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AMBIENTES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM QUEBRA-CABEÇA? CONTRIBUIÇÃO METODOLÓGICA NA AVALIAÇÃO ... Numa época na qual meio ambiente e qualidade de vida são.
Tipologia: Notas de estudo
1 / 334
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AMBIENTES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM QUEBRA-CABEÇA?
CONTRIBUIÇÃO METODOLÓGICA NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE EDIFICAÇÕES E
NA ELABORAÇÃO DE DIRETRIZES PARA PROJETOS ARQUITETÔNICOS NA ÁREA
Dedico essa tese
à Makram, Louise, Dennys e Mahyldinha (que têm o hábito de me compreender, apoiar
e incentivar incondicionalmente),
e a todos aqueles que procuram manter viva
a criança que existe dentro de si.
Seria
impossível
enumerar
as
pessoas
que
contribuíram
para a realização dessa tese, dividindo comigo seu tempo e seuconhecimento,
dispondo-se
a^
ouvir-me
nos
momentos
de
dúvida, a indicar caminhos a serem trilhados e pontos a seremperseguidos. Minha gratidão a todos e, em especial:-^
às crianças que participaram da pesquisa, pela cooperação,entusiasmo e carinho;
-^
aos pais, diretores, professores e funcionários das escolasestudadas, pela atenção;
-^
aos
muitos
alunos
de
graduação
que
cursaram
as
disciplinas Psicologia Ambiental e Projeto de Arquitetura IIIdo Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN nos últimossemestres, pela ajuda e, sobretudo, pelas dúvidas, que mefizeram repensar pontos importantes;
-^
aos alunos da Pós-graduação em Psicologia da UFRN, eaos bolsistas do grupo de pesquisa Inter-Ações Pessoa-Ambiente (IAPA), pelas nossas intermináveis reuniões e porauxiliarem na coleta de dados;
-^
à^
Ceci,
Luciana,
Maria
Elisa
e
Lou,
pela
ajuda
com
o
material gráfico;
aos
técnicos
da
Secretaria
Estadual
da
Educação
e
do
Desporto
do
e
Secretaria
Municipal
de
Educação
de
Natal, pelas valiosas informações;
-^
à Maria Carmem Rego, Maria Célia L. Andrade, Ilza Dantas,Simone
Melo,
Gloria
Navarro,
Denise
Dantas,
Claudia
Loureiro,
Sandra
Horne
e
Beatriz
Rizek,
pelas
conversas
(presenciais ou por e-mail) e pelas sugestões;
-^
à^
Cibele
Taralli
Haddad
e^
Gilda
Collet
Bruna,
pela
contribuição durante o Exame de Qualificação;
-^
aos professores do Departamento de Arquitetura da UFRN,sobretudo à Maísa Veloso e Iana Rufino, pela cobrança, etambém pelo bom humor e disponibilidade;
-^
à José Q. Pinheiro, pela colaboração e amizade;
-^
à Sheila W. Ornstein, pela orientação e confiança;
-^
à Hans e Rosa, por sempre me receberem com alegria;
-^
e, finalmente, à Veríssimo de Melo (historiador e folclorista),Mayumi
Watabe
de
Souza
Lima
(arquiteta)
e
Maria
Ilka
Soares (pedagoga), pessoas muito especiais que, em tempose locais diferenciados e sob perspectivas únicas, incutiramem
mim
o^
interesse
por
compreender
como
a^
criança
percebe o ambiente a fim de, a partir desse olhar, tentarrepensar o mundo.
times
when
environment
and
life-quality
are
themes
in
fashion, a part of the control over socio-environmental practicesdemands regulation and public-revenue of initiatives (public andparticular) in areas from medicine to civil construction, passingthrough
alimentation,
individual
habits,
energy,
etc.
In this
context, it is necessary to give attention to childhood, since thekid
represents
the
future/continuity
of
the
actual
society.
Therefore, school being one of the most important places of thechild’s life experience, the worries about your environmentalquality
needs
to
be
doubled,
especially
when
the
institution
deals with kids younger than 7 years old. In Brazil, the NationalConstitution of 1988 recognizes children education as a right forkids whose age is between 0 and 6 years old, becoming aobligation
of
the
State,
and
specifically
of
the
municipality,
demanding that the cities create control instruments accordingto their own peculiarities. This has raised the opportunity to lookcritically each reality in order to limit social and environmentallycoherent proposals. For this task, this project opted to use POE.Starting from a basic research plan, 41 pre-schools from Natal-RN were visited and 16 were inspected. In 5 of them, the project
was
applied
in
detail,
involving
multi-methods:
interviews,
behavior
settings
analysis,
behavior
observation,
simplified
behavioral
mapping,
questionnaires
(adults)
and
thematic-
drawing (children). The results provided a accurate analysis of thearchitectonic object and of the environment in which it is inserted,under the technical point of view, as well as the users perception.The
information
is
used
as
base
to
discussion
about
the
Occupation
Evaluation
Child-environment
relationship;
School’s environment; Children’s education.
SUMÁRIO
- VOLUME 1 -
ResumoAbstractSiglas
(p. 001) .
Cap.
1.1-Caracterizando desenvolvimento, 0091.2-Algumas teorias, 0101.3-Do nascer aos sete anos, 017
1.3.1-Aspectos físicos e psicomotricidade, 0171.3.2-Aspectos perceptivos e cognitivos, 0181.3.3-Aspectos sociais e afetivos, 0191.3.4-Desenvolvimento do “eu” (self), 0201.3.5-Brincar, 021
Cap
2.1- Principais pressupostos, 0282.2- Alguns conceitos na área, 0292.3- Psicologia ecológica, 0342.4- Ecologia do desenvolvimento humano, 0362.5- Criança, ambiente e qualidade de vida, 037
Referências bibliográficas da Parte 1,
038
Cap.
, 041
3.1- Ação política, 042
Cap
4.1- Antes de 1988, 045
4.1.1- Até 1940: um início, 0454.1.2- Anos 40 a 70: da LBA à FUNABEM, 047 4.2- A Constituição de 1988,
050
4.2.1- Direitos da criança, 0504.2.2- Seguridade social, 0514.2.3- Educação, 051
4.3- Chegando ao momento atual, 052
4.3.1- A nova LDB, 0544.3.2- Instrumentos específicos, 054
Cap
5.1- Até 1942,
061
5.2- Da década de 40 aos anos 80,
063
5.3- Situação em Natal após 1988,
066
Referências bibliográficas da Parte 2, 070
Cap
PANORAMA HISTÓRICO-PEDAGÓGICO, 0736.1- Sobre idéias e ideais, 073
6.1.1- Precursores, 0746.1.2- Grandes revolucionários, 0756.1.3- Contribuições recentes, 080 6.2- Abordagens atualmente em evidência, 082
6.2.1- Abordagem Tradicional, 084
Cap
12.1- Caracterização geral, 17112.2- Localização/ocupação do lote, 17412.3- Volume edificado, 17912.4- Programa e Dimensionamento, 18112.5- Funcionalidade, 18612.6- Cômodos da área interna, 186
12.6.1- Sala de aula, 18612.6.2- Cômodos de uso comum, 188
12.7- Condições de Conforto, 192
12.7.1- Condições térmicas, 19212.7.2- Iluminação natural, 19312.7.3- Ruídos, 19412.7.4- Consumo energético, 194
12.8- Condições de Segurança e Acessibilidade, 19412.9- Aspectos estéticos, 196
Cap
13.1- Traços comportamentais, 20013.2- Público, semi-público e privado, 20113.3- Fluxos internos, 20213.4- Espaços sociopetalados e sociofugidios, 20213.5- Variação na ocupação, 20313.6- Comportamento na área livre, 206
13.6.1- Comportamento e gênero, 20713.6.2- Comportamento e faixa etária, 20713.6.3- Convivência, 208
13.7- Comportamento em sala de aula, 210
Cap
14.1- Opinião dos adultos, 215
14.1.1- Percepção do ambiente escolar, 21514.1.2- Satisfação com o ambiente, 220
14.1.3- Priorização de elementos, 23314.1.4- Razões para escolha, 237
14.2- Avaliação pelas crianças, 242
Cap.
15.1- Localização do lote, 25515.2- Tamanho e escala da intervenção, 25615.3- Densidades do empreendimento, 25715.4- Ocupação do lote, 25815.5- Áreas livres, 25815.6- Área construída, 26215.7- Condições de Conforto e Segurança, 26615.8- Aspectos estéticos, 26815.9- Adequação aos usuários, 269
Referências bibliográficas da Parte 5, 271
Referências bibliográficas da Parte 6, 282
- (p. 283)
291
Lista de figuras, 302Lista de fotos, 303Lista de gráficos, 305Lista de quadros, 306Lista de tabelas, 306
VOLUME 2
- APÊNDICES E ANEXOS -
(relativas aos gráficos do Volume 1)
ONU - Organização das Nações UnidasPNAD - Programa Nacional por Amostragem DomiciliarPDN - Plano Diretor de NatalPND - Plano Nacional de DesenvolvimentoPQS – extintor com Pó Químico SecoRCNEI - Referencial Curricular Nacional para a Educação InfantilRVT - Roteiro de Vistoria TécnicaSAM - Serviço de Assistência ao MenorSCFIEI
Subsídios
para
Credenciamento
e
Funcionamento
de
Instituições de Educação Infantil
SDE - Sub-secretaria de Desenvolvimento EducacionalSEB - Secretaria de Ensino BásicoSECD - Secretaria Estadual de Educação, Cultura e DesportoSEMURB - Secretaria do Meio Ambiente e UrbanismoSEPRE - Setor de Educação Pré-escolarSERAS - Serviço Estadual de Reeducação e Assistência SocialSESG - Secretaria de Ensino de 2
º^ Grau
SIG - Sistema de Informações GeográficasSM - salário mínimoSME - Secretaria Municipal da EducaçãoSMS - Secretaria Municipal da SaúdeSMSU - Secretaria Municipal de Serviços UrbanosSSP - Secretaria de Saúde PúblicaSTOP - Superintendência de Transportes e Obras Públicas
SUDENE - Superintendência do Desenvolvimento do NordesteTCVF - Teoria do Ciclo de Vida FamiliarUFRN - Universidade Federal do Rio Grande do NorteUNESCO
Organização
das
Nações
Unidas
para
a
Educação,
a
Ciência e a Cultura
UNICEF - Fundação de Emergência Internacional das Nações Unidas
para a Infância
USP - Universidade de São PauloBA - BahiaBH - Belo HorizonteDF - Distrito FederalEUA – Estados Unidos da AméricaGO - GoiásMG - Minas GeraisPA - Porto AlegrePE - PernambucoRJ - Rio de JaneiroRN - Rio Grande do NorteRS - Rio Grande do SulSP - São Paulo
Na
criança,
a
motivação
para
interagir
com
o
ambiente
existe
como
propriedade
intrínseca
à
vida. Mas a qualidade das interações depende doengajamento
que
o^
ambiente
permitir.
espaço
é
o
currículo
e
o
parâmetro
físico
da
escola, e pode ser manipulado pelos professorescomo
um
aspecto
essencial
do
processo
educativo.
(Anita Olds, 1979: 137)
-^ AMBIENTES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
:^ ... -
VOLUME 1
-
INTRODUÇÃO
tem acesso à educação infantil (IBGE, 1996
2 ), a maior parte das
quais
recorrendo
aos
serviços
da
escola
privada.
própria
regulamentação
da
área,
que
é
uma
responsabilidade
dos
municípios (tutelados pelos estados e governo federal) aindaencontra-se em fase de consolidação, prevista para efetivar-seaté
de
acordo
com
a
Lei
de
Diretrizes
e
Bases
da
Educação (Brasil/MEC, lei n. 9394/96, ratificada em 1998).
Em função da intensa demanda social para o setor, nas
grandes
e
médias
cidades
brasileiras
tem
surgido
inúmeros
estabelecimentos destinados à educação infantil, a maior partedos quais alojados em antigas residências, ocupando espaçosnem sempre apropriados à nova função. Tal situação aumenta apreocupação com o setor, pois o ambiente dessas unidadesescolares
deveria
ser
cuidadosamente
planejado
a
fim
de
oferecer
condições
para
o^
total
desenvolvimento
das
potencialidades
infantis.
Atuar
no
sentido
de
minorar
tal
problema, oferecendo melhor qualidade de vida à infância, éuma das responsabilidades sociais não só dos educadores, mastambém dos arquitetos enquanto profissionais cuja tarefa é criarespaços propícios às atividades humanas.
Nesse
sentido,
o^
reconhecimento
das
necessidades
infantis e sua re-interpretação
no momento de projetar, exigem
2 Os
dados
relativos
à educação
infantil
coletados
pelo
Censo
2000
só
estarão
disponíveis a partir do final de 2002.
do arquiteto um conhecimento amplo da realidade, uma vez quesua atuação, além de constituir-se um reflexo direto de suainserção social e sua própria visão de mundo, envolve inúmerasescolhas
e
contínua
tomada
de
decisões
face
a
problemas
concretos, exigindo a inevitável priorização de alguns aspectosem detrimento de outros. No entanto, como grande parte dasinformações em questão é proveniente das ciências sociais,para que seja possível utilizá-lo na ação projetual é fundamentalque
os
dados
superem
uma
versão
inicial
eminentemente
subjetiva,
e^
assumam
uma
forma
acessível
ao
projetista,
passível de ser decodificada na sua prática diária.
Face a um campo de trabalho tão vasto, a fim de
otimizar projetos para intervenção no espaço físico de escolas,esta tese centrou-se no problema representado pela interaçãoentre a criança e os ambientes para educação infantil, estandoespecialmente
atenta
aos
elementos
que,
traduzidos
em
linguagem arquitetônica,
possam representar
qualidade de vida
aos seus usuários.
Para tanto, o objeto construído é analisado em função
de
conceitos
provenientes
tanto
da
Arquitetura
quanto
das
Ciências Sociais, sobretudo das áreas de Educação e PsicologiaAmbiental, sendo definido como espaço-pedagógico o conjuntode recintos que compõem o estabelecimento educativo, ou seja,
AMBIENTES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
:^ ... -
VOLUME 1
-
INTRODUÇÃO
-
pátios, áreas livres, salas de aula/atividades, ambientes de apoiopedagógico e setores de administração e serviços.
A tese apoiou-se em três perguntas de partida, com
base nas quais foram recortados um objetivo geral e quatroespecíficos:PERGUNTAS DE PARTIDA:
Que características ambientais representam qualidadede vida para crianças com idade inferior a 7 anos?
-^
Sob o ponto de vista dos usuários, as escolas paraeducação
infantil
em
Natal
estão
ambientalmente
adequadas às necessidades infantis?
-^
Como
utilizar/socializar
tal
conhecimento
a
fim
de
alimentar
o
processo
projetual
em
Arquitetura,
de
modo a tornar os espaços dessas escolas adequadosàs crianças?
OBJETIVO GERAL:
Analisar o ambiente de estabelecimentos para educaçãoinfantil localizados em Natal-RN sob o ponto de vista deseus usuários (crianças, pais e professores/funcionários),com
ênfase
para
as
relações
entre
as
necessidades
infantis
e^
as
características
sócio-ambientais
dos
empreendimentos.
Caracterizar desenvolvimento e escolarização infantil e,com base na literatura, discutir a influência do ambientesobre os mesmos;
-^
Sob
a^
luz
do
conhecimento
supracitado,
avaliar
as
condições
ambientais
de
estabelecimentos
para
educação infantil localizados na cidade de Natal-RN;
-^
Averiguar a satisfação e as necessidades/aspirações dosusuários (crianças, pais, professores e funcionários) comas condições ambientais dessas instituições;
-^
Traçar
diretrizes
básicas
na
área
de
projetos
de
arquitetura que possam servir de apoio às discussões degrupos envolvidos com a elaboração de normas para osetor no município de Natal-RN.
Assim, considerando-se, (i) a percepção dos usuários
como elemento fundamental à leitura crítica de um ambiente, (ii)a imprescindível presença de espaços construídos na definiçãode
um
equipamento
escolar
e,
(iii)
o
significativo
papel
do
contato
com
a
natureza
no
desenvolvimento
infantil
(como
demonstra
a
literatura
na
área),
essa
tese
definiu
como
hipótese principal (HP)
que:
AMBIENTES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
:^ ... -
VOLUME 1
-
INTRODUÇÃO
-
Avaliação
Pós-Ocupação
enfocando
aspectos
físicos/técnicos, funcionais e comportamentais inerentes àqueletipo de uso.
A avaliação centrou-se nos principais fatores indicados
pela literatura na área, como:
Relação entre espaços abertos e fechados; ♦^
Contato com elementos naturais; ♦^
Densidade
Social
(alunos/turma;
alunos/professor)
e
Física (alunos/área) do empreendimento; ♦^
Organização espacial / zoneamento de atividades; ♦^
Fluxos e pontos de convergência de usuários; ♦^
Variação
nas
possibilidades
de
uso
dos
ambientes,
inclusive quanto a atividades em pequeno(s) e grande(s)grupo(s); ♦^
Presença de móveis e equipamentos e sua adequação àquantidade e à faixa etária dos usuários; ♦^
Separação/contato entre setores para adultos e áreaspara atividades infantis, bem como das crianças entre si; ♦^
Condições
de
conforto
ambiental
percebidas
pelos
usuários (temperatura, insolação, luminosidade, cheiros,ruído); ♦^
Satisfação e principais aspirações dos usuários.
Devido
à
grande
quantidade
de
dados
gerada
pelas
APOs, a tese foi estruturada em dois volumes, artifício que visaevitar dificuldade no manuseio do material: o primeiro volumetem
cunho
analítico,
apresentando
o
referencial
teórico
em
questão e tratando dos resultados obtidos que sejam essenciaisà discussão das hipóteses; e o segundo volume, Apêndices eAnexos, contém o detalhamento da metodologia e os relatos dosestudos de caso.
Volume
especificamente,
está
dividido
em
“Partes” contendo entre um e quatro capítulos cada, o que deve-se à maior ou menor afinidade entre os assuntos tratados. Essaestratégia reflete a própria concepção da tese, que está apoiadaem
um
tripé
teórico-conceitual:
a)
relações
ambiente
desenvolvimento
infantil
(concepção
humano-ambiental);
b)
história dos serviços de atendimento à criança, especialmenteno Brasil (concepção sócio-política); c) evolução e papel daescola
(concepção
pedagógico-arquitetônica).
conjugação
dessas
bases-suporte
(que,
obviamente,
não
são
estanques
entre si) permite uma maior compreensão dos ambientes paraeducação infantil, servindo de subsídio para a avaliação dosempreendimentos
hoje
existentes.
Assim,
os
principais
elementos presentes nas diversas “partes” deverão ressurgir,isolados ou conjuntamente, no trabalho de campo e discussãodos resultados. Além de permitir maior clareza para os conceitos
-^ AMBIENTES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
:^ ... -
VOLUME 1
-
INTRODUÇÃO
e prioridades, a adoção dessa tática visa possibilitar a realizaçãode
leituras
diferenciadas,
pois
a
ordem
de
consulta
dessas
partes não altera, necessariamente, a compreensão do todo. Afim
de
diminuir
a
repetição
de
informações,
as
referências
bibliográficas são apresentadas em função destes blocos.
Na PARTE
1, Falando em criança, cujo objetivo é a
construção do “pano de fundo” que servirá de base para asAPOs, dois capítulos discutem o desenvolvimento infantil e asrelações criança-ambiente.
Com base na literatura, o Capítulo 1 (Desenvolvimento
Infantil: Panorama Geral) proporciona uma visão geral da áreaatravés
de
algumas
de
suas
teorias
e^
classificações.
Resumidamente são apresentados os aspectos físico-biológicos,sociais, afetivos e cognitivos que caracterizam a criança de 0 a 7anos, embora seja preciso salientar que, por si, nenhum dessesfatores explica o desenvolvimento infantil, pois, de modo diretoou indireto, todos estão continuamente presentes nas atividadeshumanas, ou seja,
ao falar, brincar, fazer música ou praticar um
esporte, a criança está exercitando vários desses aspectos.
capítulo
(Relação
criança-ambiente:
primeira
discussão), discute as relações criança-ambiente sob o ponto devista da Psicologia Ambiental. Nele o ambiente é apresentadonão
como
apenas
uma
base
física
(e
passiva)
para
a
vida
humana, mas como um dos agentes envolvidos e atuantes no
desenvolvimento da pessoa, de modo que, entre ambos ocorreuma
relação
dinâmica,
isto
é,
o
ambiente
tanto
modifica
o
indivíduo quanto é modificado por ele.
Na
Reconhecimento
Social
da
Infância,
desenvolvida através de três capítulos, a ênfase é a evoluçãodas iniciativas político-institucionais na área de atendimento àinfância.
capítulo
papel
social
da
criança:
aspectos
gerais), resume os avanços ocorridos no último século e quegeraram o atual consenso com relação ao direito da criança comidade inferior a sete anos a ter assistência institucional (emescola, creche ou similares), bem como as preocupações com aadequada definição dos espaços educativos.
O capítulo 4 (Brasil: legislação e ação na área), por sua
vez,
mostra
que
na
realidade
brasileira
a^
evolução
das
reivindicações
sociais
não
foi
adequadamente
acompanhada
pela política na área, de modo que o gradativo aumento daspressões e interesses envolvidos no atendimento às crianças de 0
a^
anos
geraram
uma
situação
caótica
no
setor,
o
que
transformou a educação infantil em um importante ponto depauta
na
Constituinte.
Em
a^
Constituição
Brasileira
finalmente reconheceu a educação infantil como um direito dascrianças com menos de 7 anos de idade, definiu dois tipos deatendimento (creche e pré-escola) e concedeu um prazo de 10anos
para
organização
da
área.
Como
esse
tempo
não
foi