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Neste trabalho transcorremos sobre algumas parassonias que comumente são confundidas com fenômenos parapsicológicos, porém aqui mostraremos que são coisas bem diferentes.
Tipologia: Trabalhos
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O objetivo do trabalho é de conhecer e compreender o que são parassonias e alguns fenômenos parapsicológicos, bem como suas diferenças, causas, sintomas, consequências e tratamentos para esses respectivos problemas quando existentes.
3. PARASSONIAS Parassonias são condições anormais que ocorrem quando você adormece, dorme ou acorda, podem ser manifestadas por sintomas físicos, como movimentos variados; experiências psíquicas, como emoções, percepção alterada e sonhos; ou mesmo por atividades do sistema autônomo (responsável pela circulação do sangue, respiração, controle da temperatura e digestão). Esses comportamentos estão fora do controle do indivíduo e incluem: distúrbios do despertar do sono não REM (NREM); parassonias relacionadas ao sono REM; e outras parassonias (PRADO et al., 2017), como veremos a seguir.
3.1 Distúrbios do despertar do sono NREM O sonambulismo é um comportamento anormal, podendo ser calmo ou agitado e raramente tem início na vida adulta. O comportamento calmo é o mais comum, já o comportamento agitado é associado ao ato de caminhar agitado, falas e reações agressivas. Um indivíduo com sonambulismo não oferece perigo (NUNES, 2002), ele pode parecer confuso e desorientado, raramente pode acontecer comportamentos elaborados, porém tentar conter o indivíduo pode levar a comportamentos agressivos e até violentos (POYARES et al., 2005). Nesse caso os pacientes não tem memória de suas ações (NEVES et al., 2013). O despertar confusional ocorre durante as ondas lentas do sono, entre os estágios três e quatro do sono NREM (POYARES et al., 2005), são episódios com duração média de cinco e 15 minutos, que envolvem choros, agitação e confusão (NUNES, 2002). O indivíduo costuma falar coisas incompreensíveis, ter comportamentos automáticos e também violentos (POYARES et al., 2005). Os sintomas iniciam-se antes dos cincos anos de idade; no adulto pode persistir durante algum tempo (NEVES et al., 2013). O terror noturno é caracterizado por sintomas motores e autônomos intensos como taquicardia, dilatação da pupila e gritos. É associado a sonhos, desorientação e amnésia após o episódio, atingindo de 2% a 3% adultos e crianças (NEVES et al., 2013).
3.2 Parassonias relacionadas ao sono REM O transtorno comportamental do sono REM, acontece geralmente em homens acima de 50 anos, não descartando a manifestação em mulheres e indivíduos mais jovens, há uma perda do sono REM, causando atividades motoras anormais durante o sono. Existe associação a algumas doenças, como a doença de Parkinson, ou podem ser causadas pelo uso de determinados tipos de drogas (NEVES et al., 2013). Já o pesadelo é um transtorno que prevalece em crianças, entre seis e dez anos de idade e costuma diminuir conforme a idade avança. É comum em pacientes que usam drogas anticolinérgicas, betabloqueadoras e antiparkinsonianas, causando sensação de medo, terror e ansiedade. O indivíduo tem a sua lembrança conservada, isto é, ele lembra de todo o pesadelo sonhado (NEVES et al., 2013). A paralisia do sono é uma parassonia que envolve a sensação de não conseguir movimentar o corpo mesmo após o despertar do sono REM. Após essa paralisia consciente, a maioria dos indivíduos possuem sonhos vividos e, muitas vezes, com conotação negativa, o que torna a experiência muito desagradável. Alguns fatores que podem desencadear a paralisia do sono são a má qualidade ou privação do sono, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático e certos traços de personalidade (RAMOS et al., 2019).
3.3 Outras parassonias A enurese noturna é a perda involuntária de urina que pode ocorrer pela dificuldade de despertar com urgência para urinar, sendo mais comum em crianças de até cinco anos de idade (PRADO et al., 2017) e considerada anormal depois dos cinco ou seis anos (GOMES e NEVES, 2009). O bruxismo é um transtorno do movimento que pode acontecer tanto no sono NREM quanto no sono REM (BISI et al., 2007), com o início entre dez e 20 anos, podendo persistir a vida toda, ele é associado a pressão do maxilar que pode ocasionar em dores de cabeça e desgaste dentário (NEVES et al., 2013). A síndrome da cabeça explosiva é um distúrbio que traz a sensação de explosão do crânio quando a pessoa adormece ou desperta, como se ocorresse um estrondo semelhante a uma bomba explodindo, porém sem elementos de dor. É uma síndrome considerada rara, podendo ser muito assustadora e afetando geralmente pessoas com mais de 50 anos (RODRIGUES, 2018). O transtorno alimentar relacionado ao sono é caracterizado pelo consumo de alimentos após um despertar, porém com uma consciência parcial, podendo trazer consequências como
Segundo Atikinson (2002), a telepatia é conhecida como a transmissão de pensamento de uma pessoa para outra, como, por exemplo, identificar uma carta de baralho que está apenas no pensamento da outra pessoa; a clarividência seria a percepção de eventos ou objetos que não estimulam os sentidos conhecidos, como, por exemplo, identificar uma carta de baralho escondida que ninguém sabe qual é; e, por fim, a precognição considerada como a percepção de um evento futuro que não poderia ser previsto através de qualquer processo inferencial, por exemplo, prever qual será o número que irá aparecer após lançar um dado. As experiências extra-motoras correspondem ao que se denomina psicocinesia ou PK, popularmente conhecida como “poder da mente sobre a matéria”, e dizem respeito à intervenção no ambiente de modo anômalo. Ela se subdivide em duas categorias: macro-PK, referente a eventos observáveis, como movimentação de objetos, correntes de ar ou mudanças de temperatura em ambientes fechados, aparecimento de água ou fogo espontâneos, entre outros; e micro-PK, referente a efeitos não-observáveis, mas mensuráveis do ponto de vista estatístico, como influência em equipamentos como geradores de números aleatórios. Além disso, pode-se incluir nessa categoria os eventos chamados bio-PK, uma influência biológica verificada, por exemplo, pela medição de variáveis fisiológicas em testes de influência anômala sobre sistemas vivos, como curas anômalas (MACHADO, 2010).
4.1 Ceticismo em Relação aos Fenômenos Parapsicológicos Alguns pesquisadores continuam céticos em relação a esses fenômenos. Reber e Alcock (2019) afirmam que os efeitos relatados por parapsicólogos não podem ser verdadeiros, pois os dados apresentados em pesquisas de fenômenos parapsicológicos apresentam defeitos e resultam de metodologia fraca ou análise inadequada. O que vai de encontro com a afirmação de Atkinson (2002), que um dos motivos que tornam psicólogos céticos em relação ao assunto é que, durante a história da pesquisa em parapsicologia, houve diversos casos em que posteriormente as afirmações da pesquisa se mostraram baseadas em dados fraudulentos. Ainda não há uma teoria científica consistente e aceita em consenso para explicar de maneira objetiva os mecanismos envolvidos nesses eventos, sendo impossível considerar a existência objetiva de psi (MACHADO, 2010). Em décadas passadas, países como Rússia e Estados Unidos investiram em pesquisas para tentar descobrir pessoas com esses “poderes”. Ao que tudo indica, essas pesquisas também foram inconclusivas, ou mantidas em segredo, uma vez que as intenções desses governos seria usar essas pessoas como armas de destruição. Armas que não deixariam
evidências ou rastros por se tratar de fenômenos que ocorrem dentro da mente delas. A literatura e a ficção acabaram se fartando com toda essa história, desdobrando tudo em novelas, contos, livros, filmes e séries que abordam o tema de diversas maneiras.
ATIKINSON, R. L. Introdução à psicologia de Hilgard. 13. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BISI, M. A.; SELAIMEN, C. M. P.; MARTINS, E. A.; PINTO, D. V.; BUTZKE, K. W.; VALENTE, H. R. Características polissonográficas em pacientes bruxômanos. Revista da Faculdade de Odontologia , v. 12, n. 3, p. 74-78, 2007.
FELDMAN, R. S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. 704 p.
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MACHADO, F. R. Experiências anômalas (extra-sensório-motoras) na vida cotidiana e sua associação com crenças , atitudes e bem-estar subjetivo. Boletim Academia Paulista de Psicologia , 2010. 30(79), 462-483. Disponível em: < https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=94615412017>. Acesso em: 24 fev. 2020.
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