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Guias e Dicas
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Aula 5-Pesquisas em Saúde, Manuais, Projetos, Pesquisas de Farmácia

Pesquisas em Saúde

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2013

Compartilhado em 26/09/2013

jeronimo-oliveira-6
jeronimo-oliveira-6 🇧🇷

4.5

(4)

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PESQUISAS EM SAÚDE PÚBLICA:
COMPREENSÃO E ANÁLISE
Problemas: bases da pesquisa científica
Busca de conhecimentos: o saber, próprio da ciência ocidental,
baseia-se no domínio do Homem sobre a Natureza.
O que isto produz?
Solução de problemas. Conseqüentemente são construídos pelos
sujeitos sociais (homem), que vivem numa relação direta com os
processos e fenômenos que os originam.
Importância (1)
Uma dada investigação atingirá seus objetivos científicos
quando são cumpridas algumas etapas essenciais.
1. A descoberta do problema. Deve ficar claro para o observador
seu enunciado.
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Aula 05 (Saúde Pública e Saúde Coletiva I) – Prof. Eduardo Henrique G. Rodrigues
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PESQUISAS EM SAÚDE PÚBLICA:

COMPREENSÃO E ANÁLISE

Problemas: bases da pesquisa científica

Busca de conhecimentos: o saber, próprio da ciência ocidental, baseia-se no domínio do Homem sobre a Natureza.

O que isto produz?

Solução de problemas. Conseqüentemente são construídos pelos sujeitos sociais (homem), que vivem numa relação direta com os processos e fenômenos que os originam.

Importância (1) Uma dada investigação atingirá seus objetivos científicos quando são cumpridas algumas etapas essenciais.

  1. A descoberta do problema. Deve ficar claro para o observador seu enunciado.
  1. Aplicação do problema. Fazer uma análise, se possível, em termos matemáticos. Se possível, também, analisar um antigo problema à luz de novos conhecimentos (experimentais ou teóricos).
  2. Busca de conhecimentos. Elementos relevantes ao problema como dados experimentais, teóricos, instrumentos de aferição, técnicas de cálculos, etc. É importante uma análise do conhecimento para solucionar o problema.
  3. Tentativa de solução do problema. Aplicação do item 3. Se a tentativa se mostrar inútil, passa-se a próxima etapa.
  4. Invento de novas idéias (hipóteses, teorias ou técnicas) ou novos dados empíricos para resolução do problema.
  5. Obtenção de uma solução. Ela pode ser de forma exata ou aproximada com base numa informação conceitual ou experimental (empírica).
  6. Investigação das consequências. Busca da solução obtida na possibilidade de criação de novas teorias ou paradigmas.
  7. Demonstração da verdade (Prova ou Comprovação). Confronto da solução alcançada com os elementos que foram essenciais na pesquisa e com as novas teorias.
  8. Retificação (Correção). Podem ser feitas para ajustes nas hipóteses que serviram de base na construção da solução,

A Epidemiologia entende que os diversos fatores (ambientais, sociais, biológicos ou físico-químicos) são produtores de doença. O entendimento desses problemas cria condições para promoção da saúde.

Epidemias (cólera, varíola, gripe, etc.).

Exemplos de problemas epidemiológicos à luz do observador:

  1. Epidemia de cólera em Londres no ano de 1854, observada por John Snow (1813-1858). Em sua investigação científica foi negada a hipótese miasmática sobre a origem da epidemia, afirmando publicamente o veículo de transmissão como sendo de modo hídrico.
  2. Um médico australiano na década de 40, Norman Gregg, atendia normalmente uma criança com catarata, quando, na sala de espera, estava outra mãe também com um filho portador de catarata. Ele constatou que ambas tinham sido acometidas de rubéola durante a gravidez. Este fato fez o médico formular um problema científico, vendo as conseqüências da rubéola em mãe gestantes, totalmente expostas nos primeiros meses de gravidez.

Importância (4)

Para o completo entendimento do problema epidemiológico, nem sempre nos baseamos em aspectos intuitivos, sorte, oportunidade ou criatividade, mas também torna-se necessário um maior investimento que é baseado num grande poder capitalista.

Exemplo: a AIDS.

Nos dias de hoje, quais elementos contribuem para o levantamento de problemas epidemiológicos?

  1. A atividade acadêmica.
  2. O sistema de vigilância epidemiológica.
  3. A prática da clínica.

O estudo das variáveis epidemiológicas

  1. Desdobramento do problema científico complexo.
  2. Analisar o enunciado (objeto) geral.
  3. Decomposição em problemas simples (hipóteses claras, respondíveis e refutáveis).
  4. Hipóteses constituídas por variáveis, sendo estas últimas responsáveis pelo entendimento do problema inicial.

Em pesquisa epidemiológica encontram-se duas categorias de propriedades:

  • Contínuas, admitem valores fracionários entre valores consecutivos (temperatura corporal, pressão atmosférica, etc.).

Importância (5) Os fatos ou fenômenos devem ser analisados e compreendidos de tal modo que as diferenças entre seus elementos (variáveis) devem ser totalmente explicitadas. Sendo assim, consegue-se chegar a uma conclusão satisfatória.

OBSERVAÇÃO

Vale salientar que a variável dependente ou efeito deve variar, ao mesmo tempo, que ocorrem mudanças na variável independente. A variável dependente consiste na condição cuja explicação está sendo buscada.

Em pesquisa epidemiológica, as variáveis, ditas, independentes serão consideradas fatores de risco, quando associamos a doenças, desde que julgadas à luz de critérios epidemiológicos.

Exemplo de variável independente e dependente:

  • Numa pesquisa experimental, é testado um novo inseticida para combate ao vetor da Dengue, o Aedes Aegypti , as concentrações da droga a que serão expostos os mosquitos são determinadas pelo experimentador – variável independente da pesquisa. O número de mosquitos mortos será a variável dependente, ou seja, ela foge ao controle do pesquisador.

Importância (6) Na pesquisa epidemiológica é necessária a busca do teste de hipótese:

Uma dada variável constitui ou não um fator de risco para uma doença?

Hipótese, um desafio para a metodologia científica e epidemiológica, mas por quê?

  1. Porque consiste na correta elaboração de hipóteses.
  2. Validação destas para resolução dos problemas identificados.

OBSERVAÇÃO

Com base nestas informações torna-se possível à aplicação de métodos que permitem investigar o processo saúde-doença em uma população de forma a interpretar seguramente.

Métodos utilizados em pesquisa epidemiológica

São três as estratégias empregadas na investigação de um tema em saúde:

  1. (^) Estudo de casos
  2. Investigação laboratorial
  3. Pesquisa populacional

Estudo de casos É a primeira abordagem de um tema que se quer investigar, ainda de maneira mal conhecida, deve-se traçar um perfil das principais características envolvidas no caso. Englobar aspectos qualitativos e quantitativos para compor um quadro mais completo da situação.

São características deste estudo:

  • Estudo relativamente fácil de ser empregado pelo seu baixo custo.
  • Pode-se buscar explicações simples para um problema ou explicações complexas.
  • Pode-se trabalhar com poucos indivíduos ao invés de uma população geral e obter um parâmetro relevante quanto ao problema.
  • Pode-se acompanhar pacientes durante anos e obter detalhes sobre sua condição.
  • Cada caso é observado de modo intenso pelo investigador/ pesquisador.
  • Dificilmente este estudo abrange todas as fases de manifestações da doença, de forma seguida em cada caso.
  • Muitas vezes o observador sugestiona o caso causando uma investigação falsa.
  • A falta de indivíduos-controle (àqueles contaminados com maionese de restaurante x àqueles que comeram maionese e não se contaminaram).

Investigação laboratorial É uma etapa de investigação onde se pode aplicar uma maior precisão em cada etapa do trabalho de pesquisa.

São características deste estudo:

  • Quanto ao local propício para se desenvolver uma pesquisa, o laboratório permite a minimização da subjetividade na aferição dos dados, com controle mais severo na comparação das conclusões.

Dentro deste contexto, segundo a análise epidemiológica aplicada em saúde pública, qual a pergunta que não quer calar?

  • Em que medida ou com que intensidade ocorre a doença (X)?
  • Na presença de que (sob que condições, etc.) se encontra a doença (X)?
  • Existe uma associação entre o fator Y e a doença X?

Importância (1) Os fenômenos na natureza e na sociedade são apresentados de acordo com observação ou observações , portanto são expressos a partir de probabilidades e são regulados com uma certa dose de acontecimentos ao Acaso.

Qual o grau de certeza que um achado (de fato) corresponda à realidade, mesmo que de modo aproximado?

Aplicação de métodos de análise estatística para determinar o nível de associação existente entre uma patologia e um fator de risco hipotético.

Qual a chance de que uma associação entre a doença X e o fator de risco Z se deva ao acaso?

O que significa causalidade?

Relação entre

Foco das pesquisas

  • Investigação sobre os fatores prognósticos da doença meningocócica;
  • Efeitos de uma vacina;
  • de uma droga;
  • de uma conduta cirúrgica;
  • de uma intervenção a mudar os hábitos das pessoas;
  • Determinado diagnóstico, etc.
  • Causas predisponentes, desencadeadoras e agravantes

É dada pela contribuição de um fator de risco para o desenvolvimento de um agravo à saúde. Um mesmo fator pode ser responsável para mais de uma categoria.

Ex. Idade avançada para agravos à saúde, poluição ambiental para problemas de bronquite asmática e o estresse emocional como fator de risco graves para ataque cardíaco.

  • Causa necessária e suficiente

Em doenças infecciosas:

  • Necessária: presença do agente biológico, fator principal do processo, mas não é suficiente por si somente;
  • Suficiente: fatores contribuintes e co-fatores (nem todas as pessoas infectadas com determinado agente desenvolvem a doença).
  • Ex. HIV, Tuberculose, Doença de Chagas, etc.

Em doenças não-infecciosas:

  • Em uma população, há muito mais fumantes do que casos de neoplasias associadas ao hábito de fumar. Nem todo fumante desenvolve neoplasia, assim outros fatores são necessários para que ocorra a doença.

O que significa associação em epidemiologia?

Dois eventos podem estar associados, sem que um seja a causa do outro, mas podem também estar etimologicamente ligados. Normalmente aplica-se como uma relação estatística.

Importância (2) É diferente da causalidade, pois causa e efeito estão ligados, significando que a presença de um deles contribui para a presença do outro.

OBSERVAÇÃO

Quando se constata uma associação causal, ou seja, quando se conhecem causas de um problema conseqüentemente oferecem as melhores oportunidades para Prevenção e Controle de doenças.

Associação causal

Cigarro e bronquite crônica

Este processo se dá através da validação da hipótese geral de que as variáveis de exposição são fatores de risco e que os fatores de risco implicam causas da doença.

  • A saúde pública é baseada em Evidências

A partir de 1970, muitos investigadores passaram a difundir conceitos e técnicas capazes de atender as necessidades crescentes de investigação. Foram opções diagnósticas, terapêuticas e preventivas, cujo objetivo fundamental era o apoio à

decisão capaz de assegurar o máximo de benefício com o mínimo de risco e custo. São três princípios fundamentais na tomada de decisões clínicas.

  1. Prioridade a pesquisas em seres humanos, em especial àquelas com desfechos clínicos de significância para o paciente e para a sociedade;
  2. Valorização do rigor metodológico no delineamento de pesquisa;
  3. Importância da capacidade de estimar o potencial impacto das condutas clínicas.

Importância (3) Quanto mais forte a evidência, maior a força do argumento científico a favor ou contra uma intervenção.

  1. Mensuração: erros

Dependendo do resultado alcançado ele poderá estar subestimado ou sobreestimado em relação ao valor real.