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ASPECTOS-FISIOLÓGICOS-APLICADOS-À-CRIANÇAS-E-ADOLESCENTES, Transcrições de Educação Física

ASPECTOS-FISIOLÓGICOS-APLICADOS-À-CRIANÇAS-E-ADOLESCENTES

Tipologia: Transcrições

2021

Compartilhado em 16/04/2021

ualace-ferreira
ualace-ferreira 🇧🇷

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos!

2 TREINAMENTO RESISTIDO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Fonte: fundesporte.ms.gov As facilidades da vida moderna proporcionam o conforto ao ser humano, porém nesse contexto é crescente o sedentarismo, que pode propiciar efeitos deletérios no indivíduo, sendo um dos principais fatores adversos da qualidade de vida. A prática cotidiana de atividades físicas e o estilo de vida ativo trazem consigo uma série de benefícios ao praticante, acarretando uma melhoria global em sua saúde. Com a evolução científica, o treinamento resistido (TR) recebeu uma grande atenção e conotação, com destaque por meio de várias pesquisas sobre os benefícios de sua prática na saúde física e mental nas últimas décadas (NUNES-FILHO et al, 2019). Segundo o autor, o TR pode ser definido como um tipo de atividade que demanda uma movimentação muscular contra uma força oposta, podendo ser utilizado o peso do próprio corpo, pesos livres ou aparelho específicos. Esse tipo de treinamento com sobrecarga é uma metodologia gradual, e sua intensidade deve ser adaptada de acordo com a especificidade do indivíduo, respeitando seus limites e restrições fisiológicas. O treinamento com pesos, como também é chamado, é considerado uma atividade que utiliza instrumentos para trabalhar toda a musculatura, proporciona equilíbrio e harmonia para o corpo, gera benefícios à saúde, aumenta o volume muscular, a partir da ampliação na concentração proteica de células

Treinamento de força O treinamento de força envolvendo pesos é uma das modalidades mais praticadas de exercícios físicos, atualmente, por indivíduos de diferentes faixas etárias, de ambos os sexos e com níveis de aptidão física variados. Esse fato pode ser facilmente explicado pelos inúmeros benefícios decorrentes dessa prática, que incluem desde importantes modificações morfológicas, neuromusculares e fisiológicas, até alterações sociais e comportamentais. Uma das principais adaptações relatadas pela literatura associada à prática do treinamento de força com pesos tem sido o aumento nos níveis de força muscular, tanto em crianças quanto em adultos e idosos, de ambos os sexos. Essa adaptação parece estar relacionada a pelo menos dois fatores denominados de adaptações neurais e hipertrofia muscular (EUGÊNIO, 2010 ). Entretanto, foi por volta dos anos 80 que começou a surgir uma gama crescente de publicações científicas a respeito. Essas publicações acabaram por apontar, na musculação, ineficácia e um grande potencial de risco para lesões musculares ou de placas de crescimento. A partir de então, como um mito, isso se difundiu entre leigos e profissionais da área, procurando afastar crianças e adolescentes desse tipo de exercício, persistindo, infelizmente, até os dias de hoje (CÂMARA 2006 apud EUGÊNIO, 2010). Para Alves e Lima (2008), o que não está claro, e se tornou motivo de conflito entre pais, pacientes e médicos é a definição de qual seria o melhor esporte ou atividade física para estimular o crescimento e o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Nos consultórios são comuns questões como: "Que esporte o senhor (a) recomenda para ajudar meu filho com baixa estatura a crescer mais?"; "Meu filho já pode fazer musculação?"; "É verdade que ginástica olímpica diminui e o basquete aumenta a previsão de altura final?"; "Dançarinas de balé deixam de menstruar?"; "A atividade física melhora o desenvolvimento ósseo”? O treinamento de força pode trazer benefícios ao desempenho físico e à saúde da criança, como a melhora da coordenação motora e do desempenho desportivo, a melhora da composição corporal, ou seja, aumento da massa muscular em púberes e a diminuição da gordura corporal, e diminuição e a prevenção de lesões nos esportes competitivos e recreativos, assim como a melhora no desempenho competitivo (FONTOURA et al., 2004).

Para a maioria, as crianças respondem ao exercício de maneira muito semelhante aos adultos. Geralmente, com um pouco de incentivo, a maioria das crianças saudáveis tem tendência a ser fisicamente ativa. Como a movimentação contida pela educação e pela escola é uma necessidade para o desenvolvimento, o treinamento físico na infância e juventude é altamente recomendável (EUGÊNIO, 2010 ). Com o avanço tecnológico das últimas décadas, o ser humano passou a desempenhar tarefas, anteriormente realizadas com a força muscular, através de máquinas e computadores. Desta maneira, a habilidade de gerar força deixou de ser um fator importante para a sobrevivência. Entretanto, a comunidade científica reconhece a necessidade da manutenção, e até mesmo aprimoramento, da força e massa muscular com a finalidade de preservar a funcionalidade motora e melhorar a saúde das pessoas (BUCCI et al., 2005 apud EUGÊNIO, 2010). A musculação é uma das modalidades de exercícios físicos mais praticados por indivíduos de diferentes idades, ambos os gêneros e com diferentes níveis físicos. De fato, podem ser explicados facilmente os benefícios da prática que incluem desde importantes mudanças morfológicas, neuromusculares e fisiológicas. Essas adaptações podem ser associadas com no mínimo 2 fatores: adaptações neurais e hipertrofia muscular. Dessa forma, existem indícios de que a maior parte dos ganhos de força muscular nos períodos iniciais de um programa de treinamento de força com pesos sejam acarretados por aumento na ativação muscular total, aumento na frequência de disparos e sincronização das unidades motoras ou, ainda, pela redução da co - ativação dos músculos antagonistas durante o exercício (EUGÊNIO, 2010).

alterações. Entre os aspectos ambientais, recebe destaque a nutrição que, conjugada a fatores hormonais, genéticos e de treinamento, promovem a proliferação da cartilagem de crescimento e o alongamento linear dos ossos. Ainda Silva et al., (2004) o expressivo crescimento longitudinal durante a puberdade engloba três distintos fenômenos que se revelam sequencialmente. São eles: o estirão do crescimento, com duração aproximada entre dois ou três anos, caracterizado por velocidade de crescimento reduzida durante a fase pré-puberal, crescimento com velocidade acelerada, conhecido como pico máximo de velocidade de crescimento (PHV), e uma fase de cessação do crescimento, os quais contribuem com mais de 20% na estatura final adulta (EUGÊNIO, 2010). Vale acrescentar também a esse crescimento que será a nutrição em seus aspectos através da rápida aquisição de conteúdo mineral ósseo, reconhecida como pico de massa óssea, em que o processo de formação sobrepuja o de reabsorção óssea e que se apresenta como um incremento linear durante a infância e exponencial na segunda década de vida, com maior intensidade entre 13 e 17 anos, sendo assinalados como anos críticos para o evento aqueles compreendidos entre 14 e 15 anos de idade; e o processo de maturação esquelética, que se encerra com o fechamento consolidado epifisário podendo variar em alguns casos conforme o desenvolvimento maturacional (EUGÊNIO, 2010). 4 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO TREINAMENTO DE FORÇA Fonte: jaenoticia.com

Com o surgimento cada vez mais precoce do jovem atleta no futebol de elite, foi procurado entender as respostas fisiológicas e anatômicas para o exercício nas crianças e adolescentes atletas. Algumas dúvidas surgem no momento em que se discute se as crianças possuem as mesmas respostas fisiológicas dos adultos em relação ao treinamento de força. Se as crianças não possuem a mesma resposta fisiológica, logicamente estas diferenças irão influenciar nas respostas as crianças que treinam futebol (GARCIA et al , 2007). Segundo o autor, quanto às dúvidas em questão dos riscos baseados em suas respostas fisiológicas em crianças e adolescentes que participam de um programa de treinamento de força, inúmeras pesquisas tentam responder em que idade maturacional é ideal para a aplicabilidade do treinamento de força no futebol? Antes do início dos anos 80 os primeiros estudos a contrariar esta idéia que mostrava um ganho significativo de força tanto em meninos pré-púberes e púberes. Estudos comprovam ainda mais a aplicabilidade da força em crianças pré- púberes e púberes observando benefícios a sua prática. No ganho da força muscular, o período entre 5 a 8 anos parece transacional no desenvolvimento da força e do desempenho motor. Os padrões de movimentos básicos alcançam a maturação neste período, mas com ampla variabilidade entre crianças. Alguns estudos vêm a conflitar de como atletas de futebol pré-púbere, púbere e pós-púbere venha a se beneficiar com o ganho de força muscular com o treinamento e se estes ganhos são responsabilizados por fatores neurais ou por endócrinos, isto é o ganho da força através de maiores unidades motoras envolvidas ou um aumento da secreção e das concentrações séricas de testosterona (GARCIA et al , 2007). A força muscular parece ser mais evidenciada a partir do início da puberdade por um aumento das concentrações séricas de testosterona. Quanto maior o estágio de maturação, maior será a sua concentração sérica de testosterona. No entanto outras pesquisas sugerem que o aumento dos níveis de força em pré-púberes e púberes que realizam treinamento de força se dá às custas de adaptações neurais não ocorrendo ligações com o aumento de testosterona. As variações hormonais são detectadas em diferentes fazes do treinamento da criança e que os hormônios como testosterona e GH são determinantes nos níveis de força. Em seu trabalho, o grupo foi dividido em dois grupos, um púbere e o outro pré-púbere. Os

  • A criança e o responsável pela prescrição do treinamento conhecem as técnicas auxiliares de segurança para cada levantamento do programa?
  • A criança conhece as medidas de segurança para cada peça do equipamento utilizado no programa?
  • O equipamento se ajusta à criança de modo adequado ou adaptado?
  • Quais as formas de contração muscular irão envolver o programa?
  • Quais as formas de progressão e níveis de intensidade que serão adotados?
  • A criança apresenta normas de cuidados especiais, restrições e lista de apresentações de seus responsáveis para possíveis emergências?
  • A criança possui um programa equilibrado de treinamento envolvendo exercícios físicos (isto é, a criança adota atividades cardiovasculares e outros esportes além do treinamento de força)? Benefícios do treinamento de força A posição sustentada pela National Strength e Conditioning Association, American Orthopedic Society for Sports Medicine e American Academy of Pediatrics sugere que as crianças são capazes de se beneficiarão adotar um programa de treinamento de força, adequadamente prescrito e supervisionado. Os principais benefícios segundo Eugênio (2010) são:
  • aumento da força muscular;
  • aumento da capacidade de resistência muscular localizada (isto é, a capacidade do músculo de repetir uma série de movimentos contra uma dada resistência);
  • diminuição do risco da ocorrência de lesões durante a prática de atividades esportivas e recreativas;
  • aumento da capacidade de desempenho das atividades esportivas e recreativas; Para Eugênio (2010),os exercícios para crianças e jovens devem ser aqueles que possam ser executados com todos os referencias em que se apoiam o treinamento prescrito como: velocidade de execução do movimentos, tempo de pausa, percentual de intensidade das cargas, enfim todas as normas que envolvem a

aplicação do treinamento. Os programas com exercícios de movimentos rápidos apresentam-se melhores para o desenvolvimento de força, em crianças, do que aqueles programas caracterizados por movimentos lentos. A participação de crianças em programas de treinamento de força regular resulta em diversos benefícios relacionados à saúde e ao desempenho, bem como melhoram as habilidades motoras e reduzem lesões em atividades esportivas e recreativas. O efeito benéfico e seguro da musculação em crianças são relatados apenas em programas experimentais de treinamento que utilizam pesos e aparelhos isotônicos sob supervisão de professores ou treinadores, com freqüência de duas a três vezes por semana, durante seis semanas a vinte e um meses. Nesses casos, mesmo em crianças pré-púberes, ocorre um aumento de força e resistência muscular em resposta adaptações neuromusculares, na ausência de hipertrofia muscular, com baixo risco de lesão e ausência de impacto negativo sobre o crescimento. Uma vez suspenso o treinamento, observa-se perda de toda a força muscular adquirida durante os treinos (EUGÊNIO, 2010 ). Para o autor, são numerosos os benefícios do treinamento de força para as crianças em particular principalmente o aumento da força muscular e melhorias na densidade óssea, composição corporal, habilidades motoras e performance esportiva. Malefícios do treinamento de força Há, ainda hoje, um mito em relação ao treinamento de força impedir ou prejudicar o crescimento ou prejudicar de forma geral o aparelho locomotor, o desenvolvimento e o crescimento da criança. Ainda se ouve: este tipo de treinamento é para desenvolver massa muscular ou então que irá prejudicar o desenvolvimento da estatura final da criança. A placa de crescimento e a diáfise são os locais onde ocorre a formação óssea durante a puberdade. Esta placa se localiza em três pontos: na placa epifisária, na superfície articular e nas inserções apofisiárias. Todas as três regiões de crescimento ósseo estão mais propensas a lesões durante a adolescência, sendo que realmente a maioria dos relatos desses tipos de lesões acometem mais adolescentes do que crianças (EUGÊNIO, 2010 ). Para o autor no basquetebol, para além do trabalho específico das habilidades motoras, técnicas e táticas próprias do jogo, há que cuidar dos aspectos diretamente

refere ao abandono precoce das atividades esportivas, embora a total eliminação de lesões esportivas seja uma meta irreal. Formas apropriadas e sensíveis de programas de condicionamento incluindo o treinamento de força podem ajudar a reduzir provavelmente as lesões esportivas em jovens atletas no crescente número de casos, isto parece à aspiração de jovens atletas que se preparam para as demandas da prática de esportes e competições. Enquanto a atividade física moderada estimula o desenvolvimento ósseo, o atraso puberal resultante do treinamento físico vigoroso pode comprometer a aquisição da massa óssea ideal. Em adolescentes do sexo feminino, o excesso de exercício pode causar hipoestrogenismo, com redução do ganho de massa óssea, o que pode ser, em casos graves, irreversível a despeito do retorno da menstruação, da reposição estrogênica e da suplementação com cálcio. A redução da densidade mineral óssea também pode ser observada em adolescentes do sexo masculino submetidos à atividade física extenuante (EUGÊNIO, 2010 ). A menor densidade mineral óssea aumenta o risco de fraturas de estresse e de instabilidade da coluna vertebral, com desenvolvimento de escoliose. A atividade física intensa leva à redução dos níveis séricos do IGF-1, o que poderia vir a comprometer o crescimento e, eventualmente, reduzir a previsão de altura final. Esse efeito foi observado até mesmo em treinamentos curtos como uma sessão de uma hora e 50 minutos de pólo aquático ou de luta (EUGÊNIO, 2010 ). O treinamento vigoroso pode reduzir o ganho estatural, sendo esse efeito resultante mais da intensidade e duração do que propriamente do tipo de exercício praticado. Como explicação para esses achados, demonstrou-se que a atividade física intensa causa inibição do eixo GH-IGF-1. A redução da altura associada à diminuição do IGF- 1 em ginastas de elite submetidas a treinamento físico intensivo ( horas/semana) e restrição dietética. Autores, chamam atenção para o fato de que o excesso de atividade física (36 horas/semana) em crianças pré-púberes podem comprometer a estatura final. Apesar de crianças geralmente não participarem de esportes competitivos de elite, tais informações devem servir de alerta para os efeitos negativos desse tipo de atividade. Para autor, a atividade física vigorosa e extenuante associada à redução da disponibilidade energética pode levar a efeitos adversos sobre o desenvolvimento puberal e a função reprodutiva (EUGÊNIO, 2010 ).

Os mecanismos hormonais responsáveis por esses distúrbios são semelhantes aos observados em situações de balanço energético negativo, nas quais ocorre supressão da secreção pulsátil do GnRH, o que causa deficiência na produção dos esteróides sexuais. Os principais mecanismos fisiopatológicos envolvidos nessa disfunção são: diminuição da concentração de leptina sérica, aumento dos níveis séricos de grelina, beta-endorfinas, fator liberador de corticotrofina (CRF) e de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), além de uma diminuição acentuada da gordura corporal como resultado dos transtornos alimentares. Estima-se que a quantidade de gordura corporal necessária para manter o ciclo menstrual gire em torno de 22%, sendo que 17% seria a quantidade mínima de gordura para desencadear a menarca (EUGÊNIO, 2010 ). Ainda para Eugênio (20 10 ), a atividade física também pode prejudicar o crescimento e o desenvolvimento de acordo com sua intensidade, presença de fatores estressantes como competições e lesões, gasto energético, idade e estado nutricional. Além disso, diferentes esportes se associam a diferentes lesões, não havendo possibilidade de comparação. O principal risco da atividade física ou esporte inadequado são as lesões musculoesqueléticas: fraturas, osteocondroses, tendinite, escoliose, osteocondrite, espondilose e espondilolistese. As cartilagens de crescimento se fecham em épocas diversas, estando, portanto, mais vulneráveis a lesões de acordo com a etapa do desenvolvimento (pré-puberal versuspuberal). As osteocondroses afetam o esqueleto em crescimento e a cartilagem articular. A apofisite de tração é a mais freqüente delas, causada pela combinação do crescimento e do excesso de carga na cartilagem de crescimento devido à tração da unidade músculo-tendão. As duas apofisites mais comuns são a doença de Os good- Schlatter (tuberosidade tibial) e a doença de Sever (calcâneo). O pico de fraturas em pediatria coincide com o estirão puberal, talvez decorrente do aumento da remodelação do osso cortical nessa fase do crescimento. Por isso, as atividades de carga, embora possam evitar fraturas na vida adulta, em crianças pré-púberes estão mais associadas ao risco de fratura (EUGÊNIO, 2010 ).

Desenvolvimento da força muscular na infância Para o autor, parte da antiga controvérsia envolvia a questão se a força muscular das crianças era capaz de ser aperfeiçoada. Os primeiros estudos não conseguiram assinalar ganhos de força muscular em crianças que adotaram um programa de treinamento de força. Talvez a falta de mudanças na força muscular registrada em diversos estudos realizados ao longo dos anos fosse consequência de programas de treinamento de força insuficientemente idealizados ou projetos experimentais insatisfatórios ou crenças em concepções erradas (EUGÊNIO, 2010). Como as crianças mais novas não conseguem obter um aumento da massa muscular que vá além do crescimento normal, elas não devem adotar o treinamento de força baseando-se apenas na expectativa de conseguir músculos volumosos, geralmente seus objetivos enfatizam a melhora da funcionalidade do corpo ou então a prevenção ou cura de lesões. Segundo Eugênio (20 10 ), aumentos no tamanho muscular quando as crianças crescem ocorrem que o fibras musculares tornam-se maiores (hipertrofia) teor de proteína que aumentou. O número de fibras musculares é fixado no momento ou logo após o nascimento, mais entre a idade de um ano e da adolescência, o diâmetro da fibra aumenta quase três vezes. Esta hipertrofia do músculo é refletida em um aumento no corpo todo e na massa muscular durante os anos de crescimento. A massa muscular é altamente responsiva a estímulos sendo que essas respostas são variadas. Mas naturalmente o aumentar linear ocorre com a idade mesmo sem a presença de estímulos interessantes, lembre o que essas melhora e desenvolvimento natural pode ser explicada por um dos principais aspecto aumento nos níveis de produção hormonal, e com valores médios mais elevados nos meninos. Na puberdade, os hormônios erogênicos causam um aumento na taxa de crescimento muscular nos meninos, enquanto mínimas mudanças são vistas nas meninas. Estas curvas de massa muscular por sexo imitam as de força muscular. Pode ser pertinente que a massa muscular como uma proporção corporal aumente durante o crescimento. Nos homens a percentagem média da massa de massa corporal sobe de 42% na idade de cinco anos, para 53% na idade de 17 anos. Essas chances não são observadas nas mulheres, que tem valores de 41% e 42% nessa idade (EUGÊNIO, 2010 ).

Ainda para Eugênio (20 10 ), o desenvolvimento de massa muscular no crescimento da criança, é refletido em aumento progressivo da força muscular, melhor controle de gestos e movimentos e consequentemente uma melhor consciência corporal e coordenativa. Avaliação das alterações de desenvolvimento de resistência tem sido realizados em estudos transversais e longitudinais por testes de força isométrica e isocinética, utilizando diferente modalidades de testes (dinamômetro de preensão manual e dinamômetros isocinéticos) em vários grupos musculares, enquanto certas variações tem sido relatadas o padrão global de desenvolvimento da força é muito semelhante. Para o autor, atribui o aumento da força muscular, ao menos em parte, ao aumento da ativação neuromuscular ou melhoria da coordenação motora, isto é, consequência dos benefícios que as adaptações neurais oferecem, provocando mudanças nas características contráteis do músculo. Possivelmente o treinamento não ocasionaria hipertrofia muscular, não existindo neste período uma correlação com as mudanças no tamanho do músculo, mas mudanças na stiffness (rigidez tendínea) gestos, coordenação, performance esportiva, aspectos neurais, menores relatos de dores e lesões são percebidos. Adaptações neurais Para Eugênio (20 10 ), o aumento intenso do trabalho muscular, o tamanho do recrutamento das unidades é diretamente relacionado ao trabalho com intensidade. Até os mais baixos níveis de unidades menores (tipo I) são recrutadas, e as intensidades aumentam, e as maiores unidades (tipo II) também trabalham. E a relativa contribuição glicolítica anaeróbica e aeróbica e o metabolismo aeróbico durante os exercícios são, portanto, diretamente responsáveis pelos mecanismos neurais. Sendo que depressão ou fadiga do músculo tensionado pode resultar em mais baixo disparo de batimento ou na limitação do recrutamento de fibras musculares. A redução na freqüência de disparo tem sido observada durante a manutenção da contração isométrica, mas geralmente não tem sido considerada como fator primário na fadiga muscular. As modificações na força muscular durante curtos períodos de treinamentos parecem ser resultado da melhoria do ajuste neural intra e intermuscular durante a execução do movimento. Acredita-se que tais adaptações estejam