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Apostila desenho arquitetonico
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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A presente apostila faz parte do material didático das disciplinas de Desenho Arquitetônico dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Civil Empresarial da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. A mesma foi elaborada com o objetivo de auxiliar o estudante na compreensão e execução dos desenhos de arquitetura com uso de meios e recursos computacionais. Apesar de farta, a bibliografia de desenho arquitetônico, em geral, encontra‐se desatualizada quanto às ferramentas de produção gráfica. A quase totalidade dos livros e materiais eletrônicos (incluindo apostilas, apresentações, e outros, encontrados na internet) tratam o desenho arquitetônico através dos métodos tradicionais de sua consecução, qual sejam: com o uso do lápis, dos esquadros, do escalímetros, etc. É sabido que apesar da importância do domínio das técnicas manuais de desenho pelo profissional de arquitetura e engenharia, o desenho de projetos de arquitetura e engenharia já vem a um bom tempo, tanto por estudantes como profissionais, sendo executado quase exclusivamente através de meios eletrônicos. O uso do computador e dos programas CAD (Computer Aided Design) está inexoravelmente associado a pratica profissional de engenheiros e arquitetos, e encontra‐se presente desde as escolas de engenharia e arquitetura até os grandes escritórios de arquitetura e empresas de construção. Neste sentido, as disciplinas de Desenho Arquitetônico da FURG adotaram o computador e os softwares CAD como instrumentos de ensino e prática do desenho de arquitetura, e esta apostila busca suprir a falta de material de estudo a cerca do tema. Nela são abordados conceitos e atributos do Desenho Arquitetônico, tendo sempre como referência o método digital de sua execução. Com exceção de algumas perspectivas de um modelo apresentado por Montenegro (2001), todas as demais figuras e desenhos foram elaborados pelo autor com o uso de software CAD. Alguns textos apresentados foram extraídos ou baseados em material pesquisado na internet e que, por falta de fonte clara e expressa, não puderam ser corretamente referenciado. Muito do conteúdo metodológico desse trabalho é baseado na prática de desenho do autor, ou seja, possui um caráter de método pessoal que pode ou não equivaler aos utilizados por outros profissionais de arquitetura e engenharia. Por tratar‐se de uma primeira versão, o material sofrerá complementos, correções e melhoramentos, que estarão sempre disponíveis no blog da disciplina de Desenho Arquitetônico da FURG. Prof. Dr. Sinval Xavier
dos diversos outros elementos que nele aparecem, de forma a poder ser perfeitamente lido pelos profissionais envolvidos na construção (SCHULER e MUKAY, 200 ‐?). Os desenhos de arquitetura até pouco tempo eram realizados quase exclusivamente sobre uma superfície de papel através do instrumental tradicional do desenho técnico, tal como o lápis e/ou lapiseira, borracha, esquadros, escalímetro, compasso, gabaritos, etc. Com a evolução da computação gráfica e a disseminação dos programas CAD (Computer Aided Design), o instrumento de elaboração dos desenhos de arquitetura passou a ser majoritariamente o computador. O desenho arquitetônico passa a ser desenvolvido na tela do computador e posteriormente impresso em impressoras de grande formato (plotter). Mas apesar da troca de instrumental, os elementos do desenho arquitetônico mantêm‐se com as mesmas características gráficas, ou seja, os traços e os demais elementos apresentados deverão transmitir todas as informações necessárias para a construção do objeto, com a mesma representatividade, nos dois processos (SCHULER e MUKAY, 200 ‐?).
Segundo Schuler e Mukai (200‐?), sendo o desenho a principal forma de comunicação e transmissão das idéias do arquiteto, é necessário que os outros profissionais envolvidos possam compreender perfeitamente o que está representado em seus projetos. Da mesma forma, é necessário que o arquiteto consiga ler qualquer outro projeto complementar ao arquitetônico, para possibilitar a compatibilização entre estes. “A normatização para desenhos de arquitetura tem a função de estabelecer regras e conceitos únicos de representação gráfica, assim como uma simbologia específica e pré‐determinada, possibilitando ao desenho técnico atingir o objetivo de representar o se quer tornar real” (SCHULER e MUKAY, 200 ‐?). A representação gráfica do desenho em si corresponde a uma norma internacional (sob a supervisão da ISO – International Organization for Standardization ). Porém, geralmente, cada país costuma ter suas próprias normas, adaptadas por diversos motivos. No Brasil, as normas são editadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Para o Desenho Arquitetônico, a principal norma é a NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura. Grande parte das recomendações dessa apostila são baseadas nessa norma.
Sempre que possível o desenho deve estar bem paginado, dentro de pranchas padronizadas com margens e carimbo (selo) com as informações necessárias. Deve estar limpo e sem rasuras. Conter traços homogêneos, com espessuras diferenciadas que identifiquem e facilitem a compreensão dos elementos desenhados. Textos com caracteres claros e bem dimensionados, que não gerem dúvidas ou dupla interpretação. Dimensões e demais indicações que permitam a boa leitura e perfeita execução da obra. A base para a maior parte do desenho arquitetônico é a linha, cuja essência é a continuidade. Em um desenho constituído somente de linhas, a informação arquitetônica transmitida (espaço volumétrico; definição dos elementos planos, cheios e vazios; profundidade) depende primordialmente das diferenças discerníveis no peso visual dos tipos de linhas usados.
As linhas são os principais elementos gráficos do desenho arquitetônico. Além de definirem o formato, dimensões e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas, escadas, etc., também informam as características e dimensões de cada elemento projetado. Sendo assim, deverão estar perfeitamente representadas dentro do desenho. As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras. Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma gradação no traçado em função do plano onde se encontram. As linhas em primeiro plano (plano mais próximo) serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as do segundo e demais planos visualizados (mais afastados) serão menos intensas. Também se diferem as espessuras das linhas dos elementos seccionados (transpassados pelos planos de corte) das linhas dos elementos em vista (que estão além do plano de corte), representando‐se com maior intensidade visual os primeiros (elementos em seção) em relação aos últimos (elementos em vista). 1.2.1.1 Espessuras das linhas As espessuras das linhas utilizadas no desenho arquitetônico podem ser classificadas em grossas, médias e finas. As espessuras variam conforme o uso (elemento representado) e a escala de representação. TRAÇO ESPESSURA TIPO DE LINHA PRINCIPAIS USOS GROSSO 0,5 mm a 1,0 mm Principais/secundárias Linhas que estão sendo cortadas (perfil) MÉDIO 0,25 mm a 0,45 mm Secundárias Linhas em vista/elevação FINO 0,05 mm a 2,0 mm Terciárias Linhas auxiliares/cotas/ hachuras/ pisos Traço forte: As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas baixas e cortes, as paredes e os elementos estruturais (pilares, vigas, lajes) interceptados pelo plano de corte. Traço médio: as linhas de espessura médias, representam elementos em vista, ou seja, tudo que esteja abaixo (planta baixa) ou a além (cortes) do plano de corte, como peitoris, soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, vãos de aberturas, paredes em vista, etc. Também são utilizadas para representar elementos seccionados de pequenas dimensões, tais como marcos e folhas de esquadrias.
***** é comum observar‐se o uso de linhas tracejadas (4) na representação de elementos em projeção, ao invés da linha traço e dois pontos recomendada pela NBR 6492.
O desenho de uma obra ou projeto de arquitetura – desenho arquitetônico – sofreu diversas transformações com a passagem do método tradicional para o desenho computadorizado, ou desenho auxiliado por computador. A mudança não é somente instrumental, atinge conceitos e a própria forma de se desenhar, ou seja, a técnica gráfica (XAVIER, 2004). O desenho auxiliado por computador (CAD) não se limita unicamente a própria representação. O desenho digital pode conter muito mais informação acerca de um projeto ou de um edifício daquela eventualmente impressa para uma apresentação. No desenho digital a representação passa a ser parte de uma informação maior. O desenho possui uma versatilidade e potencialidade de uso e informação que o coloca em outra dimensão quando comparado ao desenho tradicional.
Desde 1962, quando em Massachustseetts Ivan Sutherland divulgou o primeiro programa capaz de desenhar uma linha na tela do computador, até hoje, a chamada Computação Gráfica, e mais especificamente a subárea voltada à criação e manipulação de desenhos técnicos e projetos, passou por um acelerado processo evolutivo. Segundo Sainz e Valderrama (1992), por uma questão mercadológica as primeiras aplicações constituíam‐se de programas gráficos não especializados desenvolvidos para o desenho técnico em geral e voltadas para a produção industrial. Por muito tempo, diziam estes autores, não se fez diferença entre o desenho por computador e o desenho de arquitetura por computador, ficando a informática gráfica para arquitetura como um subproduto dos desenvolvimentos pensados para outros campos de atividades. Esta situação mudou com o aparecimento dos PCs (ou computadores pessoais) da IBM, que representou uma abrupta queda nos custos dos equipamentos, tornando a informática gráfica acessível ao trabalho de arquitetura. Este fator determinou o surgimento de um novo e potencial mercado consumidor, não só formado por arquitetos, mas por profissionais de diversas áreas da engenharia e da gráfica, que antes tinham poucas possibilidades de acesso às caras estações gráficas. Com a nova demanda surgiu à conseqüente comercialização de programas gráficos de todos os tipos, muitos deles voltados especificamente à arquitetura. O aparecimento de programas cada vez mais especializados na arquitetura, tanto para automatização dos desenhos como para o auxilio ao projeto em si, com grande diversidade de enfoques, acabaram por determinar ao usuário uma escolha antecipada de qual método de trabalho se adapta melhor a sua forma de projetar e desenhar (SAINZ; VALDERRAMA, 1992). Alguns programas são pouco flexíveis quanto à forma de usos de seus recursos, impondo ao usuário uma metodologia de trabalho que conflita com sua forma de projetar e desenhar.
Sendo assim, a escolha do programa CAD passou a ser ponto chave na informatização dos processos de trabalhos gráficos dos arquitetos, estudantes e desenhistas de arquitetura, pois o programa, em si mesmo, implica em um método de trabalho que determinará a futura forma de desenhar do usurário (SAINZ; VALDERRAMA, 1992).
Apesar de um dos fins do desenho auxiliado por computador ser a produção de representações estáticas, no molde do desenho tradicional, sua utilidade não se limita unicamente a própria representação. A informação contida no computador é muito mais ampla e potencialmente mais útil do que as imagens e impressões que dela possam resultar. Um conjunto de plantas pode, por exemplo, servir não só para apresentação do projeto arquitetônico, como também para o desenvolvimento e apresentação de quase todos os projetos complementares a este. Entre os diversos atributos que identificam o desenho digital e o distinguem do tradicional, destacam‐se seu dinamismo, globalidade e variabilidade. Ao contrário dos desenhos tradicionais que somente representam uma parte da realidade global de um objeto a partir de uma determinada condição espaço‐tempo, o desenho digital por conter a informação completa a cerca da geometria do edifício possibilita sua representação através de qualquer condição ou posição espacial escolhida. As representações gráficas serão únicas, porém com uma simples troca de parâmetros é possível obter um número ilimitado de visualizações (SAINZ; VALDERRAMA, 1992). A possibilidade de, através do encadeamento de imagens estáticas, se obter imagens dinâmicas, dentro das chamadas animações, traz a incorporação da dimensão temporal a representação do edifício através do movimento relativo do observador. Assim, as diversas representações que se pode obter a partir de um desenho digital, principalmente do tridimensional, passam a ser parte de uma informação maior, ou seja, pelo menos em teoria o objeto arquitetônico está completamente documentado, e as imagens que obtemos são as partes dessa informação que escolhemos para ser representada no monitor ou impressa em papel (SAINZ; VALDERRAMA, 1992).
Além da inserção de novos atributos, tais como o uso de camadas de desenhos e de bibliotecas de blocos, a passagem do desenho tradicional para o digital significou uma mudança significativa em alguns dos já conhecidos atributos do desenho de arquitetura. Destes, dois se destacam: à escala e a área de desenho.
No desenho tradicional, a escala, seja ela absoluta, como nas projeções ortogonais (tais como corte, fachadas, plantas baixas) e nas axonometrias, ou relativa como nas perspectivas cônicas, é um dado fundamental da representação. A escala tem de ser previamente definida antes da representação, e sua alteração, no meio ou no fim do processo, representa o redesenho de tudo que o que já foi representado. No CAD a definição prévia da escala deixou de ser necessária. O projetista ou desenhista não trabalha mais com medidas previamente escaladas. Representa os elementos da edificação
Cabe ao desenhista e/ou projetista, estabelecer uma metodologia própria, ou de preferência utilizar um sistema padronizado para criar, nomear e atribuir cores as camadas de seus desenhos, de forma a tornar possível a integração entre seus diversos trabalhos e a troca de informação e integração com outros profissionais que porventura interajam com o desenho/projeto da edificação. A busca por uma padronização nos desenhos e projetos digitais de arquitetura, que permita a intercambialidade na informação entre profissionais e projetos, já gerou, no Brasil, diversas discussões, estudos, e trabalhos. O mais significativo deles é o da AsBEA (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura), a qual propõe, baseado no modelo das normas americanas/canadense e européias, um sistema de nomenclatura de layers, diretórios, e arquivos de projetos (ASBEA, 2000).
Outra significativa diferença entre o desenho tradicional e o auxiliado por computador reside na representação dos elementos repetitivos do desenho arquitetônico. No desenho digital, ao contrário do tradicional, não há necessidade da representação múltipla desses elementos, o que simplifica enormemente o processo. Os programas CAD oferecem o recurso de uso de blocos ou gabaritos eletrônicos (em analogia aos gabaritos do desenho tradicional), que nada mais são do que estruturas geométricas compostas. Nessas estruturas, é possível agrupar diversas entidades de qualquer tipo e atribuir‐lhe um nome de identificação e um ponto para sua inserção em um ou mais desenhos. Desta forma, um elemento repetitivo, tal qual o desenho de uma esquadria ou de um equipamento sanitário, necessita ser representado uma única vez, e após ser estruturado e armazenado como um bloco pode ser utilizado inúmeras vezes, em um ou mais projetos. A possibilidade de organizar os blocos na forma de uma biblioteca permite aos usuários dos programas CAD colecionarem blocos na forma de arquivos em disco. Na WEB, por exemplo, é possível obter uma infinidade de blocos prontos. O usuário, a medida de sua necessidade, poderá ampliar a sua biblioteca de blocos. Também existe a possibilidade de organizar a biblioteca de blocos forma de menu de ícones, o que torna a manipulação de uma quantidade relativamente grande de blocos, algo bastante simples e organizado. Mas o uso de blocos de forma eficiente e correta demanda uma rígida padronização das layers e das cores de seus elementos. O usuário ao criar um bloco e, principalmente, ao utilizar um bloco feito por terceiros deve verificar se as cores e as layers se adaptam a sua metodologia e padrão de desenho. Como já foi citado os programas CAD, em geral, utilizam‐se do sistema de estilo de impressão vinculado a cor. Tal sistema determina que as espessuras de linhas sejam relacionadas às suas cores. Desta forma pode acorrer conflito entre as cores das geometrias e textos presentes nos blocos e as utilizadas como padrão pelo usuário. Exemplificando: determinado usuário utiliza por padrão a cor branca para representação das alvenarias e, por conseguinte, a mesma esta vinculada a uma espessura grossa de linha. Esse usuário pretende utilizar um bloco de uma porta cuja representação foi feita com a mesma cor. Tal situação gera um conflito de cores e espessuras. No que se refere à nomenclatura das layers também pode haver conflito. Se o usuário tem por padrão, por exemplo, utilizar a layer “ARQ‐Esquadrias” para representação de portas e janelas no projeto arquitetônico, e pretende utilizar um bloco de uma janela que foi criado na layer “Janelas”, igualmente ocorrerá um conflito, desta vez na nomenclatura das layers. Desta forma, a
incorporação de blocos elaborados por terceiros a biblioteca de blocos exige uma prévia edição para padronização dos mesmos. Por outro lado, o trabalho com blocos permite uma padronização do desenho entre arquivos e usuários. Evita‐se, com a utilização de blocos, que cada usuário desenhe de forma distinta de certo padrão estabelecido.
Conforme Ruggeri (2004) a adoção de recursos de informática no desenvolvimento de projetos de Engenharia e Arquitetura trouxe consigo grandes avanços em termos de custos, tempo, qualidade e intercambialidade dos trabalhos. Porém, a maciça e desorganizada disseminação destes recursos gerou uma série de problemas de ordem organizacional e gerencial no processo de produção dos serviços e produtos. Antes da adoção das técnicas e recursos computacionais tínhamos todo o processo produtivo manual. No caso da engenharia predial, todos os desenhos eram feitos com utilização de instrumentos simples (lápis, canetas, esquadros etc.) e segundo técnicas e normatizações de desenhos pré‐estabelecidas. Por exemplo, eram fixadas espessuras para traçados conforme seus significados na representação gráfica, e para cada espessura de traçado correspondia uma caneta. Sendo assim, independentemente de quem fosse o desenhista, não eram possíveis muitas variações, ou seja, antes da adoção de recursos de informática na produção de projetos de engenharia e arquitetura, tinha‐se um sistema de trabalho com poucos recursos, difundido e normalizado em seus aspectos primordiais (RUGGERI, 2004). Com o avanço da computação gráfica, gradativamente os trabalhos de desenho foram se tornando “computadorizados”, surgindo uma série de programas gráficos pare esse fim. Dentre estes, alguns ganharam mercado e se firmaram. Desta forma surgiram versões e mais versões de cada programa, cada vez com mais recursos. Este crescimento tornou altamente flexível a utilização destes programas e cada usuário passou a criar seus trabalhos utilizando‐se dos recursos que mais lhe agradavam ou eram úteis, da forma que melhor lhe convinha, ou que lhe era ensinada. A organização na utilização dos recursos gráficos computacionais dependia apenas da vontade de cada usuário, não seguindo nenhuma regra (RUGGERI, 2004). Os problemas advindos dessa “livre organização” na utilização dos recursos dos programas de desenho/projeto são diversos e atingem principalmente o processo de comunicação que ocorre nos diferentes níveis e etapas de desenvolvimento dos projetos de uma edificação. O problema de comunicação pode se dá, principalmente, entre os diversos intervenientes no processo projetual, mas pode atingir até mesmo os produtos (desenhos/projetos) de um único usuário. O meio digital permite a fácil intercambialidade entre desenhos/projetos e profissionais, mas essa facilidade encontra uma forte barreira na falta de padronização entre os desenhos. Ruggeri (2004) apresenta um exemplo prático da questão: você é um engenheiro e precisa de informações sobre o projeto arquitetônico para fazer os projetos complementares para um edifício. O profissional responsável pelo projeto arquitetônico lhe passa uma mídia digital com etiqueta “projeto1”. Ao chegar em seu escritório você explora o conteúdo da mídia e percebe que existem três arquivos denominados: “proj1.dwg”, “proj1a.dwg” e “proj1b.dwg”. Seu interesse está a princípio nas plantas baixas dos pavimentos sem se importar em um primeiro momento com cortes, fachadas, etc. Intuitivamente você abre o arquivo “proj1.dwg” e descobre que ali estão as
camada relativa às alvenarias normais seria nomeada como: ARQ‐ALVENARIAS, e as das alvenarias baixas seria nomeada como: ARQ‐ALVENARIAS‐BAIXAS. A nomenclatura deve basear‐se em itens que não mudam conforme o projeto. Independentemente do edifício em questão, os nomes de camadas de desenhos serão os mesmos e os nomes dos arquivos seguirão o mesmo padrão. Uma padronização simples e recomendada de nome de camadas seria, por exemplo, convencionar que todas as camadas do projeto sejam nomeadas em letra maiúscula, sem espaços, sem acentos e no plural. O estabelecimento de códigos generalizados, na prática, nada mais é que a adoção de padrões de trabalho. Ao contrário do que possa parecer, a definição de padrões de trabalho não torna o processo de codificação estático no tempo. Muito pelo contrário. A adoção de um padrão significa o reconhecimento de um consenso a respeito de uma proposta para organização de procedimentos do processo produtivo. Este consenso é a base para o desenvolvimento e adaptação destes padrões. Ou seja, é um ponto de partida. A utilização dos mesmos conduzirá ao seu próprio aprimoramento, adaptando‐se e englobando novos recursos (RUGGERI, 2004). Diversos trabalhos foram desenvolvidos neste sentido, destaca‐se o da AsBEA – Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura, que serviu como base para outros estudos. O trabalho da AsBEA propõe a padronização dos nomes de layers, diretórios e arquivos e sugere a adoção do seguinte esquema de cores/espessuras de plotagem (ASBEA, 2000): Cor (número) Espessura (mm) Cor de Plotagem Uso 1 ‐ Red 0. Black Usadas^ para^ os^ elementos^ principais da representação, a serem impressos em preto 2 ‐ Yellow 0. 3 ‐ Green 0. 4 ‐ Cyan 0. 5 ‐ Blue 0. 6 ‐ Magenta 0. 7 ‐ White 0. 8 0. 9 0, 10 a 249 0.25 Na própria cor (object color) Usadas para elementos a serem impressos coloridos 250 a 255 0.1 a 0.2 Na própria cor (object color) Usadas para elementos a serem impressos em tons de cinza Outro trabalho que merece ser consultado é o Manual de Referência para Padronização de Projetos em CAD, desenvolvido com base no trabalho da ASBEA pelo Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás ‐ SINDUSCON‐GO, Federação das Indústrias do Estado de Goiás – FIEG, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, e Faculdade de Tecnologia SENAI de Desenvolvimento Gerencial – FATESG e publicado pelo SENAI/FATESG em 2007 (SINDUSCON‐ GO, 2007).
Na representação dos projetos de edificações são utilizados os seguintes desenhos:
A Planta baixa é, genericamente, uma vista ortográfica seccional do tipo corte , feita em cada pavimento através de um plano projetante secante horizontal imaginário, posicionado de maneira a seccionar o maior número possível de elementos, normalmente em uma altura entre as vergas das portas e os peitoris das janelas (média 1.50m). A porção da edificação acima do plano de corte é eliminada e representa‐se o que um observador imaginário posicionado a uma distância infinita veria ao olhar do alto a edificação cortada. Esta representação é acompanhada de todas as informações necessárias a correta construção da edificação. Veja a seguir exemplo de representação da planta baixa na escala 1/50 da edificação apresentada anteriormente.
Qualquer construção de um único piso terá a necessidade óbvia de uma única planta baixa, que será denominada simplesmente de “PLANTA BAIXA”. Em construções com vários pavimentos, será necessária uma planta baixa para cada pavimento arquitetonicamente distinto. Vários pavimentos iguais terão como representação uma única planta baixa, que neste caos será denominada de “PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO”. Quanto aos demais pavimentos, o título da planta inclui a denominação do piso. Por exemplo, planta baixa do 1º pavimento (ou pavimento térreo), planta baixa do segundo subsolo, planta baixa da cobertura, planta baixa da sobre loja, e assim por diante. Para adequação a norma NB‐140, são utilizadas as denominações “PISO” e “PAVIMENTO”. Não podendo ser empregada a terminologia “ANDAR”. A denominação do número é dada: nos subsolos 1, 2, 3, etc no sentido de quem desce; nos pavimentos 1 (ou térreo), 2, 3, etc no sentido de quem sobe.
A escala usual para impressão (representação) das plantas baixas é a de 1:50. Ocorre que para determinadas edificações, em função de suas dimensões, essa escala pode ser muito grande e de difícil impressão. Nesses casos, costuma‐se utilizar as escalas de 1:75 e 1:100. Escalas menores do que estas, em projetos executivos, não devem ser utilizadas, sendo preferível a representação (impressão) da planta baixa por partes, através de pranchas articuladas. Escalas maiores do que 1:50, como por exemplo 1:20 e 1:25, são utilizadas para representação de plantas baixas de compartimentos e/ou áreas da edificação que por suas características necessitem de um maior detalhamento construtivo, o que geralmente é feito em desenho(s) a parte (que compõem as pranchas de detalhes). Como já foi dito, no CAD a definição prévia da escala deixou de ser imprescindível, pois os objetos são representados através de suas reais dimensões, escolhendo‐se para isso uma unidade de medição. Posteriormente o desenho pode ser impresso em mais de uma escala, bastando para isso apenas configurar os parâmetros de impressão. Esta característica do CAD aplica‐se perfeitamente a representação dos elementos construtivos de uma edificação, mas não pode ser estendida as informações textuais, tais como os nomes e a áreas dos compartimentos, as cotas e dimensões, e outras. Estas devem manter seu principal requisito, qual seja: a legibilidade. Um texto configurado para impressão na escala 1:50 não deve ser impresso na escala 1:100, pois restaria muito pequeno e de difícil leitura. Desta forma, existe a necessidade de reconfiguração dos elementos textuais para diferentes escalas de impressão. As espessuras das linhas também devem ser configuradas de forma distinta para diferentes escalas de impressão, obedecendo‐se a regra de que quanto menor a escala, menores são as espessuras das linhas. A seguir é apresentada uma referência de relações entre espessuras (em milímetros) de linhas para as escalas de 1:50, 1:75 e 1:100.
1:50 1:75 1: 1 ‐ Red 0,1 0,1 0, 2 ‐ Yellow 0,2 0,15 0, 3 ‐ Green 0,3 0,25 0, 4 ‐ Cyan 0,4^ 0,35^ 0, 5 ‐ Blue 0,5 0,4 0, 6 ‐ Magenta 0,6 0,5 0, 7 ‐ White 0,7 0,6 0, 8 0,09 0,09 0, 9 0,09 0,09 0, Nesta apostila as referências as espessuras, espaçamento de linhas, tamanhos de textos e outros, são feitas para a escala 1:50, utilizando‐se o metro como unidade de medida.
Os elementos de uma planta baixa podem ser divididos em: a) Elementos Construtivos: Paredes e elementos estruturais; aberturas (portas, janelas, portões, etc.); pisos e seus componentes (degraus, rampas, escadas, etc.); equipamentos de construção (aparelhos sanitários, armários, lareiras, etc.); aparelhos elétricos de porte (fogões, geladeiras, máquinas de lavar, etc.) e elementos de importância não visíveis (dutos de ventilação, reservatórios, etc.). b) Informações: Nome dos compartimentos, áreas úteis dos compartimentos, níveis, posições dos planos de corte vertical, dimensões das aberturas, cotas, e outras informações. 3.1.3.1 Paredes As paredes, geralmente em alvenaria, seccionadas pelo plano de corte que gera a planta baixa, são representadas através de linhas paralelas de espessura grossa. Podem aparecer preenchidas ou não por textura sólida (cor), e/ou com ou sem representação do revestimento das alvenarias (reboco ou outros). A seguir aparecem representações dos tipos mais comuns de paredes.