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Resumo sobre B3 e B4. Entenda a fisiologia e fisiopatologia.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
3ª E 4ª BULHAS CARDÍACAS (B3 e B4) A 3ª bulha cardíaca pode ser fisiológica, não sendo necessariamente patológica, embora isso seja muito frequente. Já a 4ª bulha é SEMPRE PATOLÓGICA! Não vemos a 4ª bulha aparecendo em condições normais, sendo que alguma alteração na capacidade de distensibilidade do ventrículo no final da diástole está presente em casos de 4ª bulha audível. B3 e B4 sempre vêm depois de B1 e B2. Isso significa que essas bulhas estão no período de diástole do ciclo cardíaco (a sístole está entre B1 e B2, pois começa no fechamento das valvas AV e termina no fechamento das valvas sistêmicas). B3 E B4 estão NO PERÍODO DE DIÁSTOLE! Então não ouvimos 3ª e 4ª bulha no período de subida do pulso, pois essa subida ocorre no período de ejeção da sístole ventricular. Se esse pulso está elevado, em uma taquicardia, por exemplo, a ausculta da 3ª e 4ª bulha será dificultada, uma vez que o tempo de diástole diminui. A 3ª bulha é uma bulha de sobrecarga hemodinâmica. Temos 4ª bulha de VD e de VE. Os focos de ausculta das bulhas estão de acordo com a posição dos ventrículos. Depois do fechamento da valva aórtica e pulmonar, ocorre o relaxamento isovolumétrico, em que o musculo relaxa, mas a pressão do ventrículo ainda não caiu abaixo da pressão dos átrios (a valva AV ainda não abriu). Isso ainda não forma a 3ª bulha, pois para ocorrer a 3ª bulha faz-se necessário que haja passagem de volume dos átrios para os ventrículos (enchimento rápido e contração atrial). Na fase de enchimento rápido do ventrículo, o átrio está repleto de sangue e chega um momento em que a pressão do ventrículo cai abaixo da pressão dos átrios e abre-se a valva AV. No inicio da diástole, a massa sanguínea, pela abertura da valva AV, desaba para dentro do ventrículo, de maneira rápida (50 a 60% do enchimento ventricular total na diástole vêm dessa fase inicial de enchimento rápido). Esse enchimento rápido ventricular pode gerar um SOM que é a 3ª bulha. Logo, na mesodiástole, fase de enchimento lento, há um enchimento de 10% do VDF (volume diastólico final), não sendo suficiente para gerar som na parede do ventrículo. Essa fase não forma nenhuma bulha extranumerária (B3 ou B4). As 1ª e 2ª bulhas são numerárias, enquanto a 3ª e 4ª bulhas são extranumerárias. Quando chega ao final da diástole, a contração atrial deriva para os ventrículos pelo menos mais 25 a 30% do volume de enchimento ventricular. Neste momento, tbm pode haver a formação de SOM (4ª bulha). POR ISSO, AS BULHAS EXTRANUMERÁRIAS SÓ APARECEM NA PROTODIÁSTOLE (ENCHIMENTO RÁPIDO) OU NA TELEDIÁSTOLE (CONTRAÇÃO ATRIAL). Quem aparece na protodiástole é a B3! E em seguida, B4 só aparece na telediástole (contração atrial), sendo esta um fenômeno patológico. A 2ª lei de Newton diz que um determinado corpo tende a manter seu estado de movimento ou repouso, a menos que atue nele uma força que modifique seu estado (Lei da Inércia). Se o corpo está em movimento, ele mantém seu movimento retilíneo uniforme, a menos que outra força modifique esse movimento (na maioria das vezes essa força é o atrito). Na dinâmica cardiovascular, o atrito é dado pela parede ventricular. Quando as valvas AV se abrem, a massa sanguínea ganha E cinética (massa x velocidade = aceleração), ganhando o ventrículo. Ao chegar à ponta do ventrículo, essa massa deve ter sua inercia de movimento rompida, desacelerando e adquirindo inercia de repouso ou estática. Toda vez em que há energia cinética, que força um processo de estática, esta energia deve se dissipar de alguma maneira, e aqui o faz na forma de SOM. ESSE SOM É A 3ª BULHA CARDÍACA! O som da 3ª e 4ª bulha não é gerado por problemas nas valvas, uma vez que elas não são capazes de gerar grandes dissipações de energia. Os problemas que geram a 3ª e 4ª bulha só ocorrem quando começa ou termina a diástole (depois do fechamento AV). Focos de ausculta:
Frequentemente, auscultamos essas bulhas com o pcte com o tronco inclinado 35 – 40º, em posição de ligeiro decúbito lateral esquerdo. O pcte deve estar nessa posição porque os sons da 3ª e 4ª bulha são vibrações bem baixas, sendo sons graves e que são difíceis de serem auscultados. Assim, aproximamos a ponta do VE da parede torácica (aproximamos a ponta do VE do gradil costal), aumentando ainda mais a possibilidade de amplificação do som. Essa é a posição de ausculta de B3 e B4 do ventrículo esquerdo. Para identificar esse som muito baixo utilizamos a campânula do esteto (a campânula identifica sons de baixa frequência e amplitudes mais elevadas – sons graves). A ausculta de B3 e B4 de VD é feita na região subxifóide (abaixo do processo xifoide), enquanto as de VE são auscultadas na ponta desse ventrículo. O esteto não é colocado no foco mitral , uma vez que, se o pcte está girado em semi-decúbito lateral E, a ponta do VE se desloca mais inferiormente e então a auscultamos na transição da linha hemiclavicular e hemiaxilar anterior (mais próximo da linha axilar). Para auscultar as bulhas devemos saber onde está a ponta do coração, além de fazer a inspeção e palpação do tórax. Se o pcte for muito obeso, a identificação da ponta do coração é mais dificultada, mas utilizamos os mesmos focos. Se uma paciente tiver as mamas muito volumosas, podemos tentar perceber a ponta do VE e auscultar B3 e B4 no mesoprecórdio. 3ª BULHA CARDÍACA A 3ª bulha acontece na fase de enchimento rápido do ventrículo (PROTODIÁSTOLE), sendo o resultado de vibrações na parede dessa câmara, decorrente da parada súbita da massa sanguínea proveniente dos átrios, na diástole. Pode ser fisiológica ou patológica. Fatores que influenciam na gênese da 3ª bulha (B3):
rígido – curva P/V desviada para a E) → deve haver uma contração potente em um ventrículo com déficit de distensibilidade (atrapalha a telediástole e não a protodiástole). A percepção de uma 3ª bulha em pctes que antes tinham 4ª bulha indica que o coração está entrando em insuficiência e o pcte está descompensando (dilatação).
B4 = DÉFICIT DE DISTENSIBILIDADE VENTRICULAR , seja esquerda ou direita. Um exemplo é a hipertrofia concêntrica do VE, outra é a fibrose do VE (pós-IAM). A necrose é um tecido friável, momentâneo, dando em sequencia a fibrose. As fibras colágenas não tem capacidade de distensibilidade. Se houver a formação de uma cicatriz pequena, não haverá a formação da 4ª bulha, uma vez que todo o resto do ventrículo possui distensibilidade. Além disso, infiltrações do miocárdio tbm podem causar redução da distensibilidade (infiltração de nódulos de colágeno - sarcoidose). A pericardite constritiva tbm pode causar B4 ( pericárdio fibrosado que funciona como uma câmara de retenção da distensibilidade ventricular ). O tamponamento cardíaco tbm gera déficit de distensibilidade, promovendo uma vibração na ponta do ventrículo, mas a 4ª bulha não é audível neste caso, uma vez que o sangue no saco pericárdico abafa o som desta bulha, ainda que ela esteja presente. A geração do tamponamento cardíaco está associada à capacidade de adaptação do saco pericárdico. Processos agudos são mais propensos a formar tamponamento cardíaco. A 4ª bulha está grudada em B1. Estenose aórtica grave, IAM e miocardiopatia hipertrófica tbm podem gerar 4ª bulha. Mas, a estenose mitral não promove formação de 4ª bulha, pois não é somente a contração atrial potente que a gera, mas sim o déficit de distensibilidade do ventrículo (não tem fluxo excessivo de sangue para o ventrículo na fase de telediástole). 90% dos IAM geram 4ª bulha. A 4ª bulha é um som gerado pela contração atrial potente na ponta do ventrículo indistensível, na telediástole. O som não é gerado no átrio, mas sim no ventrículo (embora exista um som gerado na contração atrial potente – som da sístole atrial). B4: