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Guias e Dicas
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Agroecologia Manejo de pagas e doenças, Manuais, Projetos, Pesquisas de Agronomia

Uso de defensivos alternativos para o combate de insetos praga e doenças na agricultura orgânica

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2019

Compartilhado em 17/12/2019

gleison-rocha-2
gleison-rocha-2 🇧🇷

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Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado
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Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado

N

o

EXPEDIENTE

Projeto Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado

Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar no Nordeste

Representante da Fundação Konrad Adenauer Fortaleza: Anja Czymmeck

Coordenadora Geral: Angela Küster

Coordenador técnico: Jaime Ferré Martí

Coordenadora administrativa: Pollyana Vieira

Equipe técnica: Narciso Ferreira Mota e Pollyanna Quemel

Elaboração de textos: Jaime Ferré Martí, Angela Küster e Pollyanna Quemel

Revisão e edição de texto: Maristela Crispim

Revisão Técnica: Jaime Ferré Martí

Projeto gráfico, capa e ilustrações: Fernando Lima

Fotos: Arquivo Fundação Konrad Adenauer (exceto quando disposto em contrário)

Jornalista responsável: Maristela Crispim (CE0095JP)

Todos os direitos para a utilização desta cartilha são livres. Qualquer parte poderá ser utilizada ou reprodu- zida, desde que se mantenham todos os créditos e seu uso seja exclusivamente sem fins lucrativos.

Disponível para download em www.agroecologia.inf.br

Esta publicação foi realizada com apoio da União Européia(UE). O seu conteúdo não expressa necessariamente a opinião da UE ou da Fundação Konrad Adenauer.

Projeto Agricultura familiar, Agroecologia e Mercado

O Projeto Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado (AFAM), co-financiado pela União Européia (UE) de 2006 a 2011, tem como objetivo promover a melhoria da quali- dade de vida, soberania alimentar e empoderamento da população no semi-árido do Nor- deste do Brasil, por meio do fortalecimento da agricultura familiar ecológica e sustentável.

Trabalha, para tanto, o fortalecimento da organização social e da qualificação de agricultores familiares, na produção, planejamento, gestão e comercialização de produtos agroecológicos, promovendo uma maior participação de mulheres e jovens.

No Estado do Ceará, o projeto está contribuindo para a criação e fortalecimento de redes de agricultores(as) familiares ecológicos(as) nas regiões do Vale do Curu e Ara- tiaçu, no Sertão Central e no Maciço de Baturité, em parceria com as organizações não- governamentais (ONGs) Núcleo de Iniciativas Comunitárias (NIC), Instituto SESEMAR e Agência do Desenvolvimento Econômico Local (ADEL). O Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará (CCA-UFC) é parceiro no apoio científico ao projeto, que conta também com a colaboração de outros parceiros locais e estaduais.

Além disso, existem articulações com redes e entidades em outros Estados do Nordeste, promovendo a troca de experiências e construção de estratégias para avançar na difusão da proposta agroecológica.

e-mail: agroecologia@agroecologia.inf.br homepage: http://www.agroecologia.inf.br

Fundação Konrad Adenauer

A Fundação Konrad Adenauer é uma fundação política da República Federal da Alemanha que, naquele país e no plano internacional, vem trabalhando em prol dos direitos humanos, da democracia representativa, do Estado de Direito, da economia social de mercado, da justiça social e do desenvolvimento sustentável. Os principais campos de atuação da Fundação são a formação política, o desenvolvimento de pes- quisas aplicadas, o incentivo à participação política e social e a colaboração com as organizações civis e os meios de comunicação.

No Brasil, realiza seu programa de cooperação por meio de um escritório no Rio de Janeiro e de uma Representação em Fortaleza, para o Nordeste e Norte do País, sempre em conjunto com parceiros locais. Com suas publicações, pretende contribuir para a ampliação do debate público sobre temas de importância nacional e interna- cional.

Nas publicações da Fundação Konrad Adenauer, os trabalhos têm uma metodolo- gia científica e tratam de temas da atualidade, principalmente nos campos das ciên- cias sociais, políticas, econômicas, jurídicas e ambientais. As opiniões externadas nas contribuições desta publicação são de exclusiva responsabilidade de seus autores.

e-mail: kas-fortaleza@kas.de homepage: http://www.kas.de/brasil

Capítulo 1

O surgimento das “pragas” e doenças

Capítulo 2

O fortalecimento das defesas naturais nos agroecossistemas

Capítulo 3

Técnicas para controlar e repelir insetos

Capítulo 4

Diagnóstico e tratamento de plantas e animais

SUMÁRIO

Exemplo de monocultura

uma só espécie e tenta voltar à sua condição natural, que é a diversidade, com o equilíbrio biológico.

Alguns insetos predadores ou parasitas controlam o crescimento da população de outros insetos, áca- ros, nematóides, fungos, bactérias e vírus. Esse ins- trumento da natureza se chama “controle biológico”.

Quando combatemos as “pragas” sem tentar entender as causas pode acontecer em breve uma mesma situação com efeitos agravantes, em decor- rência de uma alteração no equilíbrio ecológico.

As causas do surgimento de uma “praga” são numerosas, complexas e relacionadas com diferen- tes fatores. Há algumas décadas foram provocadas principalmente pelas profundas mudanças na agri- cultura. A chamada “Revolução Verde” promoveu práticas como o monocultivo em grande escala, o uso intensivo de fertilizantes químicos e de agrotóxi- cos, como também a introdução de plantas exóticas, híbridas ou transgênicas na substituição de varieda- des nativas.

Foi iniciado um ciclo vicioso: a concentração das terras com as monoculturas extensivas aumentou a probabilidade de ataques por organismos que dani- ficam as plantações. A aplicação de agrotóxicos não mata somente estes organismos, mas também seus inimigos naturais. As “pragas” muitas vezes ficam resistentes contra as substâncias químicas e assim é preciso aplicar cada vez uma quantidade e diversida- de maior de agrotóxicos. Nas plantas eles podem di- minuir a respiração, a transpiração e a fotossíntese, prejudicando a resistência delas. No solo, os adubos químicos e os agrotóxicos interferem no equilíbrio dos microorganismos e prejudicam a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Além disso, esses pro- dutos matam minhocas, besouros e outros peque- nos organismos benéficos para a agricultura, como

Em Êxodo 10:13 – 10:15, segundo li- vro do Antigo Testamento, são des- critas as dez pragas que caíram so- bre os egípcios, trazendo a eleição de Moisés por Deus para encabeçar a saída dos israelitas do Egito. O oi- tavo suplício egípcio era a praga dos gafanhotos: “Estendeu, pois, Moisés o seu bordão sobre a terra do Egito, e o Senhor trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; quando amanheceu, o vento oriental tinha trazido os gafa- nhotos. E subiram os gafanhotos por toda a terra do Egito e pousaram so- bre todo o seu território; eram mui- to numerosos; antes destes, nunca houve tais gafanhotos, nem depois deles virão outros assim. Porque co- briram a superfície de toda a terra, de modo que a terra se escureceu; de- voraram toda a erva da terra e todo fruto das árvores que deixara a chuva de pedras; e não restou nada verde nas árvores, nem na erva do campo, em toda a terra do Egito.” (Sociedade Bíblica do Brasil, 1993) Esta história bíblica reflete como antigamente se relacionavam questões éticas ao fe- nômeno das “pragas” na agricultura, de maneira que se acreditava que as pragas eram um castigo pela falta de moral entre os homens.

Feira Agroecológica de Consumidores Responsáveis no Bairro Benfica, Fortaleza

as abelhas. Já em 1962, Rachel Carson observava no seu famoso livro “Primavera Silenciosa” o sumiço dos pássaros nos Estados Unidos e alertava sobre os perigos da contaminação da água e do solo que ameaçam o futuro da vida na Terra. As consequências do uso dos agrotóxicos são inúmeras: além de contaminarem o solo e a água a saúde dos (das) agricultores (as), trabalhadores (as) rurais e consumidores é colocada em risco. Es- tes riscos variam de acordo com o tempo e a dose da exposição a diferentes produtos. Assim, os efeitos podem ser agudos ou crônicos, causando intoxica- ções, dores de cabeça, alergias, náuseas e vômitos. Alertados pelos crescentes casos de doenças provocados pelo uso de venenos na produção de ali- mentos, entre estas o câncer, cada vez mais consu- midores estão procurando por alimentos saudáveis, produzidos sem a utilização de agrotóxicos e fertili- zantes químicos. A demanda por alimentos orgâni- cos é alta e vem crescendo rapidamente. Uma pes- quisa feita pela Market Analysis mostrou que cerca de 17% dos consumidores urbanos brasileiros já optaram pelos produtos orgânicos, embora o mer- cado ainda seja abastecido por apenas 2% do total de produtores agrícolas do país. São mais de 3, milhões de brasileiros consumindo produtos orgâni- cos entre uma e cinco vezes por semana, segundo a pesquisa, realizada nas nove principais capitais do país, na faixa etária entre 18 a 69 anos.

Os fertilizantes químicos geralmente contém metais pesados, como o cád- mio. Estes metais são ingeridos junto aos alimentos, não são eliminados e se armazenam no corpo. O cádmio pro- voca principalmente distúrbios gas- trointestinais. O mercúrio, utilizado em fungicidas, se concentra em diversas partes do corpo como pele, cabelo, glândulas sudoríparas e salivares, tire- óide, sistema digestivo, pulmões, pân- creas, fígado, rins, aparelho reprodu- tivo e cérebro, provocando inúmeros problemas de saúde.

P

revenir é melhor que remediar e para evi- tar as “pragas” e “doenças” nos plantios pri- meiramente é importante fazer um manejo preventivo, visando o fortalecimento das defesas internas dos agroecossistemas contra o ataque por alguma espécie indesejada. O objetivo é desenhar um conjunto de sistemas de produção integrados dentro da propriedade e em seu entorno que imita a estrutura e o funciona- mento dos ecossistemas para manter ou estabele- cer o equilíbrio natural. Esse equilíbrio se consegue através do plantio de espécies consorciadas, que se complementam respeitando seus ciclos, criando interações positivas, dando preferência às plantas nativas mais resistentes e adaptadas às condições locais. Um primeiro passo importante é o cuidado com o solo para que este fique saudável e alimente bem as plantas, que assim ficam mais resistentes. Como explica a pesquisadora em solos, Ana Primavesi, a planta não fica doente pelo parasita, mas pela defi- ciência nutricional. O parasita somente tenta matar a planta inadequada para a vida. Quando a planta é atacada por insetos, ácaros, nematóides ou micro- organismos (fungos, bactérias ou vírus) é, portanto, um sinal de uma deficiência de nutrientes, ficando disponível na seiva o alimento de que eles preci- sam. Este alimento é constituído, principalmente, por aminoácidos, que são substâncias simples e se dissolvem facilmente (solúveis). Quer dizer, um vegetal saudável, bem alimentado em qualidade e quantidade, dificilmente será atacado por "pragas" e "doenças".

Para que o solo esteja saudável, cheio de nu- trientes e microorganismos é importante:

  1. a cobertura vegetal para a conservação do solo e da água,
  2. a adubação periódica com matéria orgânica,
  3. as rotações de cultivos e
  4. a adubação verde com leguminosas e gramí- neas.

“Como o solo é o bem mais precioso do nosso planeta, ele deveria receber toda atenção, cuidado e amor; mas atualmente, tenta-se somente explo- rá-lo para ganhar dinheiro rapidamen- te e depois abandoná-lo”

Ana Primavesi

Capítulo 2

O fortalecimento das

defesas naturais nos

agroecossistemas

Práticas estabelecidas para o manejo ecológico de pragas

Fonte: Miguel Altieri

Trofobiose

A palavra trofobiose foi usada pelo pesquisador francês Francis Chaboussou para dar nome a sua idéia de que não é qualquer planta que é atacada por “pragas” e doenças.

Chaboussou demonstrou que estas plantas são doentes por serem submetidas a estresses causados por excesso ou falta de nutrição ou manejos incor- retos, provocando um desequilíbrio no seu desenvol- vimento.

Trofo - quer dizer alimento Biose - quer dizer existência de vida Portanto, Trofobiose quer dizer: todo e qualquer ser vivo só sobrevive se houver alimento adequado disponível para ele.

Planta sadia resiste aos parasitas: a teoria da trofobiose

Cultivo ecológico Planta equilibrada

Cultivo Convencional Planta doente

Insetos e microorganismos só sobrevivem onde existem alimentos para eles; assim, uma planta que se deixa devorar pelos insetos ou que é atacada por doenças é uma fonte de alimento para estes parasitas

Lagartixas são predadores de mos- quitos e outros insetos domésticos

Fonte: Clara I. Nicholls, Miguel Altieri

Fatores que promovem a biodiversidade:

  • Uso de sementes crioulas
  • Uso de espécies nativas
  • Manejo e conservação dos solos
  • Agroflorestas
  • Policultivos
  • Biomassa animal
  • Biomassa de plantas
  • Controle biológico

Pilares da Saúde dos agroecossistemas

Biofertilizantes

Os biofertilizantes enriquecidos* são uma alter- nativa aos fertilizantes ou adubos químicos e ajudam a manter a planta equilibrada e mais resistente às “pragas”.

Os resíduos animais e vegetais fermentados têm uma atividade ainda não totalmente conhecida. Além dos minerais propriamente ditos, são capazes de fornecer à planta substâncias fitorreguladoras, além de vários outros aminoácidos que melhoram a taxa e a eficiência da fotossíntese.

O ideal é que sejam produzidos nas proprieda- des agroecológicas, já que não são vendidas nos mercados e o preparo é de baixo custo.

* Outros nomes para os biofertilizantes

são: calda sulfocálcica, calda bordalesa, super-magro, gororoba e de biolocal (Sul da Bahia), biogeo (Sergipe e Ala- goas), super-tará (Pernambuco), biol e muitos outros.

Preparando o biofertilizante Super-magro

Preparos e aplicações Existem vários biofertilizantes, desde o mais simples, que leva apenas esterco e água, ao mais completo que leva calcários, cinzas ou qualquer ou- tra fonte de complemento de mineral, que são exa- tamente os enriquecidos. Não há mistério no preparo desses produtos, mas há certos cuidados a serem tomados: o esterco deve ser fresco, devido nessa condição ser mais rico em microrganismos e nitrogênio. A água deve ser a mais pura possível. O recipiente com o produto não deve receber luz direta do sol. E a adição dos com- postos enriquecedores deve ser lenta. O fator mais importante é a temperatura. Para o biofertilizante com esterco a melhor temperatura é 38º C. No Nordeste é possível obter o produto em menos tempo, até em 14 dias, considerando as regiões mais quentes. E depois de pronto o odor é agradável e se percebe uma separação da parte só- lida e da líquida e não tem prazo de validade desde que seja bem guardado.

Biofertilizante enriquecido

SUPER-MAGRO:

Ele foi feito inicialmente para a cultura da maçã, no município de Ipê (RS), mas já é usado com su- cesso também para beterraba, morango, tomate, milho e uva, dentre outras. Ingredientes: 30 Kg de esterco fresco de gado; 2,0 Kg de sulfato de zinco; 2,0 Kg de sulfato de magnésio; 0,3 Kg de sulfato de manganês; 0,3 Kg de sulfato de cobre; 0,3 Kg de sulfato de ferro; 0,05 Kg de sulfato de cobalto; 0,1 Kg de molibdato de sódio; 1,5 Kg de bórax; 2,0 Kg de cloreto de cálcio; 2,6 Kg de fosfato natural, 1,3 Kg de cinza; 27 litros de leite (pode ser soro de leite); 18 litros de melado de cana (ou 36 de caldo de cana). Preparo: primeiro misturar todos os minerais. Então, te- mos 12,45 Kg desta mistura. No primeiro dia, num reci- piente de 250 litros, colocar 30 litros de esterco, 60 litros de água, 3 litros de leite e 2 litros de melado de cana. Misturar bem e deixar fermentar, sem contato com sol ou chuva. Nos dias 4, 7, 10, 13,16, 19 e 22 acrescentar 1 Kg desta mistura junto com 3 litros de leite e 2 litros do melado, a cada vez. Assim, sucessivamente, até o dia 25, quando se coloca o resto da mistura (1,95 Kg), mais o leite e o melado. Esperar de 10 a 15 dias e o produto estará pronto para ser peneirado e utilizado. Durante o processo é necessário observar se a fermentação está acontecendo. O produto deve ter um cheiro agradável de melado e ser facilmente peneirado. Este biofertilizan- te enriquecido também pode ser utilizado junto com as caldas bordalesa e sulfocálcica, principalmente para o controle de doenças causadas por fungos.

Não esqueça na hora da aplicação de biofertilizantes o uso do Equipamento de proteção individual (EPI) para não se expor às substâncias e aplicar em ho- rários de baixa insolação de manhã ou fim da tarde. Na aplicação com pulve- rizador, este deve ser previamente fil- trado, impedindo o seu entupimento. Pode ser usada como filtro uma tela de nylon.

Biofertilizante produzido pelo agricultor Joaquim Pinto, Comunidade Sabonete, Apuiarés

Coco, Acerola, limão, laranja, tangerina, banana, pinha, jabuticaba, goiaba e graviola 1° Aplicação: via solo Plantas pequenas: 100 litros de água; 1/2 litro de urina Plantas médias: 100 litros de água; 1 litro de urina 2° Aplicação: via folha Plantas pequenas: 100 litros de água; 1 litro de urina Plantas grandes: 100 litros de água; 5 litros de urina 3° Aplicação em diante a partir de 30 dias da 2° aplicação 100 litros de água; 1 litro de urina Período de aplicação: a cada 30 dias.

Bioferilizante com esterco para

200 litros (Preparo em 10 dias)

Ingredientes: 40 kg de esterco fresco de gado; 10 kg de esterco fresco de aves; 2 latas de 20 litros de diferentes folhas verdes; 30 litros de leite ou soro de leite (sem sal); 18 litros de garapa; 10 kg de cinza; 4 quilos de farinha de osso; 1 kg de calcário dolomítico. Preparo: Completar com água e mexer bem, esperando de 7 a 10 dias para coar e usar. Usar 2 litros da solução em 100 litros de água, para tratamento foliar e 20 litros em 100 litros de água para adubar o solo.

Caldas naturais

As caldas são produtos que contêm substâncias orgânicas e minerais que exercem uma ação bené- fica sobre o metabolismo das plantas. Essas subs- tâncias são as cinzas, leite ou soro de leite diluídos, água de vermicomposto, enxofre, caldas bordalesa e sulfocálcica, esterco líquido fermentado, enriquecido com macro e micronutrientes. As mais usadas são bordalesa, sulfocálcica e viçosa. Calda Bordalesa Ingredientes: 200 g de sulfato de cobre; 200 g de cal vir- gem; 20 litros de água limpa Preparo: Colocar num recipiente contendo 10 litros d’água as 200 g de sulfato de cobre bem moído. Este deve ser colocado dentro de um saco de pano ralo, amarrado em uma vara atravessada sobre o recipiente, de modo a apenas mergulhar na água. Geralmente após uma hora, o sulfato de cobre estará todo dissolvido. Noutro recipiente, com capacidade superior a 20 litros, coloque em pequenas quantidades os 200 g de cal virgem até formar uma pasta consistente. Após juntar água até completar 10 litros.

Logo após despeje a calda contendo o sulfato de cobre sobre a calda contendo a cal ou então em um terceiro recipiente de capacidade superior a 20 litros, juntam-se as duas soluções simultaneamente, sempre em pequena quantidade, agitando-se bastante a mistura, enquanto vai sendo preparada. Para verificar se a calda apresenta o pH desejável, que é o neutro, mergulhar na solução uma lâmina de canivete bem limpa, deixando meio minuto. Se ao retirar observar formação de ferrugem sobre a mesma, o pH ainda está ácido. Então se coloca mais um pouco da solução de água e cal, até que não mais se processe a reação de ferrugem. A aplicação deve ser feita no mesmo dia do preparo.

Casos especiais Dosagens para 20 litros de água.

Calda Biofertilizante

A calda biofertilizante demonstrou excelente efeito no aumento da resistência às pragas e molés- tias e como adubo foliar para inúmeras plantas. O processo de produção é bastante simples, sendo vi- ável sua produção na propriedade, desde que tenha esterco de gado disponível.

Ingredientes: 10 litros de esterco fresco; 3 litros de ester- co de galinha; 500 gramas de açúcar e água. Preparo: Num recipiente plástico de 20 litros colocar meia lata (10 litros) de esterco de curral, o esterco de ga- linha e o açúcar. Completar com água, evitando trans- bordar, fechar bem e deixar 5 dias. Na aplicação, a calda pronta deve ser diluída na proporção de 1 litro desta para 10 litros de água.

Cultura Sulfato de Cobre

Cal Virgem

Abobrinha, Alface, chicória, caqui, morango, pepino 100g^ 100g

Couve, repolho 500g 500g Cucurbitáceas 60g 60g

Observação: Nas plantas novas, deve ser usada a metade da quantidade de sul- fato de cobre e de cal virgem. Pulverizar preferencialmente em horários frescos. Se usar cal hidratada ao invés de cal vir- gem, a dosagem deve ser 1,8 maior. A calda bordalesa pode ser misturada com inseticidas como o extrato de fumo, extrato de confrei e outros extratos.

Horta orgânica de produtores da ADAO, Guaraciara do Nort

Girasol na Horta dos Jovens, Comunidade Escalvado, Itapipoca

Plantas para a proteção das

hortas e suas funções

Para a proteção de hortas orgânicas é importan- te plantar ao redor dos canteiros, ou bem próximas a eles várias plantas repelentes e atrativas.

f Alfavaca: O cheiro repele moscas e mosquitos. Não deve, porém, ser plantada perto da arruda

f Alho: Eficiente como repelente de pragas do tomate

f Alecrim: Afasta a borboleta-da-couve e a mos- ca-da-cenoura

f Anis: Repelente de traças

f Capuchinha: Repele nematóides e insetos

f Citronela: É repelente de insetos, inclusive per- nilongos, como o Aedes aegypti

f Coentro: Controla pulgões e ácaros

f Cravo-de-defunto: Protege dos nematóides (atrativa)

f Gerânio: Repelente natural de insetos. É sempre bom tê-los em seu jardim, embelezam e protegem

f Girassol: Excelente repelente de insetos, através de suas folhas e flores e atrai insetos polinizadores

f Hortelã: O cheiro repele lepidópteros, como a borboleta-da-couve, formigas e ratos. Pode ser plantada, ainda, como bordadura de lavouras

f Manjericão: Repelente de moscas e mosquitos

f Mastruço: Repele afídeos e outros insetos

f Sálvia: Repele a mariposa do repolho

f Tagetes: Repelente natural de muitos insetos e protege contra os nematóides

f Tomilho: Afasta a borboleta-da-couve

f Urtiga: Repele o percevejo do tomate. Experi- mente também plantar ao redor a cebolinha, a lavanda e a manjerona.

No caso de ataques na horta experi- mente a pulverização de chá das fo- lhas dessas plantas!

Plantas repelentes e seu uso

Alho ( Allium sativum L. ) É um bom repelente de insetos, bactérias, fun- gos e nematóides, indicado para o plantio ou o uso de preparo. Não use sobre feijões, pois o alho inibe seu crescimento. Ingredientes: 4 dentes de alho; 10 litros de água Preparo: Esmagar 4 dentes de alho em um litro de água e deixar curtir por 12 dias. Diluir em 10 litros de água e aplicar sobre a planta. Para o caso dos dentes de alho que serão usados para plantio, imergir os mesmos na solução durante alguns minutos. Angico ( Piptadenia spp ) A árvore adaptada à terrenos secos, é recomen- dada para a recuperação ambiental, crescendo mui- to bem em solos pobres e degradados. As folhas e vagens ajudam para afastar pulgões, lagartas, for- migas e moscas sem prejudicar as plantas. Chá de angico Ingredientes: 100 g de folhas de angico, 1 litro de água Preparo: deixar as folhas de angico de molho na água por cerca de 10 dias, misturando diariamente. Coe o chá e guarde em uma garrafa tampada. Quando for utilizar em pulverizações, dilua uma parte do extrato em 10 par- tes de água. Arruda ( Ruta graveolens ) As folhas de arruda são ótimas para combater os pulgões e ajudam a manter os cítricos saudáveis, é repelente de insetos, formigas e ratos. Calda de arruda Ingredientes: 100 g de folhas secas e 1 litro de água. Preparo: picar as folhas, ferver durante 5 minutos e aguardar 24 horas. Depois coar e misturar a 20 litros de água. Pulverizar nas plantas e locais onde aparecem for- migas. Cebola ( Allium cepa L. ) A cebola controla lagartas em beterrabas, bro- ca, ferrugens, pulgões e vaquinhas. No tomateiro funciona como fungicida. Calda de cebola Ingredientes: 1 kg de cebola ou cebolinha verde; 10 li- tros de água. Preparo: Cortar a cebola ou a cebolinha verde e misturar em 10 litros de água, deixando o preparado curtir duran- te 10 dias. No caso da cebolinha verde, deixe curtir por 7 dias. Para pulverizar as plantas, utilizar 1 litro da mistura para 3 litros de água.

ATENÇÃO : A arruda não deve ser inge- rida, pois é altamente tóxica; mulheres grávidas também não devem usá-la, pois é abortiva; causa confusão men- tal, convulsões e dores violentas nos intestinos.

Armazenamento de grãos

Folhas de louro, dentes de alho, sal e folhas de eucalipto são indicados para o controle de pragas de grãos arma- zenados. Devem ser misturados aos grãos e guardados. No caso do eu- calipto, usar variedade citriodora em camadas alternadas. Controla carun- chos, gorgulhos e traças de grãos de milho, feijão, arroz, trigo, soja, farelos em geral e batata.