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Avaliação ultrassonográfica em patologia oftálmica de felino que apresentava lesão crônica em globo ocular esquerdo
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Avaliação Ultrassonográfica em Caso de Hifema Felino MYKAEL REYNAUD^1 , ULY QUEIROZ DE ARAUJO^2 , CLAUDIANARA DOS SANTOS VIEIRA^3 , GABRIELLY MOREIRA DOS SANTOS DE OLIVEIRA^4 , ROSALIA MARINA INFIESTA ZULIM^5 (^1) Acadêmico, UCDB/Campo Grande- MS Brasil, reynaud02@gmail.com (^2) Acadêmico, UCDB/Campo Grande- MS Brasil, iuly.yow@gmail.com (^3) Acadêmico, UCDB/Campo Grande- MS Brasil, clauvieira12@outlook.com (^4) Acadêmico, UCDB/Campo Grande- MS Brasil, gabriellymoreira255@gmail.com (^5) Prof. Dra., UCDB/Campo Grande- MS Brasil, rosaliazulim@ucdb.br Apresentado no V Congresso internacional do ensino pesquisa e extensão da Universidade Católica Dom Bosco- SABERES EM AÇÃO 2018 Universidade Católica Dom Bosco- Campo Grande – MS - Brasil 23 a 25 de outubro de 2018. RESUMO : Hifema, ou olho vermelho, é uma patologia clínica emergencial, que possui diversos fatores etiológicos comumente observados na rotina clínica, como trauma contuso ou penetrante, inflamação, descolamento de retina, doenças sistêmicas, como inflamação generalizada, vasculite associada a doenças infecciosas, hipertensão sistêmica e distúrbios da hemostasia, como coagulopatias e hiperviscosidade síndromes. A ultrassonografia ocular é utilizadacomo método de auxilio diagnóstico e diagnostico complementar para diversas anomalias, principalmente quando existe radiopacidade de córnea ou algo que não permita a avaliação das estruturas internas do olho, como acâmara, anterior, lente, câmara vítrea, bulbo, íris, artéria e nervo óptico. O ultrassom do globo ocular é eficiente para avaliação de massas retrobulbares, opacidade de córnea ou lente, hifema, descolamentos de retina, alteração dos humores e outros. Este relato de caso traz o uso da ecografia como ferramenta de avaliação auxiliarem um caso de hifema, no olho direito, de um felino, sem raça definida (SRD), com aproximadamente 11 anos de idade, o qual a causa inicial do quadro clínico ainda é obscura. O tutor relatou que há cinco anos o animal sofreu uma queimadura grave e teve a visão e as estruturas oculares perdidas. O atendimento foi realizado no Hospital Veterinário da Universidade Católica Dom Bosco (HOVET/UCDB). O paciente passou por consulta e encaminhado para avaliação ultrassonográfica simples em modo B com transdutor em 7,5 MHz. O paciente foi medicado com Ocufen® e Atropina® para a diminuição da pressão intraocular. Por meio das imagens ultrassonográficas, foi observada a perda de integridade das câmaras anterior e posterior, e também, uma massa hiperecóica e homogênea, aderida. PALAVRAS–CHAVE : Hifema, gato, ultrassom Ocular Ultrasonographicevaluation in case offelinehyphaema ABSTRACT : Hifema, or red eye, is an emergency clinical pathology that has several etiological factors commonly observed in the clinical routine, such as blunt or penetrating trauma, inflammation, retinal detachment, systemic diseases such as generalized inflammation, vasculitis associated with infectious diseases, systemic hypertension and hemostasis disorders such as coagulopathies and
hyperviscosity syndromes. Ocular ultrasonography is used as a diagnostic and diagnostic aid for various abnormalities, especially when there is radiopacity of the cornea or something that does not allow the evaluation of the internal structures of the eye, such as camera, anterior, lens, vitreous chamber, bulb, iris, artery and optic nerve. The ultrasound of the eyeball is efficient for evaluation of retrobulbar masses, cornea or lens opacity, hyphema, retinal detachments, mood alterations and others. This case report brings the use of ultrasound as an evaluation tool to aid a case of hyphema in the right eye of a non- defined feline (SRD) at approximately 11 years of age, which the initial cause of the clinical picture is obscure. The tutor reported that five years ago the animal suffered a severe burn and had vision and eye structures lost. The care was performed at the Veterinary Hospital of the Catholic University of Don Bosco (HOVET / UCDB). The patient underwent consultation and was referred for simple ultrasound evaluation in B mode with a transducer at 7.5 MHz. The patient was medicated with Ocufen® and Atropina® for the reduction of intraocular pressure. The loss of integrity of the anterior and posterior chambers was observed through ultrasonographic images, as well as a hyperechoic and homogeneous mass adhered. KEYWORDS : Hyphema, complementarydiagnosis, ultrasound. INTRODUÇÃO : O hifema, também chamado de olho vermelho, é uma emergência ocular, observada de forma mais comum em felinos jovens do sexo masculino (ROCHA, 2004), caracterizada pelo derrame de sangue na câmara anterior. Existem diversos fatores intraoculares que podem desencadear o hifema, como trauma contuso ou penetrante, inflamação, descolamento de retina (MARTINS, 2015; SLATTER, 2005). O hifema ocorre, também, por doenças sistêmicas, como inflamação generalizada (POWELL, 2002 ), vasculite associada a doenças infecciosas (SORRELL, 2008), hipertensão sistêmica e distúrbios da hemostasia, como coagulopatias e hiperviscosidade síndromes (MORGAN, 2003). A hemorragia, ocorre comumente da íris e do corpo ciliado e com menor frequência, tem origem no trato uveal posterior e retina. Seu quadro acentuado é um sinal desfavorável, pois na grande maioria está associado a danos graves no corpo ciliar, o que gera hipotensão e phthisisbulbi (SLATTER, 2005). A presença de sangue na cavidade ocular dificulta a realização de exames visuais de rotina, neste caso, a ultrassonografia ocular (LITLLE, 2015), tornou-se útil para caracterizar lesões dentro do globo ocular, como descolamento de retina, fluxo das artérias oftálmicas, câmara anterior, posterior, como qualquer anomalia onde os meios oculares ou órbita estão opacos (CARNEIRO, 2004; SLATTER, 2005) e é utilizada como ferramenta de auxílio complementar ao diagnóstico e tratamento do hifema (ANDRADE, 2014). O olho é uma estrutura arredondada presente na orbita ocular (SANTOS, 2017) sendo responsável pela visão e é composto por diversas estruturas capazes de receber estímulos luminosos (KÖNIG, 2016). O bulbo óptico é constituído por três túnicas nos vertebrados, sendo elas, camada fibrosa (córnea e esclera), túnica vascular (íris, corpo ciliar e coroide) e túnica nervosa (retina) (ANDRADE, 2014; KÖNIG, 2016; SANTOS, 2017). As estruturas acessórias
Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Católica Dom Bosco (HOVET/UCDB) um felino SRD, pelagem de coloração amarelo claro, de aproximadamente 11 anos de idade, pesando cinco kg. O paciente chegou com queixa principal de cegueira e vermelhidão do olho esquerdo. O tutor de posse legal relatou que, o olho esquerdo do animal havia ficado com a coloração avermelhada há uma semana e que, com o passar dos dias a coloração apresentava-se cada vez mais intensa. Nenhum trauma foi observado, porém o animal tem acesso a rua. Relatou também que o olho esquerdo do animal já tinha sofrido uma lesão de queimadura há 5 anos atrás deixando o animal cego e destruindo as estruturas internas e externas do olho, (FIGURA 1). FIGURA 1. Olho do paciente antes da ocorrência do hifema. I= Íris; P= Pupila; seta amarela cheia= vasos sanguíneos. Foi realizada a avaliação semiológica do animal observando o derrame de sangue na cavidade ocular (FIGURA 2) e após isso, realizou-se exames clínicos complementares, específicos, como teste de reflexo de ameaça visual, onde o examinador dirigiu a face de sua mão em direção do olho do animal constatando que no olho esquerdo não havia resposta ao estímulo. A realização do exame de reflexo pupilar direto e consensual, que consiste em incidência uma fonte luminosa no olho do animal a fim de observar a contração da pupila, mostrou que o animal não respondia a estímulos de luz, não havendo a contração pupilar.
FIGURA 2. Olho esquerdo do paciente apresentando o Hifema. Após a avaliação semiológica foi constatado o quadro de hifema associado a inflamação da área. O animal foi medicado com Ocufen® colírio humano (Flurbiprofeno 0,03%) uma gota a cada 12 horas, durante 5 dias para diminuir a inflamação e evitar miose e Atropina® colírio humano (Sulfato de Atropina 1%), uma gota a cada 12 horas, durante 5 dias, com aplicação 30 minutos após o uso do Ocufen® para a diminuição da pressão intraocular. Uma semana a pós a primeira consulta, o animal fez o retorno, e foi sugerida a avaliação ultrassonográfica do olho do animal para a obtenção de maiores informações. A ultrassonografia foi realizada sem colírio anestésico e com o transdutor e gel sobre a pálpebra do animal. Foi utilizado um transdutor linear de 7,5 MHz. Por meio do exame de ecografia, foi possível fazer a avaliação interna do olho esquerdo do felino, foi constatado lesão na câmara posterior com a presença de imagens ecogênicas aglomeradas, compatíveis com coágulos sanguíneos e/ou fibrinas. (FIGURA 3). O olho direito foi observado, onde se mostrou sem alterações ultrassonográficas (FIGURA 4).
presença de pequenos coágulos (FIGURA 5). Pelo histórico do paciente, ter acesso à rua, acredita-se que o derrame de sangue tenha sido causado por uma lesão traumática, uma vez que o olho já havia perdido sua integridade devido a primeira lesão ocular. FIGURA 5. Olho do paciente um mês após a consulta. I= Íris; P= Pupila; seta vermelha cheia= Limbo; losango amarelo cheio = áreas de coágulo. RESULTADOS E DISCUSSÃO : A partir das imagens ultrassonográficas, foi constatado que a câmara posterior e anterior havia perdido sua integridade, com aumento de ecogenicidade do humor vítreo, assim como a literatura traz que, hemorragias intraoculares geram aumento da ecogenicidade da câmara afetada (KEALY, 2005), A lente apresentava-se danificada, com um perímetro hiperecóico maior e mais espesso que quando comparado com o olho direito. Foi visto também, uma massa hiperecóica e de ecotextura heterogênea, aderido internamente ao globo ocular, cuja provável decorrência seja um processo de reorganização das estruturas internas, com uma aglomera ecogênico, não calcificado, uma vez que não foi visto sombra acústica. Na literatura, o hifema é descrito como uma sintomatologia que pode ser desencadeada por diversos agentes etiológicos (MARTINS, 2015; ROCHA, 2004; SLATTER, 2005). Os materiais de estudo apresentam traumas mecânicos como a principal causa de hifema em felinos (ROCHA, 2004), muito provavelmente a causa deste estudo também. Os sinais observados no exame de ultrassonografia são similares aos sinais de lesões crônicas apresentadas em trabalhos de ultrassom em olho (PERLMANN, 2012), como o animal teve o trauma antigo no olho e quando chegou para a avaliação ultrassonográfica neste momento já havia se passado semanas, é possível que estes sinais corroborem com achados crônicos de humor vítreo e estruturas internas do olho.
A causa mais provável de hifema em felinos são traumas oculares. O exame de ultrassonografia ocular tem baixo custo benefício, é seguro, não invasivo e muito útil como exame complementar para o diagnóstico de afecções oculares e orbitárias. A partir dele foi possível avaliar internamente a integridade do olho e anexos, como câmara anterior, câmara vítrea, humor vítreo e cristalino. Embora não seja um exame de rotina na medicina veterinária, a ultrassonografia ocular deve ser indicada e utilizada toda vez que houver opacidade no globo ocular, a ponto do médico examinador não consiga avaliar as estruturas envolvidas. No caso do hifema, foi possível avaliar características da ecogenicidade e ecotextura das estruturas envolvidas. REFERÊNCIAS ABREU, G. Ultrassonografia ocular: atlas e texto. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
ANDRADE, A. L. Semiologia do Sistema Visual dos Animais Domesticos. In: FEITOSA, F. F. L. Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico. 3ª ed. São Paulo; Roca, 2014. CARNEIRO, L. F. Oftalmologia veterinária: clínica cirúrgica. São Paulo: Roca, 2004. DIETRICH U. M. Ophthalmicexaminationanddiagnostics: diagnosticultrasonography. In: GELATT K. N. VeterinaryOphthalmology. 4ª ed. Iowa: BlackwellPublishing, 2007. p. 507-
DROST, W. T. Física do Ultrassom. In: Thrall, D. E. Diagnóstico de Radiologia Veterinária. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. FERREIRA, M. A.; ALLEMANN, N.; DIAS, L. G. G. G.; HONSHO, C. S. Relação entre a biometria ultrassonográfica ocular e os parâmetros morfométricos do crânio, idade, peso e gênero em gatos domésticos. Pesq. Vet. Bras. 2014. GERSTENBLITH, A. T.; RABINOWITZ, M. P. Manual de doenç as oculares do WillsEye Hospital: diagnó stico e tratamento no consultó rio e na emergê ncia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. KEALY, K. J.; MACALLISTER, H. O crânio e a coluna vertebral. In: Radiologia e Ultrassonografia do Cão e Cato. 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2005. p. KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H-G.; SÓTONYI, P. et al. Anatomia dos Animais Domésticos: Texto e Atlas Colorido. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.