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ATENÇÃO BÁSICA
CADERNOS
de
CONTROLE DOS CÂNCERES DO COLO DO ÚTERO E DA MAMA
2ª edição
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica
CONTROLE DOS CÂNCERES
DO COLO DO ÚTERO E DA MAMA
2ª edição
Cadernos de Atenção Básica, n° 13
Brasília – DF
Gráfico 1 – Distribuição percentual do intervalo da realização de citologia anterior ....... 58
Gráfico 2 – Distribuição percentual dos exames citopatológicos, segundo a faixa etária .............................................................................................................................. 59
Gráfico 3 – Taxas de mortalidade específicas por idade, para o câncer de mama feminino, por 100 mil mulheres. Brasil, 1995 a 2000 ............................................................ 86
Tabela 1 – Taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama, por 100 mil mulheres, em países selecionados, em 2008 ......................................................................... 85
Tabela 2 – População-alvo e periodicidade dos exames no rastreamento de câncer de mama ....................................................................................................................... 93
Tabela 3 – Categorias BI-RADS® no exame mamográfico, interpretação e recomendação de conduta ................................................................................................... 99
2.4 Atribuição dos profissionais da Atenção Básica no controle dos cânceres do colo do útero e da
- Figura 1– Atenção Integral à Saúde: o olhar sobre o sujeito
- Figura 2 – Linha de cuidado no câncer
- Figura 3 – Relações anatômicas do útero
- Figura 4 – Localização da Junção Escamocolunar (JEC).........................................................
- Figura 5 – Consultório ginecológico
- Figura 6 – Espátula de Ayre, escova endocervical
- Figura 7 – Coleta ectocervical
- Figura 8 – Coleta endocervical
- Figura 9 – Colocação do material na lâmina..........................................................................
- Figura 10 – Mama humana
- Figura 11 – Inspeção estática
- Figura 12 – Inspeção dinâmica
- Figura 13 – Inspeção dinâmica – alteração do contorno da mama
- Figura 14 – Palpação da mama
- Figura 15 – Palpação da axila
- Figura 16 – Material necessário para a realização da PAG
- Figura 17 – Pistola de Cameco, suporte para a realização da PAAF
- Figura 18 – Escala analgésica da Organização Mundial da Saúde
- Apresentação
- 1 Introdução
- 2 Organização da Rede de Atenção ao Câncer do Colo do Útero e da Mama
- 2.1 Humanização e acolhimento à mulher .................................................................................................
- 2.2 Políticas de saúde de relevância para o controle do câncer do colo do útero e da mama................
- 2.3 Linha de cuidado para o controle dos cânceres do colo do útero e da mama ...................................
- 2.3.1 Estrutura operacional das linhas de cuidado ..............................................................................
- mama ......................................................................................................................................................
- 2.4.1 Atribuição dos profissionais da Atenção Básica..........................................................................
- REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................
- 3 Controle do Câncer do Colo do Útero
- 3.1 O colo do útero.......................................................................................................................................
- 3.2 Câncer do colo do útero.........................................................................................................................
- 3.2.1 Magnitude.....................................................................................................................................
- 3.2.2 História natural da doença...........................................................................................................
- 3.2.3 Manifestações clínicas ..................................................................................................................
- 3.3 Promoção da Saúde ................................................................................................................................
- 3.4 Prevenção primária.................................................................................................................................
- 3.5 Prevenção secundária: detecção precoce ..............................................................................................
- 3.5.1 Rastreio de lesões precursoras do câncer do colo do útero .......................................................
- 3.5.2 Coleta do material para o exame citopatológico do colo do útero ..........................................
- 3.6 Recomendações diante dos resultados de exames citopatológicos ....................................................
- 3.6.1 Nomenclatura citológica brasileira ..............................................................................................
- 3.6.2 Exame citopatológico normal ......................................................................................................
- 3.6.3 Exame citopatológico anormal ....................................................................................................
- 3.7 Sistema de informação para as ações de controle de câncer do colo do útero .................................
- REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................
- 4 Controle do Câncer da Mama
- 4.1 Glândula mamária .................................................................................................................................
- 4.2 Câncer de mama .....................................................................................................................................
- 4.2.1 Magnitude.....................................................................................................................................
- 4.2.2 História natural .............................................................................................................................
- 4.2.3 Fatores de risco .............................................................................................................................
- 4.2.4 Manifestações clínicas ..................................................................................................................
- 4.3 Promoção da Saúde e prevenção primária ..........................................................................................
- 4.4 Detecção precoce....................................................................................................................................
- 4.4.1 Diagnóstico precoce .....................................................................................................................
- 4.4.2 Rastreamento ................................................................................................................................
- 4.4.3 Participação da mulher.................................................................................................................
- 4.5 Investigação diagnóstica ........................................................................................................................
- 4.5.1 Exame Clínico das Mamas ............................................................................................................
- 4.5.2 Métodos de imagem.....................................................................................................................
- 4.5.3 Métodos invasivos.......................................................................................................................
- 4.6 Condutas ...............................................................................................................................................
- 4.6.1 Lesões palpáveis ..........................................................................................................................
- 4.6.2 Lesões não palpáveis ..................................................................................................................
- 4.7 Tratamento ...........................................................................................................................................
- REFERÊNCIAS...............................................................................................................................................
- 5 Cuidados Paliativos
- 5.1 Princípios fundamentais dos cuidados paliativos ...............................................................................
- 5.2 Integração das ações de cuidados paliativos com a Rede de Atenção à Saúde ...............................
- 5.2.1 Como abordar o paciente em cuidados paliativos ...................................................................
- 5.2.2 Controle de sintomas do paciente em cuidados paliativos ......................................................
- 5.3 Cuidados paliativos na Atenção Domiciliar ........................................................................................
- 5.3.1 Organização da Atenção Domiciliar .........................................................................................
- 5.3.2 A produção do cuidado em Atenção Domiciliar.......................................................................
- 5.3.3 Identificação da necessidade de Atenção Domiciliar ...............................................................
- 5.3.4 Processo de trabalho construído em equipe .............................................................................
- 5.3.5 Pactuação da Atenção Domiciliar com a família ......................................................................
- 5.3.6 Cuidador ......................................................................................................................................
- REFERÊNCIAS...............................................................................................................................................
CONTROLE DOS CÂNCERES DO COLO DO ÚTERO E DA MAMA
A importância epidemiológica do câncer no Brasil e sua magnitude social, as condições de acesso da população brasileira à atenção oncológica, os custos cada vez mais elevados na alta complexidade refletem a necessidade de estruturar uma rede de serviços regionalizada e hierarquizada que garanta atenção integral à população.
Os elevados índices de incidência e mortalidade por câncer do colo do útero e da mama no Brasil justificam a implantação de estratégias efetivas de controle dessas doenças que incluam ações de promoção à saúde, prevenção e detecção precoce, tratamento e de cuidados paliativos, quando esses se fizerem necessários. Portanto, é de fundamental importância a elaboração e a implementação de Políticas Públicas na Atenção Básica, enfatizando a atenção integral à saúde da mulher, que garantam ações relacionadas ao controle dos cânceres do colo do útero e da mama como o acesso à rede de serviços quantitativa e qualitativamente, capazes de suprir essas necessidades em todas as regiões do País.
Este Caderno busca contribuir com a organização da Rede de Atenção ao Câncer do Colo do Útero e da Mama no Sistema Único de Saúde (SUS) considerando a Política Nacional de Atenção Básica, a Política Nacional de Humanização e a Política Nacional de Atenção Oncológica.
Dentro dessa perspectiva, o Ministério da Saúde apresenta a 2ª edição do Caderno de Atenção Básica – Controle dos Cânceres do Colo do Útero e da Mama, elaborado com a finalidade de orientar a atenção às mulheres subsidiando tecnicamente os profissionais da Atenção Básica em Saúde, disponibilizando conhecimentos atualizados de maneira acessível, que lhes possibilitem tomar condutas adequadas em relação ao controle dos cânceres do colo do útero e da mama.
Secretaria de Atenção à Saúde
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Com relação à detecção precoce, a maior parte dessas ações também ocorre na atenção básica. Tanto as ações de rastreamento, que consistem em realizar sistematicamente testes ou exames em pessoas sadias, quanto as ações de diagnóstico precoce, que consistem em captar precocemente alguém que já tem sintomas ou alterações no exame físico, devem ser realizadas no cotidiano das equipes.
Após o recebimento de um exame "positivo", cabe a AB realizar o acompanhamento dessa usuária, encaminhar ao serviço de referência para confirmação diagnóstica e realização do tratamento. Nesse processo, é fundamental a avaliação da usuária, avaliar a compreensão que a mesma tem sobre sua doença e estimular a adesão ao tratamento. O sistema logístico da rede (sistema de informação) deve permitir que a AB tenha acesso a relatórios do tratamento, durante a sua realização, bem como à contrarreferência, quando o serviço especializado realizar a alta dessa usuária. Muitas vezes, mesmo após a alta, a usuária demanda cuidados especiais, principalmente na periodicidade de acompanhamento.
Também cabe destacar o papel da Atenção Básica no que tange aos cuidados paliativos. O tratamento dos cânceres nem sempre é curativo. Mesmo diante de todo o aporte tecnológico atual, existem falhas terapêuticas, que ocorrem com mais frequência quando o quadro é mais avançado no diagnóstico. Nesse sentido, muitas vezes o tratamento visa diminuir o tumor existente e aumentar a sobrevida e a qualidade de vida, e a usuária passará a conviver com a doença por um período de tempo variado. O tratamento paliativo não se resume ao doente terminal, acamado, mas envolve graus variados de acometimento orgânico e qualidade de vida. Muitas vezes o usuário pode demandar apenas medicações intravenosas ou analgésicos mais potentes, enquanto que em outros casos ele pode demandar a atenção domiciliar.
O controle dos cânceres do colo de útero e da mama depende de uma atenção básica qualificada e organizada, integrada com os demais níveis de atenção. Somente dessa forma é possível combater essas doenças e diminuir a mortalidade por elas. Esse material espera contribuir no processo de educação permanente dos profissionais da Atenção Básica, ampliando a sua capacidade para atuar sobre essa frequente condição de saúde da população feminina.
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