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Guias e Dicas
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Apostila comando elétricos, Manuais, Projetos, Pesquisas de Engenharia Elétrica

Apostila comandos elétricos industriais

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2020
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Compartilhado em 11/03/2020

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
DEMAT - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS
COORDENAÇÃO DE ELETROMECÂNICA E MECATRÔNICA
Fundamentos para o Ensino Técnico Teoria, problemas e exercícios Guias de Aulas Práticas
ANDRÉ BARROS DE MELLO OLIVEIRA
Campus I Belo Horizonte
MINAS GERAIS
Maio de 2015
Departamento de
Engenharia de Materiais
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Baixe Apostila comando elétricos e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Engenharia Elétrica, somente na Docsity!

i

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEMAT - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

COORDENAÇÃO DE ELETROMECÂNICA E MECATRÔNICA

Fundamentos para o Ensino Técnico  Teoria, problemas e exercícios  Guias de Aulas Práticas

ANDRÉ BARROS DE MELLO OLIVEIRA

Campus I – Belo Horizonte

 MINAS GERAIS

Maio de 2015 (^) Departamento de Engenharia de Materiais

qe

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Campus I – Belo Horizonte Av. Amazonas 5253 - Nova Suiça - Belo Horizonte - MG - Brasil CEP 30.421-169 - Telefone: +55 (31) 3319-

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Campus I – Belo Horizonte Av. Amazonas 5253 - Nova Suiça - Belo Horizonte - MG - Brasil CEP 30.421-169 - Telefone: +55 (31) 3319-

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BIOGRAFIA

André Barros de Mello Oliveira nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 17 de julho de 1969.

Formou-se em Engenharia Industrial Elétrica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas

Gerais (CEFET-MG), em dezembro de 1992. Obteve o título de Mestre em Engenharia Elétrica pela

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em dezembro de 1998, na área de Eletrônica de

Potência. Atuou como professor em Escolas de formação técnica em Belo Horizonte, como o SENAI, a

Utramig, o SESI e o CEFET-MG, até 2001. De 2001 a 2006 foi professor/pesquisador nos cursos de

Engenharia de Telecomunicações e de Engenharia Elétrica do Centro Universitário de Belo Horizonte

(Uni-BH). Desde outubro de 2006 é professor efetivo do CEFET-MG, atuando inicialmente no campus

Varginha (2006 a 2014), nos cursos técnicos de Informática Industrial e Mecatrônica. Atualmente é

professor do DEMAT, Departamento de Engenharia de Materiais, no campus I, em Belo Horizonte, onde

leciona nos cursos técnicos de Mecatrônica, Eletromecânica e Mecânica.

vii

Lista de Abreviaturas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas - atua em todas as áreas técnicas do país. Os textos

das normas são adotados pelos órgãos governamentais (federais, estaduais e municipais) e pelas firmas.

Compõe-se de normas: NB, TB (terminologia), SB (simbologia), EB (especificação), MB (método de

ensaio) e PB (padronização).

AC – Alternating Current (corrente alternada).

ANSI – American National Standards Institute , Instituto de normas dos Estados Unidos que publica

recomendações e normas em praticamente todas as áreas técnicas. Na área dos dispositivos de comando

de baixa tensão, tem adotado frequentemente especificações da UL e da NEMA.

AT – Alta Tensão.

BT – Baixa Tensão.

CA – Corrente Alternada.

CC – Corrente Contínua.

CNC – Controle Numérico Computadorizado.

CV – Cavalo-Vapor, unidade de potência mecânica, correspondente a 736 Watts.

DC – Direct Current (corrente contínua).

DIN – Deutshe Industrie Normen , Associação de normas industriais alemãs. Suas publicações são

devidamente coordenadas com as da VDE.

fem – força eletromotriz.

FT – Relé de Sobrecarga.

IEC – International Electrotechinical Comission. Comissão formada por representantes de todos os

paises industrializados. As recomendações do IEC, publicadas por esta comissão, são normalmente

adotadas na íntegra pelos diversos paises ou, em outros casos, está se processando uma aproximação das

normas nacionais ao texto destas internacionais.

HP – Horse-Power , unidade de potência mecânica, correspondente a 746 Watts.

K – Contator.

KT – Relé de Tempo.

MI – Motor de Indução.

MIM ou MM – Motor de Indução Monofásico.

MIT – Motor de Indução Trifásico.

NA – Normalmente Aberto (relativo ao tipo de contato de uma chave).

NEMA – National Electrical Manufactures Association , Associação americana dos fabricantes de

materiais elétricos.

NF – Normalmente Fechado.

 - Rendimento.

RPM (ou rpm) – Rotações por minuto.

UL – Underwriters’ Laboratories Inc ., entidade nacional de ensaio da área de proteção contra incêndio,

nos Estados Unidos, que entre outras coisas, realiza ensaios de equipamentos elétricos e publica as suas

prescrições.

VCC – Tensão Contínua (o mesmo que VDC).

VDE – Verband Deutscher Elektrotechniker, Associação de normas alemãs que publica normas e

recomendações da área de eletricidade.

VF – Tensão de Fase (tensão elétrica entre fase e neutro, VFN).

VL – Tensão de linha (tensão elétrica entre duas fases, VFF).

viii

  • Capítulo 1 - Revisão de conceitos e aplicações de Corrente Alternada (CA) Sumário
    • 1.1 – Introdução
    • 1.2 – Geração de Corrente Alternada
    • 1.2.1 - Princípio de funcionamento de um gerador elementar
    • 1.2.2 - Lei de Faraday – F.E.M. induzida
    • 1.2.3 – Sinais CA – principais parâmetros
    • 1.2.4 – Sinais CA – valores característicos e conceitos importantes
      • 1.2.4.1 – Valor médio, VCC ou VDC........................................................................................................................................
      • 1.2.4.2 – Valor eficaz, Vef ou Vrms
    • 1.3 – Relacionando graus elétricos e tempo e graus elétricos e mecânicos
    • 1.4 – Representação fasorial de uma grandeza elétrica senoidal
    • 1.4.1 – Fasores
    • 1.4.2 - Representação matemática de um fasor
    • 1.4.3 – Operações matemáticas com fasores
      • 1.4.3.1 – Fasores representados por números complexos
    • 1.5 - Comportamento de circuitos resistivos, indutivos e capacitivos em CA
      • 1.5.1 – Circuito resistivo - corrente e tensão em fase
      • 1.5.2 – Circuito puramente indutivo – tensão adiantada de 90 graus da corrente
      • 1.5.3 - Circuito puramente capacitivo – corrente adiantada de 90 graus da tensão
      • 1.5.4 – Impedância de circuito CA
      • 1.5.4.1 – Lei de Ohm para a impedância Z em Corrente Alternada
      • 1.5.4.2 – Associação de impedâncias
    • 1.6 - Sistema trifásico.................................................................................................................................................................
  • Capítulo 2 – Introdução aos motores elétricos
    • 2.1 – Introdução
    • 2.2 – Aplicações de motores CC e CA
      • 2.2.1 – Motores de Corrente Contínua (ou motores CC)
      • 2.2.2 – Motores de Corrente Alternada (ou motores CA)
    • 2.3 – O motor CA trifásico
      • 2.3.1 – Motor de indução
      • 2.3.1.1 - Motor de indução com rotor do tipo gaiola de esquilo...........................................................................................
      • 2.3.1.2 - Motor de anéis ou com rotor bobinado
      • 2.3.2 – Motor trifásico de múltiplas velocidades
      • 2.3.2.1 – Motor trifásico de enrolamentos separados
      • 2.3.2.2 – Motor Dahlander
    • 2.4 – Partes constituintes
    • 2.5 – Princípio de funcionamento do motor CA.........................................................................................................................
      • 2.5.1 – Campo girante de um motor trifásico
      • 2.5.2 – Velocidade síncrona (ns)
      • 2.5.3 – Escorregamento (s)
      • 2.5.3.1 – Tensões induzidas no rotor
      • 2.5.4 – Conjugado.................................................................................................................................................................
      • 2.5.5 – Energia, potência elétrica e potência mecânica
      • 2.5.6 – Potência aparente, ativa e reativa
      • 2.5.7 – Fator de potência
      • 2.5.8 – Rendimento
      • 2.5.9 – Categorias de conjugado
    • 2.6 – Principais características nominais
    • 2.7 – Ligações de motores de indução
      • 2.7.1 – Ligações de motores de 6 (seis) terminais
      • 2.7.2 – Ligações de motores de 9 (nove) terminais
      • 2.7.3 – Ligações de motores de 12 (doze) terminais
        • 2.7.4 – Ligações de motores de duas velocidades (Dahlander) ix
  • Capítulo 3 – Contator magnético
    • 3.1 – Introdução
    • 3.2 – Contatores – aspectos construtivos, classificação e aplicações - 3.2.1 – Classificação dos contatores - 3.2.2 – Tipos de contatores - 3.2.3 – Outras considerações................................................................................................................................................
    • 3.3 – Diagrama de carga
    • 3.4 – Diagrama de comando.......................................................................................................................................................
    • 3.5 – Circuitos elétricos lógicos com contatores
      • 3.5.1 – Função lógica SIM (afirmação)
      • 3.5.2 – Função lógica NÃO (negação)
      • 3.5.3 – Função lógica E ou AND (associação em série)
      • 3.5.4 – Função lógica OU (or) - associação em paralelo
      • 3.5.5 – Função lógica não E (ou NAND)
      • 3.5.6 – Função lógica não OU (ou EXOR)
      • 3.5.7 – Função lógica OU exclusivo (EXOR)
  • Capítulo 4 – Dispositivos de proteção e de comando
    • 4.1 – Introdução - 4.1.1 - Curto-circuito e proteção
    • 4.2 – Fusíveis - 4.2.1 - Operação do fusível - 4.2.2 - Fusível – definição clássica - 4.2.3 - Classificação - 4.2.4 - Principais características
    • 4.3 – Disjuntores - 4.3.1 - Aspectos construtivos de um disjuntor..................................................................................................................... - 4.3.2 – Curvas de disparo do Disjuntor - 4.3.3 – Disjuntor diferencial residual (DR) - 4.3.3.1 - Princípio de proteção das pessoas
    • 4.4 – Relés de sobrecarga - 4.4.1 – Relé de sobrecarga bimetálico com botão RESET e tecla multifunções - 4.4.2 – Relés eletrônicos
    • 4.5 – Relé de tempo - 4.5.1 – Relés de tempo eletrônicos
  • Capítulo 5 – Dispositivos de acionamento e de sinalização
    • 5.1 – Botão de comando - 5.1.1 – Tipos de contato
    • 5.2 – Chave de fim-de-curso
    • 5.3 – Sinalizadores
    • 5.4 – Tomadas de uso industrial
  • Capítulo 6 – Comando de motores trifásicos com contator
    • 6.1 – Comando local e à distância
    • 6.2 – Partida direta
    • 6.3 – Reversão de rotação (manual e semi-automático) - 6.3.1 – Chave reversora de comando manual - 6.3.2 – Chave reversora de comando semi-automático
    • 6.4 – Motor de duas velocidades (Dahlander)
    • 6.5 – Comando condicionado de motores elétricos
  • Capítulo 7 – Sistemas de partida de motores elétricos de indução x
    • 7.1 – Introdução
    • 7.2 – Chave estrela-triângulo manual e semi-automática
      • 7.2.1 - Vantagens e desvantagens da partida Y- 
      • 7.2.2 – Diagrama da chave de partida estrela-triângulo no modo manual
      • 7.2.3 – Diagrama da chave de partida estrela-triângulo no modo semi-automático..........................................................
      • 7.2.4 – Dimensionamento dos contatores para a chave de partida estrela-triângulo.........................................................
      • 7.2.5 – O Conjugado de partida da chave estrela-triângulo
    • 7.3 – Chave compensadora semi-automática
      • 7.3.1 – Equacionamento do torque de partida da chave de partida compensadora
      • 7.3.2 – Correntes da chave compensadora
      • 7.3.2.1 – O Autotransformador
      • 7.3.2.2 – Equacionamento das correntes da chave compensadora
    • 7.4 – Chave para motor de indução com rotor bobinado
      • 7.4.1 – Chave de partida para motor de indução com rotor bobinado
  • Capítulo 8 – Motor monofásico
    • 8.1 – Motor monofásico - princípio de funcionamento e componentes....................................................................................
      • 8.1.2 – A partida em um motor monofásico
      • 8.1.3 – Características principais do motor monofásico
      • 8.1.4 – Motor monofásico x motor trifásico
    • 8.2 – Diagramas de ligação em 127 V e em 220 V
      • 8.2.1 – Motor monofásico de 2 terminais
      • 8.2.2 – Motor monofásico de 4 terminais
      • 8.2.3 – Motor monofásico de 6 terminais
    • 8.3 – Sistema de reversão de rotação no MM
  • Apêndice I – Plano de Ensino da disciplina Acionamentos e Comandos Elétricos
  • Apêndice II – Informações úteis. Normas e símbolos utilizados em comandos elétricos
  • Apêndice III – Guias de aulas práticas
  • Aula Prática 1 - ACIONAMENTO DE LÂMPADAS E MEDIÇÃO DE CORRENTE E TENSÃO MONOFÁSICAS
  • Aula Prática 2 - COMANDOS DE ACIONAMENTO POR CHAVES E MEDIÇÃO DE VALORES TRIFÁSICOS
  • Aula Prática 3 – CONTROLE DE CARGA UTILIZANDO CONTATOR E RELÉ DE TEMPO
  • Aula Prática 4 - CHAVE DE PARTIDA DIRETA - MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO (MIT) DE 6 TERMINAIS
  • Aula Prática 5 – PARTIDA DE UM MOTOR ELÉTRICO COM COMANDO DIRETO E INTERMITENTE
  • Aula Prática 6 – PARTIDA DIRETA DE UM MIT COM REVERSÃO TEMPORIZADA
  • Aula Prática 7 – RELÉ ELETRÔNICO TEMPORIZADOR APLICADO NA PARTIDA E NA SINALIZAÇÃO DE UM MIT
  • Aula Prática 8 – COMANDO CONDICIONADO DE CARGAS................................................................................................................
  • Aula Prática 9 – MONTAGEM DE CHAVE DE PARTIDA MANUAL E AUTOMÁTICA PARA UM MOTOR DAHLANDER
  • Aula Prática 10 – MONTAGEM DE CHAVE DE PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO SEMI-AUTOMÁTICA
  • Aula Prática 11 – CHAVE DE PARTIDA COMPENSADORA.................................................................................................................
  • Aula Prática 12 – MOTOR MONOFÁSICO – ACIONAMENTO MANUAL EM 127 E EM 220 V
  • Aula Prática 13 – ACIONAMENTO E REVERSÃO AUTOMÁTICA DO MOTOR MONOFÁSICO.................................................................
  • Aula Prática 14 – CHAVE DE PARTIDA PARA MIT COM ENROLAMENTOS SEPARADOS (2 VELOCIDADES)
  • Aula Prática 15 – FRENAGEM DE MOTOR DE INDUÇÃO
  • Referências Bibliográficas

xi

Alfabeto Grego

Maiúsculas Minúsculas

Nome

Clássico

**Prefixos SI


A  Alfa Fator Prefixo Símbolo

10 -^3 mili m 10 -^6 micro (^)  10 -^9 nano n 10 -^12 pico p 103 quilo k 106 mega M 109 giga G 1012 tera T

  • SI: Sistema Internacional de Unidades, é um conjunto sistematizado e padronizado de definições para unidades de medida, utilizado em quase todo o mundo moderno, que visa a uniformizar e facilitar as medições e as relações internacionais daí decorrentes. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Internacional_de_Unidades

B  Beta

  Gamma

  Delta

E  Epsilon

Z  Zeta

H  Eta

  Theta

I  Iota

K  Kappa

  Lambda

M  Mu

N  Nu

  Xi (ksi)

O  Omicrón

  Pi

P  Rho

  Sigma

T  Tau

Y  Upsilón

  Phi

X  Chi

  Psi

  Ômega

"Escola de Atenas", Rafael Sanzio. Retrata filósofos gregos e personalidades da época do pintor. Fonte: http://www.drsa.com.br/wp-content/uploads/2010/10/escola_atenas_rafael.jpg.

Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG

Capítulo

RREVEVIISSÃÃOO DDEE^ CCONONCCEEIITTOOSS EE^ AAPPLLIICCAAÇÇÕÕEESS

11 DE^ DE^ CCORORRREENNTTEE^ AALTLTEERRNNAADDAA^ (C(CAA))

Capítulo 1 - Revisão de conceitos e aplicações de Corrente Alternada (CA)

1.1 – Introdução

No Brasil, a energia elétrica que é fornecida às residências, indústria e comércio, em geral, é

produzida nas usinas hidrelétricas, onde ocorre a conversão de energia mecânica em elétrica (produção de

tensão alternada pela rotação do eixo de um gerador trifásico, através de uma turbina acionada pela força

da água).

Em uma usina hidrelétrica, a água represada possui energia potencial gravitacional que se converte

em energia cinética. Essa energia cinética é transferida às turbinas, que movimentam o gerador. Este, por

sua vez, converte essa energia cinética em energia elétrica a qual será enviada através de condutores ao

seu destino, através das linhas de transmissão (da usina geradora até as subestações de distribuição) e das

linhas de distribuição (das subestações aos consumidores).

Outras formas de se obter energia elétrica estão ilustradas na Figura 1.1: energia eólica (força dos

ventos para tocar o eixo do gerador), energia solar, energia nuclear etc.

Figura 1.1 – Exemplos de fontes alternativas de Corrente Alternada (CA). Fonte: BOYLESTAD, R. L.

Introductory Circuit Analysis. 10th Edition, 2002. Copyright ©2003 by Pearson Education, Inc. Upper Saddle

River, New Jersey 07458. All rights reserved.

As Figuras 1.2a e 1.2b mostram as partes constituintes de uma usina hidrelétrica.

- Questão importante: qual é a função do canal na entrada do duto? Responda se possível, com

suas palavras.

Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG

(a)

(b)

Figura 1.2 – (a) Aspecto de uma Usina Hidrelétrica (UHE) – vista de perfil. (b) Esquema de barragem de UHE com

destaque para a turbina. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hydroelectric_dam_portuguese.PNG

A Figura 1.3 mostra um zoom sobre a

operação da turbina. Note-se que o seu eixo é que

aciona o gerador de energia elétrica.

A Figura 1.4 mostra um perfil da represa

Grand Coulee que é atualmente a terceira usina

hidroelétrica mais potente do mundo.

A represa, localizada no Rio Columbia

(EUA), possui cerca de 1,6 km de comprimento,

e o dobro da altura das Cataratas do Niágara.

A sua construção foi iniciada em 1933,

tendo sido inaugurada a 22 de março de 1941,

quando possuía a maior capacidade de geração de

eletricidade do mundo – aproximadamente 21000

GWh/ano. Fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Represa_Grand_Coulee

Figura 1.3 – Esquema de uma turbina que aciona um gerador de uma usina hidrelétrica^1.

1 Fonte: http://www.eletrica.ufpr.br/~jean/Eletrotecnica/Material_Didatico/Aula03_Sistemas_Trifasicos.ppt

Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG

Figura 1.6 – Descida do rotor do gerador da Unidade Geradora 1 (turbina) da Usina Hidrelétrica Estreito. Fonte: http://www.pnegrao.com.br/2010/12/montagem-da-primeira-unidade-geradora.html.

A usina hidroelétrica de ITAIPU, nacional, é uma das que mais produz eletricidade (veja a

matéria a seguir, dados de 2010). É um empreendimento binacional desenvolvido pelo Brasil e pelo

Paraguai no Rio Paraná. A potência instalada da usina é de 12.600 MW (megawatts), com 18 unidades

geradoras de 700 MW cada. A Figura 1.7 mostra o seu aspecto de sua barragem.

Itaipu fecha 2010 com geração de 85,9 milhões de MWh

Itaipu produziu em 2010 um total de 85.970.318 megawatts-hora (85,97 milhões de MWh), o suficiente

para suprir todo o consumo do Paraná durante três anos e sete meses. Ou então, os três estados da região Sul por um

ano e dois meses. O mesmo volume ainda abasteceria a demanda de Portugal por energia elétrica durante um ano e

oito meses.

Como comparação, a usina de Três Gargantas, na China, que tem maior capacidade instalada (maior

barragem e maior represa do mundo), fechou o ano anterior (2009) com 79,5 milhões MWh. A produção da

megausina chinesa em 2010 ainda não foi divulgada. A terceira maior produtora do mundo, a usina de Guri, na

Venezuela, produziu 53,4 milhões MWh em 2009. Quase a metade de Itaipu.

Com um detalhe: Itaipu foi projetada para gerar até 75 milhões MWh. Um número que foi superado já em

1995, com a produção de 77,2 milhões MWh. Depois disso, Itaipu sempre gerou acima do teto. Na maioria dos

anos, muito acima. Considerando a média dos últimos cinco anos, a geração chega a 91,1 milhões MWh, um

desempenho sem igual no setor elétrico mundial.

Fonte: www.itaipu.gov.br/sala-de-imprensa/noticia/itaipu-fecha-2010-com-geracao-de-859-milhoes-de-mwh

A Tabela 1.1 mostra uma comparação de alguns aspectos técnicos entre as usinas de Itaipu e a de

Três Gargantas (chinesa).

Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG

Tabela 1.1 – Quadro comparativo das usinas de Itaipu e de Três Gargantas (dados de 2010).

Fontes: http://www.itaipu.gov.br/energia/comparacoes e China Three Gorges Corporation.

Usina Itaipu (Brasil) Três Gargantas (China)

Turbinas 20 32 (6 subterrâneas) Potência nominal 700 MW 700 MW

Potência instalada 14.000 MW

22.400 MW (quando completa, em

Recorde de produção anual

94,7 bilhões kWh/ano (2008) 84,3 bilhões kWh/ano (2010)

Produção anual 85,9 bilhões kWh/ano (2010) 84,3 bilhões kWh/ano (2010) Concreto utilizado 12,57 milhões m³ 27,94 milhões m³ Altura 196 metros 181 metros

Comprimento da barragem

7.744 metros (concreto, enroscamento e terra) 175 metros (dique de Hernandárias)

4.149 metros (concreto 2.309 m e dique Maoping 1.840 m)

Vertedouro - capacidade de vazão

62.200 m³/s 120.600 m³/s

Escavações 63,85 milhões m³ 134 milhões m³ Número de pessoas reassentadas

40 mil 1,13 milhão

Figura 1.7 – Aspecto da Barragem da Usina hidrelétrica de Itaipu.

Fonte: http://www.adrenaline.com.br/forum/showthread.php?t=111453.

Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG

Figura 1.10 - Aspecto de um Disjuntor

(veja detalhe da bobina). Fonte:

http://www.abracopel.org.br

(a)

(b)

Figura 1.11 – (a) Esquema de um transformador

monofásico. (b) Transformador trifásico (rede de

distribuição de energia elétrica.

1.2.1 - Princípio de funcionamento de um gerador elementar

O condutor (na prática uma bobina) é girado por uma turbina a vapor ou qualquer outra forma de

energia mecânica. Esta rotação provoca uma alteração contínua no fluxo magnético em torno do

condutor, o que faz surgir uma tensão induzida sob forma senoidal no mesmo. A Figura 1.12a mostra uma

espira inclinada em relação às linhas de campo magnético (pelo vetor B

 ).

(a) (b)

Figura 1.12 – (a) Espira da Figura 1.8 inclinada por um ângulo alfa () em relação às linhas de campo magnético B. (b) A mesma espira girando na região de campo magnético, o que produz uma tensão senoidal nos seus terminais. Fonte: http://macao.communications.museum/images/exhibits/small/2_4_1_1_por.png

1.2.2 - Lei de Faraday – F.E.M. induzida

Está associado à quantidade de linhas de indução magnética que atravessa a superfície delimitada

por uma espira (1.1).

 B A. .cos (1.1)

BOBINA

Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG

Onde:

  • B é dado em Tesla [T]; A é a área da espira, em m 2 e  é o ângulo

determinado entre a reta normal à superfície e a direção do vetor

indução.

A Lei de Faraday, também chamada de lei da Indução

Eletromagnética, está relacionada com a força eletromotriz induzida em uma

espira, quando há variação de fluxo magnético com o tempo.

“A f.e.m. em volts, induzida em um circuito é igual ao negativo

da taxa de variação com que o fluxo magnético através do circuito

está mudando no tempo”. (Michael Faraday, 1791-1867 – Figura

1.13). Matematicamente a Lei de Faraday é expressa por (1.2):

N

t

(1.2)

Fig. 1.13 - Michael Faraday.

A variável N, nesta equação, é o número de espiras e o sinal negativo indica a polarização da

f.e.m. induzida (Lei de Lenz).

Para uma variação infinitesimal (valores do delta, , tendendo para zero), utiliza-se a derivada,

d/dt. Logo, para uma função cosenoidal - veja a Equação (1.1):

cos sen

d

x x

dx

 ^ (1.3)

A função seno é a derivada do co-seno, daí:

 

   

cos

cos

. sen

Nd^ Nd^ BA

dt dt

d

NBA k

dt

^ 

 k. sen  (1.4)

Onde k = B.A.N é o valor máximo da tensão ou f.e.m. induzida. Logo, teremos

max em  = 90 graus (sen 90 o = 1).

min em  = 270 graus (sen 270 o = - 1).

A Figura 1.14 mostra a formação de uma senóide de acordo com o giro de uma espira. Pela

Equação (1.4), determina-se o valor da f.e.m. induzida nos instantes 1, 2, 3, 4 e 5.

Outra interpretação da formação da senóide da Figura 1.13 leva em conta que:

  • para os instantes 1, 3 e 5, onde a f.e.m. é nula, isto se justifica pelo fato de que não há variação

de fluxo magnético. A variação máxima ocorre nos intervalos entre os instantes 1 e 2 (variação max

positiva), 2 e 3 (max negativa), 3 e 4 e 4 e 5.