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COESÃO E COERÊNCIA A linguística textual constitui um novo ramo da linguística, que se desenvolveu a partir da década de 1960 na Alemanha, Europa. Seu trabalho consiste em tomar como unidade básica de investigação, o texto, por ser a forma específica de manifestação da linguagem, e não mais a palavra ou a frase somente.
Tipologia: Notas de aula
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Comunicação e Expressão Profa. Yone P. Sanches e-mail: yonesanches@professor.sp.gov.br
A linguística textual constitui um novo ramo da linguística, que se desenvolveu a partir da década de 1960 na Alemanha, Europa. Seu trabalho consiste em tomar como unidade básica de investigação, o texto, por ser a forma específica de manifestação da linguagem, e não mais a palavra ou a frase somente. A causa de seu surgimento foi a insatisfação dos linguistas da época, quanto às lacunas apresentadas nas gramáticas de frases. Estas, não davam conta dos vários fenômenos linguísticos e, também, extralinguísticos envolvidos no processo de produção e interpretação de textos. Esses fenômenos somente poderiam ser explicados em termos de texto ou com referência a um contexto. A linguística textual comporta diversas manifestações: -semântica do texto: o que se deve entender por significação de um texto e como se constitui. -Pragmática do texto: funções de um texto no contexto (extralinguístico). -Sintaxe do texto: como a significação vem expressa sintaticamente no texto. Além dos estudos sobre a coerência e coesão (centrados no texto), outros fatores de textualidade passaram a ser objeto das pesquisas sobre o texto: informatividade, situacionalidade, intertextualidade, intencionalidade, aceitabilidade (centrados no usuário), contextualização, focalização, consistência e relevância. Entretanto, uma corrente de estudiosos apresenta especial interesse pelo processamento cognitivo do texto que domina a década de 1990 e, hoje, com tendência sociocognitivista. Para o processamento do texto há que se verificar as estratégias de produção e de compreensão que se envolvem: a) conhecimento armazenado na memória; b) acesso a esses conhecimentos e c) estratégias sociocognitivas e interacionais.
Esses estudos, além da ênfase nos processos de organização global dos textos, apresentam questões de ordem sociocognitiva como referenciação, inferenciação, acesso ao conhecimento prévio, tratamento da oralidade, relação oralidade/escrita, estudos dos gêneros textuais.
a) artigos definido s: o, a, os, as. Indefinidos: um, uma, uns, umas Ex. Depois de algum tempo, aproximou-se de nós um desconhecido. O desconhecido...
b) advérbios de lugar: aqui, ali, lá etc. Ex. Paula não irá à Europa em janeiro. Lá faz muito frio.
c) pronomes pessoais : ele/ela/eles/elas Ex. Maria teve um filho. Ela tem apenas 15 anos.
d) pronomes oblíquos : o, a, lhe, lhes Ex. Mate um frango. Corte- o em pedaços e prepare- o para ir ao forno.
e) pronomes possessivos : meu, teu, seu, nosso, vosso, dele etc. Ex. A gravata do uniforme de Paulo está velha. A minha é novinha em folha.
f) pronomes demonstrativos : este, esta, esse, essa, aquele, tal etc. Ex. O presidente pretende anunciar as novas medidas que mudarão o imposto de renda , mas não deverá fazer isso nesta semana.
g) Pronomes indefinidos : tudo, todo, algum, outro, vários, diversos, cada, nenhum etc Ex. João pediu auxílio a parentes e amigos. Nenhum atendeu ao seu apelo (pedido). h) numerais: (um, uma, uns, umas, ambos) Ex. Mariana e Luiz são irmãos. Ambos estudam inglês e francês.
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i) ELIPSE : (quando a partir do segundo verbo o sujeito fica oculto, por ter sido citado anteriormente) Ex. João Paulo II esteve em Varsóvia. Lá, disse que a igreja continua a favor do celibato.
j) LEXICAL (palavras sinônimas ou quase sinônimas) a) João Paulo II = papa, Sua Santidade, o último papa b) Varsóvia = Capital da Polônia
l) Hiperônimo/Hipônimo: Ex. Gosto muito de doces (hiperônimo). Cocada (hipônimo), então, adoro. móvel/mesa (mesa faz parte de um substantivo maior = móvel)
m) NOMES GENÉRICOS : coisa, gente, pessoa, fato, fenômeno etc: Ex. A multidão ouviu o ruído de um motor. Todos olharam para o alto e viram a coisa se aproximando.
n) METONÍMIA : Ex. No pasto, havia cem cabeças de gado. (parte pelo todo) Observação : Evite retomada coesiva utilizando a mesma/o mesmo e seus plurais e REFERIDO(A). Ex. Comprei uma cadeira. A mesma estava quebrada. (inadequado perante a norma culta)
A coesão seqüencial é obtida, principalmente, por meio dos elementos de ligação que proporcionam as relações necessárias à integração harmoniosa de orações e parágrafos em torno de um mesmo assunto (eixo temático). Relacionamos abaixo os elementos de coesão mais usuais, agrupados pelo sentido, Estes elementos são conhecidos na gramática tradicional como conjunções, advérbios etc e, na Lingüística Textual, como operadores argumentativos.
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Esta Segunda ocorrência do termo tudo tem o mesmo sentido da primeira? R= “Se tais perguntas são facilmente respondidas, é porque os termos em questão são elementos da língua que têm por função estabelecer relações textuais: são recursos de coesão textual .” Outro grupo de palavras que tem como função assinalar determinadas relações de sentido entre os enunciados ou partes de enunciados:
Texto II Bernardo tem 5 anos e gosta de saber tudo sobre lugares e países. Eu sou um pai coruja! Assim, na primeira oportunidade, comprei-lhe(1) um desse globos terrestres modernos. No entanto, o garoto(2) não lhe(3) deu muita importância, quando apontei nele(4) o Japão, o Brasil e muitos outros países. Limitou-se(5) a fazê-lo(6) girar doidamente. Parece que a novidade(7) não o(8) atraiu. Girou tanto o tal do globo que o(9) desprendeu do suporte de metal. Logo se(10) dispôs a sair jogando futebol com ele(11), mas não permiti tal coisa(12). Consegui convencê- lo(13) a ir destruir outro brinquedo: o barulhento secador da mãe! E assim que me(14) vi só, tranquei-me lá(15), no meu(16) escritório, para apreciar aquela nova e preciosa aquisição!(17) (Fernando Sabino – Adaptado) 1__________________ 12_____________________ 2__________________ 13_____________________ 3__________________ 14_____________________ 4__________________ 15 _____________________ 5__________________ 16 _____________________ 6__________________ 17 _____________________ 7__________________ 8__________________ 9__________________ 10__________________ 11__________________ COERÊNCIA:
CHAROLLES, Michel (2002). Introdução aos problemas da coerência dos textos. In: GALVES, Charlotte [et al.] (orgs.). O texto: leitura & escrita. 3. ed. Campinas: Pontes. Para o pesquisador Charolles (2002), as quatro metarregras que estabelecem a coerência de um texto são:
Repetição : Para que um texto seja coerente é preciso que em seu desenvolvimento, o texto apresente elementos de recorrência.(coesão referencial) Ex. “ Picasso morreu faz um ou dois anos. O artista deixou sua coleção pessoal para o museu de Barcelona.” Progressão : Para que um texto seja coerente é preciso que haja no texto uma contribuição semântica renovada, pelo contínuo acréscimo de informações. Ex. “O ferreiro está vestido com uma calça preta, com um chapéu marrom claro e com um paletó cinza escuro. Tem na mão a ponta da picareta e bate em cima com um martelo. A ponta desta ferramenta é pontuda e a outra extremidade é quadrada. Para torná-la vermelha, colocou-a no fogo e as mãos estão vermelhas.” Não-contradição ou Coerência semântica : Para que um texto seja coerente é preciso que no desenvolvimento do texto não se introduza nenhum elemento que contradiga um conteúdo posto ou pressuposto anteriormente.
Ex. 1: “Pedro não tem carro. Vai vender o dele para comprar um novo.” ( contradição pressuposta )
Relação : Para que um texto seja coerente é preciso que todos os enunciados do texto e os fatos que denotam no mundo nele representado estejam, de alguma forma, relacionados entre si. Ex. “Segunda, terça, quinta, sexta que vai à escola. Quarta, sábado, domingo que não vai à escola. Não deve roubar giz. Eu sei os meses do ano.”
Para Kock & Travaglia, os principais fatores de coerência são: PAGE
a) Coerência semântica: Ex. 1: “A casa da vovó é voltada para o leste e tem uma enorme varanda. Todas as tardes ela fica na varanda em sua cadeira de balanço apreciando o pôr-do-sol .” ( contradição de mundo possível )
Ex. 2 Lá dentro havia uma fumaça espessa que não deixava que víssemos ninguém. Meu colega foi à cozinha, deixando-me sozinho. Fiquei encostado na parede da sala, observando as pessoas que lá estavam. Na festa, havia pessoas de todos os tipos: ruivas, brancas, pretas, amarelas, altas, baixas etc. b) Coerência sintática (gramatical ou de superfície lingüística) Coesão seqüencial
O mau uso de elementos lingüísticos de coesão pode provocar incoerências locais pela violação de sua especificidade de uso e função. Ex.
I- O uso dos elementos de ligação (elementos de coesão) inadequados nas sentenças abaixo provoca um efeito de incoerência. Reescreva-os, fazendo as alterações necessárias para garantir o estabelecimento das relações se sentido corretas. a. O livro é muito interessante porque tem 570 páginas. b. (^) Carmem mora no Rio há cinco anos, portanto não conhece ainda o Corcovado. c. Acordei às 7 horas, uma vez que tinha ido deitar às 2 horas, dormi pouco mais de cinco horas. d. O livro que a professora de literatura mandou comprar já está esgotado, já que foi publicado há menos de três semanas. e. João, o pintor, foi despedido, mesmo que tenha se negado a pintar a casa, apesar de estar chovendo. II- Escreva um período, juntando as frases abaixo, utilizando um conectivo de cada vez: embora , apesar de , mesmo , mas. Faça as modificações necessárias.
Estava com febre. Não faltava às aulas.
c) Coerência estilística
Magnífico Reitor da Universidade de São Paulo Tendo tomado conhecimento pelos periódicos da capital paulista de que o Prefeito da Cidade Universitária, onde está situada a Universidade que Vossa Magnificência, com alto 0 0 descortino, dirige, re1 F solveu interditar o acesso da população ao campus nos finais de semana, ouso vir à presença de Vossa Magnificência para manifestar-lhe meu 0 0 repúdio ao fato de uma instituição pública querer sub1 F trair da população de uma cidade desumana um espaço de lazer. Francamente, achei a maior sujeira da parte da USP, sacanagem, nada a ver.
d) Coerência pragmática (intenção comunicativa)
Ex. Pedido/atendimento A: Você me empresta seu livro do Guimarães Rosa B: Hoje eu comi um chocolate que é uma delícia.
Coerência Textual – Exemplos Koch & Travaglia: Embora a coesão auxilie no estabelecimento da coerência, ela não é garantia de se obter um texto coerente. Na verdade, os elementos lingüísticos da coesão não são nem necessários, nem suficientes para que a coerência seja estabelecida. Haverá sempre necessidade de recurso a conhecimentos exteriores ao texto (conhecimento de mundo dos interlocutores; da situação, de normas sociais etc.)
Como a coesão não é necessária, há muitas seqüências lingüísticas com pouco ou nenhum elemento coesivo, mas que constituem um texto porque são coerentes e, por isso, têm o que se chama de textualidade. São textos sem coesão, mas coerentes. Ex.
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espalhava em todas as direções, até o horizonte, uma planície coberta de areia. Na noite em que contemplava 30 anos, João, sentado nos degraus da escada, colocada à frente de sua casa olhava o sol poente e observava como a sua sombra ia diminuindo no caminho coberto de grama.
De repente, viu um cavalo que descia para sua casa. As árvores e as folhagens não permitiam ver distintamente, entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar de mais perto verificou que o visitante era seu filho Guilherme, que há 20 anos havia partido para listar-se no exército e, em todo esse tempo, não havia dado sinal de vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou imediatamente correu até ele e lançou-se no seu braço e começou a chorar.
(autor desconhecido)
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