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arquivo merck, Manuais, Projetos, Pesquisas de Biomedicina

manual merck

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 06/05/2010

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silvestre-goncalves-de-souza-8 🇧🇷

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A Medula Espinhal
Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 cm de
comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira vértebra - até o
nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos
involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos.
Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede
de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários
pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as
para as várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas de neurônios: o sistema
descendente controla funções motoras dos músculos, regula funções como pressão e
temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu destino; o sistema ascendente
transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro.
Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula – na massa
cinzenta. Os axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente – a massa branca. As
duas regiões também abrigam células da Glia. Dessa forma, na medula espinhal a massa
cinzenta localiza-se internamente e a massa branca, externamente (o contrário do que se
observa no encéfalo).
Durante uma fratura ou deslocamento da coluna, as vértebras que normalmente protegem
a medula podem matar ou danificar as células. Teoricamente, se o dano for confinado à massa
cinzenta, os distúrbios musculares e sensoriais poderão estar apenas nos tecidos que recebem
e mandam sinais aos neurônios “residentes” no nível da fratura. Por exemplo, se a massa
cinzenta do segmento da medula onde os nervos rotulados C8 for lesada, o paciente só sofrerá
paralisia das mãos, sem perder a capacidade de andar ou o controle sobre as funções
intestinais e urinárias. Nesse caso, os axônios levando sinais para “cima e para baixo” através
da área branca adjacente continuariam trabalhando. Em comparação, se a área branca for
lesada, o trânsito dos sinais será interrompido até o ponto da fratura.
Infelizmente, a lesão original é só o começo. Os danos mecânicos promovem rompimento
de pequenos vasos sangüíneos, impedindo a entrega de oxigênio e nutrientes para as células
não afetadas diretamente, que acabam morrendo; as células lesadas extravasam componentes
citoplasmáticos e tóxicos, que afetam células vizinhas, antes intactas; células do sistema
imunológico iniciam um quadro inflamatório no local da lesão; células da Glia proliferam
criando grumos e uma espécie de cicatriz, que impedem os axônios lesados de crescerem e
reconectarem.
O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos espinhais, o que leva à
paralisia e atrofia dos músculos.
O Sistema Nervoso Periférico
O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as ligações
entre o sistema nervoso central e o corpo. NERVO é a reunião de várias fibras nervosas, que
podem ser formadas de axônios ou de dendritos.
As fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou
axônios) e seus envoltórios, organizam-se em feixes. Cada feixe forma um nervo. Cada fibra
nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada feixe é
envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados
paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido
conjuntivo chamada epineuro. Em nosso corpo existe um número muito grande de nervos.
Seu conjunto forma a rede nervosa.
Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os nervos
sensoriais (nervos aferentes ou nervos sensitivos), que são formados por prolongamentos de
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A Medula Espinhal

Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira vértebra - até o nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos. Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas de neurônios: o sistema descendente controla funções motoras dos músculos, regula funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro.

Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula – na massa cinzenta. Os axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente – a massa branca. As duas regiões também abrigam células da Glia. Dessa forma, na medula espinhal a massa cinzenta localiza-se internamente e a massa branca, externamente (o contrário do que se observa no encéfalo).

Durante uma fratura ou deslocamento da coluna, as vértebras que normalmente protegem a medula podem matar ou danificar as células. Teoricamente, se o dano for confinado à massa cinzenta, os distúrbios musculares e sensoriais poderão estar apenas nos tecidos que recebem e mandam sinais aos neurônios “residentes” no nível da fratura. Por exemplo, se a massa cinzenta do segmento da medula onde os nervos rotulados C8 for lesada, o paciente só sofrerá paralisia das mãos, sem perder a capacidade de andar ou o controle sobre as funções intestinais e urinárias. Nesse caso, os axônios levando sinais para “cima e para baixo” através da área branca adjacente continuariam trabalhando. Em comparação, se a área branca for lesada, o trânsito dos sinais será interrompido até o ponto da fratura.

Infelizmente, a lesão original é só o começo. Os danos mecânicos promovem rompimento de pequenos vasos sangüíneos, impedindo a entrega de oxigênio e nutrientes para as células não afetadas diretamente, que acabam morrendo; as células lesadas extravasam componentes citoplasmáticos e tóxicos, que afetam células vizinhas, antes intactas; células do sistema imunológico iniciam um quadro inflamatório no local da lesão; células da Glia proliferam criando grumos e uma espécie de cicatriz, que impedem os axônios lesados de crescerem e reconectarem. O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos espinhais, o que leva à paralisia e atrofia dos músculos.

O Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as ligações entre o sistema nervoso central e o corpo. NERVO é a reunião de várias fibras nervosas, que podem ser formadas de axônios ou de dendritos.

As fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus envoltórios, organizam-se em feixes. Cada feixe forma um nervo. Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro. Em nosso corpo existe um número muito grande de nervos. Seu conjunto forma a rede nervosa.

Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os nervos sensoriais (nervos aferentes ou nervos sensitivos ), que são formados por prolongamentos de

neurônios sensoriais (centrípetos). Aqueles que transmitem impulsos do SNC para os músculos ou glândulas são nervos motores ou eferentes , feixe de axônios de neurônios motores (centrífugos). Existem ainda os nervos mistos , formados por axônios de neurônios sensoriais e por neurônios motores.

Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal denominam-se raquidianos. Do encéfalo partem doze pares de nervos cranianos. Três deles são exclusivamente sensoriais, cinco são motores e os quatro restantes são mistos.

Nervo craniano Função

I-OLFATÓRIO sensitiva Percepção do olfato. II-ÓPTICO sensitiva Percepção visual. III-OCULOMOTOR motora Controle da movimentação do globo ocular, da pupila e do cristalino. IV-TROCLEAR motora Controle da movimentação do globo ocular. V-TRIGÊMEO mista Controle dos movimentos da mastigação (ramo motor); Percepções sensoriais da face, seios da face e dentes (ramo sensorial). VI-ABDUCENTE motora Controle da movimentação do globo ocular. VII-FACIAL mista Controle dos músculos faciais – mímica facial (ramo motor); Percepção gustativa no terço anterior da língua (ramo sensorial). VIII-VESTÍBULO- COCLEAR

sensitiva Percepção postural originária do labirinto (ramo vestibular); Percepção auditiva (ramo coclear). IX- GLOSSOFARÍNGEO

mista Percepção gustativa no terço posterior da língua, percepções sensoriais da faringe, laringe e palato. X-VAGO mista Percepções sensoriais da orelha, faringe, laringe, tórax e vísceras. Inervação das vísceras torácicas e abdominais. XI-ACESSÓRIO motora Controle motor da faringe, laringe, palato, dos músculos esternoclidomastóideo e trapézio. XII-HIPOGLOSSO motora Controle dos músculos da faringe, da laringe e da língua.

Imagem: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia. São Paulo, Ed. Moderna, 2001. vol. 2.

Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se com os músculos esqueléticos. Eles se formam a partir de duas raízes que saem lateralmente da medula: a raiz posterior ou dorsal, que é sensitiva, e a raiz anterior ou ventral, que é motora. Essas raízes se unem logo após saírem da medula. Desse modo, os nervos raquidianos são todos mistos. Os corpos dos neurônios que formam as fibras sensitivas dos nervos sensitivos situam-se próximo à medula, porém fora dela, reunindo-se em estruturas especiais chamadas gânglios espinhais. Os corpos celulares dos neurônios que formam as fibras motoras localizam-se na medula. De acordo com as regiões da coluna vertebral, os 31 pares de nervos raquidianos distribuem-se da seguinte forma:

  • oito pares de nervos cervicais;

Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é que as fibras pós-ganglionares dos dois sistemas normalmente secretam diferentes hormônios. O hormônio secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina , razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos. Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina , razão por que a maioria deles é chamada neurônios adrenérgicos. As fibras adrenérgicas ligam o sistema nervoso central à glândula supra-renal, promovendo aumento da secreção de adrenalina, hormônio que produz a resposta de "luta ou fuga" em situações de stress. A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de maneira antagônica.

Órgão Efeito da

estimulação

simpática

Efeito da estimulação

parassimpática

Olho : pupila Músculo ciliar

Dilatada nenhum

Contraída Excitado Glândulas gastrointestinais

vasoconstrição Estimulação de secreção

Glândulas sudoríparas sudação Nenhum Coração : músculo (miocárdio) Coronárias

Atividade aumentada Vasodilatação

Diminuição da atividade Constrição

Vasos sanguíneos sistêmicos : Abdominal Músculo Pele

Constrição Dilatação Constrição ou dilatação

Nenhum Nenhum Nenhum

Pulmões : brônquios Vasos sangüíneos

Dilatação Constrição moderada

Constrição Nenhum Tubo digestivo : luz Esfíncteres

Diminuição do tônus e da peristalse Aumento do tônus

Aumento do tônus e do peristaltismo Diminuição do tônus Fígado Liberação de glicose Nenhum Rim Diminuição da produção de urina

Nenhum

Bexiga : corpo Esfíncter

Inibição Excitação

Excitação Inibição Ato sexual masculino Ejaculação Ereção Glicose sangüínea Aumento Nenhum Metabolismo basal Aumento em até 50% Nenhum Atividade mental Aumento Nenhum Secreção da medula supra-renal (adrenalina)

Aumento Nenhum

Em geral, quando os centros simpáticos cerebrais se tornam excitados, estimulam, simultaneamente, quase todos os nervos simpáticos, preparando o corpo para a atividade.

Além do mecanismo da descarga em massa do sistema simpático, algumas condições fisiológicas podem estimular partes localizadas desse sistema. Duas das condições são as seguintes:

  • Reflexos calóricos: o calor aplicado à pele determina um reflexo que passa através da medula espinhal e volta a ela, dilatando os vasos sangüíneos cutâneos. Também o

aquecimento do sangue que passa através do centro de controle térmico do hipotálamo aumenta o grau de vasodilatação superficial, sem alterar os vasos profundos.

  • Exercícios : durante o exercício físico, o metabolismo aumentado nos músculos tem um efeito local de dilatação dos vasos sangüíneos musculares; porém, ao mesmo tempo, o sistema simpático tem efeito vasoconstritor para a maioria das outras regiões do corpo. A vasodilatação muscular permite que o sangue flua facilmente através dos músculos, enquanto a vasoconstrição diminui o fluxo sangüíneo em todas as regiões do corpo, exceto no coração e no cérebro. Nas junções neuro-musculares, tanto nos gânglios do SNPA simpático como nos do parassimpático, ocorrem sinapses químicas entre os neurônios pré-ganglionares e pós- ganglionares. Nos dois casos, a substância neurotransmissora é a acetilcolina. Esse mediador químico atua nas dobras da membrana, aumentando a sua permeabilidade aos íons sódio, que passa para o interior da fibra, despolarizando essa área da membrana do músculo. Essa despolarização local promove um potencial de ação que é conduzido em ambas as direções ao longo da fibra, determinando uma contração muscular. Quase imediatamente após ter a acetilcolina estimulado a fibra muscular, ela é destruída, o que permite a despolarização da membrana.