrições, medições, resumos e comparações. Podem ser contáveis ou extra-contáveis.
De entre os princípios contabilísticos, destacam- se:
1- Princípio da Continuidade – Considera-se que a empresa opera continuamente e com duração ilimitada; 2- Princípio de Consistência – considera-se que a empresa não altera as suas políticas contabilísticas de um exercício para o outro; 3- Princípio de Especialização Económica dos Exercícios – Os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos independentemente dos seus recebimentos ou pagamentos, devendo incluir-se nas demonstrações dos períodos a que respeitam; 4- Princípio de Custo Histórico – em que os registos contabilísticos devem basear-se em custos de aquisição ou de produção; 5- Princípio de Prudência – quando não existe certeza acerca do valor dum bem ou evento (mercadorias, obrigação, receita, despesas, etc.) deve ser aplicado este princípio, o que significa que devem constar nas demonstrações financeiras pelos seus valores aproximados, não devendo ser exagerados;
Os Técnicos de Contas são indivíduos que pelos seus conhecimentos teóricos e práticos se encontram habilitados a organizar, executar ou fiscalizar serviços de contabilidade. A sua maior ou menor competência depende não só da preparação contabilistica, mas também do conhecimento do Direito Comercial, Matemática, Legislação fiscal, Estatística económica, organização e administração de empresas, etc. importa lhes saber a que respeitam e o que significam os números por eles manejados.
Categorias de Técnicos de Contas
1- Guarda-livros (Escriturário) – É o empregado que tem a seu cargo a escrituração da empresa, compete-lhe processar dados e fornecer informações utilizáveis para diferentes fins e por diferentes interessados; O guarda-livros deve ter no mínimo a formação básica em contabilidade (10ª classe comercial) ou com 10 anos de experiência como escriturário “A”. Deve assegurar a recolha, tratamento e escrituração de dados relativos a operações contabilísticas, conferir a classificação de
documentos segundo o PGC, proceder o registo de livros de contabilidade.
2- Contabilista – É o técnico com longa prática e sólidos conhecimentos teóricos cuja profissão consiste em montar a escrita, inspeccionar a precisão ou dirigir superiormente os serviços de contabilidade;
3- Revisor, Verificador ou Auditor – É o contabilista encarregado do exame e apreciação de escritura e até certo ponto da gestão da empresa.
O contabilista planeia, o guarda-livros executa e o auditor confere e certifica.
Tarefas de Técnicos de Contas
Estes têm como tarefas executar: 1- Planos financeiros de instalação e exercício da empresa; 2- Planos de organização contabilistica, montagem de escrita; 3- Relevações cronológicas e sistemáticas das operações; 4- Elaboração de inventários; 5- Elaboração e apreciação de Balanços, Balancetes, demonstração de Resultados, etc; 6- Registo das operações (Diário, Razão, e outros documentos); 7- Abertura e encerramento de escritas; 8- Apreciação de documentos contabilísticos; 9- Interpretação de resultados; 10- Planos de financiamentos e de investimentos.
RELAÇÕES DA CONTABILIDADE COM OUTRAS DISCIPLINAS
Relações Formais
Se as informações contabilísticas interessam a generalidade das pessoas (administradores,
sócios, pessoal, fornecedores, Estado, etc.) compreende-se que a contabilidade tem relações formais, especialmente com:
Relações Instrumentais
a contabilidade está relacionada com a Matemática, Estatística e outras técnicas quantitativas, na medida em que utiliza estas ciências como instrumentos para a consecução dos seus fins.
Relações Essenciais
Como ciência de natureza económica ela está relacionada com a Economia, muito especialmente com a Economia de Empresas, com a qual chega a ser confundida, pois entre elas existem algumas diferenças:
a) Enquanto que a Economia de Empresas estuda a natureza dos fenómenos económicos-empresariais, a Contabilidade apenas estuda os seus efeitos quantitativos; b) Enquanto que a Economia da Empresa estuda a combinação óptima dos factores de produção, com vista a obtenção dos melhores resultados, a Contabilidade apenas estuda a captação, medição e representação da realidade observada e os desvios entre o que devia ser e o que foi; c) Enquanto a economia da Empresa se preocupa essencialmente com a tomada de decisões, a Contabilidade apenas se preocupa com a obtenção das informações que possam servir de base àquela decisões.
Noção e Classificação Massas Patrimoniais Valor do Património e da Situação Líquida, Estrutura Económica e Financeira Factos Patrimoniais
Generalidades
As empresas, para funcionarem precizam deter um conjunto valores, da sua posse, representados nas mais diversificadas formas, seja, viaturas, edificios, máquinas, dinheiro, mobiliário,
entre outros, que contribuem para o desenvolvimento da sua actividade.
Entretanto, nem todos os valores usados no desenvolvimento da sua actividade, são integralmente da sua posse, por que, esta, estabelece
Dinheiro em caixa; 1 viatura “ Mazda” para fins comerciais; Diverso Mobiliário de escritório; Valores a receber de Augusto Mendes pela venda de mercadorias; Dinheiro a pagar ao fornecedor F.
Pretende-se que se distingam as categorias (bens, direitos e obrigações) no Património ora apresentado.
Para responder a esta questão, basta recordar que, os bens são valores da empresa e sob a sua posse (valores activos), os direitos valores da empresa sob a posse de terceiros (valores activos), e obrigações valores de terceiros sob posse e gestão da empresa (valores passivos).
Assim:
Os bens (valores activos)=(dinheiro, viatura, mobiliário). Os direitos sobre terceiros (valores activos)= (valores a receber). As obrigações para com terceiros (valores passivos)= (dinheiro a pagar).
Aplicação
Em 31 de Dezembro de 2009, o património da KLM LDA, que se dedica ao comércio de artigos para a praia e campo, era constituido pelos seguintes elementos: (valores em meticais)
Dinheiro em cofre 15 tendas de campismo “modelo familiar ” Dívida à Sociedade Campo & Praia, Lda 60 chapeus de sol, a 6.000, 10 pranchas de widsurf, a 240.000, Dívida do cliente Zayd 2 secretárias c/cadeira 1 ficheiro metálico. Dívida à Nauticampo, SA 1 máquina de escrever Empréstimo do BIM 1000 obrigações do Tesouro Um edifício Factura à Santos, Lda Crédito sobre António Amaral Factura de J.K Lda Débito ao Ministério das pescas Facturas da EDM 1 carrinha
Pretende-se: Por meio de um (X), assinale na coluna respectiva, Bem, Direito, Obrigação, Activo, Passivo.
Na classificação de qualquer património, importa referir que ele subdivide-se em, património comercial e particular ou individual. Esta separação é fundamental, porque é importante conhecer o que está alocado a gestão empresarial (pessoas jurídicas), tais como, mercadorias, equipamentos, instalações, etc., e o que pertence ao comerciante na qualidade de pessoa física, tais como, utensílios de uso doméstico, habitação particular, etc.
De acordo com o Prof. Gonçalves da Silva – Contab. Geral Vol. 1, o património comercial, é o conjunto de valores utilizados pelo comerciante na sua actividade comercial, porém, os valores pertencentes a esse comerciante mas não afectos àquela actividade (ex. Os utencílios domésticos) não devem ser considerados seu património comercial, são sim, seu património como pessoa
física
Consideremos o seguinte caso: O património do comerciante Momade Rafik, que se dedica ao comércio de milho, em 1/10/2009:
Repare que nesta listagem podemos identificar dois tipos de património com carracterísticas diferentes:
Património particular ou individual – conjunto de bens, direito e obrigações meramente pessoais [elementos da listagem designados por (2), (6), (8)] O património comercial – Conjunto de bens, direitos e obrigações directamente relacionados com a actividade do comerciante. [Elementos da listagem desigandos por, (1), (3), (4), (5), (7), (9), (10), (11)]
o Cada componente de um dado património (ex. As mercadorias, máquinas, viaturas, etc) denomina-se de elemento patrimonial.
Pedro Simões, em Pemba, dedica-se ao comércio de productos lácteos. Considere o conjunto de elementos que constituiam o seu património, em 15 de Outubro do ano passado.
em 5 anos) IVA à pagar
Pretende-se: Por meio de um (X), assinale na coluna respectiva, Bem, Direito, Obrigação, Activo, Passivo
Do património do comerciante XX, retalhista de confecções, retiramos as seguintes informações
Carinha Ford Crédito à K ,lda 25 camisolas de lã à 4.000, Armário metálico Débito à Empresa de confecções de Pemba 50 camisolas à 6.000, Dinheiro em cofre Débito do cliente Campos lda 10 impermeáveis “Tapa-chuva” à 5.000, Depósito à ordem no BTA Máquina de escrever “Royal” 10 fardos de camisas à 13.000, 250 camisolas “mimix” à 4.000, Depósito à ordem no BNU Estabelecimento comercial na rua 12 Letra a receber do cliente Dinis, Lda Dívida à Lander, SA Letras à pagar aos Grandes Armazéns de Pemba, Lda Dívida ao credor J.J. Gonçalves, lda pela aquisição de mobiliário diverso Empréstimo do BTA (a amortizar em 5 anos Saque de AM, Lda Aceite de JJ Despesas de constituição da firma 300 notas de 100
Em 31 de Dezembro de 2009, o património de XX, Lda., que se dedica à venda de electrodomésticos, era assim constituído: (valores em meticais)
Numerário em cofre Depósito à ordem no BIM Depósito à ordem no BCI Letra a receber do cliente C Letra a receber do cliente D 100 caixotes de madeira, considerados embalagens retornáveis Dívida à KM, SA, por fornecimento de bens para o imobilizado 30 frigoríficos philips 10 televisores grunding Uma carinha Mazda Uma empilhadora Toyota Dívida à Companhia Electrónica de Moçambique, Lda Letra a pagar à Electronica do Norte, SA Empréstimo do Barclays (a amortizar em 10 anos) Crédito bancário para meios circulantes Débito à comercial Lda Crédito de António Marques Vales de correio 1 armazém Saque de S. Martins Aceite á antónio marques Débito sobre Morgado
Noção Compreensão e extensão Representação gráfica Classificação e caracterização das contas Métodos de registo contabilísticos Contas colectivas, divisionárias e singulares
Noção, partes constitutivas e representação gráfica.
Diáriamente as empresas efectuam um grande número de operações traduzidas por factos patrimoniais. E, a contabilidade utiliza um processo que lhe permite com facilidade registar todas as variações patrimoniais: a conta.
Conta é, o conjunto ou classe de elementos patrimoniais com carracterísticas comuns, expressos em unidade de valor.
Isto é, esses elementos podem ser mensuráveis, ou seja, traduzidos numa unidade de valor comum. De outro modo digamos que, transformaram-se as matérias ou os objectos, em valores, possibilitando a sua comensurabilidade.
Um televisor e um livro apresentam-se com carracterísticas, físicas, funcionais, entre outras, totalmente diferentes, mas, graças à sua quantificação (tradução na mesma unidade) podem facilmente ser comparáveis e, é graças a essa quantificação que o trabalho contabilístico se pode levar a cabo nas unidades económicas.
Daí que consoante a sua natureza ou função que desempenhem na empresa, os valores patrimoniais possam ser agrupados em classes com carracterísticas comuns. Chega-se assim à noção de Conta, como já foi referido, seja, é um conjunto de elementos patrimoiais com carracterísticas comuns, expressos em unidade de valor.
A Conta obdece à dois requisitos fundamentais:
Homogeneidade – A Conta só deve conter elementos que tenham as carracterísticas que ela difine; Assim, a dívida de um Cliente à empresa, nunca pode ser registada numa Conta que não indique uma dívida a receber, ou seja, a Conta em que aquela for
registada deve incluir apenas os elementos que possuem a mesma carracterística: valores que a empresa tem direito a receber.
Integralidade – Todos os elementos que tenham a mesma carracterística, devem estar incluidos na mesma conta. Deste modo, a conta mercadoria deve incluir todos os tipos de mercadorias tranzacionadas pela empresa, assim como as suas variações.
PARTES CONSTITUTIVAS DA CONTA
Numa conta há a considerar:
a) O TÍTULO (Denominação própria)
O título é a expressão ou palavra por que se designa a conta. Deve ser escolhido de tal forma que revele imediatamente a naturesa dos elementos que a compõem, isto é, nos dê a conhecer o seu conteúdo.
Tem como finalidade identificar a conta e, distingui-la de todas as outras, pelo que será fixo e imutável. E, deve ser claro no que respeita as carracterísticas comuns dos elementos a que diz respeito.
Por exemplo, os escritórios das empresas estão geralmente equipados com móveis diversos, tais como, secretárias, estantes, cadeiras entre outros. Todos esses elementos possuem a carracterítica comum de se destinarem ao indispensável apetrechamento dos escritórios; a denominação para a conta que englobe estes elementos poderá ser, Mobiliário de Escritório.
b) O VALOR (Extenção)
O valor, representa a quantidade, expressa em unidades monetárias contida na conta no momento em que se analisa. O valor registado na contabilidade deve ser verídico, ou seja, deve estar de acordo com a verdadeira extenção dos elementos que representa.
Porém, se o título é fixo e imutável, a extenção já não o é. Pelo contrário, ela constitui o elemento
variável da conta, na medida em que os elementos patrimoniais que engloba estão sujeitos a variações contínuas provocadas pelas operações realizadas.
A conta constitui a base de toda escrituração, dado que é parte dela que se desenvolve todo o trabalho contabilístico.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
A cada conta corresponde um gráfico ou quadro, que constitui o dispositivo prático para acompanhar as suas variações quantitativas. Nele se inscrevem : a extensão inicial e, as variações seguintes pelo que fornece a todo o
momento o valor dos elementos patrimoniais que agrupa.
Na sua forma mais tradicional, a conta apresenta-se em T, encimado por um cabeçalho, ou titulo da conta e, identificando-se :
- Do lado esquerdo, designado de débito ou deve, que representam as variações aumentativas ou diminuitivas no valor das respectivas contas. - Do lado direito, designado de crédito ou haver que representam as variações aumentativas ou diminuitivas no valor das respectivas contas.
Esquematicamente:
Título da conta Lado esquerdo (débito) Lado direito (crédito)
Assim :
Ao balancear uma conta, ou seja ao comparar o seu débito com o seu crédito, três hipóteses podem ocorrer
Uma vez determinado o saldo, este adiciona-se ao lado cuja soma for de menor valor, obtendo- se assim uma igualdade entre os dois lados da conta. Atendendo as três hipóteses consideradas anteriormente, teremos:
Uma conta sem saldo diz-se saldada. Fechar uma conta corresponde a somar as colunas dos valores do débito e do crédito – depois de as saldar previamente – sublinhando com dois traços (trancando) cada soma.
Reabrir uma conta é inscrever o saldo na coluna dos débitos, se na conta fechada o mesmo era devedor; ou inscrever o saldo na coluna dos créditos, se na conta fechada o mesmo era credor.
A disposição apresentada anteriormente, em forma semelhante a um T, não é a única existentes.
É-lhe atribuida a denominação de dispositivo horizontal ou bilateral, sendo o seu traçado o seguinte; Título da conta Débito (deve) Crédito (haver) data descrição valor data Descriçào valor
Dispositivo vertical ou unilateral de coluna simples
Título da conta data descrição valor Débito/crédito
Dispositivo vertical ou unilateral de coluna dupla Título da conta data descrição débito crédito
Dispositivo vertical ou unilateral de coluna dupla com saldos a vista Título da conta data descrição débito crédito saldo
Título da conta saldos dat a
descriçã o
débit o
crédit o
devedo r
credo r