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amenorreia ginecologia, Notas de aula de Ginecologia

amenorreia priamria secundaria etiologia causas fisiopatologia sobre detalhes

Tipologia: Notas de aula

2020

Compartilhado em 11/03/2020

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Isabel Leão
AMENORRÉIA
1. DEFINIÇÃO
-Amenorréia é um sintoma e não uma doença, e sim uma condição com diferentes causas, como
disfunções endócrinas, alterações genéticas, malformações, etc.
-Conceitos:
o AMENORRÉIA PRIMÁRIA:
Nunca menstruou na vida
É a ausência da menstruação e desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários até
os 14 anos
Ausência de menstruação até os 16 anos, independente da presença ou desenvolvimento dos
caracteres sexuais secundários (desenvolvimento sexual normal. Ex: telarca e pubarca
presentes)
o AMENORRÉIA SECUNDÁRIA:
Já menstruou alguma vez, ou seja, menstruava previamente
Ausência por 3 a 6 meses ou 3 ciclos de menstruação consecutivos em mulheres com
fluxo menstrual prévio.
Ex: ciclos de 20 dias, se passar 3 meses sem menstruar ou ciclos de 40 dias, se passar 4
meses sem menstruar (40x3ciclos=120/30=4)
2. ANAMNESE E EXAME FÍSICO DE PACIENTE COM AMENORRÉIA
-O que Perguntar para esta paciente?
A- História Clínica:
Idade da menarca
Fluxo menstrual
Dismenorréia
Práticas anticoncepcionais (a mulher que faz uso de ACO sangra o endométrio proliferativo, tendo
um sangramento por privação hormonal)
Estresse físico ou psicológico (excesso de βendorfinas que bloqueia o pulso de GnRH)
Perda ou ganho excessivo de peso (bulimia, anorexia nervosa)
Secreções Mamárias (Amamentação - inibe menstruação)
Sintomas gravídicos
Antecedentes clínicos, cirúrgicos e obstétricos. Ex: se houve menopausa cirúrgica- retirada dos 2 ovários)
B- Exame Físico Geral:
Peso e estatura (IMC): excesso de peso/magreza exagerada pode acarretar alterações do fluxo
menstrual
Como calcular o IMC?
IMC =
Até 25 normal
De 25 a 29,9 sobrepeso
De 30 a 34,9 obesidade moderada
De 35a 39,9 - obesidade severa
Acima de 40 - Obesidade mórbida
Estrias, manchas na pele e acantose nigricans (hiperqueratose e hiperpigmentação relacionada à
resistência insulina, pré-diabetes e SOP)
Como diagnosticar resistência à insulina?
Calcula-se Índice HOMA-IR =
Glicemia de jejum normal até 99 mg/dL;
Insulinemia de jejum normal: até 21 mU/L
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AMENORRÉIA

1. DEFINIÇÃO

-Amenorréia é um sintoma e não uma doença, e sim uma condição com diferentes causas, como disfunções endócrinas, alterações genéticas, malformações, etc. -Conceitos: o AMENORRÉIA PRIMÁRIA:  Nunca menstruou na vida  É a ausência da menstruação e desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários até os 14 anos  Ausência de menstruação até os 16 anos, independente da presença ou desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários (desenvolvimento sexual normal. Ex: telarca e pubarca presentes) o AMENORRÉIA SECUNDÁRIA:  Já menstruou alguma vez, ou seja, menstruava previamente  Ausência por 3 a 6 meses ou 3 ciclos de menstruação consecutivos em mulheres com fluxo menstrual prévio.  Ex: ciclos de 20 dias, se passar 3 meses sem menstruar ou ciclos de 40 dias, se passar 4 meses sem menstruar (40x3ciclos=120/30=4)

2. ANAMNESE E EXAME FÍSICO DE PACIENTE COM AMENORRÉIA

-O que Perguntar para esta paciente? A- História Clínica :  Idade da menarca  Fluxo menstrual  Dismenorréia  Práticas anticoncepcionais (a mulher que faz uso de ACO sangra o endométrio proliferativo, tendo um sangramento por privação hormonal)  Estresse físico ou psicológico (excesso de βendorfinas que bloqueia o pulso de GnRH)  Perda ou ganho excessivo de peso (bulimia, anorexia nervosa)  Secreções Mamárias (Amamentação - inibe menstruação)  Sintomas gravídicos  Antecedentes clínicos, cirúrgicos e obstétricos. Ex: se houve menopausa cirúrgica- retirada dos 2 ovários)

B- Exame Físico Geral:  Peso e estatura (IMC): excesso de peso/magreza exagerada pode acarretar alterações do fluxo menstrual  Como calcular o IMC?  IMC =  Até 25 – normal  De 25 a 29,9 – sobrepeso  De 30 a 34,9 – obesidade moderada  De 35a 39,9 - obesidade severa  Acima de 40 - Obesidade mórbida  Estrias, manchas na pele e acantose nigricans (hiperqueratose e hiperpigmentação relacionada à resistência insulina, pré-diabetes e SOP)  Como diagnosticar resistência à insulina?  Calcula-se Índice HOMA-IR =  Glicemia de jejum normal até 99 mg/dL;  Insulinemia de jejum normal: até 21 mU/L

 Valor normal do HOMA-IR até: 2,7 mg/Ug  É de menor custo e menor dificuldade técnica, com boa correlação com o clampe.  Ex: 91x17/405 = 3,8 -> resistência insulínica (futura falência das cels B pancreáticas)  Hiperinsulinemia altera o eixo endócrino e altera a menstruação  Curva de crescimento pôndero-estatural: amenorréia primária ocorre por distúrbios da puberdade atrasada (telarca, pubarca sem menarca) ou puberdade precoce (pubarca e telarca com 9 anos)  Distribuição e quantidade dos pelos, acne, seborréia (SOP - Síndrome dos Ovários Policisticos)  Mama: desenvolvimento, galactorréia  Sinais clínicos de gravidez  Estigmas somáticos (aspectos sindrômicos)

C- Exame Físico da Genitália:  Pelos: características sexuais secundárias  Cor e aspecto dos grandes lábios  Trofismo Genital  Muco cervical  Útero e anexos (Toque vaginal e/ou retal) – dependendo se a paciente já teve relação sexual

3. FISIOPATOLOGIA

o Ciclo Menstrual  Todo controle do ciclo menstrual e hormonal feminino começa no hipotálamo, influenciado pelo meio endógeno e exógeno, através da secreção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH).  O GnRH é um decapeptídeo secretado de forma pulsátil pela porção do hipotálamo conhecida com núcleo arqueado e que estimula a secreção das gonadotrofinas hipofisárias, para hipófise anterior através da circulação porta-hipofisária de FSH E LH  As gonadotrofinas hipofisárias, atuam nas gônadas (no ovário, mais especificamente, nos folículos ovarianos) e estimulam a produção de estrogênio e progesterona e desencadeiam a ovulação, provocada pela elevação subida dos níveis de estrogênio e LH.  O estrogeno e progestena provocam modificação do endométrio do tipo proliferativo e secretor, com o objetivo da preparação do leito e implantação do ovulo, caso gravidez.  Se não ocorrer a gravidez,há queda desses hormônios pelo corpo lúteo. Assim há desintegração do endométrio e seu estroma de sustentação, levando a menstruação.  Assim, para que a menstruação ocorra, é necessário que ocorra:  Para menstruar, precisa ovular  Eixo hipotálamo-hipófise-ovariano em funcionamento  Endométrio Responsivo aos estímulos hormonais  Trato de saída prévio (útero e vagina) para a exteriorização do sangramento.

o Causas da Amenorréia  Alterações Hipotalâmicas  Anovulação crônica, stress, anomalias genéticas, pós ACO  Alterações no Sistema Canalicular  Hímen imperfurado, agenesias, septos, sinéquias  Alterações na Hipófise anterior  Prolactinomas, tumores, síndrome de Sheehan

HIPOTÁLAMO (GnRH)→HIPÓFISE (FSH e LH)→OVÁRIO (E e P)→ÚTERO (estimula endométrio)

COMP IV COMP III COMP II COMPI

5. SITUAÇÕES COM ALTERAÇÕES HORMONAIS

 Hiperprolactenemia ocorre quando há mais de 26 de PRL e ela aumentada bloqueia o GnRH, inibindo FSH e LH gerando amenorréia  Há drogas que interferem na produção de prolactina, gerando hiperprolactenemia:

  • Depleção hipotalâmica de dopamina: reserpina, α-metildopa
  • Bloqueio de receptores dopaminérgicos: fenotiazinas, butiferonas, benzamidas (metoclopramida, sulpiride, veralipride) - > a liberação de prolactina mediada pela dopamina gera aumento indireto de prolactina
  • Estimulação da recaptação da dopamina: imipramida, anfetaminas
  • Bloqueio de receptores da prolactina: cimetidina e metoclopramida

 Há causas tumorais para hiperprolactenemia com TSH normal

  • Prolactinoma: tumor benigno das células galactóforas que acomete a adenohipófise gerando hiperprolactemia em 40 – 60% dos casos
  • Sintomas:  Amenorreia: tumor bloqueio do GnRH  Galactorréia  Alterações visuais e cefaleia
  • Diagnóstico:  Campimetria: a hipófise triplica de tamanho e pode comprimir o nervo óptico (quiasma óptico), perdendo a visão periférica e causando cefaleia e alt visuais  RX da sela túrcica:  RM  Dosagem de prolactina (é acima de 100)
  • Tratamento:  Bromoergocriptina, cabegolina (são análogos dopaminérgicos que estimulam a dopamina e bloqueiam a prolactina, acabando com os sintomas)  ↑dopamina ↓PRL

 Bloqueio do eixo pelo TSH, gerando hipotireoidismo:

  • TSH é produzido na adenohipófise sob o comando do TRH (produzido no hipotálamo)
  • No hipotireoidismo, o TRH está aumentado, logo gera aumento do TSH, já que eles fazem feedback +. Com o aumento de TSH, há diminuição do T (TSH faz feedback- com T4), logo há mais estímulo para produção de TRH e consequentemente TSH. O TRH que está altíssimo impede o aumento do GnRH (espreme o GnRH), bloqueando-o e por consequência inibindo FSH e LH o que gera amenorreia
  • Relação do TRH e PRL: TRH está aumentado no hipotireoidismo e esse hormônio é muito estimulando da prolactina (é a fada madrinha). PRL assim como TRH impede o aumento do GnRH (espreme o GnRH). Logo, nessa patologia tem-se ↑PRL e ↓GnRH. Portanto, se PRL e TRH estiverem altos o problema é no TRH, já se só PRL estiver alto o problema é na própria PRL

CONCLUSÃO: O local no hipotálamo produtor de TRH comprime o local produtor de GnRH, levando a amenorréia

  • Trat do hipotireoidismo: Levotiroxina (Puran)

Normal: 26

Normal: 0,5-5,

o Desafio Progestacional  A mulher que mestrua tem ciclo menstrual, corpo lúteo e progesterona. A mulher que não menstrua não tem corpo lúteo e nem a progesterona produzida por ele (mais especificamente nas células da granulosa depois que aconteceu a ovulação).  A conduta nesse caso é oferecer a progesterona para a paciente, ou seja, fazer o desafio progestacional: Tomar 10 mg de acetado de medroxiprogesterona (provera) VO por 10 dias. Quando ela para de tomar, e tiver um sangramento por privação, significará que ela produz estrogênio normalmente e não está ovulando por algum outro motivo. Porém se ela, mesmo recebendo progesterona VO, não apresentar o sangramento de privação, significa que ela não esta produzindo nem estrogênio nem progesterona.  O desafio progestacional pode ser: A. DESAFIO PROGESTACIONAL POSITIVO (SANGROU) Sangramento + e estímulo estrogênico + Possui sangramento e não menstruação (já que é um sangramento de descamação do endométrio proliferativo ou de privação) Para sangrar quando recebe esse estímulo de progesterona, é necessário ter: -Produção de estrogênio presente, nem que seja em baixas doses →a baixa quantidade de estrogênio não é suficiente para ‘ativar’ o pico de progesterona, gerando amenorréia -Canal vaginal livre

  • Útero pérvio
  • Endométrio responsivo
  • Ovário produz estrogênio
  • Hipófise e Hipotálamo funcionantes A principal causa de desafio progestacional positivo é anovulação crônica (produz estrogênio em baixas doses) gerada por: -Estresse e drogas: aumento de βendorfinas em atletas que bloqueia o GnRH -Alterações hipotalâmicas -Hiperplasia adrenal congênita com manifestações tardias: há deficiência da enzima 21β hidroxilase, logo não produz estrogênio e progesterona, gerando hiperandrogenismo associado a hirsurtimo -Obesidade: ↑insulina inibe o GnRH -SOP: acnéica, excesso de androgênio

B. DESAFIO PROGESTACIONAL NEGATIVO

Não possui sangramento, ou seja, não produz estrogênio Sangramento - e estímulo estrogênico - Diagnóstico (DPN): -Faz um teste combinado de estrogênio e progesterona -Utiliza uma medicação com estrogênio e progesterona combinado sintéticos por 21 dias e uma progesterona sintética por 10 dias.  Estrogênios conjugados por 21 dias ou  Estradiol 2 – 4mg/dl por 21 dias  Progesterona 10mg por 10 dias

-O estrogênio sintético irá produzir o endométrio proliferativo e a progesterona sintética irá descamá-lo. Isso permitirá descobrir se existe alguma aderência. -Se ela sangrar(+) = as vias canaliculares estão funcionantes -Se não sangrar(-)= é um problema congênito.

  • A USG pode não

mostrar a aderência.

  • Aderências podem ser causadas por infecção, tumor, abortamento, septo vaginal
    • E (prolifera) por 21 dias
    • P (descama) por 10 dias, já começa nos últimos 3 dias de E

 Para confirmar se é no compartimento III ou IV, é necessário fazer o Teste do GnRH:

 Amenorréia por desordem hipotalâmica tem alterações do compartimento IV e pode ser primária ou secundária  As principais causas de amenorreia hipotalâmica primária são:

i. Síndrome de Kallmann  Hipogonadismo hipogonadotrófico  Anosmia/hiposmia  Frequente no lábio leporino e no palato fendido  Desenvolvimento sexual infantil  Cariótipo feminino normal  FSH e LH baixos  Sulcos olfatórios hipoplásicos ou ausentes  GnRH produzido na área olfatória

ii. Disgenesias gonadais  É a patologia mais frequente  Tem 3 formas

Teste +: ↑FSH e ↑LH, o problema está no hipotálamo

Teste - : não subiu as doses, logo o problema pode estar tanto no hipotálamo (mesmo com doses de GnRH ainda está dormindo, isso ocorre em amenorreias prolongadas) quanto na hipófise. Para confirmar, deve fazes o teste prolongado Se mesmo^ assim não sangrou, deve ser tumor de hipófise. Logo deve fazer RM de crânio

Apesar de não ter ovário produtor de E, não tem virilização, pois a gordura ainda produz E.

 Disgenesia Gônado-Somática  Alteração do número de cromossomos sexuais.  Síndrome de Turner (45X0 ou 46X)  Ocorre em 1:2130 nascidos do sexo feminino  Baixa estatura, amenorreia primária  Atraso no desenvolvimento puberal e esterelidade  Disgenesia Gonadal Pura  Padrão eunucóide  Ductos internos bem formados, mas hipodesenvolvidos  80 – 90% 46XX e 10 – 20% 46XY  Disgenesia Gonadal Mista  Desenvolvimento gonadal assimétrico, já que tem também genética masculina  No lado em que há testículos, há inibição dos ductos de Muller  No lado da estria gonadal, há desenvolvimento de ductos femininos  Genital externa: masculina

iii. Malformações Mullerianas  Agenesia uterovaginal: Rokitansky-Mayer-Hauser  Há rudimento sólido de útero e ausência de vagina  Septos vaginais completos e hímen imperfurado: falsa amenorreia

iv. Síndrome de Morris  Insensibilidade androgênica  Testícull feminizante  Desenvolvimento normal dos testículos e inibição dos ductos internos femininos  Há vagina, formada pelo seio urogenital  Mamas de desenvolvimento normal (é periférico)  Cariótipo 46XY

 As principais causas de amenorreia hipotalâmica secundária são: