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O objetivo deste manual é repassar informações valiosas sobre cuidados e alimentação de algumas espécies de animais. Abordando animais, Mamíferos; Répteis; Aves e Manejo de filhotes.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Em oferta
1ª Edição
Polegatto Editora e Serviços Ambientais
Carolina Aparecida Ramos
Médica Veterinária graduada pelo Centro Universitário Moura Lacerda. Técnica em Nutrição e Dietética graduada pela Etec José Martimiano da Silva. Possui experiência em Clínica e Reabilitação de Animais Silvestres.
Lígia Oliveira Ferreira Médica Veterinária da Prontovet Cravinhos. Graduada no Centro Universitário Barão de Mauá. Pós-graduanda em Clínica e Cirurgia de Animais Silvestres e Exóticos pela Famesp.
Cleber Macedo Polegatto Biólogo, consultor ambiental e editor na Polegatto Editora e Serviços Ambientais em Ribeirão Preto.
César Henrique Branco Médico Veterinário graduado pela Universidade de Franca. Possui experiência com Clínica, Cirurgia, Diagnóstico por Imagem e Anestesia de Animais Selvagens. Atualmente atua como Médico Veterinário no Bosque e Zoológico Fábio Barreto em Ribeirão Preto. Coordenador responsável pelo Projeto de Resgate, Reabilitação e Reintrodução de Animais Silvestres-Uma Nova Chance.
Essa é uma pergunta recorrente quando veterinários, biólogos ou zootecnistas que trabalham com animais silvestres recebem um filhote que necessita de cuidados, porém que o profissional nunca cuidou. O objetivo deste manual é repassar informações valiosas sobre cuidados e alimentação de algumas espécies de animais. As informações presentes neste manual são resultado de experiências adquiridas durante a tentativa de adequar a dieta fornecida ao filhote, com o objetivo de deixá-la mais parecida com a que ele teria na natureza e os cuidados que teria se estivesse com a mãe. A literatura usada como referência auxiliou no desenvolvimento deste manual, que reúne informações sobre neonatologia de animais silvestres. As dietas informadas são sugestões e podem variar de acordo com a região do país, a espécie e a experiência do profissional. Caso encontre um filhote de animal silvestre e não seja um profissional habilitado para o cuidado, procure uma instituição responsável.
O que fazer ao receber
um filhote?
Ao receber um filhote, é importante que o profissional esteja ciente de qual será o destino desse animal. Se o filhote será solto na natureza ou se viverá em cativeiro, pois o cuidado durante o manejo do filhote deve ser diferente de acordo com a finalidade da criação.
Os filhotes, principalmente algumas espécies de aves e mamíferos, quando criados por seres humanos podem sofrer o imprinting , onde o animal se reconhece como ser humano e não como um ser de sua espécie e associa a presença do ser humano com segurança e alimento.
Existem graus de imprinting , sendo que graus elevados podem impedir a soltura de um animal, pois houve a associação entre ser humano e alimento pelo filhote imprintado. Ao ser solto na natureza, o animal imprintado poderia morrer de inanição, devido à ausência de um ser humano para alimentá-lo.
Para animais de cativeiro, certo grau de imprinting é desejável para que o animal aceite manejos e a realização de exames.
Quando o filhote será destinado a soltura, preconiza-se o uso de métodos, como fantoches e panos, com o objetivo de evitar o contato visual entre o filhote e o ser humano durante a alimentação, para evitar a associação.
É importante lembrar que os filhotes criados pelos pais recebem atenção e ensinamentos de sobrevivência e quando criados artificialmente, devemos imitar esses ensinamentos e proporcionar um ambiente amoroso para o filhote, que garanta o desenvolvimento adequado do filhote.
Manejo dos filhotes
Entre as aves existem variações na dieta de acordo com a espécie, na qual existem espécies que são frugívoras e insetívoras, por exemplo.
Devido à grande variedade, as dietas apresentadas no manual serão divididas em categorias de acordo com o principal hábito alimentar da ave.
Nessa categoria estão as aves que se alimentam, principalmente, de vertebrados na natureza. Alguns exemplos são: Suindara ( Tyto furcata ) (Figura 1), Carcará ( Caracara plancus ) (Figura 2), Gavião- carijó ( Rupornis magnirostris ) (Figura 3) e Coruja-buraqueira ( Athene cunicularia ).
Forneça, preferencialmente, codornas ou camundongos cortados em pedaços.
Caso não seja possível, pode oferecer carnes de musculatura esquelética (membros) ou coração bovino.
A suplementação é importante para alimentações com presas ou carnes, pois presas alimentadas de forma inadequada podem não ter todos os nutrientes necessários para o filhote, assim como a
Figura 1 – Filhote de Suindara ( Tyto furcata ). Bosque e Zoológico Fábio Barreto – Ribeirão Preto/SP. Fonte: Lígia Oliveira Ferreira
Figura 2 – Filhote de Carcará ( Caracara plancus ). Bosque e Zoológico Fábio Barreto – Ribeirão Preto/SP. Fonte: César Henrique Branco
Figura 3 – Filhote de Gavião-carijó ( Rupornis magnirostris ). Bosque e Zoológico Fábio Barreto – Ribeirão Preto/SP. Fonte: César Henrique Branco
Lígia Oliveira Ferreira
Nessa categoria estão as aves que têm costume de comer peixes na natureza. Alguns exemplos são: Garça-branca-grande ( Ardea alba ) e Socozinho ( Butorides striata ) (Figura 4).
Para as aves que se alimentam de peixe forneça filé de peixe cortado ou peixes pequenos com o auxílio de pinça.
O ideal é fornecer peixes inteiros, devido aos minerais, como cálcio e fósforo, e vitaminas, como as do complexo B.
Forneça sempre peixes de água doce para filhotes, para evitar gasto de energia com o processo de dessalinização.
quilograma de pescado, pois os peixes são ricos em ácidos graxos poliinsaturado e quando congelados podem perder vitamina E. ¹
Caso a espécie se alimente de insetos, anfíbios ou moluscos, forneça para o filhote.
Estão nessa categoria as aves que se alimentam, prioritariamente, de insetos na natureza. Alguns exemplos são: Andorinha- pequena-de-casa ( Pygochelidon cyanoleuca ), Urutau ou Mãe-da- lua ( Nyctibius griseus ) (Figura 5), Anu-preto ( Crotophaga ani ), Pica-pau-verde-barrado ( Colaptes melanochloros ) e Bem-te-vi ( Pitangus sulphuratus ).
Figura 5 – Filhote de Urutau ou Mãe-da-lua ( Nyctibius griseus ). Bosque e Zoológico Fábio Barreto – Ribeirão Preto/SP. Fonte: Lígia Oliveira Ferreira
Uma alternativa para alimentar animais insetívoros, seria a ração comercial para gatos filhotes amolecida com água. O Bosque e Zoológico Municipal Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, começou a utilizar essa dieta para alimentar urutau. A partir do sucesso com a criação, a dieta passou a ser usada para alimentar outras aves insetívoras, como andorinhas e anus.
Para recém-eclodidos, forneça a ração comercial para gatos filhotes amolecida com água (Figura 6), cortada em pedaços pequenos, com a pinça ou com as mãos.
Figura 6 – Ração comercial para gatos filhotes amolecida com água. Bosque e Zoológico Fábio Barreto – Ribeirão Preto/SP. Fonte: Carolina Aparecida Ramos
Para filhotes pouco ou totalmente empenados ofereça insetos criados com essa finalidade ou de ração comercial, junto com a ração para gatos amolecida (Figura 7).
A prática de alimentar animais insetívoros com larvas do besouro- da-farinha ou mealworm ( Tenebrio molitor ), também conhecida como tenébrio, é comum em zoológicos, centros de triagem e criadouros. A ração comercial para gatos filhotes apresenta teores de proteína, cálcio e fósforo superiores quando comparada ao tenébrio, na mesma proporção. Enquanto o tenébrio apresenta teor de gordura superior ao apresentado pela ração.²
Os insetos podem ser suplementados com suplementos comerciais, preferencialmente, em pó. Passe o inseto pelo suplemento e forneça ao animal. O objetivo é corrigir deficiência de cálcio nos insetos criados para alimentação de animais insetívoros.
O Bem-te-vi ( Pitangus sulphuratus ) é considerado, principalmente, insetívoro, mas se alimenta de frutas, ovos e até pequenos animais. Para a criação de filhotes de bem-te-vi, podemos usar papa comercial para aves filhotes (Figura 8) administrada com seringa, para filhotes recém-eclodidos.
Figura 8 – Imagem que mostra a papa comercial para aves filhotes e a consistência para alimentação do filhote. Bosque e Zoológico Fábio Barreto – Ribeirão Preto/SP. Fonte: Carolina Aparecida Ramos
A papa deve ser fornecida na temperatura de 38 a 40°C (101-104° F) para o filhote.³
Para filhotes maiores, acrescenta-se frutas e insetos na dieta, deixando os alimentos disponíveis em potes, enquanto aumenta- se o intervalo entre a papa, para que estimule o filhote a se alimentar sozinho.
Nessa categoria estão as aves consideradas onívoras, pois podem se alimentar de frutas, ovos de outras aves, insetos, de filhotes de outros animais e pequenos répteis, sem uma preferência. Exemplos seriam a Gralha-do-campo ( Cyanocorax cristatellus ), Mutum-cavalo ( Pauxi tuberosa ), Saracura-três-potes ( Aramides cajaneus ), filhote na Figura 9.
Nessa categoria existem variações na alimentação, portanto é importante conhecer a dieta dos filhotes e adultos na natureza para fornecer a alimentação adequada.
Pode- se fornecer mistura de papa comercial para aves filhotes misturada com ração comercial para cachorros amolecida, com auxílio de uma seringa, para filhotes recém-eclodidos.
A papa deve ser fornecida na temperatura de 38 a 40°C (101-104° F) para o filhote.³
Para filhotes empenados forneça pedaços de ovos de galinha cozidos, de frutas e de verduras de coloração verde escura, de insetos, variando de acordo com a espécie.
martinicus ), o Irerê ( Dendrocygna viduata ) e a Marreca-cabocla ( Dendrocygna autumnalis ), filhotes na Figura 10.
Figura 10 – Filhotes de Marreca-cabocla ( Dendrocygna autumnalis ). Bosque e Zoológico Fábio Barreto – Ribeirão Preto/SP. Fonte: Lígia Oliveira Ferreira
As aves herbívoras são precociais, ou seja, já nascem com penas, com a capacidade de se locomoverem e se alimentarem sozinhas.
Forneça verduras de coloração verde escura, como couve e espinafre, pedaços de ovo de galinha cozido e ração específica para a espécie ou ração inicial para aves, em um pote (Figura 11).
Figura 11 - Filhotes de Marreca-cabocla ( Dendrocygna autumnalis ) em recinto com lâmpada para aquecimento e separação entre água e alimento. Bosque e Zoológico Fábio Barreto – Ribeirão Preto/SP. Fonte: César Henrique Branco
Grande parte das aves classificadas como preferencialmente herbívoras também se alimentam de outros animais em determinados momentos, por este motivo recomendamos o acréscimo de ovo na dieta.
Para os Anseriformes, é importante fornecer água em pote perto do pote de comida, pois são animais filtradores que ingerem água junto com o alimento (Figura 12).