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Guias e Dicas
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Atualização em feridas, Manuais, Projetos, Pesquisas de Enfermagem

Manual de cuidados com feridas, incluindo constituição da pele, fazes da cicatrização, tipos de feridas e tipos de cobertura e curativos. Muito bom!!!

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 13/07/2010

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aliny-lima 🇧🇷

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FACULDADE SANTA MARIA
CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM
Reconhecido pela Port. 939 de 20 de novembro de 2006
BR 230, Km 504, Cx. Postal 30 - CEP: 58.900-000
Fone (083) 3531-2848 Fone/Fax: 3531-1365
CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM
CUIDADO DE FERIDAS E
CURATIVOS
MINISTRANTE: Enfª. Mestranda Aliny de Lima santos
Mandaguari-PR
2010
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FACULDADE SANTA MARIA

CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM

Reconhecido pela Port. 939 de 20 de novembro de 2006 BR 230, Km 504, Cx. Postal 30 - CEP: 58.900- Fone (083) 3531-2848 Fone/Fax: 3531-

CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM

CUIDADO DE FERIDAS E

CURATIVOS

MINISTRANTE: Enfª. Mestranda Aliny de Lima santos

Mandaguari-PR

2010

“Todos nós temos problemas que não gostamos de lembrar, que achamos feios, doloridos, sujos, e os escondemos dos outros como feridas feias e infectadas. Alguns colocam ataduras que envolvem as estruturas vizinhas para camuflálas, tal como um tornozelo enfaixado...” “...Também estas feridas necessitam de tratamento, embora o tempo se comprometa, na maioria das vezes, a cicatrizá-las por segunda intenção. Se expusermos nossas feridas, realizaremos as limpezas necessárias em nossas mentes e em nosso interior, poderemos abreviar o tempo do sofrimento. Algumas vezes ficarão cicatrizes, que irão para sempre nos lembrar as lições que a vida nos ofertou...” “... Para o tratamento de feridas alguns requisitos básicos são necessários: conhecimento, dedicação, paciência, determinação, carinho e amor...”

Prof. Dr. Jamiro da Silva Wanderley do livro “Abordagem Multiprofissional do Tratamento de Feridas” - São Paulo / 2003.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

a sutura é documentada desde o terceiro século a.C. Na Idade Média, com o aparecimento da pólvora, os ferimentos tornaram-se mais graves. O cirurgião francês Ambroise Paré, em 1585 orientou o tratamento das feridas quanto à necessidade de desbridamento, aproximação das bordas e curativos. Lister, em 1884, introduziu o tratamento anti-séptico. No século XX, vimos a evolução da terapêutica com o aparecimento da sulfa e da penicilina.

ASPECTOS PSICOLÓGICOS

A ferida é um problema sócio-econômico e educacional, pois para a cicatrização das lesões são importantes a boa nutrição, assiduidade corporal e higiene da área afetada. Na condição de miséria e fome, que grande parte da população mundial está sujeita, o “viver da doença” passa a ser um aspecto comum. Devemos aprender a valorizar os aspectos psicológicos do portador de feridas, a salientar mais uma vez a importância da abordagem interdisciplinar, necessitando em muitos casos da intervenção do psicólogo.

ANATOMIA DA PELE

A pele é constituída de duas camadas principais – a epiderme e a derme. Cada uma delas é composta de tipos de tecidos diferente e tem funções distintas.

F 0 E 0 A epiderme^ é a camada mais externa da pele é fina, avascular e costuma regenerar-se em 4 a 6 semanas. Suas funções básicas são manter a integridade da pele e atuar como barreira física. Constituída por várias camadas de células, a epiderme contém cinco subcamadas – o estrato córneo, mais externo; o estrato lúcido; o estrato granuloso; o estrato espinhoso, e a camada mais interna, o estrato germinativo, ou camada de células basais. O estrato germinativo liga a epiderme a segunda e mais espessa das camadas da pele, a derme.

F 0 E 0 A função da derme^ é oferecer resistência, suporte, sangue e oxigênio à pele. Essa camada contém vasos sanguíneos, folículos pilosos, vasos linfáticos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. A derme é composta de fibroblastos, colágeno e fibras elásticas. Os fibroblastos são responsáveis pela formação de colágeno, substância matricial, e proteínas de elastina. O colágeno dá resistência à pele e a elastina é responsável pelo rechaço cutâneo. Espessos feixes de colágeno ligam a derme ao tecido subcutâneo e às estruturas de suporte subjacentes, como fáscia, músculo e ossos. F 0 E 0 O tecido subcutâneo^ é composto pelos tecidos adiposo e conjuntivo, além de grandes vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos. A espessura da epiderme, da derme e do tecido subcutâneo variam entre diferentes pessoas e partes do corpo.

FISIOLOGIA DA PELE

A pele é o maior órgão do corpo humano, constituindo cerca de 10% do peso corporal. Está constantemente exposta a agressões físicas, químicas e mecânicas, que podem ter conseqüências físicas permanentes ou não.

AS FUNÇÕES DA PELE SÃO:

1. Proteção: a pele atua como barreira física contra microrganismos e outras substâncias estranhas, protegendo contra infecções e perda excessiva de líquidos. 2. Sensibilidade: as terminações nervosas da pele permitem que a pessoa sinta dor, pressão, calor e frio. 3. Termorregulação: a pele ajuda a regular a temperatura corporal mediante

vasoconstrição, vasodilatação e sudorese.

4. Excreção: a pele ajuda na termorregulação, mediante a excreção de resíduos, como eletrólitos e água. 5. Metabolismo: a síntese de vitamina D na pele exposta à luz solar, por exemplo, ativa o metabolismo de cálcio e fosfato, minerais que desempenham um papel importante na formação óssea. 6. Imagem Corporal: a pele detalha a nossa aparência, identificando de modo único cada

indivíduo.

7. Escoriações - a lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com arrancamento

da pele.

8. Equimoses e hematomas - na equimose há rompimento dos capilares, porém sem perda da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o sangue extravasado forma uma cavidade.

Também as feridas podem ser classificadas de acordo com o GRAU DE CONTAMINAÇÃO. Esta classificação tem importância pois orienta o tratamento antibiótico e também nos fornece o risco de desenvolvimento de infecção.

  1. limpas - são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos sistemas como o digestório, respiratório e genito-urinário. A probabilidade da infecção da ferida é baixa, em torno de 1 a 5%.
  2. limpas-contaminadas – também são conhecidas como potencialmente contaminadas; nelas há contaminação grosseira, por exemplo nas ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados descritos anteriormente. O risco de infecção é de 3 a 11%.
  3. contaminadas - há reação inflamatória; são as que tiveram contato com material como terra, fezes, etc. Também são consideradas contaminadas aquelas em que já se passou seis horas após o ato que resultou na ferida. O risco de infecção da ferida já atinge 10 a 17%.
  4. infectadas - apresentam sinais nítidos de infecção.

TIPOS DE AVALIAÇÃO DAS FERIDAS

Avaliar e documentar a evolução da ferida é imprescindível para se determinar o

tratamento apropriado para cada caso. Esta avaliação e documentação deve ser feita de forma SISTEMÁTICA, desde a ocorrência da lesão até sua completa resolução. Existem alguns tipos de abordagens para se avaliar uma lesão, tornando a sistematização mais eficaz. Seguem abaixo alguns dos mais utilizados e conhecidos:

- Classificação das feridas pelo Grau de Lesão Tissular

As ulceras de pressão são classificadas por ESTÁGIOS:

  • Outra nomenclatura para classificar o grau de lesão diz respeito à Profundidade da Ferida, que pode ser superficial ou parcial, quando atinge apenas a epiderme, podendo chegar à derme sem, no entanto atravessá-la; e profunda ou total quando, além das camadas superiores pode envolver,também, o subcutâneo, músculo e ossos.
  • Existe também uma classificação para lesões abertas baseadas nas Cores que o Leito da Ferida apresenta:

Categoriza o ferimento por meio da observação das cores Vermelha, Amarela ou Preta e

suas variações.

  • Classificação quanto ao Aspecto do Exsudato

Exsudato seroso _ é plasmático; Aquoso, transparente _ normalmente presente em lesões limpas; Exsudato sanguinolento _ lesão vascular; Exsudato purulento, espesso _ é o resultado de leucócitos e microorganismos vivos ou mortos, apresentando coloração que pode variar entre amarelo, verde ou marrom de acordo com o agente infeccioso.

  • Classificação de acordo com a Dimensão da Ferida

Assim pode-se documentar com maior fidelidade a evolução do processo cicatricial e adequação do tratamento

Mensurar: Comprimento, largura, circunferência e profundidade da lesão

quantidade de tecido novo, enquanto que por exemplo em uma grande queimadura, há

necessidade de todos os recursos orgânicos para cicatrização e defesa contra uma infecção. Na seqüência da cicatrização de uma ferida fechada, temos a ocorrência de

quatro fases distintas: inflamatória, epitelização, celular e fase de fibroplasia.

  1. Fase inflamatória - O processo inflamatório é de vital importância para o processo de cicatrização; de início, ocorre vaso-constricção fugaz, seguida de vaso-dilatação, que é mediada principalmente pela histamina, liberada por mastócitos, granulócitos e plaquetas com aumento da permeabilidade e extravasamento de plasma; possui duração efêmera de mais ou menos 30 minutos, sendo que a continuidade da vaso- dilatação é de responsabilidade de prostaglandinas.

Nos vasos próximos, ocorrem fenômenos de coagulação, formação de trombos, que passam a levar maior proliferação de fibroblastos. Alguns fatores plaquetários são importantes como o PF4 (fator plaquetário 4) que estimula a migração de células inflamatórias, e o PDGF (fator de crescimento derivado plaquetário), que é responsável pela atração de monócitos, neutrófilos, fibroblastos e células musculares lisas, e produção de colagenase pelos fibroblastos.

Os monócitos originam os macrófagos, bactericidas, que fagocitam detritos. Inibidores de prostaglandinas, por diminuírem a resposta inflamatória desaceleram a cicatrização.

  1. Fase de epitelização - Enquanto que a fase inflamatória ocorre na profundidade da lesão, nas bordas da ferida suturada, em cerca de 24 a 48 horas, toda a superfície da lesão estará recoberta por células superficiais que com o passar dos dias, sofrerão fenômenos de queratinização.
  2. Fase celular - No terceiro e quarto dia, após a lesão, fibroblastos originários de células mesenquimais, proliferam e tornam-se predominantes ao redor do décimo dia. Agem na secreção de colágeno, matriz da cicatrização, e formam feixes espessos de actina. O colágeno é responsável pela força e integridade dos tecidos.

A rede de fibrina que se forma no interior da ferida orienta a migração e o crescimento dos fibroblastos. Os fibroblastos não tem a capacidade de lisar restos celulares, portanto tecidos macerados, coágulos e corpos estranhos constituem uma barreira física à proliferação com retardo na cicatrização.

Após o avanço do fibroblasto, surge uma rede vascular intensa, que possui papel crítico para a cicatrização das feridas. Esta fase celular dura algumas semanas, com diminuição progressiva do número dos fibroblastos.

  1. Fase de fibroplasia - Caracteriza-se pela presença de colágeno, proteína insolúvel, sendo composto principalmente de glicina, prolina e hidroxiprolina. Para sua formação requer enzimas específicas que exigem co-fatores como oxigênio, ferro, ácido ascórbico, daí suas deficiências levarem ao retardo da cicatrização.

São os feixes de colágeno que originam uma estrutura densa e consistente que é a cicatriz. As feridas vão ganhando resistência de forma constante por até quatro meses, porém sem nunca adquirir a mesma do tecido original.

Esta fase de fibroplasia não tem um final definido, sendo que as cicatrizes continuam modelando-se por meses e anos, sendo responsabilidade da enzima colagenase. Esta ação é importante para impedir a cicatrização excessiva que se traduz pelo quelóide.

A cicatrização pode se fazer por primeira, segunda e terceira intenção. Na cicatrização por primeira intenção , ocorre a volta ao tecido normal, sem presença de infecção e as

extremidades da ferida estão bem próximas, na grande maioria das vezes, através da sutura cirúrgica. Na cicatrização por segunda intenção , não acontece a aproximação das superfícies, devido ou à grande perda de tecidos, ou devido a presença de infecção; neste caso, há necessidade de grande quantidade de tecido de granulação. Diz-se cicatrização por terceira intenção , quando se procede ao fechamento secundário de uma ferida, com utilização de sutura. Nas feridas abertas (não suturadas), ocorre a formação de um tecido granular fino, vermelho, macio e sensível, chamado de granulação , cerca de 12 a 24 horas após o trauma. Neste tipo de tecido um novo fato torna-se importante, que é a contração , sendo que o responsável é o miofibroblasto; neste caso, não há a produção de uma pele nova para recobrir o defeito. A contração é máxima nas feridas abertas, podendo ser patológica, ocasionando deformidades e prejuízos funcionais, o que poderia ser evitado, através de um enxerto de pele. Excisões repetidas das bordas diminuem bastante o fenômeno da contração. Deve-se enfatizar a diferença entre contração vista anteriormente, e retração que é um fenômeno tardio que ocorre principalmente nas queimaduras e em regiões de dobra de pele. Existem alguns fatores que interferem diretamente com a cicatrização normal: idade, nutrição, estado imunológico, oxigenação local, uso de determinadas drogas, quimioterapia, irradiação, tabagismo, hemorragia, tensão na ferida entre outros. F 0 E 0 Idade^ -^ quanto^ mais^ idoso,^ menos^ flexíveis^ são^ os^ tecidos;^ existe^ diminuição progressiva do colágeno. F 0 E 0 Nutrição^ - está bem estabelecida a relação entre a cicatrização ideal e um balanço nutricional adequado. F 0 E 0 Estado imunológico^ - a ausência de leucócitos, pelo retardo da fagocitose e da lise de restos celulares, prolonga a fase inflamatória e predispõe à infecção; pela ausência de monócitos a formação de fibroblastos é deficitária. F 0 E 0 Oxigenação^ - a anóxia leva à síntese de colágeno pouco estável, com formação de fibras de menor força mecânica. F 0 E 0 Diabetes -^ A síntese do colágeno está diminuída na deficiência de insulina; devido à microangiopatia cutânea, há uma piora na oxigenação; a infecção das feridas é preocupante nessas pacientes. F 0 E 0 Drogas -^ As que influenciam sobremaneira são os esteróides, pois pelo efeito anti- inflamatório retardam e alteram a cicatrização. F 0 E 0 Quimioterapia^ -^ Levam^ à^ neutropenia,^ predispondo^ à^ infecção;^ inibem^ a^ fase inflamatória inicial da cicatrização e interferem nas mitoses celulares e na síntese protêica. F 0 E 0 Irradiação -^ Leva à arterite obliterante local, com conseqüente hipóxia tecidual; há diminuição dos fibroblastos com menor produção de colágeno. F 0 E 0 Tabagismo -^ A nicotina é um vaso-constrictor, levando à isquemia tissular, sendo também responsável por uma diminuição de fibroblastos e macrocófagos. O monóxido de carbono diminui o transporte e o metabolismo do oxigênio. Clinicamente observa-se cicatrização mais lenta em fumantes.

2-Seleção de um método: selecione um método de desbridamento mais apropriado para

as condições e metas do tratamento do paciente.As técnicas de desbridamento cirúrgico, mecânico, enzimático ou autolítico podem ser usadas quando não existe

uma necessidade clínica urgente de drenagem ou remoção de tecido desvitalizado.

  1. A técnica de desbridamento cirúrgico envolve o uso de bisturi, tesoura ou qualquer outro instrumento afiado para remover tecido desvitalizado. Este método é a forma mais rápida de desbridamento nas urgências e pode ser a técnica mais apropriada em

situações de celulite avançada ou septicemia. Aqueles que fazem este tipo de desbridamento devem demonstrar habilidades clínicas e atender a requerimentos de licenciamento (a pessoa tem que ser especialista). Apesar de pequenas feridas poderem ser desbridadas no próprio leito do paciente, as feridas mais extensas são geralmente desbridadas na sala de cirurgia ou em salas especiais de procedimento.Quando forem feitos desbridamento de Úlceras extensas de estágio IV na sala de cirurgia, o cirurgião deve considerar uma biópsia óssea, para detectar presença de osteomielite.

4.Use um curativo seco por 8 a 24 horas após o desbridamento cirúrgico quando houver sangramento associado, depois retorne ao uso de curativo úmido.

  1. A técnica de desbridamento mecânico inclui o uso de gazes úmidas com soro fisiológico que são retirados quando secos,a hidroterapia, a irrigação do ferimento.
  2. O desbridamento enzimático é conseguido aplicando agentes químicos que irão retirar

os tecidos desvitalizados da superfície do ferimento.

  1. O desbridamento autolítico envolve o uso de curativos sintéticos ou coberturas para cobrir a ferida e permitir que o tecido desvitalizado se auto destrua com o auxílio das enzimas que normalmente estão presentes nos fluidos da ferida. Esta técnica não deve

ser usada se o ferimento estiver infectado.

TÉCNICAS BÁSICAS PARA A REALIZAÇÃO DE

CURATIVOS

“Curativo é o procedimento de limpeza e cobertura de uma lesão, com o objetivo de auxiliar no tratamento da ferida ou prevenir a colonização dos locais de inserção de dispositivos invasivos, diagnósticos ou terapêuticos” (Jorge & Dantas,2003:69).

Por definição, curativo é todo material colocado diretamente por sobre uma ferida, cujos objetivos são: evitar a contaminação de feridas limpas; facilitar a cicatrização; reduzir a infecção nas lesões contaminadas; absorver secreções, facilitar a drenagem de secreções, promover a hemostasia com os curativos compressivos, manter o contato de medicamentos junto à ferida e promover conforto ao paciente.

Os curativos podem ser abertos ou fechados, sendo que os fechados ou oclusivos são subdivididos em úmidos e secos. Os curativos úmidos tem por finalidade: reduzir o processo inflamatório por vaso-constricção; limpar a pele do exudato, crostas e escamas; manter a drenagem das áreas infectadas e promover a cicatrização pela facilitação do movimento das células.

A lesão deve ser mantida úmida quando o objetivo é o tratamento e o auxílio no processo de cicatrização; entretanto, nos locais de inserção de dispositivos invasivos a umidade é um fator de risco para a colonização ou infecção bacteriana.

Para a realização de um curativo devemos seguir algumas orientações:

  • Lavar as mãos;
  • Reunir o material e levá-lo para próximo do leito do paciente;
  • Explicar ao paciente o que será feito;
  • Colocar o paciente na posição adequada, expondo apenas a área a ser tratada;
  • Abrir o material a ser utilizado, com técnica asséptica, sobre campo estéril;
  • Remover o curativo anterior, utilizando solução fisiológica se houver aderência, e luva de procedimentos;
  • Inspecionar cuidadosamente a ferida e o tecido adjacente;
  • Limpar a lesão, utilizando as duas faces da gaze, em um único sentido;
  • Realizar o curativo da área menos contaminada, para a mais contaminada;
  • Aplicar o anti-séptico ou o curativo selecionado;
  • Datar e assinar o curativo;
  • Evoluir em prontuário ou impresso próprio.
  • Obs.: quando o paciente apresentar mais de uma lesão, a realização dos curativos deve seguir a mesma orientação para o potencial de contaminação: do menos contaminado, para o mais contaminado.

CARACTERÍSTICAS DE UM CURATIVO IDEAL:

  • Manter a umidade no leito da ferida;
  • Manter a temperatura em torno de 37o C no leito da ferida;
  • Absorver o excesso de exsudato, mantendo uma umidade ideal;
  • Prevenir a infecção, devendo ser impermeável a bactérias;
  • Permitir sua remoção sem causar traumas no tecido neoformado;
  • Não deixar resíduos no leito da ferida;
  • Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida;
  • Proteger contra traumas mecânicos.

TIPOS DE CURATIVOS:

Aberto - É aquele no qual utiliza-se apenas o anti-séptico, mantendo a ferida exposta. Ex: Curativo de intracath, ferida cirúrgica limpa. Oclusivo - Curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado ou ocluído com gaze ou atadura. Seco - Fechado com gaze ou compressa seca (não se usa nada na gaze) Úmido - Fechado com gaze ou compressa umedecida com pomada ou soluções

prescritas. Compressivo - É aquele no qual é mantida compressão sobre a ferida para estancar hemorragias, eviscerações, etc. Drenagens - Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato coloca-se dreno, tubos, cateteres ou bolsas de colostomia.

ferida;

CURATIVO ÚMIDO COM SOLUÇÃO FISIOLÓGICA A 0,9%

Composição:

  • Cloreto de Sódio a 0,9%.

Mecanismo de Ação:

  • Limpa e umedece a ferida;
  • Favorece a formação de tecido de granulação;
  • Amolece os tecidos desvitalizados;
  • Favorece o desbridamento autolítico.

Indicação:

  • Manutenção da ferida úmida. Tipos de Feridas:
  • Feridas com cicatrização por 2ª ou 3ª intenção. Contra - indicação:
  • Feridas com cicatrização por 1ª intenção e locais de inserção de cateteres, introdutores, fixadores externos e drenos.

Modo de usar:

  • (A) Deiscência de Sutura:
  • Lavar a ferida com jatos de SF 0,9%;
  • Manter gaze de contato úmida com SF 0,9% no local;
  • Ocluir com cobertura secundária estéril (gaze, chumaço ou compressa seca);
  • Fixar; -(B) Feridas Abertas:
  • Lavar o leito da ferida com jatos de SF 0,9%;
  • Remover exsudatos limpando a ferida com gazes embebidas em solução fisiológica com movimentos leves e lentos, para não prejudicar o processo cicatricial.
  • Remover tecidos desvitalizados com auxílio de gaze, pinça ou bisturi;
  • Colocar gazes de contato úmidas com SF 0,9% o suficiente para manter o leito da ferida úmido até a próxima troca;
  • Ocluir com cobertura secundária estéril (gaze, chumaço ou compressa seca);
  • Fixar.

Periodicidade de Troca:

  • De acordo com a saturação do curativo secundário ou no máximo a cada 24 horas:
  • Pouco exsudato: a cada 24 horas;
  • Moderado exsudato: a cada 12 horas;

•Intenso exsudato: entre 6 e 8 horas, ou sempre que necessário.

Observações:

  • A Solução Fisiológica pode ser substituída por Solução de Ringer Simples;
  • A Solução de Ringer possui composição eletrolítica isotônica, com quantidade

de potássio e cálcio semelhante as do plasma sanguíneo.

MEMBRANAS OU FILMES SEMIPERMEÁVEIS

( Curativo de Filme Transparente Adesivo )

Composição:

  • Filme de poliuretano, transparente, elástico, semipermeável, aderente a superfícies secas.

Mecanismo de Ação:

  • Proporciona ambiente úmido, favorável a cicatrização;
  • Possui permeabilidade seletiva, permitindo a difusão gasosa e evaporação de água;
  • Impermeável a fluidos e microorganismos.

Indicação:

  • Fixação de cateteres vasculares;
  • Proteção de pele íntegra;- Prevenção de ulcera de pressão;- Cobertura de incisões cirúrgicas limpas com pouco ou nenhum exsudato.

Tipos de Feridas:

  • Incisões cirúrgicas;
  • Inserções de cateteres vasculares.

Contra - indicação:

  • Feridas com muito exsudato;
  • Feridas infectadas.

Modo de usar:

  • Limpar a pele, ferida ou inserção do cateter com gaze e SF 0,9% e ou álcool a 70%;
  • Secar com gaze;
  • Escolher o Filme Transparente do tamanho adequado, com diâmetro que

ultrapasse a borda;- Aplicar o Filme Transparente sobre a ferida;

  • Datar.

Periodicidade de Troca :

  • Trocar quando perder a transparência, descolar da pele ou se houver sinais de infecção.

Observações : Ao contato direto com lesão, dispensa curativo secundário.

Composição:

  • Gel transparente, incolor, composto por:
  • Água (77,7%); - Carboximetilcelulose - CMC (2,3%);
  • Propilenoglicol – PPG (20%);
  • Pectina;Podemos encontrar o hidrogel com os quatro componentes, ou com apenas alguns deles.

Mecanismo de Ação:

  • Amolece e remove o tecido desvitalizado através de desbridamento autolítico;
  • Água: mantém o meio úmido;
  • CMC: facilita a reidratação celular e o desbridamento;
  • PPG: estimula a liberação de exsudato;
  • Pectina: absorve a água formando soluções coloidais viscosas e opalescentes (gel) com propriedades protetoras sobre as mucosas.

Indicação:

  • Remover crosta e tecidos desvitalizados de feridas abertas.

Tipos de Feridas:

  • Feridas com crostas, fibrinas, tecidos desvitalizados e necrosados.

Contra - indicação :

  • Utilizar em pele íntegra e incisões cirúrgicas fechadas.

Modo de usar:

  • Lavar o leito da ferida com SF a 0,9%;
  • Espalhar o gel sobre a ferida ou introduzir na cavidade assepticamente;
  • Em feridas extensas pode-se espalhar o gel sobre o leito da ferida e utilizar como cobertura primária gazes embebidas em solução fisiológicas a 0,9%;
  • Ocluir a ferida com cobertura secundária estéril.

Periodicidade de Troca:

  • Feridas infectadas: no máximo a cada 24 horas ou de acordo com a saturação da cobertura secundária.

ALGINATO DE CÁLCIO

Composição:

  • Fibras de não-tecido, derivados de algas marinhas, composto pelos ácidos

gulurônico e manurônico, com íons cálcio e sódio incorporados em suas fibras.

Mecanismo de Ação :

  • O sódio presente no exsudato e no sangue interage com o cálcio presente no curativo de alginato, a troca iônica:
  • Auxilia no desbridamento autolítico;
  • Tem alta capacidade de absorção;
  • Resulta na formação de um gel que mantém o meio úmido para cicatrização;
  • Induz a hemostasia.

Indicação:

  • Feridas abertas, sangrantes, altamente exsudativas com ou sem infecção, até a redução do exsudato.

Tipos de Feridas:

  • Feridas abertas altamente exsudativas com ou sem infecção e lesões cavitárias com necessidade de estímulo rápido do tecido de granulação.

Contra - indicação :

  • Utilizar em lesões superficiais ou feridas sem ou com pouca exsudação e lesões por queimadura.

Modo de usar :

  • Lavar a ferida com SF a 0,9%;
  • Remover exsudato e tecido desvitalizado se necessário;
  • Escolher o tamanho da fibra de alginato que melhor se adapte ao leito da ferida;
  • Modelar o alginato no interior da ferida umedecendo a fibra com solução fisiológica. Não deixar que a fibra de alginato ultrapasse a borda da ferida, com risco de prejudicar a epitelização.- Ocluir com cobertura secundária estéril.

Periodicidade de Troca :

  • Trocar a cobertura secundária sempre que estiver saturada;
  • Trocar o curativo de alginato:
  • Feridas infectadas: no máximo a cada 24 horas;
  • Feridas limpas com sangramento: a cada 48 horas;
  • Feridas limpas altamente exsudativas: quando saturada a cobertura secundária.

Observações:

  • Quando o exsudato diminuir e a freqüência das trocas estiverem sendo feitas a cada 3 ou 4 dias, significa que é hora de utilizar outro tipo de curativo.

PLACA DE HIDROCOLÓIDE

Composição:

  • Camada externa: espuma de poliuretano;
  • Camada interna: gelatina, pectina & carboximetilcelulose sódica.