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Apostila de deficiência, Notas de estudo de Educação Física

Leia que é muito interessante

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 14/01/2010

edson-bolivar-simas-junior-7
edson-bolivar-simas-junior-7 🇧🇷

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PRESIDENTE DA REPÚBLICA João Figueiredo

MINISTRO DA E D U C A Ç Ã O E C U L T U R A Rubem Carlos Ludwig

SECRETARIO G E R A L Sérgio Mário Pasquali

SECRETÁRIO DE E D U C A Ç Ã O FÍSICA E DESPORTOS Péricles de Souza Cavalcanti

Esta obra teve a inspiração geral do Prof. Marcel Meier, chefe do serviço de publicações da Escola Federal de Ginástica e Desporto — Suíça

Orientação Geral:

SUBSECRETARIA DE E D U C A Ç Ã O FÍSICA Herbert de Almeida Dutra

C O O R D E N A D O R I A DE PRIMEIRO E SEGUNDO GRAUS Maneta da Silva Carvalho

Tradução Camille Simone Bafutto Revisão Maricélia Medina Capa e Produção Cláudio Dallago

atividade física

para

deficiente

Aos colaboradores que, competentemente, contribuíram na reda- ção deste manual, gostaria de expressar meus agradecimentos por seu gran- de trabalho. Um obrigado muito especial aos colegas da Comissão de re- dação: Heinrich Niedermann, Karl Ringli e Louise Waldispühl, bem como a Alex Diggelmann que cuidou, com mãos de mestre, da realização gráfica.

Macolin, princípio de 1970

Marcel Meier

AGRADECIMENTO

A Secretaria de Educação Física e Desportos do Ministério da Edu- cação e Cultura agradece aos autores e colaboradores desta obra destinada aos Deficientes Físicos a autorização para a tradução e publicação deste excelente trabalho, que virá enriquecer a bibliografia nacional e permitir aos especialistas brasileiros familiarizarem-se com os princípios do esporte para deficiente e suas aplicações práticas.

GENERALIDADES

O esporte moderno é essencialmente uma reação necessária, face à industrialização progressiva. O trabalho cada vez mais automatizado e ra- cionalizado exige uma compensação, sob a forma de lazer, próprio para a satisfação simultânea do corpo e da alma.' Quanto mais existem seres hu- manos executando seus trabalhos nos escritórios, "ateliers", usinas e labo- ratórios, mais esta massa humana sente a necessidade de uma compensação que lhe enseje o necessário contacto com a natureza. Imaginemos aqueles que, de costas encurvadas, cabeça baixa e pernas dobradas, permanecem sentados de oito horas ao meio-dia e de duas às seis horas diante de suas escrivaninhas ou suas bancas. Imaginemos, por exemplo, estas inúmeras secretárias que, com o passar dos anos, terminam por se parecerem com as longas fórmulas que preenchem quotidianamente. Pensemos também nes- ses trabalhadores que executam suas monótonas manipulações no trabalho em série — Charles Chaplin revelou-nos com tintas cruas esta imagem da usina contemporânea, no filme Tempos Modernos. Pensemos ainda nos intelectuais e cientistas, sobre quem se acomoda a poeira do gabinete de trabalho. Destes cientistas, dos quais Lessing, o sensato e perspicaz poeta e crítico, autor de Minna von Barnheim, disse: "Entre os livros, no estreito e poeirento gabinete, esquecemo-nos do corpo, que tanto quanto a alma deve ser educado e formado, ambos devendo atingir a per- feição da qual são capazes". É sob este ângulo que devemos considerar esta necessidade de es- porte, própria de nossa época. Como o afirma tão justamente Diem, a paixão pelo esporte constitui um modo de higiene pessoal instintiva, dian- te da diminuição da função corporal na vida profissional; uma tentativa de salvaguarda das forças vitais, o que só se torna possível graças a uma certa quantidade de movimentos compensadores, na medida que nosso corpo é capaz. Esta inclinação humana para a atividade física é natural. A natu- reza proveu-nos de um aparelho muscular que, se não utilizado, degenera. A ciência moderna, segundo os fisiólogos, nos ensina através de suas leis funcionais que, por falta de exercício, um órgão se enfraquece, ao passo que um exercício contínuo o desenvolve e fortifica. O professor Mallwitz resumiu estas leis nesta quadra:

O exercício fortifica, Falta de exercício, produz anemia. O supertreino prejudica. Trabalho dosado traz alegria.

Afinal, por que o esporte?

A confirmação destas leis funcionais se manifesta de maneira vívi- da para todos aqueles que, em uma circunstância qualquer, quebram a perna. Ao retirar o gesso, após algumas semanas, constatam com horror que sua perna afinou (enfraquecimento do músculo). O que vem demons- trar o quanto a falta de exercício debilita! Como apenas uma ínfima parcela dos seres humanos tem condição de utilizar completamente a musculatura em sua atividade profissional, impõe-se absolutamente uma compensação, sob a forma de exercícios físi- cos. Daí a necessidade da atividade corporal ao ar livre, luz, sol e água. Quanto mais o homem vive em contacto com a natureza, maiores são as oportunidades e motivos para usar seus músculos Segundo Kaech, o esporte, além de constituir a vacina mais natural contra as consequências da atrofia característica de nossa época tecnocra- ta, assume uma importante função de higiene social. Infelizmente não podemos considerar o esporte atual apenas sob este ângulo, pois a prática moderna do esporte fornece ao observador al- gumas manifestações de degenerescência, que ameaçam destruir o verda- deiro esporte. A. Kaech escreveu:

"Constatamos com preocupação que a noção de 'esporte' tende a degenerar e a se identificar cada vez mais com uma exibição para a massa, cuja preocupação central não é mais a própria 'performance', a própria ex- periência vivida, mas a participação passiva, É a razão pela qual a vacina perde sua eficácia. Dentro de amplas esferas, principalmente nas escolas e nas igrejas, o esporte, confundido com um pseudo-esporte inspirado no estrangeiro, está a tal ponto desacreditado, que simplesmente é recusado. O pseudo-esporte prejudica o esporte de dois modos: desviando as pessoas da participação ativa para a simples presença, e privando o esporte da boa vontade e patrocínio dos meios competentes".

Muita gente se pergunta, com razão o que se entende exatamente por esporte? Habitualmente esta noção de esporte é reservada para ativi- dades esportivas determinadas. Acreditamos defini-lo substancialmente, esquecendo-nos de que isto independe do que se faz, mas depende da ma- neira, da razão e do objetivo pelos quais o fazemos. Ninguém contesta, por exemplo, que a luta é um esporte. Em compensação, recusamo-nos com toda a franqueza a considerar o catch como um esporte. A delimitação da noção de esporte deve, por conseguinte, ressaltar o fato de que o esporte não é apenas uma questão de corpo, de bíceps, de braços fortes e pernas rápidas. O que é essencial não é tanto o fato de que alguém pratique ou não o esporte, é o estado de espírito que se traz a esta atividade. Em outros termos, a prática de um esporte dito clássico não traz em si nenhuma garantia de comportamento esportivo irrepreensível. Em si, o esporte não é nem bom, nem mau. Frequentemente empregado para o bem, infelizmente pode ser empregado com a mesma frequência para o mal. Assim como várias outras áreas, o esporte oferece inúmeras possibi- lidades de desenvolver o espírito cavalheiresco, a lealdade, a honestidade, o companheirismo; por outro lado, apresenta-se o mesmo número de ocasiões para corromper virtudes, simplesmente pelo atrativo da vitória ou do ganho. Por que um tal arremate, tão frequente? Não é por falha do espor- te, mas por falha do espírito. Mesmo em matéria de esporte, existe o bom e o mau por parte do homem, proveniente de seu foro íntimo, "deci- sões morais de seu espírito", segundo o educador Fuhri. Eis por que, nesta área, a educação voltada para o bem é decisiva. Trata-se, antes de tudo, de fazer com que a juventude compreenda o justo valor do esporte, de incutir-lheo senso esportivo que classifica um homem no nível de sportsman, de gentleman.

Alegria de viver graças ao esporte para deficiente físico

vítimas de anciloses, daí advindo a impotência, a imobilidade, ficando prematuramente na dependência de terceiros. Os exercícios físicos pratica- dos regularmente podem, nesses casos, produzir milagres. Graças a eles inúmeros deficientes reencontraram e reencontrarão o acesso à vida em comum; muitos recuperam a confiança em si mesmos. Mais felizes, forti- ficados, eles conseguem exercer novamente suas atividades. Imbuídos de nova coragem para viver, tendo descoberto que, apesar de deficientes fí- sicos, ainda têm possibilidades de realizar proezas corporais admiráveis que os mantêm mais flexíveis, mais ágeis e mais felizes, até a uma idade avan- çada. 0 que desejamos pois atingir, com a atividade física para defici- entes, se resume em:

Atingir a tudo isto é o objetivo para o qual se dirigem os esforços da atividade física para deficientes. Uma finalidade magnífica, a que vale a pena se esforçar!

— proporcionar a alegria de viver, — aumentar a coragem de viver, — favorecer o espírito de companheirismo, — aumentar a confiança própria, — melhorar a independência e — afastar inibições e complexos de inferioridade.

PATOLOGIA E HIGIENE

Patologia geral

0 objetivo das explanações a seguir é o de proporcionar ao moni- tor da atividade física para deficientes, que não possui formação médica propriamente dita, na qualidade de fisioterapeuta, massagista e t c , os co- nhecimentos necessários à apreciação geral das enfermidades mais frequen- tes. Atividade física para deficientes não significa o tratamente de uma in- validez, embora encontra sua aplicação no inválido já readaptado. A finali- dade da atividade física para deficientes consiste antes na conservação do resultado da readaptação e, se possível, numa nova melhora. Neste quadro, o monitor de atividades físicas para deficientes deve estar orientado para as possibilidades e, sobretudo, para os limites das aptidões físicas do enfer- mo. Estas possibilidades e seus limites são determinados essencialmente pelas enfermidades corporais. Quanto mais bem orientado estiver um moni- tor de atividades físicas para deficientes neste sentido, melhores são as suas possibilidades de graduar as exigências em matéria de "performan- ces", e assim atingir a um máximo de rendimento por parte de seus des- portistas inválidos. Inversamente, seus conhecimentos da enfermidade que se lhe apresentam à vista, auxiliam-no a reconhecer os possíveis peri- gos e a evitar os danos suplementares. "Antes de tudo, não prejudicar": princípio supremo em atividade física para deficiente também! A palavra "inválidos" aplica-se, em geral, aos seres humanos atin- gidos por uma enfermidade definitiva, numa parte qualquer de seus cor- pos. Cada enfermidade corporal deixa igualmente sua marca no estado mental. Para a compreensão de um enfermo, esta lesão mental paralela â lesão corporal desempenha um papel importante, e nunca deve ser negli- genciada. A acomodação psicológica do deficiente a sua enfermidade de- pende essencialmente da origem desta última. Os acidentes, por exemplo, ocasionam um choque psicológico agudo. Inúmeras doenças — como as do coração — evoluem mais lentamente, bem como a acomodação do do- ente ao seu sofrimento — esta última, mais durável. Para a constituição psíquica do enfermo, a distinção entre enfermidade inata ou enfermidade adquirida se reveste de um profundo significado. Os cegos, por exemplo, que em regra geral vivem absortos por seus pensamentos, calmos, dóceis e confiantes, possuem, com relação à enfer- midade corporal, traços de carafer típico. Dentre os surdos-mudos, pelo contrário, encontram-se, amiúde, pessoas barulhentas, por vezes até capri- chosas e desafiadoras.

A mobilidade pode ser restringida por: — alterações da pele

— alterações da musculatura — alterações dos tendões

— alterações do tecido conjuntivo — alterações dos ossos

cicatrizes em consequência de queimaduras

contrações encurtamentos (consequência de ferimentos, por exemplo)

encolhimentos, artroses reduções mal feitas, após fratu- ras, infecções.

Nível de amputação

Condições necessárias para a prótese:

Amputações e Próteses

Em regra geral é escolhido pelo cirurgião, não soem função da si- tuação médica (acidente; distúrbios circulatórios etc), como também em vista do futuro tratamento protético. Amputação acima do joelho: particularmente indicada para, apro- ximadamente, meia largura de mão acima da rótula, deixando espaço sufi- ciente para a articulação artificial do joelho, e permitindo a esta última situar-se à mesma altura da articulação da outra perna. Desde há pouco procede-se cada vez mais com sucesso, nos adul- tos, a desarticulações do joelho, as quais fornecem um coto que suporta bem a carga, mas necessitam de um tratamento protético especial. Amputação abaixo do joelho: coto não muito curto, se possível — do contrário o tratamento protético se torna difícil. O coto também não deve ser muito longo, existindo o perigo de distúrbios circulatórios e .dificuldade em recobrir o osso com partes moles. Comprimento desejável: aproximadamente 15 centímetros. Forma do coto: As dificuldades do tratamento protético têm ori- gem nos cotos em forma de clava e nos de forma acentuadamente cónica. Próteses: o tipo de aparelho depende do tipo de amputação e das cicunstâncias pessoais do amputado: idade, sexo, profissão e, enfim, da solicitação previsível.

Prótese = reposição da função: perna: estabilidade e aptidão ao andar braço: preensão da mão reposição funcional do fragmento do membro perdido (o andar deve despender um mínimo de energia) peso mínimo estrutura mecânica satisfatória inserção de uma articulação simples do joelho reposição estética do segmento do membro perdido estrutura adaptada às solicitações (solidez). Prótese da coxa (femural): compõem-se de um encaixe da coxa, da articulação do joelho, de uma pantorrilha, da articulação do tornozelo, do Pé. Encaixe da coxa: apoio sobre a saliência da virilha; esta não deve deslizar para dentro do cartucho. O interior do encaixe deve ser suficien- temente profundo, para não se acavalar sobre o peroneo. Não deve sobres- sair nenhuma parte mole do cartucho quadrilátero. Por ocasião do apoio, a pressão deve ser exercida sobre a saliência da virilha e sobre a face lateral do coto. Fixação: correias ou prótese de sucção.

A readaptação dos amputados

Articulação do joelho: existem diversos tipos, com freio regulável, controle de cadência etc. Articulação do pé: articulação com apoio contra a dobra; articula- ção poliaxial (pé chato) diminui a solicitação do coto. A articulação rígida do tornozelo exige, para a extensão do pé, um desgaste energético elevado. Colocação da prótese da coxa: de pé! posição da superfície de carga na linha de resistência, a partir do centro de gravidade parcial da ar- ticulação do quadril, ou seja, estrutura da prótese sem coincidência abso- luta com o prolongamento do coto. Más posições do coto devido à limita- ção do movimento na articulação do quadril devem ser corrigidas no car- tucho pelo ortopedista. A estrutura, na linha de resistência, deve ter jogo nas duas direções, isto é, vista de frente e de lado. O eixo da articulação do joelho deve situar-se na linha de resistên- cia, ou diretamente atrás da mesma. Quanto mais para trás estiver coloca- do, maior a estabilidade, mas também mais difícil sua propulsão para diante e para andar. A articulação do tornozelo é colocada bastante atrás da linha de resistência. Através da posição traseira do pé, obtém-se uma passagem mais fácil para a denominada posição "de disponibilidade". Prótese da anteperna (tibial): em geral, ligação articulada com cartucho quadrilátero; na nova prótese PTB, (Patella Tendon Bearing Pro- thesis), desaparece a parte superior, sendo que a pressão é suportada pelo tendão da rótula. Colocação da prótese da ante-perna: Linha de resistência no terço central, a partir do meio do joelho — superfície do pé. O eixo do pé é des- viado entre 6 e 8o^ na direção externa. Uma articulação artificial do pé torna-se necessária. Prótese do braço: a reposição funcional do braço não convém tan- to quanto a da perna, devido à ausência do tato. Quanto à mão, fazer distinção entre prótese de trabalho e prótese de passeio.

Condicionamento geral: o andar com auxílio de prótese, exige muita energia. Tratamento do coto: ginástica do coto, tendo a finalidade de re- forçar os músculos e evitar as anciloses (contrações). Amputados da coxa: exercitar a extensão da articulação do quadril e a projeção da perna. Movimento passivo: mantém a mobilidade completa do coto. Exercícios ativos: contra-resistência, exercícios com saco de areia. Higiene do coto: desempenha um papel decisivo quanto ao bem-es- tar do amputado. Compreende sobretudo cuidados regulares e quotidia- nos, uma ginástica praticada todos os dias. A inobservância destes cui- dados minuciosos pode ocasionar sérias complicações. Por isto, é necessá- rio observar os itens seguintes: O coto, mais ou menos contraído dentro da prótese durante o dia, após a retirada, deve todas as noites, ser lavado alternadamente com água quente e fria. Não é necessário lavar todos os dias com sabonete, o que pode facilmente causar irritações da pele. Em todo caso, é aconselhável o uso exclusivo de sabonete neutro. Evitar o emprego de pós, unguentos etc, sem a prescrição do médico que acompanha o caso. Para a proteção da pele e seu fortalecimento, recomenda-se o em- prego do Heydogene-Spray ou do "PC 3 0 " (à venda nas farmácias). Se não houver uso da prótese, é aconselhável enrolar o coto com uma tira elástica. Banhos regulares de sol e ar endurecem o coto. Para absorver a transpira- ção, deve-se introduzir no cartucho uma pequena almofada de algodão cru, ou pequena esponja. A prótese deve ser lavada com água morna e

Articulações vacilantes: a paralisia dos músculos frequentemente ocasiona um relaxamento das articulações, que apresentam tendência para luxações e deslocamentos. Ombro: os exercícios de lançamentos devem ser evitados. Articula- ção do joelho: evitar a corrida em terreno acidentado. Paralisia dos músculos: os músculos paralisados devem ser exerci- tados, mas nunca sobrecarregados. Um músculo cansado fica prejudicado ao ser solicitado ao extremo, além de reduzir sua eficiência, É importante dedicar tempo suficiente ao descanso.

Paralisias crispantes (espásticas) Entende-se^ por espasmo a^ inervação^ reforçada e involuntária de um músculo. Causas: — paralisias espásticas espinhais (origem na medula espinhal); — paralisias espásticas cerebrais (origem no cérebro). As primeiras têm origem nas doenças ou lesões da medula e cau- sam a paraplegia ou a tetraplegia (paralisia das quatro extremidades); se- rão estudadas à parte (ver capítulo "Paraplegias e tetraplegias", pág. 13 ). As paralisias cerebrais provêm de lesões do próprio cérebro. Os dois tipos principais são: — paralisias infantis cerebrais, nas quais a lesão do cérebro so- brevêm antes, durante ou logo após o nascimento, e — hemiplegia (paralisia lateral), consequência de choques cere- brais, os quais atingem pessoas mais idosas, em regra geral (Ver também capítulo "Perturbações motoras cerebrais", pág. 16). São as seguintes as características das paralisias espásticas: — a paralisia, ou enfraquecimento da musculatura; — a crispação; — a falta de coordenação, isto é, perturbação do equilíbrio muscular, impedindo o jogo harmonioso dos diferentes gru- pos musculares. Segundo o nível e o tipo de lesão, distinguem-se: — a tetraplegia — as quatro extremidades atingidas; — a diplegia — doença de Little propriamente dita; as duas ex- tremidades inferiores atingidas; — a hemiplegia — paralisia de um lado (por ex.: braço direito e perna direita); — as atetoses - o paciente sofre de movimentos vermiculares involuntários, principalmente nas mãos. Nos espásticos, encontram-se frequentemente lesões suplementa- res: — falta de inteligência, — perturbações afetivas (por ex., impulsividade excessiva, ins- tabilidade incontrolável, ausência de inibições sociais, com- portamento infantil etc.) Epilepsia: nos hemiplégicos e tetraplégicos, entre 40 a 60% dos casos: — perturbações da vista: com maior frequência, o estrabismo, — perturbações da fala, — perturbações do ouvido. Alguns conselhos gerais para os exercícios de atividade física com os espásticos: Os exercícios não devem ser regulados a partir da idade, mas a partir do estado de desenvolvimento. A dificuldade dos exercícios deve ser medida de maneira que possa ser vencida sem muito esforço; não se deve também auxiliar em excesso.

A graduação das exigências não deve ser muito rápida, sendo que o essencial na execução dos exercícios é conseguir que o espástico possa ad- quirir segurança. Em se tratanto de espásticos, nunca se deve ter pressa — é preciso muita afeição e paciência. O espástico deve, antes de tudo, ser treinado para adquirir autonomia própria (vestimenta, higiene, etc). Os movimentos não devem-se suceder com muita rapidez. Quanto aos hemiplégicos, deve-se sempre trabalhar com os dois braços e pernas. Nos exercícios, é mais necessário dar a conhecer o objetivo do que o desempenho propriamente dito. Os exercícios de trepidação relaxam a musculatura e constituem um bom aquecimento para a prática do exercício. Os exercícios de equilí- brio contribuem para o reforço da estabilidade. De vez em quando, pode- se tentar ultrapassar o limite da fadiga (exceto com relação às paralisias flácidas); uma certa fadiga da musculatura conduz à descontração, melho- ra a coordenação e reduz os movimentos involuntários. Os exercícios com parceiro (exercícios graduados de resistência) requerem a sensibilidade dos músculos e tendões, melhoram a coordenação e aumentam a força. Durante as pausas, o espástico deve ficar em posição de descanso (posição abdomino-lateral).

Pernas em X: normalmente, entre as idades de 3 a 6 anos (fenó- meno fisiológico), em consequência da poliomielite, acidentes etc). Pernas em O: frequentemente de origem raquítica (isto é, por fal- ta de vitamina D). Em condições normais, o eixo de carga das pernas (linha de resis- tência) percorre desde a virilha, passando pelo meio da rótula e caindo no meio da linha ideal, ligando os dois tornozelos.

Deformações

Extremidades inferiores

Coluna vertebral Escoliose: entende-se por tal, a curvatura lateral constante, definiti- va, da coluna vertebral. É necessário fazer distinção entre escolioses de postura ainda corri- gíveis, correspondentes, por exemplo, à postura geral indolente, ou prove- niente de diferença no comprimento das pernas, e escolioses propriamente ditas, provenientes de uma inclinação habitual ou da desigualdade do com- primento das pernas, não mais corrigíveis. Estas últimas se caracterizam por uma torsão do eixo longitidinal. Em muitos casos, a origem da escoliose é desconhecida. Às vezes trata-se de paralisia (poliomielite), ou de malformações congénitas das vértebras (escolioses congénitas). Classificação das escolioses: — segundo o lado: convexa esquerda, direita — segundo o nível: peitoral, lombar — segundo a forma: emforma de C ou de S.

Nos casos de escolioses que afetam a região peitoral, a função do coração e dos pulmões é dificultada. Uma ginástica respiratória praticada regularmente é de extrema importância para tais pacientes, É também par- ticularmente recomendada a prática regular da natação e da ginástica geral de manutenção física.