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PROGRAMA DE REFORÇO DAS ATIVIDADES PEDAGÓGICAS TEÓRICAS
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
I. CONCEITOS GERAIS EM PARASITOLOGIA MÉDICA
As primeiras conceituações de parasitismo o caracterizavam como uma relação desarmônica , portanto unilateral, onde o parasita obrigatoriamente trazia prejuízos ao seu hospedeiro. Como esta definição se mostrou falha, principalmente em razão de nem sempre se conseguir demonstrar danos determinantes de sinais e/ou sintomas , no hospedeiro, a mesma foi sendo abandonada pela maioria dos profissionais da área e substituída por outras mais coerentes com os conceitos mais modernos.
Atualmente, parasitismo é principalmente conceituado como a “relação entre dois elementos de espécies (ou grupo e espécie, no caso dos vírus) diferentes onde um destes, apresenta uma deficiência metabólica ( parasita ) que faz com que se associe por período significativo a um hospedeiro ( hospedador ), visando suprir tal carência ”.
A.1 Sentido amplo (lato senso): Fazem parte, todos os vírus, algumas espécies de: Bactérias, Fungos, Protozoários, Platelmintos, Nematelmintos, Artrópodes e de Algas microscópicas. B.2 Sentido estrito (estrito senso): Onde por razões convencionais são alocados somente algumas espécies de: Protozoários, Helmintos e Artrópodes compreendendo também em algumas instituições de ensino o estudo dos Fungos parasitas.
A perda parcial de um ou mais sistemas metabólicos e da capacidade de utilizar outra fonte nutricional no meio ambiente externo , em todo seu ciclo de vida ou em parte dele, faz com que o parasita se instale em seu hospedeiro e dependa da sobrevida deste, principalmente se tratando dos endoparasitas , em que, caso ocorra morte do hospedador, o parasita normalmente também sucumbe. Como estratégia de sobrevivência e transmissão , o parasita “busca” reduzir sua capacidade de agressão em relação ao seu hospedeiro, o que se dá por seleção natural, no sentido de uma melhor adaptação a determinado(s) hospedeiro(s). Neste caso, quanto maior for à agressão , menos adaptado é este parasita a espécie que o hospeda, e consequente possibilidade de morte deste, o que tende com o passar dos anos à seleção de amostras (cepas) menos virulentas para este hospedador.
C. HABITAT PARASITÁRIO
Tal como acontece com os seres de vida livre, que têm um habitat definido em determinada área geográfica estudada, a localização de um parasita em seu hospedeiro não se dá ao acaso, mas sim é conseqüência de uma adequação parasitária a determinado segmento anatômico que passa a ser assim o seu ecossistema interno , em decorrência sofre as conseqüência das ações naturais de resistência de seu hospedeiro. Podemos por assim dizer que o “habitat” parasitário é o local mais provável de encontro de determinado parasita em seu hospedeiro, sendo que para os helmintos normalmente consideramos, quanto não se especifica a fase de desenvolvimento em questão, o habitat da forma adulta.
A origem do parasitismo do homem pode ser deduzida a partir de vários dados, onde se destacam achados paleoparasitologicos , comparações genéticas e afinidades entre diferentes hospedeiros comuns. Quando o homem e outros animais se apresentam como diferentes hospedeiros de um mesmo ciclo (Definitivo e Intermediário), como é o caso dos ciclos encontrados nos gêneros Taenia e Echiniococcus , é deduzido que ambos sofreram processo parasitário acontecido em mesmo momento. Por outro lado, alguns seres de vida livre como é o caso de nematóides, paulatinamente após entrar em contato com o homem, devem ter se adaptados a esse suporte nutricional em razão de perda de autonomia metabolica, se tornando parasitadas do homem ou espécie filogenticamente próximas, com é o caso do parasitismo por Enterobius vermicularis , que podem parasitar além da especie humana, símios antropóides.
PRINCIPAIS TIPOS DE PARASITISMO
D.1 Acidental - Quando o parasita é encontrado em hospedeiro anormal ao esperado. P.e. Adulto de Dipylidium caninum parasitando humanos. D.2 Errático - Se o parasita se encontra fora de seu habitat normal. P.e. Adulto de Enterobius vermicularis em cavidade vaginal. D.3 Obrigatório - É o tipo básico de parasitismo, onde o parasita é incapaz de sobreviver sem seu hospedeiro P.e. A quase totalidade dos parasitas. D.4 Proteliano - Expressa uma forma de parasitismo exclusiva de estágios larvares, sendo o estágio adulto de vida livre.P.e. Larvas de moscas produtoras de miíases. D.5 Facultativo - É o caso de algumas espécies que podem ter um ciclo em sua integra de vida livre e opcionalmente podem ser encontrados em estado parasitário. P.e. Algumas espécies de moscas que normalmente se desenvolvem em materiais orgânicos em decomposição no solo (cadáveres ou esterco), podem sob determinadas condições, parasitar tecidos em necrose, determinando o estado de miíases necrobiontófagas.
É a seqüência das fases que possibilitam o desenvolvimento e transmissão de determinado parasita. Quanto ao número de hospedeiros necessários para que o mesmo ocorra, podemos ter dois tipos básicos de ciclos :
E.1 Homoxeno (monoxeno): Onde é o bastante um hospedeiro para que o mesmo se complete. P.e. Ascaris lumbricoides e Trichomonas vaginalis****.
E.2 Heteroxeno: Onde são necessários mais de um hospedeiro para que o ciclo se complete, existindo pelo menos uma forma do parasita exclusivo de um tipo de hospedeiro. Quando existem dois hospedeiros , é denominado ciclo dixeno (P.e. Gên. Taenia e Trypanosoma cruzi ); entretanto, quando são necessários mais de dois hospedeiros , de ciclo polixeno (P.e. Gên. Diphyllobothrium ).
F. ESPECIFICIDADE PARASITÁRIA
É a capacidade que apresenta o parasita de se adaptar a determinado número de hospedeiros, o que geralmente acarreta sua maior ou menor dispersão geográfica. Quando sãao encontrados um grande número de espécies de hospedeiros parasitadas de forma natural, denominamos o parasita de eurixeno (P.e. Toxoplasma gondii ), se existe pequeno número de espécies tendendo a somente uma, denominamos de estenoxeno (P.e. Wuchereria bancrofti ).
G. TIPOS DE HOSPEDEIRO
no meio ambiente.
Obs.: Em razão de alguns especialistas por não considerarem os vírus seres vivos e sim partículas, é denominada sua presença em determinado ser, não uma infecção, mas sim contaminação.
J. MECANISMOS DE INFECÇÃO (MECANISMOS DE TRANSMISSÃO)
Para que seja definido tal mecanismo, deve ocorrer análise quanto à porta entrada no organismo do hospedeiro ( via de infecção ) e neste momento se ocorreu ou não gasto de energia pelo parasita ( forma de infecção ).
J.1 Forma de Infecção (Forma de transmissão)
J.2 Via de Infecção (Via de transmissão ou porta de entrada)
J.3 Principais mecanismos de infecção
*Passivo oral. P.e. Ascaris lumbricoides. *Passivo cutâneo P.e. Gên. Plasmodium *Ativo cutâneo P.e. Trypanosoma cruzi *Ativo mucoso P.e. T. cruzi *Passivo genital P.e. Trichomonas vaginalis
J.4 Mecanismos particulares : Em alguns casos, para que fique mais claro o real mecanismo de infecção, empregamos expressões características como:
L. MECANISMOS DE AGRESSÃO E RESPOSTA ÀS PARASITOSES
L.1 PATOGENIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS AO PARASITISMO É o conjunto de mecanismos lesionais respectivos determinados no decorrer do parasitismo ao organismo parasitado, incluindo-se também as agressões determinadas pela reação do hospedeiro. Porém, é importante ser lembrado que não é obrigatória a relação entre patogenia e manifestações clínicas (sinais e ou sintomas), que são os paradigmas da doença propriamente dita. Para que ocorra doença, as lesões determinadas devem ultrapassar a capacidade homeostática do hospedeiro. Os seguintes fatores devem ser avaliados para que surja tal desequilíbrio: A. Parasita: Virulência, carga parasitária infectiva e porta de entrada utilizada. B. Hospedeiro : Mecanismos de resistência a este parasita.
L.2 MECANISMOS GERAIS DE AGRESSÃO DOS PARASITAS Os danos determinados na dinâmica da relação Hospedeiro-Parasita podem de forma genérica ser classificados em:
A. Diretos - Determinados pelo parasita e substancias por ele secretados. B. Indiretos - Quando acarretados pela reação do hospedeiro ao parasitismo.
Espoliativo : É o determinado por perda de substâncias nutritivas pelo organismo do hospedeiro, podendo o mesmo ser acarretado por perda direta de nutrientes (P.e. Gên. Taenia ), tecidos sólidos ou hematofagismo (P.e. ancilostomídeos).
Enzimático : É determinado pela liberação de secreções enzimáticas produzidas por parasitas, que determinam destruição tecidual de extensão variável. P.e. Entamoeba histolytica e larvas infectante de ancilostomídeos.
Inflamatório/hipersensibilizante : A maioria dos mecanismos acima leva a uma resposta inflamatória de forma indireta ou diretamente por liberação de substâncias que ativam esses mecanismos. Incluiremos aqui a hipersensiblidade que se constitui também em elemento gerador de resposta inflamatória. P.e. Larvas de helmintos que fazem ciclos pulmonares.
Imunodepressor : É determinado por metabólitos liberados pelo parasita ou por outros mecanismos que possam reduzir a capacidade de resposta defensiva do hospedeiro. P.e. Leishmania donovani
Neoplásico : Algumas Parasitoses crônicas, através de liberação de metabólitos ou reações inflamatórias crônicas ou de sua conseqüência, podem levar a gênese de tumores malignos. P.e. Schistosoma haematobium e neoplasia de bexiga.
Obs.: Quando temos uma resposta do organismo do hospedeiro ao parasitismo, sem que ocorra consequente manutenção da homeostase, surge, em função desse desequilíbrio, o que denominamos manifestações clínicas (sinais e/ou sintomas) da parasitose em questão.
Para tentar reduzir, em número, ou neutralizar, os agentes responsáveis pelas infecções, ou infestações, o organismo humano lança mão de mecanismos que caracterizam o que foi denominado em seu conjunto como resistência. A mesma pode ser considerada como total , ou absoluta , quando o parasita não dispõe de condições que permitam sua instalação, seja por eficiência dos mecanismos protetores do hospedeiro, ou mesmo, por não existirem condições metabólicas básicas para o desenvolvimento do parasita. Quando a resistência se apresenta reduzindo, significativamente, o número de formas parasitárias, porém, permitindo manutenção do parasitismo, é, então, denominada de relativa , ou parcial.
No aspecto concernente à forma de instalação da mesma, é considerado como resistência natural , ou inespecífica , ou, ainda, inata ; os mecanismos de resistência ao parasitismo que se comportam da mesma forma, independente de contato anterior com o agente parasitário, não determinando o que é denominado de memória. Se, ao contrário, o sistema linfocitário participa dos eventos defensivos, determinando memória imunológica e posterior alteração de resposta nos contatos com o parasita em situações subseqüentes, o evento é denominado de resistência adquirida.
Do ponto de vista operacional, a divisão entre os mecanismos inespecíficos e específicos , não têm validade, pois, os mesmos, atuam de forma integrativa. Porém, visando a uma melhor apresentação do tema, será utilizada essa divisão como recurso didático. É importante lembrar que, apesar da importância das reações defensivas frente ao parasitismo, em alguns casos, a mesma, causa tal magnitude lesional em nível local ou sistêmico, que se torna altamente danosa para a própria homeostase , determinando agressão indireta.
L.3.1 MECANISMOS DE RESISTÊNCIA INESPECÍFICOS
A. Tegumento cutâneo
neutrófilos é requisitada, sua vida média, pela grande atividade metabólica, se restringe a poucas horas após sua ativação.
C.2 Eosinófilos: Estas células apresentam potencial fagocitário bem inferior ao dos neutrófilos, porém, em menor escala , apresentam-se com capacidade microbicida por mecanismos análogos aos dos neutrófilos.
C.3 Macrófagos (Ms): Pelos conhecimentos atuais, os monócitos circulam e vão progressivamente se localizar em vários sítios anatômicos, onde se diferenciam em células especializadas, sendo, portanto, precursores de todos os outros macrófagos. Os fagócitos mononucleares se distribuem no organismo constituindo o chamado Sistema Fagocitário Mononuclear (SFM), que, no passado, era chamado de Sistema Retículo Endotelial (SRE), que tem como elementos: M onócitos, células de Kupffer, Ms gânglionares, Ms peritoniais, Ms endotélio dos sinusóides esplêmicos, Ms alveolares, Ms lâmina própria intestinal, Ms de medula óssea, histiócitos, osteoclastos e micróglia. O potencial microbicida dos Ms é determinado pela presença de enzimas e outras substâncias como os peróxidos em seu citoplasma, porém, ao contrário dos neutrófilos , depende, significativamente, para uma maior eficiência destrutiva, da ativação determinada, principalmente, por linfócitos T. Outro fator de relevância, destas células, é sua capacidade potencial de apresentação antigênica.
D. Resposta inflamatória
É definida como um complexo processo defensivo local , acionado por injúria determinada por agentes biológicos e/ou físicos e/ou químicos, caracterizado por seqüência de fenômenos irritativos , vasculares , exsudativos , degenerativo-necróticos e de reparo.
A fagocitose de patógenos é facilitada pela presença, na membrana, dos macrófagos, de receptores para Fc, de IgG e para C3 (^) b. Quando o fenômeno se apresenta em intensidade significante , ocorre exteriorização da inflamação por: dor , rubor , calor , tumor (aumento do volume da área) e frequentemente por alteração da função local.
Do ponto de vista cronológico, existem dois tipos de inflamação :
D.1 Aguda: É a que ocorre na fase inicial de contato com o agente e existe um predomínio de neutrófilos.
D.2 Crônica: Quando a causa injuriante não é eliminada em período inicial, ocorre uma mudança no tipo celular predominante, onde agora se é encontrado em maior número os mononucleares ( linfócitos e Ms ) e uma tendência, em várias situações, a formação de granulomas e/ou células gigantes, bem como processos fibróticos em escala variada.
E. Células Matadoras Naturais (“Natural Killer Cell” - NK)
A ação das células NK parecem se dar a partir de alterações de permeabilidade da membrana plasmática da célula alvo , determinando poros de membrana. Os principais elementos de atuação são os microrganismo e células neoplásicas.
F. Sistemas de Amplificação Biológica
São encontrados como sistemas de relevância no campo da amplificação das respostas defensivas, principalmente no que se refere a inflamação de sistemas de grande relevância como: Complemento , Coagulação sanguínea , Cininas vasoativas e outros de menor importância. Será destacado a seguir o sistema Complemento , pela sua importância em processos de agressão/defesa determinados por parasitas.
F.1 Sistema Complemento
É um sistema enzimático sob forma de zimogênios (forma inativa), até serem ativados em sistema de cascata. Existem duas vias para sua ativação inicial:
L.3. 2 MECANISMOS DE RESISTÊNCIA ESPECÍFICOS
São os compreendidos pela ação de linfócitos ditos T e B e suas consequências específicas, que participam da resposta imunológica propriamente dita, determinando como já assinalado o fenômeno da memória imunológica. É importante assinalar, que tais mecanismos, na maioria dos casos, têm sua ação final ligada a interações relacionadas às células e demais componentes do sistema de resistência inespecífico.
A resposta imune de determinado hospedeiro , não necessáriamente leva a um aumento de resistência , podendo em alguns casos ser relevante no que se refere ao aspecto diagnóstico e/ou prognóstico para determinada parasitose. O estado de proteção pode ser considerado como:
M. MECANISMOS DE ESCAPE PARASITÁRIOS
Os parasitas utilizam o organismo de seus hospedeiros como meio ambiente vital, este reage por vários mecanismo já descritos, a essa invasão. Para tentarem reduzir a sua taxa de mortalidade, os parasitas se utilizam um ou vários dos mecanismos de escape à resistência do hospedeiro, dos quais foram selecionados abaixo os mais importantes:
M.1 Localização estratégica : Se dá quando determinado agente se localiza em local de difícil acesso quanto as respostas defensivas do hospedeiro. Em nível intracelular (formas amastigotas de T. Cruzi e do gênero Leishmania ) e em luz intestinal (adultos de Ascaris lumbricoides ).
M.2 Espessura de tegumento externo: Os helmintos adultos se utilizam de um tegumento espesso para dificultar a ação de Ac e complemento e células de defesa. P.e. Schistosoma mansoni e Wuchereria bancrofti****.
M.3 Rápida troca de membrana externa : A produção rápida e consequente perda da membrana externa anterior facilitam a eliminação de Ac, fatores de complemento e mesmo células de defesa. P.e. S. mansoni.
M.4 Máscara imunológica : Consiste na preexistência, adsorção ou mais raramente na produção pelo parasita de Ag do hospedeiro, reduzindo inicialmente a resposta aos mesmos. P.e. S. mansoni (adsorção) e T. Cruzi (preexistência).
O.2 Pesquisa de Antígenos parasitários
Atualmente através de técnicas como a imunofluorescência direta e enzimaimuno ensaio (ELISA) , poderemos detectar Ag de vários parasitas, como a Entamoeba histolytica entre outros, não só em nível fecal como em vários tecidos e líquidos corpóreos (P.e. liquor).
O.3 Pesquisa de Anticorpos anti-parasitários
A positividade por estes métodos, principalmente representados pelas reações de hemaglutinação, imunofluorescencia indireta, enzimaimuno ensaio (ELISA) , e em menor escala a Reação de Fixação de Complemento, Contra-Imunoeletroforese e as provas de Imunodifusão , detectam possível resposta imune aos antígenos testados , porém não diagnosticam obrigatoriamente uma infecção presente, podendo ser inclusive resultado de reação cruzada com antígenos encontrados em diferentes agentes infecciosos ou estruturas químicas pertencentes a outros elementos que entraram previamente em contato com o sistema imune do hospedeiro. Para debelar estes resultados considerados como falso-positivos, o título de Ac e a classe(s) de Imunoglobulina detectada(s) (IgG e/ou IgM) detectados nos métodos citados acima são de grande ajuda, bem como a sorologia pareada (comparação com no mínimo de duas semanas de intervalo, utilizando- se a mesma técnica, dos títulos encontrados). Estes testes são usados principalmente nas infecções por T. gondii, T. cruzi e gênero Leishmania entre outras.
O.4 Pesquisa de fragmentos específicos de ADN parasitário
Atualmente existem provas de biologia molecular utilizadas em Parasitologia Médica, onde por sua automação, alta sensibilidade e reprodutibilidade, se destacam a Reação em Cadeia da Polimerase ( Polymerase Chain Reaction - PCR ), que é utilizada principalmente onde outras técnicas apresentam dificuldade diagnóstica para detecção da real presença do parasita. Esta técnica é atualmente, uma opção diagnóstica para várias infecções parasitárias, como nas determinadas por T. cruzi, Gênero Leishmania e Cryptosporidium parvum.
O.5 Intradermorreação (IDR) para pesquisa de reatividade mediada por linfócitos T
A base desta reação é a medição da área afetada pela inflamação mediada por LT, observada após 48 a 72 h pós-introdução do Ag específico do parasita alvo, em nível intradérmico. Esta reação não revela necessáriamente parasitismo presente, mas sim resposta ao Ag problema, podendo a mesma ser fruto de infecções passadas pelo agente ou mesmo por reações cruzadas com o Ag introduzido. Por essas razões a IDR é considerada um teste prognóstico. Utilizamos a IDR com maior frequência, em leishmaniose tegumentar e em algumas micoses.
O.6 Imagens
A análise dos resultados obtidos por métodos que determinam imagens (diagnóstico por imagem), representados por exames de radiologia convencional, tomografia computatorizada, ressonância magnética, cintilografia e ultra-sonografia, podem em algumas infecções por helmintos, tais como larvas dos gêneros Taenia (cisticerco) e Echinococcus (cisto hidático) e em determinados casos de parasitismo por adultos A. lumbricoides podem determinar o diagnóstico etiológico específico. É possível também, com a análise das imagens obtidas nos exames, ajudar na avaliação das condições do indivíduo parasitado (estagio da doença) ou mesmo sugerir diagnósticos em função das alterações encontradas.
P. EPIDEMIOLOGIA GERAL DAS INFECÇÕES PARASITÁRIAS
A epidemiologia destas doenças é definida como o conjunto de fatores de importância no estudo dos determinantes e a frequência de uma doença parasitária, a nível local, regional e mundial.
São fatores de importância neste campo :
Distribuição geográfica , mecanismo(s) de transmissão, presença ou não de reservatórios , estudo do ciclo vital do parasita na região ( doméstico e/ou peri-domiciliar e/ou silvestre ), migrações das populações atingidas (internas e externas), se há caráter endêmico , se existem casos de epidemia , sua incidência e prevalência , se a infectividade ou virulência são influenciadas por faixa etária , sexo ou grupo étnico , hábitos culturais das populações alvo, profissões/atividades de maior risco para que ocorra transmissão, existência de diferenças significativas entre as cepas parasitárias.
A transmissão e dispersão de cada agente etiológico da parasitose dependem de uma série de fatores , denominados em seu conjunto como ecossistema parasitário. Os componentes do mesmo variam com o parasita em questão , não apresentando sempre todos os componentes a seguir descritos. De forma genérica constam principalmente do(s) mecanismo(s) de transmissão (infecção), em caso de mais de um mecanismo a importância epidemiológica, se existem diferenças sazonais ou regionais; A(s) forma(s) parasitária(s) infectante(s) respectiva(s); As condições do meio ambiente : a descrição do ambiente infectivo (a temperatura, índice pluviométrico, tipo de solo, ambiente hídrico); Veículos de transmissão : água, alimentos, fômites, vetor (es) mecânico(s); Caso ocorra presença de transmissor (es) biológico: como este se infecta, seus hábitos (nutricionais, refugio, dispersão), longevidade, grau de susceptibilidade a esta infecção, condições de sobrevivência, população, espécies mais importantes; Possível presença de reservatório(s) não humano(s) e hospedeiros paratênicos ; hábitos das
que possibilitaria a proteção em grande parte da transmissão de Parasitoses em que a forma infectante se constituem em larvas de nematóides , representadas por ancilostomídeos e o Strongyloides stercoralis. Fica evidente que em países como o Brasil , onde em cada localidade essas medidas profiláticas podem apresentar peculiaridades , porém a estratégia geral mais relevante será sempre a busca de uma real integração da comunidade local com a equipe de saúde e consequente esforço integrado no sentido de propiciar uma educação sanitária digna para as doenças infecciosas como um todo.
Os seres vivos são classificados como integrantes dos reinos Monera, Plantae, Fungi, Protista e Animalia , Em algumas instituições de ensino, o campo da Parasitologia compreende os integrantes dos Protistas (protozoários) e Animalia (nematelmintos, platelmintos e artrópodes), enquanto em outras é acrescido a estes o reino Fungi (fungos).
Para uma sistematização, levando-se em conta as similaridades dos diferentes seres vivos, foram criadas várias categorias e, em alguns casos, super ou subcategorias taxônomicas. Para o reconhecimento das mesmas normalmente são empregados sufixos determinantes , como será exemplificado no quadro abaixo.
A nomenclatura de espécie é obrigatoriamente binominal , sendo o primeiro deles a designação de gênero. Sua grafia deve obedecer à colocação de ambos em destaque representado por letras em itálico ou sublinhado , sendo as palavras correspondentes de origem latina ou latinizadas e tendo a primeira letra referente ao gênero em maiúsculo. Opcionalmente se, já citada no texto, as demais vezes em que uma espécie for escrita, poderá ser colocada de forma que a primeira letra do gênero seja seguida de ponto. P.e. Giardia lamblia (1a. Citação) e G. lamblia (2a. citação).
Para que determinada espécie seja aceita como nomina válida , é necessário que a mesma preencha determinados quisítos. Em seres que apresentam multiplicação sexuada , estes devem se entrecruzar, originando descendente fértil. Nos seres em que a reprodução se faz de forma exclusivamente assexuada , a observação de semelhanças morfológicas e/ou comportamento biológico eram no passado os critérios viáveis. Como tais elementos muitas vezes são subjetivos e de difícil operacionalização, atualmente, existe uma tendência a se acrescentar critérios bioquímicos , em nível celular, representados principalmente pela análise isoenzimatica e da sequencia de DNA. Quando existem somente pequenas diferenças entre os seres em análise, poderemos criar a categoria de subespecie , onde é acrescentado um terceiro vocábulo. P.e. Trypanosoma brucei (espécie ) e T. brucei gambiensi ( subespécie ).
Categoria Sufixo Exemplo nos Protozoários
Exemplo nos Nematelmintos REINO --------- Protista Animalia SUB-REINO a Protozoa Metazoa FILO a ou es Sarcomastigophor a
Nemathelmintes
SUBFILO a Sarcodina --------- SUPERCLASSE a Rhizopoda --------- CLASSE a ou ea Lobosea Nematoda SUB-CLASSE ia Gymnaboebia --------- SUPERORDEM idea --------- --------- ORDEM ida Amoebina Oxyurida
SUBORDEM ina Tubulina --------- SUPERFAMILIA oidea --------- Oxyuroidea FAMILIA idae Endamoebidae Oxyuridae SUBFAMILIA inae --------- --------- GÊNERO --------- Entamoeba Enterobius ESPÉCIE --------- E. histolytica E. vermicularis
Didaticamente as espécies parasitas do homem se encontram no:
1. Reino Protista: Protozoários **;
Mononuclear
Polimorfonuclear
Cel. Precursora em M.O.
Granulócito
Fagócito Profissional
Cel. Principal da resposta imune
Cels. Principais na 1ª linha de defesa na resposta à infecção Semelhante à mastócito
Muito encontrado em parasitoses e hipersensibilidade tipo I
Integrantes do Sistema Fagocitário Mononuclear (SFM)
No sub-reino Protozoa , existem atualmente mais de 30.000 espécies , das quais aproximadamente 10.000 são parasitas , de hospedeiros animais em sua quase totalidade. Destas, pouco mais de 30 espécies são parasitas do homem. Os protozoários são eucariontes, unicelurares , podendo apresentar as organelas que células de metazoários possuem e outras particulares a este grupo. Como as estruturas sub- celulares têm que executar todas as complexas atividade destas espécies , podem existir grandes diferenças biológicas principalmente no que se refere a nutrição, reprodução, locomoção, fase evolutiva e habitat, entre os diversas espécies de protozoários.
Membrana Plasmática - Como em qualquer célula eucariótica, tem como principais funções, a limitação do citoplasma , intermediar o transporte de macromoléculas e a formação de outras estruturas tais como o reticulo endoplasmático.
*** Aparelho de Golgi** - Se apresenta como um complexo vesicular , que determina a síntese de carboidratos e armazenamento de proteínas.
*** Retículo endoplasmático** - a. Liso (REL) - É responsável pela síntese de esteróides ; b. Rugoso (RER) - Sintetiza proteínas.
*** Mitocôndria** - Nas células que apresentam metabolismo aeróbio , é a determinante da produção de energia para manutenção da fisiologia celular.
*** Cinetoplasto** - Existente somente na ordem Kinetoplastida , esta organela, apesar de apresentar estrutura mitocondrial, tem como principal função a síntese de proteínas especializadas e pelo seu alto teor de DNA, transmitir informações genéticas.
B. REPRODUÇÃO E CONTROLE DE SÍNTESE:
Núcleo - Como um representante dos eucariontes, se apresenta com membrana nuclear definida , cariossoma (condensação de DA), comandando as ações de síntese e reprodução celular.
C. LISE INTRA-CELULAR:
Lisossomos - São vesículas que contém enzimas hidrolíticas em estado inativo, tendo com principal função a digestão de macromoléculas.
D. LOCOMOÇÃO:
Blefaroplasto (corpúsculo basal) - Se constitue na base dos cílios e flagelos.
Axonema - Representa o eixo por onde passam, em alguns casos, os flagelos em trajeto intra-celular.
Cílios - São estruturas de locomoção, que se encontram em grande número em alguns protozoários , sendo normalnente menores que os flagelos.
Flagelos - Normalmente são encontrados em número variável , geralmente de 1 a 8, tendo comprimento maior que os cílios.
E. INGESTÃO ESPECIALIZADA E EXCREÇÃO:
Citóstoma - Se constitui no orifício de entrada de partículas , encontrado nos ciliados.
Citopígio (citoprócto) - É o orifício de excreção dos ciliados.
Complexo apical - Encontrado entre os apicomplexas, é conhecido como complexo de invasão celular, tendo como estruturas principais o conóide, roptrias e as micronemas. Esta estrutura apical, apresenta um aro que tem uma depressão , existindo abaixo uma estrutura em forma de tronco em cone oco, formado por sistema de três anéis polares ligados por microtúbulos que se cruzam obliquamente. As Roptrias e micronemas , se apresentam como estruturas que possibilitam a interiorizaçào do parasita na célula do hospedeiro.