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Anestésicos Locais - indicações, caracteristicas quimicas, Resumos de Farmacologia

documento detalhados dos tipos de anestesicos locais, desde sua fórmula quimica e indicações

Tipologia: Resumos

2019

Compartilhado em 22/10/2019

paula-bandeira
paula-bandeira 🇧🇷

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ANESTÉSICOS LOCAIS
Anestesia local é o bloqueio reversível da condução nervosa, determinando perda da sensibilidade, sem alteração do
nível de consciência. Isso que dizer que, quando é feita a administração do anestésico local eu vou impedir que o
influxo nervoso fosse transmitida naquela fibra nervosa por um determinado tempo, sendo reversível após a
metabolização do fármaco.
Não há alteração no nível de consciência embora o medicamento chegue ao SNC.
MOLÉCULA ORIGINAL DO ANESTÉSICO LOCAL
A molécula do anestésico local é uma amina terciária
A molécula é constituída de 3 partes: Parte lipofílica Cadeia intermediaria Parte hidrofílica
Parte hidrofílica: tem afinidade com água, essa característica é importante para conseguir penetrar nos tecidos
Parte lipofílica: tem afinidade por lipídios, essa característica é importante porque, para atravessar a
membrana do neurônio, exige essa propriedade bioquímica
Cadeia intermediaria: formada por hidrocarbonetos que vai definir se o anestésico é um ESTÉR ou uma
AMIDA
Os anestésicos locais mais seguros são as AMIDAS, pois, os ESTERES, durante o seu processo de biotransformação,
produzem um metabolito chamado PABA (acido paraminobenzóico) que é mais alergênico do que os metabolitos
produzidos pelas amidas, durante o seu processo de biotransformação.
A molécula original do anestésico local não é estável em forma de solução, então é necessário que haja modificações
na estrutura molecular original.
Então, a molécula estável em solução, do anestésico será uma BASE FRACA (amina terciária) associada a um
ÁCIDO FORTE (geralmente o HCl).
A associação de uma base fraca com um acido forte dá origem a um sal de natureza ácida, ou seja, o sal ácido é a
molécula estável em solução
FUNCIONAMENTO BIOQUIMICO DO ANESTÉSICO
O sal ácido quando injetado em um tecido em pH fisiológico {o pH fisiológico do tecido é básico, aproximadamente
7.4}, dissocia-se. Como o meio do tecido é rico em bases, a porção básica do meio irá se ligar a porção ácida do
anestésico. Deixando livre então a base do anestésico (amina terciária), que é lipossolúvel e capaz de atravessar a
membrana neuronal e exercer o efeito farmacológico.
Porque quando o tecido esta inflamado a anestesia não pega?
Um tecido que esta sofrendo um processo de inflamação tem o seu ph alterado para ácido. Diante de um meio rico em
moléculas acidas, quando o anestésico entrar em contato com esse tecido, quem vai se ligar às moléculas do meio
serão as bases do anestésico (amina terciaria), portanto a base do anestésico não estará livre para exercer o efeito
farmacológico.
Então, diante de áreas de infeção, ou sítios bem inflamados, a anestesia é feita a distancia, para tentar pegar a fibra
nervosa, em uma área em que o ph não esteja não comprometido.
Pelo mesmo principio bioquímico, não adianta compensar uma técnica ruim com uma quantidade excessiva de
anestésico, porque o anestésico é um sal acido, e uma quantidade excessiva de anestésico acaba acidificando o meio.
Acidificando o meio não é possível deslocar a base do anestésico. Esse fenômeno de exceder a capacidade de
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ANESTÉSICOS LOCAIS

Anestesia local é o bloqueio reversível da condução nervosa, determinando perda da sensibilidade, sem alteração do

nível de consciência. Isso que dizer que, quando é feita a administração do anestésico local eu vou impedir que o influxo nervoso fosse transmitida naquela fibra nervosa por um determinado tempo, sendo reversível após a metabolização do fármaco. Não há alteração no nível de consciência embora o medicamento chegue ao SNC.

MOLÉCULA ORIGINAL DO ANESTÉSICO LOCAL

A molécula do anestésico local é uma amina terciária A molécula é constituída de 3 partes: Parte lipofílica Cadeia intermediaria Parte hidrofílica

  • Parte hidrofílica: tem afinidade com água, essa característica é importante para conseguir penetrar nos tecidos
  • (^) Parte lipofílica: tem afinidade por lipídios, essa característica é importante porque, para atravessar a membrana do neurônio, exige essa propriedade bioquímica
  • Cadeia intermediaria: formada por hidrocarbonetos que vai definir se o anestésico é um ESTÉR ou uma AMIDA Os anestésicos locais mais seguros são as AMIDAS, pois, os ESTERES, durante o seu processo de biotransformação, produzem um metabolito chamado PABA (acido paraminobenzóico) que é mais alergênico do que os metabolitos produzidos pelas amidas, durante o seu processo de biotransformação.

A molécula original do anestésico local não é estável em forma de solução , então é necessário que haja modificações na estrutura molecular original. Então, a molécula estável em solução, do anestésico será uma BASE FRACA (amina terciária) associada a um ÁCIDO FORTE (geralmente o HCl). A associação de uma base fraca com um acido forte dá origem a um sal de natureza ácida, ou seja, o sal ácido é a molécula estável em solução

FUNCIONAMENTO BIOQUIMICO DO ANESTÉSICO

O sal ácido quando injetado em um tecido em pH fisiológico {o pH fisiológico do tecido é básico, aproximadamente 7.4}, dissocia-se. Como o meio do tecido é rico em bases, a porção básica do meio irá se ligar a porção ácida do anestésico. Deixando livre então a base do anestésico (amina terciária), que é lipossolúvel e capaz de atravessar a membrana neuronal e exercer o efeito farmacológico.

Porque quando o tecido esta inflamado a anestesia não pega?

Um tecido que esta sofrendo um processo de inflamação tem o seu ph alterado para ácido. Diante de um meio rico em moléculas acidas, quando o anestésico entrar em contato com esse tecido, quem vai se ligar às moléculas do meio serão as bases do anestésico (amina terciaria), portanto a base do anestésico não estará livre para exercer o efeito farmacológico.

Então, diante de áreas de infeção, ou sítios bem inflamados, a anestesia é feita a distancia, para tentar pegar a fibra nervosa, em uma área em que o ph não esteja não comprometido.

Pelo mesmo principio bioquímico, não adianta compensar uma técnica ruim com uma quantidade excessiva de anestésico, porque o anestésico é um sal acido, e uma quantidade excessiva de anestésico acaba acidificando o meio. Acidificando o meio não é possível deslocar a base do anestésico. Esse fenômeno de exceder a capacidade de

tamponamento que acontece quando é injetado uma grande quantidade de anestésico, e acidifica o meio, é chamado de taquifilaxia.

MECANISMO DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS.

  • Afinidade bioquímica entre base do anestésico com o receptor transmembrana neuronal, e essa interação provoca o fechamento dos canais de sódio do neurônio. ▲ Chave-fechadura
  • Bloqueio dos canais sódio

▲ Interrompe as sinapses nervosas, porque a condução nervosa só se processa quando ocorre um fenômeno chamado “inversão da polaridade”. Com o fechamento dos canais de sódio. Não ocorre a despolarização, consequentemente a sinapse não ocorre, porque o potencial elétrico da membrana permanece em repouso. ▲ (^) Lembrando que: O ESTIMULO doloroso existe, ele só não é processado e interpretado como dor.

FARMACODINÂMICA

O efeito do medicamento no organismo cursa uma escala gradual de perda da sensibilidade. A primeira perda de sensibilidade observada é a INSENSIBILIDADE TÉRMICA. A segunda perda de sensibilidade observada é a INSENSIBILIDADE DOLOROSA

Existem algumas sensibilidades que o paciente anestesiado não perde completamente, o que ocorre na verdade é uma redução da sensibilidade.

  • Redução da sensibilidade táctil (o paciente continua sentindo a pressão ou a firmeza do movimento, pois as fibras nervosas responsáveis pela sensibilidade táctil são bastante espessas, por conta da quantidade de mielina, e demoram mais para serem anestesiadas por completo, diferentemente das fibras nervosas dolorosas, que são mais finas e rapidamente são anestesiadas; portanto, o paciente deve ser avisado sobre isso para que ele não interprete o estimulo táctil como dor)
  • Redução da função proprioceptora.
  • Redução da função motora (paciente não sente a língua, ou não consegue controla-la)

ANESTÉSICO IDEAL

  • Não irrita o tecido
  • Não altera permanentemente o nervo
  • Possui toxidade sistêmica mínima
  • Intervalo mínimo para inicio do efeito
  • Duração longa o suficiente para o procedimento
  • Potência suficiente
  • Não alergênico
  • Biotransformação rápida
  • Estéril ou esterilizável

GRUPOS FARMACOLÓGICOS

ÉSTERES

Cocaína é o precursor dos anestésicos locais. Hoje é uma droga de abuso e não tem finalidade terapêutica nenhuma. Procaína

O gráfico ilustra a duração pulpar de dois anestésicos locais com e sem vasoconstictor (lidocaína e mapivacaína) Lidocaína: nota-se um aumento exorbitante da qualidade anestésica com a presença de vasoconstrictor Mepivacaína: Sem vasoconstrictor (3%) tem uma duração pulpar razoavelmente boa, pode ser eleito um anestésico para urgências, onde o paciente não possa utilizar vasoconstrictor. Mas com a presença da vasoconstrictor (2%), melhora ainda mais a qualidade do anestésico.

OS VASOCONSTRICTORES PODEM SER DIVIDIDOS EM DOIS GRUPOS:

♦ Aminas Simpaticomiméticas/ Adrenérgicos – mimetizam a ativação do SNSimpatico {prepara o individuo para a fuga ou para a luta}

  • Adrenalina/epinefrina – é a mais potente dos vasoconstrictores adrenérgicos
  • Noradrenalina – tem 1/4 da potencia da adrenalina , para compensar, geralmente a concentração de noradenalina vem maior.
  • Levonordefrina – tem 1/6 da potencia da adrenalina
  • Fenilefrina – tem 1/20 da potencia da adrenalina

♦ Análogos da Vasopressina ou ocitocina

  • Felipressina – Menos potente do que todos os adrenérgicos.

Os vasoconstrictores (VC) adrenérgicos atuam em arteríolas (onde chega o sangue), então o potencial de vasoconstricção é maior. Inclusive existem efeitos sistêmicos dos VC adrenérgicos, OS EFEITOS SISTEMICOS são VASODILATAÇÃO dos grandes vasos que estão próximos ao coração e ao pulmão.

Os VC hormonais não possuem esses efeitos sistêmicos, pois sua ação é mais periférica (no nervo onde se quer anestesiar).

CLASSIFICAÇÃO DOS ANESTESICOS quanto a duração.

CURTA DURAÇÃO – até 30 min

  • Mepivacaína 3% sem VC
  • Prilocaína com VC hormonal (felipressina) usadas em pacientes especiais

MÉDIA DURAÇÃO – de 30 a 60 min

  • Mepivacaína 2% com VC adrenérgico
  • Lidocaína com VC adrenérgico
  • Articaína com VC adrenérgico

LONGA DURAÇÃO – mais de 90 min

  • Bupivacaína com VC adrenérgico – reservado para procedimentos cirúrgicos mais longos como os da bucomaxilo

TUBETE ANESTÉSICO tem 1,8 ml

Sal anestésico Princípio ativo, é a amina terciária

Vaso constrictor adjuvante terapêutico, apoia a droga principal Conservante do VC Meta bissulfito de sódio (menos alergênico) ou metilparabeno, O VC oxida com muita facilidade. Água destilada, cloreto de sódio e ácido cítrico Veículos (são substancias que não tem ação farmacológica, que servem para homogeneizar, diluir, deixar o meio isotônico).

SAIS ANESTÉSICOS

LIDOCAÍNA: É um medicamento bastante estudado, bastante validado, versátil, é o sal anestésico que mais se aplica a variedade de pacientes: idosos, gestantes, crianças. Encontra-se no mercado a concentração da lidocaína de 2% e 3%, mas sabe-se que a aplicabilidade clinica de ambos é muito semelhante, então é melhor usar o de 2% que é menos concentrado. A lidocaína é associada a VC adrenérgicos, na ausência deles, ela não tem efeito clinico bom. (menos de 5 min de duração pulpar)

MEPIVACAINA: é um sal farmacologicamente parecido com a Lidocaína, porém muito menos vasodilatador que os outros sais anestésicos. No mercado, é possível encontrar a mepivacaina associada a VC adrenérgicos na concentração de 2% (duração pulpar média). No entanto, a Mepivacaína pode ser encontrada no mercado SEM VC, então sua concentração é aumentada para 3% (duração pulpar curta) para compensar a ausência do VC.

PRILOCAÍNA: no Brasil, a prilocaína está associada a felipressina que é um VC hormonal (duração pulpar curta) esse fármaco tem a mesma aplicabilidade que a mepivacaina 3% sem VC; que podem ser ultilizados em pacientes ASA II ou ASAIII (de forma urgencial). A prilocaína esta associada a um raro efeito colateral chamado METAHEMOGLOBINEMIA ; quando a prilocaina é administrada em altas doses, dentro do vaso sanguíneo e é levada ao fígado para ser metabolizada, ela forma um metabolito chamado de ORTOTOLUIDÍNA. A hemoglobina no nosso organismo é instável, ou seja, ela fica sendo transformada o tempo todo da forma ferrosa (hemoglobina) para a forma férrica (metahemoglobina). A forma férrica da hemoglobina não é capaz de transportar oxigênio. Existe uma enzima no organismo humano ( metahemoglobina redutase ) , cuja única função é converter a metahemoglobina em hemoglobina; o equilíbrio é mantido por causa dessa enzima. No entanto, quando altas concentrações de ortotoluidina estão presentes, ocorre o bloqueio da metahemoglobina redutase, causando um aumento da metahemoglobina e dificuldade de transporte de O2. Cuidado ao utilizar em crianças, idosos e gestantes.

BUPIVACAINA: é o anestésico de longa duração existente no mercado Brasileiro, é um anestésico 4 vezes mais potente que a lidocaína. Geralmente a concentração da bupivacaina é de 0,5%. Em procedimentos cirúrgicos extensos, é uma vantagem utilizar a bupivacaina porque o pós operatório imediato do paciente é ótimo. Não é indicado para crianças por conta do longo efeito residual do anestésico. Tem potencial cardiotóxico (em altas concentrações intravasculares, altera a condução do sódio no musculo cardíaco – importante a dosagem e fazer a aspiração)

ARTICAÍNA: é uma associação de um éster com uma amida que não produz o PABA. Tem na sua composição um anel de enxofre, esse anel permite que o fármaco se difunda nos tecidos de uma forma infinitamente maior do que os outros anestésicos. Dando a articaína a capacidade de se difundir com muita facilidade pelo tecido ósseo. Na maxila, o potencial de difusão da articaina pode ser uma desvantagem, porque a maxila é um osso mais poroso, então no momento do bloqueio do infraorbitário pode causar temporariamente uma diplopia.

TEMPO DE LATÊNCIA

É o tempo necessário para que o anestésico comece a fazer efeito no organismo. É importante também cantes de injetar o anestésico local, fazer o uso do anestésico tópico (benzocaína).

▲ Adulto: 1,3 mg/Kg

▲ Máxima absoluta: 90 mg

  • “Lidocaína a 2%” significa que existe de 2 gramas(2.000 miligramas) para cada 100 ml fórmula

MÃE

  • Um tubete anestésico possui 1,8 ml de solução total

PERGUNTA-SE: Quantos gramas de lidocaína 2% existem em um tubete de anestésico?

2.000 mg ----------------- 100ml

x mg -------------------- 1,8 ml (volume do tubete)

x= 36 mg 0,036 gramas

PERGUNTA-SE : quantos tubetes de lidocaína 2% podem ser utilizados em um paciente de 60 e 140

kg respectivamente?

1. PACIENTE DE 60 KG

4,4 mg ---------------- a cada 1 kg

x mg --------------------- 60 kg

x= 264mg não ultrapassa a dose máxima

1 tubete ------------------ 36 mg

x tubetes ---------------- 264 mg

x = 7,33 tubetes

2. PACIENTE DE 140 KG

4,4 mg ---------------- a cada 1 kg

x mg --------------------- 140 kg

x= 616mg ultrapassa a dose máxima (300mg)

1 tubete ------------------ 36 mg

x tubetes ---------------- 300 mg

x = 8,33 tubetes

PASSOS PARA UM CÁLCULO DE SUCESSO

1- Procurar concentração mãe da fórmula. Ex: lidocaína 2% (2.000 mg/K) prilocaina 3% (3.000mg/K)

2- Descobrir quantos mg do sal anestésico requerido existe em 1 tubete que tem 1,8 ml

3- Observe qual é o peso do paciente, descubra qual a dose indicada para o seu peso, e se ultrapassa a dose

máxima recomendada. Lembrando: LIDOCAÍNA: 4,4 mg; Dose Máxima Recomendada: 300mg

4- A partir da dose indicada para cada paciente, descubra quantos tubetes o paciente pode usar, utilizando o

valor encontrado no item 2.