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Agências de Controle - Religião, Trabalhos de Psicologia

Este documento descreve as agências de controle e em especifico como a religião exerce esse controle nos indivíduos.

Tipologia: Trabalhos

2019

Compartilhado em 20/09/2019

martins.sarah
martins.sarah 🇧🇷

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO
Sarah Gomes Martins
A religião como uma agência de controle
São Paulo
2019
Sarah Gomes Martins
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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO

Sarah Gomes Martins

A religião como uma agência de controle

São Paulo

Sarah Gomes Martins

A religião como uma agência de controle

Trabalho apresentado à disciplina de Análise Comportamental da Cultura e da Conduta Social, do Centro Universitário São Camilo como pré requisito de avaliação parcial sobre a orientação do prof. André Thiago Saconatto.

São Paulo

RESUMO

Sabendo que a Analise Experimental do Comportamento visa estudar o comportamento humano, tendo a finalidade de reabilitar o indivíduo e possibilitar uma promoção da saúde e melhores condições de vida e contribuir de forma positiva com reflexões e a conscientização sobre a realidade e desafios do ambiente social. Este corpo de trabalho tem como finalidade analisar a religião como agente de controle para que ocorra de fato a ruptura da alienação e a promoção de intervenções na comunidade.

Palavras-chaves: analise comportamental, comportamento controle, sociedade, grupo, agência.

1. INTRODUÇÃO

"Os homens agem sobre o mundo, modificam-no, e, por sua vez, são modificados pelas consequências de sua ação". (Skinner, 1978 b, p.15) "A psicologia... é o estudo da interação entre organismo e ambiente". (Harzem e Miles, 1978, p.47). "Na ausência de uma distinção arbitrária, o termo comportamento deve incluir a atividade total do organismo - o funcionamento de todas as suas partes" (Skinner, 1961, p.337)

Para a psicologia, a Análise Experimental do Comportamento tem por objetivo o estudo das interações organismo-ambiente, buscando “relações funcionais entre variáveis, controlando condições experimentais, manipulando variáveis independentes, e observando as mudanças causadas no comportamento (variáveis dependentes)” (Todorov, 2004)

Dessa forma, a Análise Experimental do Comportamento possui como ferramenta as relações funcionais e as contingências de interações entre

organismo-ambiente. A Análise Experimental do Comportamento faz isso controlando as variáveis do ambiente e observando o resultado que reproduz no comportamento do indivíduo.

O "Ciência e Comportamento Humano", de Skinner (1981), estuda em grande parte o controle exercido pelas agências de controle. Por isso, há a necessidade de compreender os diferentes mecanismos que compõem as agências e sua interligação com o comportamento, a fim de identificar as causas e modificações de determinados comportamentos.

Através de estudos para a estruturação desta análise, este artigo permitirá que se conheça a forma de como as Agências de Controle podem desempenhar um controle na sociedade e suas instituições e da possibilidade de diversificar as Agências de Controle, limitando seu poder.

Mediante a isto, o presente trabalho tem por objetivo a compreensão da importância de uma Agência de Controle e correlacioná-la com o comportamento humano.

Para a realização desta pesquisa, fez-se uso de artigos científicos encontrados na plataforma Pubmed e Scielo e também de livros da área em questão.

  1. A RELIGIÃO COMO UMA AGÊNCIA DE CONTROLE

As agências de controle são um “grupo exerce um controle ético sobre cada um de seus membros através, principalmente, de seu poder de reforçar ou punir.” (SKINNER, 2003, p. 363). Essas são mais estruturadas que um grupo e o poder que o indivíduo vai exercer sobre o outro irá depender do valor que ele possuir dentro de determinada agência, no qual poderá influenciar em alguns conjuntos de variáveis, a fim de estabelecer contingências. Skinner (2013) aborda quatro agências de controle: governo, religião, psicoterapia, economia e educação.

Define-se controle social para a sociologia como “processo pelo qual uma sociedade ou grupo procura assegurar a obediência de seus membros por meio dos padrões de comportamento existentes” (MICHAELIS, 2019), isto é, a autoridade pode ser definido como o domínio de poder de uma situação.

composição das regras, aprendizagem através de instrução, desenvolvimento de práticas éticas, habilidade de autogestão, autoconhecimento e consciência.

“O comportamento verbal é necessariamente um comportamento social, o que por si só já implica unidades de análise diferentes, que compreendam o entrelaçamento de contingências comportamentais individuais.” (TOURINHO, 2012, p. 102)

O comportamento verbal é de extrema importância para as práticas sociais que as agências de controle exercem. Entende-se por comportamento verbal a mediação que ocorre entre os indivíduos, sendo que um possui efeito sobre o outro. O comportamento verbal sempre acarreta reforço através de estímulos sociais condicionados que indicam se o comportamento será reforçado ou punido. Ao reforçar os comportamentos dos indivíduos, eles terão mais chances de emiti-los. Já ao punir, acarreta a condição aversiva estabelecida pelo comportamento inapropriado, fazendo com que sejam evitados e por isso mesmo funcionando como reforço aversivo.

A tendência para se comportar de modo supersticioso aumenta necessariamente à medida que o indivíduo vem a ser mais sensivelmente afetado por contingências únicas. Entre a contingência que é observada apenas uma única vez na vida do indivíduo e a contingência que é observada inevitavelmente, há um contínuo que não pode ser dividido rigidamente em nenhum ponto para se distinguir entre “superstição” e “fato”. (SKINNER, 2003, 382) Entende-se por religião, “serviço ou culto a esse ser superior ou forças sobrenaturais que se realiza por meio de ritos, preces e observância do que se considera mandamentos divinos, geralmente expressos em escritos sagrados”. (MICHAELIS, 2019) A união desses indivíduos com a mesma fé constitui-se as instituições sociais/comunidades moral, sendo esta Igreja.

O comportamento verbal tem uma probabilidade especial de mostrar essa espécie de “mágica” por causa da falta de uma conexão mecânica entre resposta e reforço. A criança adquire um repertório verbal complicado que produz certos efeitos. Através do processo de indução também exibe respostas verbais que não podem ter mais que um efeito ocasional “acidental”. (SKINNER, 2003, 382)

As agências de controle religiosas afirmam ter uma relação com o sobrenatural (Céu e o Inferno), e essa conexão se dá por meio do comportamento verbal com eventos acidentais e suas respostas, induzindo a comportamento “supersticioso”, gerando uma consequência reforçadora ou punitiva (através do comportamento verbal) que estabelece a resposta do indivíduo.

Umas das consequências da punição é a de estabelecer o autocontrole e uma submissão dos controlados, produzindo a obediência futura de seus comportamentos no afastamento do agente religioso.

“Um protótipo de controle religioso se origina quando se usam contingências raras ou acidentais para controlar o comportamento de outros.” (SKINNER, 2003, p. 382). Esses comportamentos das agências de controles religiosas podem ser classificados como “moral” e “imoral” ou “virtuoso” e “pecaminoso”. O comportamento pecaminoso é punido pela intimidação do indivíduo ir para o Inferno, e o comportamento virtuoso também evita a perda do Paraíso, evitando estímulos aversivos condicionados.

As agências religiosas podem controlar as variáveis para contribuir com a censura de filmes, peças e livros, restringindo o comportamento “profano”. Condições emocionais também são utilizadas como meio de controle destas agências. Algumas instituições religiosas utilizam de drogas para provocar condições emocionais ao indivíduo, para apresentar esse vínculo com o sobrenatural. Regras também são utilizadas com a intenção de que haja uma repetição de comportamento por parte de e seus fiéis. Isso ocorre por um longo período, até que alcance esse objetivo, incutindo tais ordenanças na vida de seus seguidores. Esse comportamento pode ser entendido por “estar sob controle de estímulo regra, e que a regra é um certo tipo de estímulos discriminativo – um estímulo discriminativo verbal” (BAUM, 2006, p.165). O estímulo que BAUM (2006) se refere pode ser escrito ou falado, dessa forma, os controlados tentam evitar o comportamento inadequado para não serem punidos.

Conforme Skinner (2003) retrata, pode haver outras técnicas para o controle religioso, tanto para o autocontrole como para o controle pessoal, sendo estas: controle econômico, controle educacional e até a utilização de técnicas éticas ou governamentais.

sem que precise apelar para ideias ilusórias de iniciativa e liberdade” (Skinner, 1971/1974)

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Skinner observou o comportamento e buscou compreender os controles exercidos sobre o indivíduo, o poder de influência na sociedade e como exercer o contra controle. As consequências das respostas dos controlados são de suma importância para a compreensão das ações das agências de controle. Há uma correlação entre o ambiente, as agências e o controlado, pois o poder dessas só existe pela aprovação e consentimento de ideias por parte de seus controlados.

Contudo, o indivíduo é controlado pelo ambiente social e por seus professos, por isso não se deve amaldiçoa-lo por suas ações, visto que são fruto do controle.

4. BIBLIOGRAFIA

BAUM, W. M. COMPREENDER O BEHAVIORISMO: comportamento, cultura e evolução. 2° Edição. São Paulo: ARTMED EDITORA S. A., 2006.

MICHAELIS, Michaelis Dicionário Moderno Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo. Editora Elementos Ltda. 2019

MOREIRA, B. M. COMPRTAMENTO E PRÁTICAS CULTURAIS. São Paulo: Instituto Walden4, 2013.