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Há uma condição humana tão óbvia que acabamos nos esquecendo dela. Você não deve ter consciência, mas exercemos a capacidade de conhecer e de pensar, durante toda a vida, inclusive no momento de leitura deste material.
Tipologia: Notas de estudo
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Dayse Martins Hora
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Erivaldo Pedrosa dos Santos
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Erivaldo Pedrosa dos Santos
Erivaldo Pedrosa dos Santos
Erivaldo Pedrosa dos Santos
Erivaldo Pedrosa dos Santos
Ciências Naturais na Educação 1
SUMÁRIO
8 C E D E R J
Ciências Naturais na Educação 1 | Os diferentes modos de conhecer: o saber popular
Parabéns, você está percorrendo o seu currículo com êxito! Se você chegou até aqui é sinal de que está seguindo bem as disciplinas do seu curso. Vai entrar em nova etapa, na busca da produção do conhecimento. E é justamente sobre esse assunto – o conhecimento – que vamos começar a nossa conversa, “por escrito”; estranho, não é?! Aliás, como você está se adaptando a esta conversa com os professores através da leitura? Como está fazendo uso da tutoria a distância? É novo mesmo este procedimento, para alunos e professores. Não é só você que está aprendendo, estamos aprendendo juntos! Mas você deve estar se perguntando: a disciplina não se chama Ciências Naturais na Educação1? E ainda tem agregado o número1, o que significa que outras virão. Por que eu tenho de discutir sobre conhecimento, produção do conhecimento, saber, ciência, técnica, tecnologia etc.? Esta nova disciplina não seria somente para descobrir quais os conteúdos de Ciências Naturais a ensinar para as crianças, e como ensiná-los? Eu então responderia: Calma, não me atropele com tantas perguntas, vamos por partes. Que tal começarmos o trabalho?
Há uma condição humana tão óbvia que acabamos nos esquecendo dela. Você não deve ter consciência, mas exercemos a capacidade de conhecer e de pensar, durante toda a vida, inclusive no momento de leitura deste material. Aposto que você já se havia esquecido dessa maravilhosa condição humana. O homem é dotado das capacidades de conhecer e de pensar, que constituem também, uma necessidade para ele. Necessidade de sobrevivência. O conhecimento é, pois, uma necessidade humana de compreensão e transformação da realidade circundante. Já imaginou se você não conhecesse os perigos do trânsito, por exemplo? Mesmo conhecendo, temos tantos problemas com acidentes nessa área!
8 C E D E R J
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AULA
MÓDULO 1
Liste alguns dos conhecimentos que você utiliza durante o seu dia-a-dia. Tente pensar nas coisas que você sabe, conhece e faz uso diariamente. Por exemplo: o ônibus que vai tomar para o trabalho, ou para levar os filhos à escola, ou para fazer compras. O tipo de roupa que vai colocar quando está calor ou frio. O momento que pode brincar com o chefe e quando o humor dele não está bom para brincadeiras. O instante em que a água ferveu para fazer o café. Os horários a obedecer e os lugares onde tem compromisso naquele dia. A consciência de que não pode encostar em objetos quentes; o reconhecimento dos diversos perigos que corre a toda hora: a travessia na rua, os buracos no chão, a subida nas escadas etc. Se continuar, verá que a lista é muito grande. Diante da preocupação com a sobrevivência, o conhecimento é fator essencial ao desenvolvimento da sociedade. Já nos falava F R A N C I S B A C O N que “saber é poder”. Não podemos nos esquecer de que todos os animais possuem uma certa capacidade de “conhecer”, daí procurarem alimentos que lhes convêm e evitarem tudo que não lhes convêm. O Homem utiliza esse conhecimento dos animais. Quem ainda não ouviu essa recomendação em caminhadas ecológicas ou na conversa com gente do campo: “preste bastante atenção, se o passarinho come, nós podemos comer”. Essa regra de sobrevivência é ensinada, também, em treinamentos militares. Entretanto, há uma distinção que deve ser ressaltada. Os animais conhecem a Natureza para subjugar-se a ela, enquanto o Homem conhece a Natureza para subjugá-la, ou então vive numa eterna tentativa de subjugá-la. Uma tentativa às vezes desastrosa, é verdade, que, com freqüência maior do que desejaríamos, produz desequilíbrios no meio ambiente e conseqüências severas à existência na Terra.
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F R A N C I S B A C O N (1561 – 1626 )
Você se lembra dele? Com certeza este nome já foi visto por você. Isso indica a importância que ele teve. Nasceu e morreu em Londres. Filósofo do período moderno que pertence à tradição empirista. Afirmava que o saber confere poder ao homem. De acordo com Bacon, o saber não é de caráter teórico, mas prático, uma espécie de guia à ação. Por isso, precisa-se de um novo método para conhecer melhor a realidade. Dedicou- se à vida política e alcançou posições elevadas, como cargos de procurador-geral e grande chanceler. Em 1621, ano em que foi nomeado Visconde de Saint Albans, foi acusado de corrupção pela câmara, condenado a pagar pesada multa e proibido de exercer cargos públicos. Como você pode constatar, a coisa não era fácil desde aqueles tempos! Entretanto, foi como filósofo que seu nome ficou para a posteridade.
AULA
Nós olhamos o mundo, atuamos no mundo, enfim, vivemos tentando nos apropriar dele, na tentativa de compreendê-lo. Qualquer forma de conhecimento é uma espécie dessa apropriação do mundo objetivo, por parte do sujeito que busca conhecer. A realidade sensorial é possível de ser captada tanto pelo ser humano como pelos animais. Ambos, em escalas diferenciadas, têm a capacidade de apreender realidades sensoriais, tais como cores, odor, movimento, configurações, dureza, paladar, temperatura, som etc. Entretanto, o Homem pode ir além da percepção sensorial da realidade material. Ele tem a possibilidade de ultrapassar esses limites, criando relações formais de comparar, de analisar, de isolar elementos, de abstrair, de generalizar. Exatamente o que você, aluno, está realizando, ao fazer esta leitura. Quando falamos de conhecimento sensorial, comum aos homens e aos irracionais, pensamos em apreender o fato, a coisa em si, a realidade concreta. Já quando falamos de conhecimento intelectual, pensamos no que é possível ir além das aparências, do fenômeno, da coisa em si mesma. O conhecimento chega a operar sobre as informações obtidas através das imagens sensoriais e, ao ultrapassá-las, tem por resultado a produção de conceitos gerais, abstratos, definições universais, relações ideais. O Homem é dotado da capacidade de abstrair, de generalizar, de definir, de elaborar idéias. O conhecimento intelectual não se limita à captação da imagem sensorial dos objetos; ele atinge o real na sua essência, não fica apenas na aparência. Aos olhos do leigo, por exemplo, uma pequena mancha escura na pele pode ser apenas um incômodo; se se tratar de uma mulher vaidosa, porém, isso será motivo para perder noites de sono, em virtude da preocupação estética. Mas, para o médico que vê a mancha e interpreta suas causas, seu estágio de evolução e sua gravidade, pode advir o estabelecimento de um diagnóstico visando a prevenir um câncer de pele. Afinal, pergunta-se, que tipo de conhecimento possui o médico, que o difere do leigo? O conhecimento científico. O conhecimento científico, no qual vamos nos deter mais adiante, pertence ao grande gênero do conhecimento intelectual.
Ciências Naturais na Educação 1 | Os diferentes modos de conhecer: o saber popular
Dê uma paradinha na leitura e tente se lembrar de observações que às vezes fazemos sobre crianças manipulando certos brinquedos de encaixes, com formas geométricas coloridas. Vamos comentar os fatos mais freqüentes nesses casos. As crianças vão tateando, descobrindo o brinquedo, conhecendo as formas e encaixando-as. No início, fazem isso com um grau de dificuldade maior, mas, gradativamente, passam a executar a tarefa com enorme destreza. Entretanto, elas não sabem definir as figuras geométricas. Ainda não possuem um conhecimento intelectual sobre a operação que estão realizando. No entanto, executaram uma atividade importante para a produção do conhecimento: a observação seguida das tentativas. E elas não desistem, observam o próprio erro e corrigem o percurso até o acerto. De forma parecida, a Ciência geralmente começa pela observação das coisas e se concretiza quando consegue a demonstração das causas de um determinado fenômeno. Há uma continuidade entre o conhecimento sensorial, o conhecimento intelectual e o conhecimento científico. Olhamos o mundo, começamos a captá-lo pelo nosso conhecimento sensorial e intelectual. A Ciência almeja alcançar definições que possam ser generalizadas e sistemáticas para explicar a realidade. Essa idéia nós vamos construir aos poucos.
Quando conhecemos as coisas em sua singularidade, conhecemos suas causas ou sua generalidade. E isso faz uma enorme diferença. Vamos usar um exemplo para esclarecer melhor. Conhecer um triângulo ou um quadrado, em sua imagem concreta e singular, não é o mesmo que conhecer a idéia de triângulo ou de quadrado.A idéia de triângulo ou de quadrado prescinde de tamanho, cor, peso, tempo e lugar em que se encontram, e da matéria de que são feitos. Ao definir triângulo ou quadrado, estou definindo uma figura geométrica plana com três ou quatro lados e três ou quatro ângulos.
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Ciências Naturais na Educação 1 | Os diferentes modos de conhecer: o saber popular
pois não segue um plano rigoroso descrito pela Ciência. Pode-se dizer que é um conhecimento ingênuo, por não ser crítico, por não se colocar como um problema a ser explorado. É muito conhecido o exemplo das mamães e das vovós que fazem enorme preleção com as “outras mães”, chamadas de “primeira viagem”. Elas dão quase que verdadeiras consultas pediátricas, baseadas na experiência adquirida com seus bebês.
O saber popular é um tipo de conhecimento superficial das coisas, por informação ou experiência casual. E, como tal, esse saber se torna vulnerável às aparências. Como exemplo, pode- se dizer que parece que o Sol gira em torno da Terra, que permanece parada no centro do Universo. Ora, o que nos leva a pensar assim é o fato de vermos o Sol nascer a leste e se pôr a oeste. Porém, sabemos, desde Copérnico , que é a Terra que se move em torno do Sol. Portanto, as aparências enganam.
Monge que publicou uma obra na qual propôs a teoria heliocêntrica apresentada como simples hipótese. Essa teoria teve pouca repercussão e foi praticamente ignorada até o início do século XVII, quando é resgatada por Galileu.
Para nós, cidadãos comuns, a porção maior dos nossos conhecimentos pertence a essa classe dos saberes do senso comum. Segundo Ruiz (1978, p. 92) “ninguém precisa estudar lógica e aprofundar-se nas teorias sobre a validade científica da indução ou nas leis formais do raciocínio dedutivo para ser natural e vulgarmente lógico; ninguém precisa devotar-se aos estudos da psicologia para integrar-se na família, no trabalho, na sociedade; ninguém precisa ser teólogo para adotar uma religião”.
a se mov
AULA
MÓDULO 1
Leia o texto intitulado Concepções baseadas no senso comum, relacionadas à Química, do Professor Jorge Machado, no site: www.ufpa.br/eduquim/aqumicae.htm O texto discorre sobre a produção das cuias utilizadas pela população do Pará, para servir um prato típico chamado tacacá. O autor levanta conhecimentos de domínio público, que são utilizados para fabricar a cuia, ou seja, para buscar a sobrevivência e a resolução de problemas. No exemplo, a questão central é a alimentação e como servi-la. A partir da leitura do texto, entre no fórum de discussão e converse com seus colegas sobre outros conhecimentos do senso comum, presentes nos diferentes municípios do seu estado. Tente estabelecer um intercâmbio no qual você descubra, junto aos colegas, alguns conhecimentos do saber popular da região onde você vive, que são utilizados para a sobrevivência e a resolução de problemas. O saber popular de que estamos falando possui algumas características que nos auxiliam a compreendê-lo melhor, e, principalmente, a identificá-lo em nossa vida diária. Muitas vezes, não nos damos conta dessas coisas que orientam a nossa maneira de ver o mundo e de agir nele. Vejamos, então, as características do saber popular, segundo Chauí (2002):
AULA
justificativas para os fatos ou para a doença. Hoje, podem ter medo MÓDULO 1^ de qualquer convivência com um portador do vírus da AIDS por falta de informação sobre as formas de transmissão. Por todas as características apresentadas, as “certezas” que circulam na sociedade e principalmente em nossas mentes criam os P R E C O N C E I T O S , que se cristalizam. O maior perigo é que com eles cristalizados, interpretamos o mundo, toda a realidade e os acontecimentos que nos rodeiam. Entretanto, não podemos fazer de conta que não existe um conjunto múltiplo de saberes que chegam à escola sem serem legitimados pelo conhecimento científico. Mas esse assunto será nosso tema da próxima aula. Antes de encerrar, releia a aula, faça anotações de tudo que você compreendeu; anote também suas dúvidas. Tente ver se o resumo esclarece suas dúvidas. Tenha sempre um dicionário por perto, pois, de “pai dos burros” ele não tem nada; muito ao contrário, é ele o companheirodos estudiosos. Tente ler os objetivos como se fossem perguntas ou propostas de trabalho para você realizar. Veja se consegue responder, a eles, ou seja, verifi que se foi capaz de alcançá-los. Ah! Não se esqueça dos exercícios! Não deixe as dificuldades se acumularem; faça contato rápido com o tutor. Estas “dicas” valem para todo o nosso trabalho. Utilize-as como um pequeno roteiro para sua aprendizagem.
Segundo o Dicionário Aurélio , é um conceito ou opinião formado antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos. Desta forma, não tem uma relação somente com um senso negativo. É qualquer opinião ou sentimento, favorável ou desfavorável, concebido sem um exame crítico. Repare na formação das palavras: o prefi xo pre tem origem no latim e signifi ca anterioridade, o que vem antes, o que aconteceu antes. Logo, antes de formular um conceito, por meio de um exame crítico, há uma elaboração prévia
Ciências Naturais na Educação 1 | Os diferentes modos de conhecer: o saber popular
O que você precisa saber? Somos seres que olhamos o mundo a nossa volta e nos perguntamos sobre nós, sobre o outro ser humano, sobre as coisas que nos cercam, os outros seres vivos e o Universo. Produzimos conhecimento para dar repostas às nossas perguntas. O conhecimento que produzimos não é todo igual, e há diferentes modos de adquiri-los. Alguns deles estudamos nesta aula:
Ciências Naturais na Educação 1 | Os diferentes modos de conhecer: o saber popular
A auto-avaliação, como o próprio nome indica, diz respeito à avaliação que você mesmo é capaz de fazer sobre sua aprendizagem. Sempre vamos apresentar aqui algumas perguntas orientadoras, mas você pode, e deve, se fazer outras, e tentar respondê-las para si mesmo. Não se prenda apenas ao material escrito. Tente, invente e crie formas de aprender e de avaliar-se. Na auto-avaliação é importante não só saber que conteúdos você aprendeu, mas, também, questionar valores, mudanças de comportamento ou forma de pensar sobre determinado assunto.
Você pode começar se perguntando... Por que o conhecimento é uma capacidade e uma necessidade do ser humano? Quais foram os modos de conhecer estudados na aula? O que caracteriza o saber popular? O que aprendi me despertou uma curiosidade maior sobre o conhecimento humano? Passei a perceber que minhas ações no cotidiano estão pautadas em vários saberes? Segui as orientações contidas nesta aula? Li, reli e analisei cada ponto apresentado nesta aula?
Se ficar alguma dúvida, procure o tutor; não deixe as dificuldades se acumularem.
Os diferentes modos de conhecer: o conhecimento científico
AULA
O fato científico é abstrato, isolado do conjunto dos dados MÓDULO 1^ sensíveis que integram a nossa percepção imediata. Você certamente já leu nos livros didáticos de Ciências o velho exemplo da dilatação dos corpos, em que os trilhos do trem, são colocados com espaços prevendo uma margem de segurança para a dilatação que sofrem com o calor. Mas, seria complicado você ficar ali o tempo necessário para fazer tal verificação. Entretanto, você pode fazer experimentos utilizando outros corpos de ferro e medir a dilatação para entender o exemplo dos trilhos do trem. Isso supõe uma capacidade de racionalização dos dados empíricos, que nem sempre estão ali como dados brutos, embora sejam passíveis de interpretação. A Ciência, antes de tudo, desconfia, põe em dúvida toda e qualquer certeza, ela quer ultrapassar as aparências. E, para isso, o conhecimento que ela persegue tem características que o identificam e que se opõem, em quase todos os aspectos, ao saber popular. Vejamos, então, as características do conhecimento científico, segundo Chauí (2002):
Ciências Naturais na Educação 1 | Os diferentes modos de conhecer: o conhecimento científico
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