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Este capítulo apresenta a anatomia regional da cabeça e parte ventral do pescoço de cães e gatos. Apesar de pertencerem a diferentes subordens de Carnivora, as anatomias gerais são semelhantes. O capítulo descreve a conformação e estruturas externas, estruturas superficiais, músculos mastigatórios, crânio, glândulas salivares e linfonodos. O texto é acompanhado de ilustrações. O capítulo é útil para estudantes de medicina veterinária e profissionais da área.
Tipologia: Traduções
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Este capítulo é o primeiro de uma série que cobre a anatomia regional dos dois animais de companhia, o cão e o gato. Apesar de o cão e o gato serem incluídos em diferentes subordens de Carnivora (Canoidea e Feloidea, respectivamente), as anatomias gerais são suficientemente semelhantes para ser possível considerá-las conjuntamente. Apesar de os gatos rivalizarem e, em muitos países, atualmente, superarem os cães em popularidade, é convencional e conveniente (devido à maior riqueza de literatura) basear as explanações iniciais no cão e proceder com menções das diferenças clínicas significantes no gato. Os cães, obviamente, diferem consideravelmente entre eles próprios e, onde nenhuma característica específica de raça for mencionada, pode-se assumir que a descrição refere-se a animais de tamanho médio e conformação generalizada, como a representada pelo Beagle. O leitor é lembrado também que os capítulos referentes aos sistemas estão amplamente baseados na anatomia do cão, o qual supre grande parte de suas ilustrações. Para facilitar a revisão, referências de páginas e figuras desse material serão encontradas sob muitos subtítulos nos capítulos que se seguem.
A conformação varia muito mais consideravelmente em cães do que em qualquer outra espécie doméstica. As preferências dos cinófilos produziram grande variedade de raças que são pronunciadamente diferentes umas das outras e do lobo, seu ancestral comum. A atual popularidade de gatos de raças puras aumentou a percepção das variações entre as raças, muito embora tais diferenças sejam muito menos consideráveis que entre os cães. Em ambas as espécies, em nenhum lugar essa variação é tão bem expressa quanto na cabeça. A aparência da cabeça do cão é determinada em grande parte pelo formato do crânio, pela posição e dimensões dos olhos e pela forma e postura das orelhas externas. As orelhas podem ser eretas, penduladas lateralmente ou possuir uma postura intermediária que é ereta na base e pendular em direção à ponta. Certas diferenças são atributos permanentes de uma raça, enquanto outras são nada mais que uma expressão temporária do humor. O crânio de um cão adulto é caracterizado por uma parte facial bem desenvolvida,
Figura 11-1 Representantes de ragas dolicocefálicas (A) , mesaticefálicas (B) e braquicefálicas (C).
A face do cão é mais expressiva quanto às emoções do que a de outras espécies, e todos estão familiarizados com os sinais que indicam intenção agressiva (Fig. 11-2), submissão ou dor, mesmo se incapazes de particularizá-los. A idade também é claramente revelada em cães de pelagem pigmentada pelo “acinzentamento” que se inicia no lábio superior e posteriormente dissemina-se, atingindo a área próxima aos olhos em torno do oitavo ano ou um pouco depois (Fig. 11-3).
Figura 11-2 Claro sinal de intençâo agressiva em um câo.
Figura 11-3 Canicie iniciando-se no labio superior e ao redor dos olhos.
A redundância de pele facial é uma característica de diversas raças como o Buldogue, o Shar Pei (Fig. 11-4) e o Bloodhound. Em forma extrema pode resultar em pregas frontais que obscurecem a visão e, devido ao fato de a pálpebra superior voltar-se para dentro (entrópio), pode irritar a córnea através do contato com a pele provida de pelos.
muito para a “caracterização” de uma raça. Os pelos tácteis (vibrissas) são proeminentes (Fig. 10-11).
Boa parte da superfície do crânio pode ser palpada, pois se apresenta diretamente subcutânea ou coberta somente por uma fina camada de musculatura. Estruturas palpáveis da face incluem os forames infraorbital e mental, e a crista sobre a longa raiz do dente canino superior. No gato, o forame infraorbital é pequeno e não é facilmente encontrado mediante palpação, encontrando-se muito próximo à órbita.
MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS
Os músculos mastigatórios são grandes; o temporal e o masseter impedem o alcance direto da lâmina lateral dos ossos frontal e parietal e do ramo da mandíbula. O limite entre esses músculos é fornecido pelo arco zigomático, uma região relativamente vulnerável do crânio, sujeita à separação traumática na sutura oblíqua entre os ossos zigomático e temporal (Fig. 2-34).
CRÂNIO
A caixa craniana possui, em sua parte dorsal, a crista sagital e a crista da nuca, a qual conecta a extremidade caudal da crista sagital com a base da orelha, fornecendo o limite dorsal da face triangular caudal (nucal) do crânio. Ambas as cristas são palpáveis, embora pouco da superfície nucal possa ser apreciada. No crânio dos filhotes, a parte cranial excede a parte facial em tamanho, sendo relativamente muito mais larga do que no adulto (Fig. 1-18); a crista sagital ainda tem de se formar, e a crista da nuca, apesar de visível no crânio, não é palpável. A fontanela, característica do crânio do neonato, pode persistir na vida adulta em certas raças miniaturas nas quais ela permanece como uma estrutura palpável. A margem ventral da mandíbula e o proeminente processo angular em sua extremidade caudal são facilmente palpáveis. As metades da mandíbula encontram-se na juntura cartilagínea que persiste ao longo da vida.
GLÂNDULAS SALIVARES E LINFONODOS
As glândulas parótida e mandibular e os linfonodos mandibulares podem ser palpados
caudais à mandíbula. A glândula mandibular é envolvida pelas veias maxilar e linguofacial, as quais se juntam para formar a veia jugular externa. O ducto parotídeo (Fig. 11-6, A/ 8 -B/ 8 ) cruza o masseter, medianamente entre dois ramos do nervo facial; pode eventualmente ser palpado antes de sua passagem profunda aos nervos comunicantes e os vasos faciais para abrir-se na cavidade da bochecha. Os lóbulos acessórios da glândula parótida podem acompanhar o ducto. A extremidade desse ducto é ocasionalmente transplantada para o saco conjuntival quando o fluxo lacrimal é insuficiente para manter a conjuntiva úmida.
Figura 11-5 Representantes de tipos de gatos de cabeça alongada (Abssínio) (A) , cabeça de dimensôes médias (Europeu de pelo curto) (B) e de cabeça encurtada (Persa) (C) ,
A veia linguofacial é curta (Fig. 11-6, A/ 11 -B/ 11 ). No cão, as veias linguais direita e esquerda se unem e formam o arco hioideo situado superficialmente; no gato, esse arco é formado pelas veias linguofaciais esquerda e direita. A veia facial, quando seguida rostralmente, primeiramente passa sobre os linfonodos mandibulares e, depois, ao longo da margem ventral do masseter, antes de cruzar a face obliquamente. Surge da fusão das proeminentes veias dorsal do nariz e angular do olho, rostral ao olho. Estas estão sujeitas a traumatismo durante acesso cirúrgico à cavidade nasal e aos seios frontais. A veia angular do olho, em sua emergência da órbita, também está vulnerável durante a enucleação (remoção) do olho. A artéria facial e a veia que a acompanha suprem os lábios,
a bochecha e o focinho. A lateral do nariz é suprida por uma artéria que emerge do forame infraorbital.
NERVOS SUPERFICIAIS
A distribuição dos nervos cutâneos segue o padrão geral (Figs. 8-68 e 8-69). O ramo dorsal (Fig. 11-6, A/ 7 -B- 7 ) do nervo facial corre ao longo da metade dorsal do masseter, o ramo ventral percorre um curso mais protegido ao longo da margem ventral. Eles são unidos por meio de ramos comunicantes na margem rostral do músculo. O ramo auriculopalpebral do nervo facial (Fig. 11-6/ 6 ) passa ao longo do arco zigomático, onde pode ser bloqueado para eliminar o ato de piscar (m. orbicular do olho) durante o exame do olho.
A pele glabra e úmida ao redor das narinas, o plano nasal, é dividido por um filtro mediano que continua ventralmente sulcando o lábio superior (Fig. 4-1). O plano nasal é recoberto por uma epiderme queratinizada espessa. Em gatos, sua superfície é composta de finos tubérculos, mas em cães é formada por placas e sulcos irregularmente formados que criam um padrão que é considerado individual e, portanto, disponível como meio de identificação (impressão nasal). O plano nasal de cães é mantido úmido por um fluxo aumentado de secreções de glândulas da cavidade nasal, principalmente as glândulas nasais laterais (págs. 148 e 381). Não existem glândulas locais no plano. Uma cartilagem alar curva sustenta o teto e a asa do nariz. O assoalho é reforçado por uma pequena cartilagem nasal acessória. A asa, a parte dorsolateral espessada da narina, é a parte mais móvel. As narinas dos cães possuem formato de vírgula; a cauda curva-se lateralmente sob a asa. Sugere-se que essa separação da asa do assoalho das narinas permitam um olfato direcional (Fig. 4-1). A prega alar é uma extensão da concha nasal ventral que termina no interior do vestíbulo nasal em um alargamento bulboso fusionado com a asa da narina. A malformação congênita do plano nasal é um achado comum em cães braquicefálicos e gatos Persas. Nessa condição, a cartilagem de suporte das narinas é muito fraca; o colapso resultante das asas estreita as narinas, especialmente durante a inspiração. Essa condição pode ser aliviada através de cirurgia, na qual porções das pregas
etmoidais; 4′, placa cribriforme; 5, seio frontal; 5′, osso frontal; 6, palato duro; 7, lingua; 8, orofaringe; 9, palato mole; 9′, nasofaringe; 10, epiglote; 7 7, basi-hióideo; 12, traqueia. 13, esófago; 74, osso nasal; 74′, crista horizontal do osso nasal; 74″, parte dorsal da cavidade nasal invadida pelas conchas etmoidais; 15, canal óptico; 15′, fossa hipofisária.
A cavidade nasal é dividida em duas metades pelo septo nasal. Em cães, apenas as porções caudal e dorsal do septo se ossificam; a extremidade rostral projetando-se além do crânio permanece cartilagínea e contribui com a mobilidade passiva da extremidade do nariz. A seção mediana do septo é membranosa. O nariz de um gato não é ativamente móvel e suas cartilagens assemelham-se a cartilagens nasais caninas encurtadas. Nos cães, a cavidade é mais estreitamente preenchida pelas conchas nasais e etmoidais que em outras espécies, e os meatos interpostos são mais estreitos. A metade rostral abriga as conchas dorsal e ventral. A dorsal (Fig. 11-7/ 3 ) é uma simples placa que emerge do osso nasal; alarga-se caudalmente onde se insere ao etmoide. A concha ventral, que é espessa, mas curta, emerge da maxila e divide-se para formar muitas espirais que aumentam grandemente a área que é coberta por uma mucosa ricamente vascularizada (Fig. 11-7/ 2 ). Estende-se do nível do primeiro ao terceiro dente pré-molar e liga-se à crista da concha na face medial da maxila. Essa crista cria uma sombra linear que é uma característica radiográfica muito evidente (Fig. 11-7, B/ 14′ ). A concha ventral é continuada rostralmente pela prega alar. A metade caudal da cavidade nasal é praticamente preenchida pelas conchas etmoidais cobertas com mucosa olfatória. Essas conchas também invadem a parte ventral do seio frontal. Relata-se que a mucosa olfatória de um
Pastor Alemão cobre uma área de 150 cm^2 e possui mais de 20 milhões de receptores. A aparência da membrana olfatória difere pouco do restante da membrana mucosa, apesar de poder ser levemente mais espessa e acinzentada. Coletivamente, as conchas etmoidais são maiores que as conchas nasais, o que é uma indicação do apurado senso olfativo do cão (Fig. 11-10/ 11 ).
Figura 11-10 Secçâo transversal da cabeça do câo (A) e do gato (C) através da parte rostral da órbita, face rostral. B, Exame portomografia computadorizada (janela óssea) de cabeça canina no nivel de A. 7, seio frontal; 2 , estruturas orbitais; 2 ′, olho; 3, glándula zigomática; 4, m. masseter; 5, veia facial; 6, mandíbula; 7, m. digástrico; 8, lingua; 9, cavidade oral e palato duro; 10, coana; 7 7, conchas etmoidais; 72, arco zigomático; 13,
recesso maxilar; 14, dentés carniceiros, P^4 em contato com M,; 15, vestíbulo oral.
A cavidade nasal dos gatos assemelha-se à dos cães braquicefálicos. Contudo, a concha nasal ventral é menor, compensada por aumento e desenvolvimento da concha média e de suas lamelas. A concha média alcança o nível da entrada do recesso maxilar
em cães (no caso de sangramentos nasais persistentes) origina conexões colaterais entre vasos correspondentes de ambos os lados.
OS SEIOS PARANASAIS
O sistema de seios do cão é pouco desenvolvido. O maior seio é o frontal, o qual ocupa a maior parte do osso frontal, incluindo o seu processo zigomático, e é separado de seu par por um septo mediano. O seio frontal pode se estender até o nível da articulação temporomandibular em animais maiores (especialmente nos de cabeça alongada) (Fig. 11- 11). Cada seio é composto por três cavidades (lateral, medial e rostral), as quais se comunicam separadamente com a cavidade nasal via aberturas dos seios frontais (meatos etmoidais). O compartimento lateral é o maior e pode ser subdividido por septos incompletos; etmoturbinados estão presentes em sua parte rostral. Os compartimentos medial e rostral também estão preenchidos por etmoturbinados, os quais dificultam suas identificações em radiografias. Os etmoturbinados são cobertos por mucosa olfatória, em contraste com as paredes dos seios, que são cobertas por mucoperiósteo não olfatório. Os seios são menores e podem até mesmo estar ausentes em raças braquicefálicas. A ausência não está associada com sinais clínicos e, frequentemente, somente é encontrada quando radiografias são realizadas por outras razões.
Figura 11-11 Seiosfrontais do câo, vista dorsal. 7, seio frontal lateral; 2, concha etmoidal invadindo o seio; 3, seios frontais medial e rostral; 4, forame infraorbital; 5, órbita; 6, ligamento orbital.
O sistema de seios do gato compreende os compartimentos frontal, esfenoidal e maxilar, entre os quais o frontal é o mais importante (Figs. 11-7, B, e 11-12/ 1 ). O seio frontal ocupa a mesma posição geral que o seio correspondente no cão, mas não é dividido e estende-se mais ventralmente o interior da parede medial da órbita. A comunicação com a cavidade nasal fica na parte rostral do seio e pode estabelecer drenagem ineficiente na sinusite bacteriana que frequentemente complica infecções virais do trato respiratório superior. A drenagem cirúrgica pode então ser necessária. Em gatos adultos, os seios podem ser cirurgicamente acessados lateralmente à linha mediana sobre a linha que conecta as margens rostrais dos processos supraorbitais. Em gatos de 3-4 meses de idade, o acesso é realizado na parte média entre a linha que conecta as margens rostrais dos processos supraorbitais e a que conecta os ângulos mediais dos olhos.
Figura 11-12 Seios frontais do gato, vista dorsal. 7, seio frontal, aberto; 2, arco zigomático; 3, órbita; 4, posiçâo do forame infraorbital; 5, abertura nasal.
Tanto nos cães quanto nos gatos, o seio maxilar (Fig. 11-10/ 13 ) comunica-se tão livremente com a cavidade nasal que o termo recesso nasal é preferido. Não é um seio verdadeiro, pois não é formado entre duas lâminas da maxila, mas é ligado à maxila lateralmente e ao osso etmoidal medialmente. O recesso ocupa a face imediatamente rostral à órbita, sobre as raízes dos três últimos dentes molares, e comunica-se com o meato nasal médio através de uma grande abertura nasomaxilar flanqueada pelas conchas nasais. O recesso abriga em sua parede lateral a larga e achatada glândula nasal lateral, a
qual surge como um espessamento da mucosa. Abscessos de raiz do dente carniceiro P^4
baixo da membrana mucosa que conecta a face lateral da língua com as gengivas; quando um ducto é lesado, pode escapar saliva para formar uma grande tumefação submucosa (rânula) lateral à língua. Os ductos salivares maiores frequentemente são canulados para remoção de obstruções ou para injeção de meio de contraste para exames radiográficos (sialografia, Fig. 11-15).
Figura 11-14 Glándulas salivares. 7, glándula mandibular; V, ducto mandibular; 2, glándula sublingual, parte monostomática e 2′, seu ducto; 3, glándula parótida; 4, carúncula sublingual.
Figura 11-27 Dissecçào profunda da cabeça felina para expor a glándula salivar zigomática (8). 1, ducto parotídeo seccionado; 2, músculo pterigóideo medial; 3, glándula
parótida; 4, glándula mandibular; 5, músculo digástrico; 6, ducto mandibular; 7, ducto sublingual emergindo da extremidade rostral da glándula sublingual monostomática; 8, glándula salivar zigomática,
Figura 11-15 Meio de contraste delineando as glándulas parótida (A), mandibular (B) e zigomática (C) do câo. 7, glándula parótida; V, ducto; 2, glándula mandibular; 2′, ducto; 3, glándula zigomática.