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Ancilostomíase ou Ancilostomose, Notas de estudo de Cultura

Ancilostomíase ou Ancilostomose

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 14/03/2010

jose-teofilo-moreira-11
jose-teofilo-moreira-11 🇧🇷

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cilostomíase ou Ancilostomose
Aspectos Clínicos e História da Verminose
Infecção intestinal ou no duodeno causada por nematódeos (vermes cilíndricos), que
pode apresentar-se assintomática, em caso de infecções leves. Em crianças com
parasitismo intenso, pode ocorrer hipoproteinemia e atraso no desenvolvimento físico e
mental. Com freqüência, dependendo da intensidade da infecção, acarreta anemia
ferropriva.
Papiros egípcios de 1.600 A.C., já assinalavam a ocorrência da doença. Avicena, médico
persa que viveu no século X da nossa era, foi o primeiro a encontrar os vermes nos
intestinos de doentes e responsabilizá-los pela anemia decorrente, por serem os mesmos
sugadores de sangue (hematófagos). Na Europa era a doença conhecida por Anemia dos
Mineiros, tomando nomes diversos conforme o país em que era constatada. No Brasil
era antigamente nomeada por Opilação, Amarelão ou Anemia Tropical. Nosso escritor
Monteiro Lobato, em um de seus livros, retrata o personagem Jeca Tatu, que nada mais
era que um indivíduo parasitado pelo verme, o que serviu pelo Laboratório Fontoura
para a propaganda de medicamentos de sua fabricação indicados para o tratamento da
doença.
Em 1838 Dubini, médico Italiano, autopsiando uma mulher milanesa, encontrou em
seus intestinos o verme, descrevendo-o com detalhes e nomeou-o Ancylostoma duodenale,
sem contudo suspeitar do seu papel patológico. Somente Griesinger, em 1851,
demonstrou ser o parasita intestinal o causador da chamada Clorose do Egito,
encontrando o verme nos intestinos de numerosos cadáveres que necropsiou e
assinalando a presença de pequeninos pontos hemorrágicos na mucosa intestinal,
produzidos pelo verme para o ato de sugar sangue de suas vítimas. J. Rodrigues de
Moura, notável médico brasileiro, ainda quando estudante de medicina, em 1875, não só
defendeu as idéias de Griesinger, como ainda emitiu a hipótese, mais tarde plenamente
confirmada pelos trabalhos de Looss, da penetração das larvas do parasita, pela pele
íntegra das pessoas, as quais mais tarde se tornam parasitadas pelos vermes, albergando-
os em seus intestinos.
Trabalhos estatísticos efetuados no Brasil, comprovam que quase 100% da população
rural, trabalhando na terra, muitas vezes descalça, está parasitada pelo verme. Hoje, é
uma doença de baixa prevalência, sendo inclusive considerada em extinção.
Sinonímia - Amarelão, uncinaríase, opilação, doença do Jeca Tatu, entre outros.
Aspectos Epidemiológicos
Família Ancylostomidae - tem a extremidade anterior dirigida dorsalmente (aspecto de
anzol), cápsula bucal ampla e orifício oral ventralmente guarnecido de dentes ou
lâminas cortantes. São hematófagos e com ciclo evolutivo monoxênico, possuindo
espículos iguais e longos. Não têm coroa radiada e os machos apresentam bolsa
copuladora tradicional.
Nematóides da família Ancylostomidae: A. duodenale e Necator americanus. O nome deriva da
palavra Ancylostoma, nome do gênero típico dos vermes intestinais que causam a doença
(do grego: ankylos = curvo; stoma = boca e do latim uncinus = curvo). Em nosso meio
predomina o Necator. Eles podem se prender no duodeno ou no jejuno com suas lâminas
(Necator) ou com seus dentes (Ancylostoma). A. braziliense e A. caninum são parasitos comuns
de cães, mas podem enfestar o homem. As fêmeas, que são maiores medem de 8 a 14
milímetros, quando adultas, e cada ovo eliminado nas fezes, contém 2 a 8 embriões.
Uma vez instalados, os vermes podem viver de alguns meses até seis ou sete anos e em
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cilostomíase ou Ancilostomose

Aspectos Clínicos e História da Verminose Infecção intestinal ou no duodeno causada por nematódeos (vermes cilíndricos), que pode apresentar-se assintomática, em caso de infecções leves. Em crianças com parasitismo intenso, pode ocorrer hipoproteinemia e atraso no desenvolvimento físico e mental. Com freqüência, dependendo da intensidade da infecção, acarreta anemia ferropriva. Papiros egípcios de 1.600 A.C., já assinalavam a ocorrência da doença. Avicena, médico persa que viveu no século X da nossa era, foi o primeiro a encontrar os vermes nos intestinos de doentes e responsabilizá-los pela anemia decorrente, por serem os mesmos sugadores de sangue (hematófagos). Na Europa era a doença conhecida por Anemia dos Mineiros, tomando nomes diversos conforme o país em que era constatada. No Brasil era antigamente nomeada por Opilação, Amarelão ou Anemia Tropical. Nosso escritor Monteiro Lobato, em um de seus livros, retrata o personagem Jeca Tatu, que nada mais era que um indivíduo parasitado pelo verme, o que serviu pelo Laboratório Fontoura para a propaganda de medicamentos de sua fabricação indicados para o tratamento da doença. Em 1838 Dubini, médico Italiano, autopsiando uma mulher milanesa, encontrou em seus intestinos o verme, descrevendo-o com detalhes e nomeou-o Ancylostoma duodenale , sem contudo suspeitar do seu papel patológico. Somente Griesinger, em 1851, demonstrou ser o parasita intestinal o causador da chamada Clorose do Egito, encontrando o verme nos intestinos de numerosos cadáveres que necropsiou e assinalando a presença de pequeninos pontos hemorrágicos na mucosa intestinal, produzidos pelo verme para o ato de sugar sangue de suas vítimas. J. Rodrigues de Moura, notável médico brasileiro, ainda quando estudante de medicina, em 1875, não só defendeu as idéias de Griesinger, como ainda emitiu a hipótese, mais tarde plenamente confirmada pelos trabalhos de Looss, da penetração das larvas do parasita, pela pele íntegra das pessoas, as quais mais tarde se tornam parasitadas pelos vermes, albergando- os em seus intestinos. Trabalhos estatísticos efetuados no Brasil, comprovam que quase 100% da população rural, trabalhando na terra, muitas vezes descalça, está parasitada pelo verme. Hoje, é uma doença de baixa prevalência, sendo inclusive considerada em extinção. Sinonímia - Amarelão, uncinaríase, opilação, doença do Jeca Tatu, entre outros.

Aspectos Epidemiológicos Família Ancylostomidae - tem a extremidade anterior dirigida dorsalmente (aspecto de anzol), cápsula bucal ampla e orifício oral ventralmente guarnecido de dentes ou lâminas cortantes. São hematófagos e com ciclo evolutivo monoxênico, possuindo espículos iguais e longos. Não têm coroa radiada e os machos apresentam bolsa copuladora tradicional. Nematóides da família Ancylostomida e: A. duodenale e Necator americanus. O nome deriva da palavra A ncylostoma, nome do gênero típico dos vermes intestinais que causam a doença (do grego: ankylos = curvo; stoma = boca e do latim uncinus = curvo). Em nosso meio predomina o Necator. Eles podem se prender no duodeno ou no jejuno com suas lâminas ( Necator ) ou com seus dentes ( Ancylostoma ). A. braziliense e A. caninum são parasitos comuns de cães, mas podem enfestar o homem. As fêmeas, que são maiores medem de 8 a 14 milímetros, quando adultas, e cada ovo eliminado nas fezes, contém 2 a 8 embriões. Uma vez instalados, os vermes podem viver de alguns meses até seis ou sete anos e em

média, um único A. duodenale pode sugar 1 centímetro cúbico de sangue do hospedeiro; o Necator , um quinto desse volume.

Agentes etiológicos Necator americanus :

É um dos nematódeos causadores da ancilostomose. Seu tamanho adulto varia de 0,8 a 1,3 cm. O Necator americanus apresenta lâminas na cápsula bucal e o macho possui bolsa copuladora na região posterior. Quando eliminados nas fezes, são avermelhados por causa da hematofagia e histiofagia que fazem no trato gastrointestinal do hospedeiro.

Os ovos são liberados no ambiente e tornam-se larvados. A larva rabditóide leva por volta de uma semana para tornar-se filarióide. A infecção mais comum é por penetração da larva pela pele humana, mas pode ocorrer penetração por mucosas (boca). A infecção ocorre preferencialmente em locais baixos, alagáveis e férteis. A larva atinge a circulação linfática ou vasos sangüíneos, passando pelos pulmões e retornando até a faringe para a deglutição (Ciclo de Looss). O local preferencial de instalação no intestino é no final do duodeno, mas ocasionalmente pode atingir o íleo ou ceco (em infecções maciças) onde torna-se adulto. O período pré-patente varia de cinco a sete semanas.

Ancylostoma duodenale : É um dos nematódeos causadores da ancilostomose no homem. Seu tamanho varia de 0,8 a 1,3 cm. Quando eliminados nas fezes são avermelhados por causa da hematofagia e histiofagia que fazem no trato gastrintestinal dos hospedeiros. O Ancylostoma duodenale tem bolsa copuladora e cápsula bucal com dois pares de dentes. Os ovos são liberados no ambiente e tornam-se larvados. A larva rabditóide leva por volta de uma semana para tornar-se filarióide. Essa penetra a pele do homem e o contamina. A infecção ocorre preferencialmente em locais baixos, alagáveis e férteis. A larva atinge a circulação linfática ou vasos sangüíneos, passando pelos pulmões e retornando até a faringe para a deglutição (Ciclo de Looss). O local preferencial de instalação no intestino é no final do duodeno, mas ocasionalmente pode atingir o íleo ou ceco (em infecções maciças), onde torna-se o verme adulto. O período pré-patente varia de cinco a sete semanas.

Ancylostoma braziliense : Helminto nematódeo causador de ancilostomose animal e inflamação cutânea no homem ( larva migrans ); é próprio de felídeos e canídeos domésticos ou silvestres. Apresenta cápsula bucal que caracteriza-se por apresentar um par de dentes bem desenvolvidos. Os machos apresentam bolsa copuladora. O adulto mede de 5 a 10 milímetros de comprimento. Ao chegarem no ambiente através das fezes, os ovos tornam-se larvados e, após, liberam as larvas rabditóides. Uma vez no solo, a larva rabditóide leva por volta de uma semana para tornar-se filarióide ou infectante. Essa penetra a pele dos animais e, acidentalmente a pele do homem. Nos animais, a infecção ocorre preferencialmente em locais baixos, alagáveis e férteis. Após penetrar a pele dos animais, a larva atinge a circulação linfática ou vasos sangüíneos, passando pelos pulmões e retornando até a faringe para a deglutição (Ciclo de Looss). O local preferencial de instalação no intestino é no final do duodeno, mas ocasionalmente pode atingir o íleo ou ceco (em infecções maciças), onde torna-se o verme adulto. O período pré-patente varia de cinco a sete semanas. No homem, entretanto, a infecção fica limitada na maioria dos casos à inflamação da pele, chamada de "bicho-geográfico". Ancylostoma caninum : Helminto nematódeo causador de ancilostomose animal e inflamação cutânea no homem ( larva migrans ); é próprio de felídeos e canídeos domésticos ou silvestres.

O problema é que os vermífugos tóxicos muitas vezes não podem ser tolerados pelo paciente muito debilitado. Nesses casos, o médico procura o fortalecimento anterior mediante transfusões de sangue, administração de ferro, vitamina B12 e outros medicamentos antianêmicos. A escolha de vermífugos também é problemática, não só por sua ação tóxica, como também pela possibilidade de alguns provocarem a migração de outro verme, o Ascaris lumbricoides , ou lombriga. Para a larva migrans o melhor tratamento local parece ser o resfriamento da região com gelo seco (dióxido de carbono) ou cloreto de etila ("lança-perfume"). Atualmente é usado pomadas nas áreas por onde o verme percorre na pele e no caso do parasitismo intestinal, as injeções de vermífugos se tornam mais eficazes, pois a aplicação é direta no vaso sangüíneo donde o parasita alimentar-se-á futuramente.

Características epidemiológicas - Distribuição universal. No Brasil, predomina nas áreas rurais, estando muito associada a áreas sem saneamento e cujas populações têm como hábito andar descalças.

Medidas de Controle Desenvolver atividades de educação em saúde, particularmente com relação a hábitos pessoais de higiene, particularmente o de lavar as mãos antes das refeições e o uso de calçados. Evitar a contaminação do solo mediante a instalação de sistemas sanitários para eliminação das fezes dos homens, especialmente nas zonas rurais (saneamento básico). Tratamento das pessoas infectadas. Fontes on-line:

  • www.urfgs.br
  • www.saude.pr.gov.br
  • medicinal.terra.com.br Fontes Bibliográficas:
  • Saber Viver – Grupo Biologia e Saúde
  • Dicionário de Medicina – Ed. Abril

ANCILOSTOMOSE, O VERME ASSASSINO Maceió-AL, Quarta-feira, 16 de outubro de 1996, Gazeta de Alagoas "No Santo Eduardo, as verminoses, doenças causadas por parasitas, em sua maioria intestinais, corresponde a principal queixa dos clientes, estando em primeiro lugar em ocorrência, abarcando aproximadamente 16% dos casos clínicos. Dentre elas, a ancilostomose é uma das piores verminoses que podem afetar os cães. 0 gênero, bastante conhecido como causador de anemia profunda na espécie humana, possui representantes igualmente perigosos causadores de anemia também nas espécies animais e, particularmente nos cães, a espécie Ancylostoma caninum a pior delas, leva freqüentemente a morte, em casos mais agudos. Muito confundida com a Parvovirose, devido aos sintomas agudos serem bastante semelhantes, pode ser facilmente diferenciada através de um rápido exame de sangue, que na clínica realizamos em 5 minutos, ou através também de um exame de fezes, caso nos seja possível coletar material. Vômitos e diarréia com sangue vivo podem levar o cão a morte em poucos dias e muito embora a incidência vá diminuindo com a idade, conforme exemplifica o gráfico anexo, podemos registrar a ancilostomose em qualquer idade e sua incidência, como em qualquer verminose, vai depender muito do estado geral do animal, sua alimentação, seu estado de stress, etc. (Os dados do gráfico foram colhidos nos bancos de dados da KENNEL). A melhor maneira de prevenir a ancilostomose é realizando um

exame parasitológico das fezes, periodicamente. E, para isso, o cliente necessita levar fezes relativamente frescas, de no máximo, 6 horas, para que em apenas 15 minutos possa estar com o resultado em mãos. Uma vez sendo identificado o animal como portador, o tratamento deve ser iniciado tão logo seja possível. Em Maceió, temos uma alta incidência desta doença, o clima tropical favorece sua ocorrência e temos atendido um grande numero de filhotes comprados em casas de animais com uma alta incidência desta parasitose. Vale a pena lembrar que a larva Migrans que se adquire com mais facilidade nas praias é causada pelo ancilóstoma do cão, cujo proprietário, desavisadamente, contribui para esta situação. Nossa recomendação aos novos proprietários é que ao adquirirem filhotes ou animais já adultos, o levem ao veterinário, imediatamente, caso o animal seja portador em uma infestação maciça. No caso de ter sido comprado em uma loja, devolvam, pois até mesmo durante o tratamento ha risco de óbito. E que, periodicamente, a cada 3 ou no máximo 4 meses, façam uma vermifugação em seus cães. Vocês estarão desta forma contribuindo expressivamente para evitar problemas para os animais e para si mesmos."