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Marx e engels sublinharam a importância do progresso social para o desenvolvimento da consciência social. A análise exata da realidade social permitiu a descoberta das leis fundamentais da sociedade capitalista. Eles desejavam facilitar a atuação do proletariado com saber exato e vontade consciente. A grande valorização da potência espiritual da classe operária expressa-se nas tarefas que marx e engels propuseram aos operários no trabalho ideológico político.
Tipologia: Notas de estudo
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De tudo o que foi exposto depreende-se claramente que o problema da educação e formação da consciência socialista está ligado o mais estreitamente possível ao crescimento da luta revolucionaria. Ao afirmar que o ser social determina a consciência social, Marx e Engels sublinharam sempre a importância do progresso social para o desenvolvimento da consciência. A maneira clara como Marx viu esta dependência e demonstrada pelo desmascaramento que fez da politica colonial inglesa na Índia, que destruiu a cultura nativa: “... não devemos esquecer que estas comunidades camponesas idílicas, apesar do seu aspecto inofensivo, constituirão sempre a base concreta do despotismo oriental, que limitavam a razão humana a uma círculo extremamente estreito, convertendo-a num instrumento dócil da superstição e o escravo das normas aceites, despojando-a de toda a grandeza e de toda a força histórica.” A passagem do feudalismo ao capitalismo foi extremamente trágica para as massas populares, mas deu ao proletariado a possibilidade histórica da sua libertação. o aproveitamento destas possibilidades devia servir, entre outras coisas, para a formação da consciência dos operários. O fato do socialismo ter sido fundado após uma análise exata da realidade social torna possível a descoberta das leis fundamentais da sociedade capitalista. Isto teve naturalmente uma grande importância para a educação. Na formação da consciência política do proletariado corresponde uma grande importância a acumulação de saber. Apesar da tradição de apelar para os sentimentos, apesar dos diversos tipos de ensino moralizador, apesar das muitas formas semimíticas e quase rituais do atuar apesar de tudo o que na prática tornava doente o socialismo utópico e também o socialismo pequeno-burguês francês e o socialismo alemão, Marx e Engels quiseram sobretudo facilitar a atuação do proletariado com um saber exato e uma vontade consciente. “E o comunismo já não significa mais um invento da fantasia, um ideal social perfeito, mas compreensão da natureza, condições e objetivos gerais que provem da luta dirigida pelo proletariado. De maneira nenhuma defendemos a opinião de insinuar os novos resultados científicos em grossas brochuras apenas ao mundo culto. Antes pelo contrário. Assentamos ambos profundamente no movimento político, dependemos de certo modo do mundo culto, concretamente na Alemanha Ocidental, e de um rico contato com o proletariado organizado. Tínhamos o dever de fundamentar as nossas opiniões científicamente”. No prefácio ao Manifesto do Partido Comunista no seu discurso sobre as perspectivas de desenvolvimento da Associação Internacional de Trabalhadores de 1890, Engels observa: “Para a vitória definitiva das proposições enunciadas no Manifesto Marx contava unicamente com o desenvolvimento intelectual da classe operária, que devia resultar da ação e da discussão comuns.” Este ponto de partida determinou que os valores espirituais do proletariado e que os fatores do seu desenvolvimento se valorizassem com especial prudência. Tanto Marx como Engels indicaram frequentemente a delicadeza e a honradez dos operários em oposição a superficialidade e ao convencionalismo intelectual das chamadas camadas cultas. Já a Brie aus London (Carta de Londres) da época juvenil de Engels continha, ao lado de uma crítica aguda às retrógradas universidades inglesas, a afirmação de que só as chamadas camadas inferiores se interessam pela arte e pela ciência. Só elas lêem Byron e Schelley, só para elas existem edições baratas de Leben Jesu (Vida de Jesus) de Strauss, assim como traduções de Rousseau, Voltaire e Holbach. Engels repetiu esta afirmação mais tarde nos seus estudos sobre A Situação da Classe Trabalhadora na lnglaterra , onde sublinha com mais destaque que “como conseguiu o proletariado inglês adquirir
uma cultura independente. Ouvi muitos operários falarem sobre geologia, astronomia, etc, com mais conhecimentos que muitos burgueses cultos da Alemanha”. Também a penetração dos operários, com quem discutia muitas vezes, foi especialmente valorizada por Marx. Na valorização da obra principal de Weitling Garantien der Harmonie und Freiheit (Garantias da Harmonia e Liberdade) , Marx escreve no ano de 1884: “Se compararmos a mediocridade insípida e terra a terra da literatura política alemã com o início literário, enorme e brilhante, dos operários alemães; se compararmos as enormes possibilidades do proletariado no seu amanhecer, com a política já gasta da burguesia alemã, não podemos fazer outra coisa senão profetizar um tamanho gigantesco à gata-borralheira.” Com interesse semelhante, Marx fala do operário Dietzgen e observa que ele exprime “pensamentos valiosíssimos”. Esta grande valorização da potência espiritual da classe operária expressa-se nas tarefas que Marx e Engels propõem aos operários no trabalho ideológico político. Numa enérgica discussão no comitê correspondente de Bruxelas, em 30 de março de 1840, Marx opõe-se às tendências que não valorizam suficientemente a ciência e a cultura. Segundo a informação que Annenkow nos dá, Marx teria dito: “Especialmente na Alemanha existe um jogo vazio e desavergonhado nos discursos em que por um lado é preciso um profeta entusiasmado e por outro lado só se admitem asnos que o ouçam boquiabertos. Evidentemente, nestes discursos que se dirigem aos operários não existe a menor ideia científica nem nenhuma teoria positiva.” Um juízo semelhante é expresso por Engels alguns anos mais tarde quando afirma que “os operários alemães (…) pertencem ao povo da Europa mais teórico e conservaram este sentido teórico que os chamados cultos da Alemanha perderam”. Com este “sentido teórico que se desenvolve entre os operários alemães” Engels fundamenta a grande força de atração do socialismo, afirmando ao mesmo tempo que “a indiferença face a todas as teorias” é uma das razões principais do avanço lento do movimento operário inglês, apesar da organização perfeita dos grêmios. Engels caracteriza também como profundidade teórica insuficiente a “confusão que o proudhonismo na sua forma original ocasionou nos franceses e belgas, e nos espanhóis e italianos na sua forma caricaturada por Bakunin”. Partindo disto, Engels considera que além disso são necessários “esforços duplos no campo da luta e da agitação. O dever do dirigente é esclarecer cada vez mais todas as questoes teóricas, é libertar-se cada vez mais da influência recebida, das velhas concepções pertencentes às frases, e ter sempre presente que o socialismo, desde que se converteu numa ciência, deve ser estudado como ciência. Trata-se de difundir compaixão intelectual a inteligência cada vez mais clara deste modo adquirida entre as massas trabalhadoras”. Marx e Engels defenderam decididamente esta concepção de atuação político-educativa. Isto manifesta-se nas lutas que Marx e Engels dirigiram como organizadores da Liga dos Comunistas e mais tarde da Associação Internacional de Trabalhadores. Nas numerosas discussões que tiveram lugar nos anos 40 na Associação Cultural Operária Alemã , Marx exigia constantemente que a propaganda tivesse um carácter científico e não agitador, moralizante ou sentimental. Marx e Engels condenaram, nas polêmicas contra Bakunin e seus partidários, a sua aversão à ciência e à cultura e sublinharam a grande importância da divulgação do saber socialista para a elevação do nível da atividade revolucionária. Afirmam com indignação que nestes círculos se proíbe à juventude de se ocupar do pensar e da ciência só porque se teme que isso possa prejudicar a fidelidade à ortodoxia.
Nesta base esconde-se a verdade através de mentiras que servem objetivos concretos e dissimulam-se os interesses dos possuidores com uma roupagem científica. Sair destas redes não é fácil para os cientistas. As autoridades e o Governo exercem uma resistência e uma oposição que exigem valor pessoal. O cientista arrisca nesta questão a sua paz e bem-estar e inclusivamente a sua própria vida. Do mesmo modo que em muitas outras situações, o problema da análise exata da realidade não é um problema exclusivo da qualificação psicológica e moral dos cientistas. É também e principalmente um problema dos critérios objetivos. Existem critérios extrapsicológicos com a ajuda dos quais se pode determinar o caminho para uma investigação e uma compreensão corretas, inclusivamente sobre as condições da sociedade de classes, critérios esses que por sua vez evitam erros. Estes critérios podem definir-se geralmente como uma ligação entre o espírito investigador e a prática revolucionária. O modo como Marx concebe esta ligação é indicado pela sua atividade teórica e prática. Marx examina este problema de um modo muito claro na sua crítica a Proudhon. Toda a exposição mostra que Proudhon, enquanto representante dos interesses pequeno- burgueses, não podia compreender a ação revolucionária da classe operária e que, por não ter participado nesta ação, não foi capaz de formular a sua teoria socioeconômica sem preconceitos. “Proudhon — escreve Marx — ao lado dos utopistas, perseguiu uma chamada ‘ciência’ através da qual deveria extrair-se ‘à priori’ uma fórmula para a ‘solução da questão social’, em vez de deduzir a ciência a partir do conhecimento crítico do movimento histórico, de um movimento que produz em si mesmo as condições materiais da emancipação .” Em relação à crítica a Proudhon e aos economistas burgueses, Marx indica no exemplo dos utopistas o caminho que conduz à ligação criadora entre o pensamento e a prática revolucionária. “Do mesmo modo que os economistas são os representantes científicos da classe burguesa, os socialistas e os comunistas são os teóricos da classe proletária. Estes teóricos não serão mais que utopistas que, para resolverem as necessidades da classe oprimida, formulam sistemas e seguem uma ciência regeneradora, enquanto o proletariado não está suficientemente desenvolvido para constituir-se em classe e, por conseguinte, a luta do proletariado contra a burguesia não adota ainda nenhum caráter político; enquanto as forças produtivas não tenham ainda se desenvolvido suficientemente no seio da mesma burguesia, para que se manifestem as condições materiais que são necessárias para a libertação do proletariado e para a formação de uma nova sociedade. Mas à medida que a história evolui e com ela a luta do proletariado se define mais claramente, já não há necessidade de procurar nas suas mentes a ciência, não têm mais que dar-se conta do que acontece ante os seus próprios olhos e converterem-se no órgão disso mesmo. Enquanto perseguirem a ciência e só construírem sistemas, enquanto permanecerem no começo da luta, não verão mais que miséria na miséria, sem captarem dela o aspecto revolucionário e capaz de provocar o derrube da antiga sociedade. A partir deste instante a ciência converte-se em produto consciente do movimento histórico e deixa de ser doutrinária; torna-se revolucionária”. Nestas condições é possível um posterior progresso da ciência, uma luta consequente pela verdade, apenas do ponto de vista de que há uma nova classe progressista, a classe operária. Só a partir da posição do movimento operário revolucionário, a filosofia e a ciência burguesas se podem desentranhar e captar as tendências essenciais do desenvolvimento histórico. O desenvolvimento deste movimento não é só um progresso social, mas significa ao mesmo tempo um progresso no campo das ciências econômicas e sociais. Já nos seus primeiros trabalhos, Marx indica esta íntima relação entre a filosofia e o proletariado. Em numerosas exposições posteriores Marx e Engels destacam o valor teórico- cognoscitivo das experiências históricas do movimento operário. Assim, por exemplo, no seu Inauguraladresse der Internationalen Arbeiterassoziation (Discurso Inaugural da Associação
Operária Internacional) Marx examina o significado do triunfo dos operários na luta pela jornada de dez horas. “Através dos seus sábios mais conhecidos, como o doutor Ure, o professor Senior e outros filósofos desse tempo, a classe média tinha predito e ia repetindo que. qualquer intervenção da lei para limitar as horas de trabalho representaria a campanha fúnebre da indústria inglesa, que, como um vampiro, só podia viver de sangue e do sangue das crianças principalmente (...) A luta por uma limitação legislada do tempo de trabalho desencadeou-se de um modo cada vez mais agudo, prescindindo da avareza assustada, quando esta luta afectou as grandes questões em litígio, as questões em litígio entre o domínio cego das leis da oferta e da procura, que formam a economia política da classe burguesa, e a produção social controlada e dirigida pela supervisão social, que constitui a economia política da classe operária. O projeto-lei sobre as dez horas não foi, portanto, apenas um grande sucesso prático; foi também o triunfo de um princípio; pela primeira vez, a economia política da burguesia foi posta a nu e superada pela, economia política da classe operária.” Ao mesmo tempo, Marx adverte que no decurso das posteriores lutas da classe operária contra a opressão, se anuncia “uma vitória ainda maior da economia política do trabalho sobre a economia política do capital”. Isto sucedeu através do movimento cooperativista. Apesar de Marx fazer reparos sérios às esperanças políticas que se ligavam a este movimento, valorizou toda a transcendência do facto de que os operários, neste movimento, “demonstram pelos fatos e não pelos argumentos que a produção a um nível maior e em correspondência com as exigências da ciência moderna podia progredir sem a existência de uma classe de patrões empregando uma classe de assalariados; demonstraram que não era necessário para o sucesso da produção que o instrumento de trabalho fosse monopolizado e servisse de instrumento de dominação e de exploração dos operários; e que o trabalho assalariado, como o trabalho dos escravos e como o trabalho dos servos, é apenas uma forma superável e subordinada, condenada a desaparecer pelo trabalho associado que empreende a sua obra com espírito solícito, ativo e com satisfação.” Deste modo, estabelece-se uma estreita ligação entre as experiências e conquistas do movimento operário revolucionário e o socialismo científico. Este vínculo foi precisamente a base a partir da qual Marx e Engels se opuseram a que a formação da consciência socialista das massas se isolasse da sua vida concreta e se abandonasse o movimento operário ao desenvolvimento espontâneo. Se se quer renunciar a inculcai as leis científicas do socialismo e se se confia unilateralmente no “instinto revolucionário” das massas — Engels ataca esta concepção na polémica com Tkatschoff (59) —, abandona-se o movimento operário à ideologia, burguesa e pequeno-burguesa como um despojo. Por outro lado, os princípios do socialismo não constituem nenhuma especulação arbitrária dos cientistas que se ofereça às massas. Provêm da situação histórica concreta e constituem o resultado das análises feitas a partir de uma base proletária que permitem investigai de um modo mais amplo e profundo os processos históricos do que permitia o ponto de partida da classe dominante. Assim, o problema, da ligação do socialismo científico com o movimento operário solucionou-se de um modo dialéctico a partir da teoria e da prática, e estes precisos resultados determinaram os princípios do trabalho ideológico e político. A precisão com que Marx e Engels observaram estes princípios é demonstrada do melhor modo possível pelas obras de Lênin, especialmente pelo Que Fazer? Referindo-se às anteriormente citadas observações de Engels, expostas em Bauernkriegj Lênin sublinha que Engels — ao lado da importância e significado da luta política, — reconheceu o grande significado da luta ideológica e teórica. Dirigindo-se contra os ideólogos da «espontaneidade» do movimento operário, Lênin acentua: «Sem teoria revolucionária não pode haver nenhum movimento revolucionário.» (uo) Lênin mostra isto no exemplo do desenvolvimento histórico e diz: «A história de todos os países é um testemunho de