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músicas rituais em iorubá de cerimonias no camdoblé
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O Yorùbà e o Candomblé
O Candomblé, em sua essência Yorùbá foi deturpando-se no geral com o passar dos séculos, desde a chegada dos primeiros negros oriundos da África, particularmente da Nigéria e do Dahomé (atual República Popular de Benin), sendo que os de origem Yorùbá foram dos últimos a chegarem ao Brasil, já próximo ao término da escravidão. Por sua diferença de maneiras (embora se diga que não) foram aproveitados em grande número como escravos domésticos, pois eram considerados mais refinados. Mas, com a sua adaptabilidade do tão conhecido jeitinho brasileiro, moldou-se segundo a nossa personalidade, adaptando-se e forjando-nos como afro-brasileiros para nos classificarmos, se assim se pode dizer. A nossa religião é uma das mais belas e originais manifestações de espiritualidade, com um vasto e riquíssimo naipe de nuanças, com personalidade, feição e expressão próprias, traduzidas em linguagem também própria e particularizadas, apesar de variada. A linguagem oral: através da qual se expressam os orins (cânticos), àdúràs (rezas), ofós (encantamentos) e oríkìs (louvações). É através dela que se conversa com os Òrìsà. Nossa religião é eminentemente de transmissão oral, e a despeito disso, preservaram grande parte dos seus rituais, cânticos e liturgia com sua língua litúrgica falada quase que fluentemente em seu bojo, pelas pessoas mais proeminentes, mas, infelizmente, em número bem restrito. A língua oficial nos cultos Kétu, Ègbá, Ifón e Ìjèsà é o Yorùbá, que apesar disso é também muito utilizada nos cultos de origem Angola e Jeje, que são oriundos de países e culturas diferentes. Apesar de pouco conhecido pela grande maioria dos adeptos da religião, o Yorùbá é amplamente falado de maneira empírica apenas mecânica e meramente mimética, repetindo-se o que foi dito e decorado anteriormente. Diz algumas pessoas, que o Yorúbá é uma língua morta e está para o culto aos Òrìsà assim como o Latim está para o Catolicismo. Mas isso é um engano, o Yorùbá é uma língua viva e dinâmica e é falado ainda nos dias atuais por cerca de 20 a 25% da população da Nigéria e possui elevado número de dialetos, cuja língua oficial é o Inglês, introduzido ali pelos colonizadores. No Benin, são mais ou menos 20 a 25% também de sua população, dentre outros tantos dialetos, que falam o Yorùbá como sua primeira língua ou segunda, dependendo do aculturamento. O Yorùbá é a primeira língua de aproximadamente 30 milhões de africanos ocidentais, e é falada pelas populações no Sudoeste da Nigéria, Togo, Benin, Camarões e Serra Leoa. A língua também sobreviveu em Cuba (onde é chamada de Lukumi) e no Brasil (onde é chamada Nagô), termo que inicialmente era usado pejorativamente, querendo significar "gentinha, gentalha, ralé". À parte de vários dialetos, existe o Yorùbá padrão, que é usado para propósitos educacionais (ex. em jornais, revistas, no rádio, TV e em escolas). Esta forma padrão é compreendida por oradores dos vários dialetos que atuam como tradutores do Yorùbá oficial para o dialetal e vice-versa. No Brasil o interesse pelo Yorùbá dá-se principalmente entre as pessoas adeptas da Religião dos Òrìsà, que recebe o nome genérico e popular de Candomblé, não importando a origem, se Yorùbá, Fon (Jeje) ou Bantu (Angola). O Candomblé nasceu da necessidade dos negros escravos em realizarem seus rituais religiosos que no princípio eram proibidos pelos senhores de escravos. E para burlar essa proibição, os negros faziam seus assentamentos e os escondiam, preferencialmente fazendo um buraco no chão, cobrindo-os e por cima colocavam uma imagem de um santo católico. Então eles cantavam e dançavam para seus Òrìsà, dizendo que estavam cantando e dançando em homenagem àquele santo católico; daí nasceu o sincretismo religioso, que foi abandonado mais tarde pela maioria dos adeptos do Candomblé tradicional, com o "término" da escravidão e mais concretamente quando o Candomblé foi aceito como religião com a liberdade de culto garantida pela Constituição Brasileira. À primeira vista para os leigos, o Candomblé é uma coisa só. Mas, não é bem assim. Existem vários grupos, onde o mais expressivo, sem dúvida, é o grupo Yorùbá (na atualidade). Na época do tráfico de escravos, vieram muitos negros oriundos de Angola e Moçambique: os Bantos, Cassanges, Kicongos, Kiocos, Umbundos, Kimbudos, de onde se originou o “Candomblé Angola”, facilmente reconhecido por quem é da religião, pela maneira diferente de falar, cantar, dançar e percutir os tambores, o que é feito com as mãos diretamente sobre o couro com ritmos e cadências próprios, alegres e ligeiros. É o Candomblé de onde se originou o Samba, que tomou emprestado o próprio nome, que em Kimbundo significa "oração". É também origem do "Samba de roda", que era feito como recreação, principalmente pelas mulheres, após os afazeres rituais, dançando e cantando dizeres em sua maioria jocosos e galhofeiros. Mais tarde assimilado pelo Samba de Caboclos, aí já em sua versão mais “abrasileirada” como um culto ameríndio que era feito pelos Caboclos, neste momento incorporados em seus "cavalos" e já em idioma aportuguesado com versos chamados de "sotaque". Isto, porque quase sempre eram parábolas ou charadas que poucos entendiam, muito em voga ainda hoje. Acha-se que este Samba de Caboclos foi o embrião da Umbanda, onde nasceu o culto aos Òrìsà cantado e falado em português, fazendo assim a nacionalização dos Òrìsà africanos, que algumas pessoas faziam objeção por ter uma língua estrangeira não bem aceita pelos já nascidos brasileiros e que foram perdendo os conhecimentos da língua ancestral, principalmente por causa do analfabetismo. A Umbanda é a mistura do culto aos Òrìsà, do Catolicismo e do Kardecismo, resultando numa religião Brasileira, que hoje em dia é até exportada para os países vizinhos, principalmente os do cone Sul, como Argentina, Paraguai e Uruguai, onde existem até confederações de Umbanda e onde o Brasil está para eles, assim como a África está para nós. A origem da força cultural Yorùbá foi demonstrada em uma das guerras havidas entre o Dahomé e a Nigéria, mais ou menos do meado para o final do século dezesseis, em que o Estado de Kétu teve praticamente metade do seu território anexado ao Dahomé como espólio de guerra, após sua população,
juntamente com a de Meko, ter sido saqueada e parte dela capturada como escravos perdurando essa anexação militar até os dias atuais. Como resultado dessa guerra, muitos foram capturados de ambos os lados, e foram vendidos aos portugueses como escravos. Foi quando, já ao final do século, começaram a chegar tantos os escravos de origem Ewe-Fon, conhecidos popularmente por Jejes, oriundos do Benin, antigo Dahomé, que foram capturados pelos Yorùbá, como recíproca dos Yorùbá capturados pelos Ewe-Fon, também vendidos como escravos. Os Yorùbá em sua maioria, eram oriundos de Kétu, o território anexado. Mas, também vieram negros trazidos de outras áreas Yorùbás como Òyó, Ègbá, Ilesá, Ifón, Abeokutá, Irê, Ìfé, etc. Estes dois grupos (Jeje e Yorùbá) quando chegaram ao Brasil, continuaram inimigos ferrenhos e não havia hipótese de um aceitar o outro. Mas, eram indivíduos de tradições sociais religiosas tribais e não podiam sobreviver sozinhos. Então procuraram unirem-se em virtude da condição cativa de ambos. Essa união era difícil tanto pela barreira do idioma, pois eram vários e diferentes em dialetos, quanto pelo ódio que alguns nutriam contra os outros. Do que os senhores de escravos e feitores se aproveitavam em tirar proveito para fomentar mais ainda a animosidade entre eles. Pois, os senhores de Engenho, principalmente, temiam a união do grande número de escravos, o que certamente poderia colocar em risco a segurança dos brancos. Então, quando eles permitiam que os negros se reunissem no terreiro para cantar e dançar, estimulava-lhes a que fizessem "rodas" separadas, somente com seus compatriotas, onde os Kétu não misturavam-se aos Jejes nem Bantu e assim também os outros faziam o mesmo eles próprios com relação aos outros. Mas, com o tempo essa tática foi deixando de dar certo, porque os negros entenderam que sua maior fraqueza era a sua própria desunião, e resolveram se unir para facilitar um pouco à sobrevivência, unindo-se contra o inimigo comum, isto é, o branco. Isso é mais evidenciado com a instituição dos quilombos, que eram focos de resistência dos negros fujões, e que não se curvavam à escravidão. Na nossa religião nós cantamos, oramos e, até dialogamos em Yorùbá com pequenas frases e termos usuais do dia-a-dia nas casas de culto com a assimilação de um até vasto vocabulário, se levarmos em consideração as condições em que se deu a preservação disto. É de suma importância às linguagens da nossa religião, sobretudo, a oral porque a entendendo, entenderemos os rituais e poderemos nos comunicar com os nossos Òrìsà e Ancestrais, através da palavra. Se não souber falar Yorùbá a pessoa falará aos emane em português mesmo, os Òrìsà ouvirão e atenderão da mesma maneira. O que é mais importante é a fé e a sinceridade com que nos dirigimos a eles. Contudo, se nos comunicamos em Yorùbá é muito mais gratificante a emoção que sentimos ao saber que o fazemos da mesma maneira que os nossos Ancestrais faziam há vários séculos atrás em nossa língua mãe religiosa. Então, nós louvamos, elogiamos, exaltamos, enaltecemos os imalè no culto aos Òrìsà, no Candomblé, de acordo com a herança a nós legada pelos nossos antepassados, negros oriundos de vários lugares d'África, atravessando os séculos e chegando até nossos dias. As cantigas são um modo de enaltecer e glorificar fatos e feitos relacionados com determinado Òrìsà, reportando-se à mitologia daquele Òrìsà. Louvar é: elogiar, dirigir louvores, exaltar, enaltecer, etc. Isto nós o fazemos diuturnamente no culto aos Òrìsà, de acordo com a herança a nós legada pelos nossos ancestrais negros que nos ensinaram como fazê-lo através dos séculos desde então, da mesma maneira como eles o faziam. Essas maneiras são variadas e diversas, embora, aos olhos do leigo, possa parecer tudo a mesma coisa. Dessas maneiras, a mais popular é o ORIN (a cantiga-música). Com ela nós louvamos qualquer orixá ou imalè (espíritos). As cantigas são modos de enaltecer e glorificar os fatos e feitos relacionados a determinado Òrìsà ou imalè, reportando um acontecimento ligado à mitologia daquele Òrìsà. Portanto, aprender a cantar corretamente e rezar para louvar os Orisá faz-se necessário, inclusive para um maior conhecimento e entendimento das suas lendas.
Texto de Altair T’Ogun Adaptado por Babalorixá Fábio Ti Sangó (Obagodô)
Exú
Esú é o primeiro orixá a ser louvado no candomblé, porque representa o princípio do movimento. Uma vez acionado é preciso controla-lo, com respeito a qualquer movimento. A fome é um dos motivos que leva o homem a se mover em direção a um objetivo. Esú come demais. E, por comerem as plantações, é que se diz que as formigas são de Esú. Assim como a terra e os formigueiros. Os pés de qualquer animal também são de Esú. Esú mora nos caminhos mais diversos e é controvertido. Tem um gênio travesso e faz o que lhe pedem. Não tem noção de bem e de mal e se movimenta apontando o pênis para o lugar onde quer ir. Não existe lugar no passado, presente ou futuro a que Esú não possa ir. Também é associado à sexualidade – a segunda fome humana. Filho primogênito de Iemonjá com Orunmila, o deus da adivinhação e irmão de Ogun, Xangô e Oxossi, era voraz e insaciável. Conseguiu comer todos os animais da aldeia em que vivia. Depois disso, passou a comer as árvores, os pastos, tudo o que via até chegar ao mar. Orunmila previu então que Eu não pararia e acabaria comendo os homens, e tudo o que visse pela frente, chegando mesmo a comer o céu. Ordenou então a Ogun que contivesse o irmão Esú a qualquer custo. Para conseguir isso, Ogun foi obrigado a matar Esú, a fim de preservar a terra criada e os seres humanos. Mesmo assim, depois da morte de Esú, a natureza, os pastos, as árvores e os rios, tudo permaneceu ressecado e sem vida, doente e morrendo. Um
Xo Xoroque Odára, Odára bàbá ebo Xo Xoroque Odára, Odára bàbá ebo Xo Xoroque ôdara ôdara babá ebó Xo Xoroque ôdara ôdara babá ebó Odara sobe, sobe (ascenção), Odara é o pai dos ebós Odara sobe no fogo que ele próprio acendeu
Èsú wa jú wo mòn mòn ki wo Odára Laróyé Èsú wa jú wo mòn mòn ki wo Odára Èsú awo. Exu a ju uô mã mã qui uô ódara Larôiê Exu a ju uô mã mã qui uô ódara Exu auô. Exu nos olha no culto e reconhece, sabendo que o culto é bom, Larôie Exu nos olha no culto e reconhece sabendo que o culto É bonito, vamos cultuar Exu.
Odára ló sòro, Esu Odára ló sòro lóònòn Odára ló sòro, Esu Odára ló sòro lóònòn Ôdára lô xorô Exu Ôdára lô xorô lónã Ôdára lô xorô Exu Ôdára lô xorô lónã Odara pode tornar o caminho difícil, Ele é o Senhor dos caminhos.
Odára sá wê pê Exu Odára sá wê pê lóònòn Odára sá wê pê Exu Odára sá wê pê lóònòn Odára xá uê pê Exu Odára xá uê pê lónã Odára xá uê pê Exu Odára xá uê pê lónã Odara corta e se banha demoradamente, Exu Odara corta e se banha demoradamente no caminho
Elégbára Èsú ó sá kéré kéré Akesan Bará Èsú ó sá kéré kéré. Elébára Exu ô xá querê quere Akésã bará Exu ô xá quere quere. Exu, o Senhor da Força (do poder) Faz cortes profundos e pequenos, Akésan Exu do corpo, faz cortes profundos E pequenos (gbéré).
A jí ki ire ni Èsú, Èsú ka bí ka bí. A jí ki ire ni Èsú, Èsú ka bí ka bí. A ji qui irê ni Exú, Exú cá bi ca bi A ji qui ire ni Exu, Exu cá bi cá bi. Nós acordamos e cumprimentamos felizes a Exu,
E Exu conta como nascemos, Exu conta como nascemos.
9 E Elégbára Elégbára Èsú Aláyé E Elégbára Elégbára Èsú Aláyé Ê élébára élébára Exu alaiê Ê élébára élébára Exu alaiê Senhor da Força, Senhor do Poder Senhor da Força, Senhor do Poder Cumprimentamos o Chefe (dono do mundo)
Ògún yè, pàtàkì orí Òrìsà! (Salve Ògún, Òrìsà importante da cabeça! ou, O Cabeça dos Òrìsà importantes!)
Ògún àjò e mònriwò, alákòró àjò e mònriwò Ògún pa lè pa lóònòn Ògún àjò e mònriwò Elé ki fí èjè wè. Ogum ajô é manriuô alácôrô ajô é manriuô Ogun pa lê pa lónã ogun ajô é manriuô Élé qui fi éjé ué. Ogun o Senhor que viaja coberto de folhas novas de palmeira, Ogun o Senhor que viaja coberto de folhas novas de palmeira, Ogun mata e pode matar no caminho, Ogun viaja coberto por Folhas novas de palmeira, é o Senhor que toma banho de sangue.
2 Àwa nsiré Ògún ó, èrù jojo Àwa nsiré Ògún ó, èrù jojo Èrù njéjé Auá xirê ogum ô éru jójó Auá xirê ogum ô éru jójó Érum jéjé Nós estamos brincando para Ogun com medo extremo Segredamos nosso medo, nos comportamos calmamente, Mas com medo.
Ògún nítà ewé rè, Ògún nítà ewé rè Ba Òsóòsí l’oko ri náà lóòde Ògún nítà ewé rè Ogum nitá euê ré, ogum nitá euê ré Ba Oxossi Okô ri naa lôdê, ogum nitá euê ré Ogun tem que vender as suas ervas, Ogun tem que vender as suas ervas, Encontra-se com Oxossi nos arredores da fazenda Ogun tem que vender suas ervas.
Alákòró elénun alákòró elénun ó Ae ae ae alákòró elénun ó Alácorô élénun alácorô élénun ô Aê aê aê alácorô élénun ô O Senhor do akorô vangloria-se (de suas lutas) O Senhor do akorô é aquele que conta bravatas.
A l’Ògún méje Iré, aláàda méji, méji A lôgum mejê ire aláda mêji mêji Nós temos sete Ogun em Irê É o Senhor das duas espadas.
Sa Sa sa ogun o, Ògún ajo iku igbale Xa xa xa Ogun o, Ògún ajo eku bale Ogun cortou, cortou, cortou. E foi bem recebido na terra
Ògún Onirê onirê Ògún Alakorô onirê, Obá de órun Ògún Onire onire ogun Alakoro onire, Oba de orun Ogun senhor de Ire, o senhor de ire e ogun Proprietário do akoro e senhor de ire Rei que chega do céu
Ògún ni alagbe odé mònriwò odé Odé mònriwò Ogun ni alabedé Manriuô odé Odé manriuô Ogun e o senhor da forja e caçador Que se veste de folhas novas de palmeira De folhas novas de palmeira ele se veste
Ògún dê arê rê Irê Irê Ògún já Ákòró awá adê arê rê Irê Irê Ògún já Ogún dê arê rê Irê Irê Ogún já Akorô wá dê arê rê Irê ilê ogun já ô Ogun de lutas que chegue a nós em feliz de Irê
que quando estavam sob o domínio de Ossain. Para evitar novos episódios de roubo e inveja, Ossain permitiu, então, que cada orixá se tornasse dono de algumas folhas cujo poder mágico de conhecimento e de cura ele liberaria quando lhe pedissem ao retira-las de suas plantas. Em troca exigiu que jamais cortassem ou permitissem o corte de uma planta curativa ou mágica. Toda a medicina Yoruba se baseia, portanto, nos poderes de Ossain, sobre as folhas-remédio e Obaluaiê, o deus que rege as doenças graves. Ambos os orixás são muito temidos e respeitados, porque também entre os Iorubas, o mesmo princípio que cura, mata. Remédio e veneno são questão de grau.
Ode òkè aro! Salve o caçador!(Aquele de alta graduação honorífica)
Ofá yéyé f’igbô Odé f’igbô Ofá yéyé f’igbô Omorodé Ofará iéié fibô Odé fibô Ofará iéié coxé Omorodé Seu arco e flecha são adequados para a floresta Para caçar na floresta Seu arco e flecha são adequados e apropriados Para formar novos caçadores
2 Araiê Ode arê rê okê Awá nìsó odé l’okê Omo ofá ó kú eron Araiê odé arerê okê Auanisó odé loquê Omo ofá aquerã Senhor da Humanidade nosso bom caçador Nós o chamamos para aprendermos a caçar Filho do arco e flecha que mata a caça
Araiê Ode arê rê okê E omorodé seke Irokô
Araiê odé arê rê okê Oni ewá l’igbô Araiê odé arerê oquê E omorodé xeque iroco Onieuálô ibô Senhor da Humanidade nosso bom caçador O filho do caçador origina-se das folhas de iroko Senhor belo e poderoso da floresta
4 Omorodé l’ ìjeníiyà ô Olúwaiyé
Omorodé l’ ìjeníiyà ô omorodé lo igeniuaô Oluaiê Omorodé lo igeniuaô Odé coque O filho do caçador é aquele que pode punir Senhor da terra O filho do caçador é aquele que pode punir É o caçador que está no topo (acima de tudo)
Omorodé kossi ilê arole ago mi Ifá Omorodé kossi ilê arole ago mi Ifá Kòiá kòia Olúwaiyé Ode kossi ilê arole ago mi Ifá omorodé cossilê arole ago mi fá omorodé cossilê arole ago mi fá coiá coiá oluaiê odé arole ago mi fá O filho do caçador não caça em casa; Ele pede licença arco e flecha. Não nos castigue, não nos castigue Senhor da terra O caçador pede licença para a casa.
Omorodé lai lai Omorodé ki awá jò Agbà awá bo owo l’Oko igbò Omorodé lai lai Omorodé qui ua jô Abauabo loco co ibo Omorodé oluaiê Filho do caçador para sempre Filho do caçador para quem nós dançamos Nossa comunidade de agricultores o cultua na fazenda e não no bosque O filho do caçador é o senhor da terra.
7 Omorodé L’Oní Omorodé Olúwaiyé
omorodé loni omorodé oluaiê O filho do caçador é o senhor O filho do caçador é o senhor da terra
Oní ewò oní ewò Bèru Bèru Bèru Oniuô niuô Berú berú berú Ele possui veneno, Ele possui veneno Que nos amedronta (que mete medo)
Ò Ìdarò Ò Ìdarò Irunmalè Ò Ìdarò lè Béèni uô
Ò Ìdarò Irunmalè Ô Idarô Ô Idarô irunmalé Ô Idarô lê bé miô Ô Idarô irunmalé Ele é independente Ele é o irunmalé independente Ele é independente e pode tornar-me também Ele é irunmalé independente
Awá tafá tafá Ode Awá tafá tafá Awo Awá Aráiê Awá tafá tafá Ode auá tafá tafá rodé auá tafá tafá auô auá araiê auá tafá tafá rodé Nosso arqueiro caçador Nosso arqueiro de cor (negro) Da nossa humanidade Nosso arqueiro caçador
Ode Ba nì là
Asè Omì orò Odé bainlá Axé omirô O caçador tem O poder do segredo da água
12
Lae lae oní T’ofà Ode Ode nì T’ofà Lae lae oni tofá dodé Odé ni tofá O senhor caçador dono do arco e flecha O caçador tem o arco e flecha
Ofà Ode obá tafà Ma un ma un Ofá odé obá tafá Maun maun O caçador do arco e flecha, o Rei arqueiro Não exagera, Não exagera
Ewé, ewé! (Oh folhas, Oh folhas!) Kosi ewé, kosi orisá! (Sem folhas, sem orixás)
Pèrègùn olowè titùn ô Pèrègùn olowè titùn Gbogbo pèrègùn olowé lèsé Pèrègùn olowè titùn ô Peregun alauê titun ô Peregun alauê titun Bobo peregun alaue lessé Peregun alauê titun ô Peregun é o dono das folhas novas e frescas Peregun é o dono das folhas novas e frescas Todos os pereguns cultuam as folhas novas e frescas Peregun é o dono das folhas novas e frescas
2
Awá sorò ki Inón Odò rodùn Pèrègùn olowè titùn awá xoro xi mã odorodun peregun alauê titun Nós não cultuamos o fogo Nos caminhos do rio Peregun é dono das folhas novas e frescas
Abebe nbo, Abebe nbo Ewé Abebe Abebe nbo, Abebe nbo
Obalúwàiyé Obaluaiê ou Omolu é a energia que rege as pestes como a varíola, sarampo, catapora e outras doenças de pele. Ele representa o ponto de contato do homem (físico) com o mundo (a terra). A interface pele/ar. A aparência das coisas estranhas e a relação com elas. Ele também rege as doenças transmissíveis em geral. No aspecto positivo, ele rege e cura, através da morte e do renascimento. Diz o mito que Obaluaiê é filho de Nanã (a lama primordial de que foram feitas as cabeças – oris – humanas) e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e de marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por ambos, já que Nanã seduziu Oxalá, mesmo sabendo que ele era interditado por ser o marido de Yemonjá. Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar, para que a maré cheia o levasse. Yemonjá o encontrou quase morto e muito mordido pelos peixes, e tendo ficado com muita pena, cuidou dele até que ficasse curado. No entanto Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo, e eram tão feias que o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas. Não se via de Obaluaiê senão suas pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Yemonjá e Oxalá como curar estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaiê, sempre coberto por palhas, escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério e até mal-humorado. Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por onde passava que lhe dessem comida e água. Mas as pessoas assustadas com o homem coberto desde a cabeça com palhas expulsaram-no da aldeia e não lhe deram nada. Obaluaiê, triste e angustiado, saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas. Durante este tempo os dias esquentaram, o sol queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, as crianças cheias de varíola e os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha amaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca. Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores do lugar e novamente entrou na aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens os alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água a quem quer que fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho. Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa dos orixás. Como não se sentia bem entrando numa festa coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansã, a deusa dos ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e virilidade. E dançou com ele pela noite adentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã se uniram contra o poder da morte, das doenças e dos espíritos dos mortos, evitando que desgraças aconteçam entre os homens. Os Yorubá acreditam que este mito nos mostra que o mal existe, que ele pode ser curado, mas principalmente que é preciso ter consciência do momento em que ele terminou, sabendo recomeçar após um violento sofrimento. Obaluaiê rege também a força da terra (herdado de sua filiação a Nanã), a umidade dela (por sua adoção por Yemonjá) e as doenças das plantações. Òsùmàrè Oxumarê é a energia das cores, da luz, do sol após as chuvas, do arco-íris, e por isso mesmo é associado às serpentes, que são muito coloridas e poderosas. Conta o mito que apesar de tudo que houvera com Obaluaiê, Nanã e Oxalá tiveram outro filho. Este era Oxumarê. Contudo, como novamente eles haviam desobedecido aos preceitos de Orunmila, Oxumarê nasceu sem braços e sem pernas, com a forma de serpente, rastejando pela terra, e ao mesmo tempo com a forma de homem. Mais uma vez decepcionada Nanã abandonou Oxumarê. Oxumarê entretanto possuía grande capacidade adaptativa e, mesmo sem membros para locomover-se, possuía imensa astúcia e inteligência, aprendeu a subir em árvores, a caçar para comer, a colher as batatas doces de que tanto gostava, e a nadar. Orunmila, o deus da adivinhação do futuro, admirando-se e apiedando-se dele, tornou-o um orixá belo, de sete cores de luz, encarregando-o de levar e trazer as águas do céu para o palácio de Xangô. È Oxumarê, portanto quem traz as águas da chuva e é a ele que se pede que chova. Como seu percurso era longo, Oxalá, seu pai, fez com que ele tomasse a forma do arco-íris quando tivesse essa missão a realizar. Com as águas da chuva, Oxumarê traz as riquezas aos homens ou a pobreza. Oxumarê vive com sua irmã Ewá no fim do arco-íris. Nàná Nanã é a lama primordial, o barro, a argila da qual são feitos os homens. Dela saem seres perfeitos e imperfeitos, modelados por Oxalá e cuja cabeça é preparada pelo sensível Ajalá. Dizem os mitos que antes de criar o homem, do barro, Oxalá tentou cria-lo de ar e de fogo, de água, pedra e madeira, mas em todos os casos havia dificuldades. O homem de ar esvaecia; não adquiria forma. O de fogo consumia-se, o de pedra era inflexível e assim por diante. Foi então que Nanã se ofereceu a Oxalá, para que com ela criasse os homens, impondo, contudo, a condição de que quando estes morressem fossem devolvidos a ela. Sendo o barro, Nanã está sempre no princípio de tudo, relacionada ao aspecto da formação das questões humanas, de um indivíduo e sua essência. Ela é relacionada também, freqüentemente, aos abismos, tomando então o caráter do inconsciente, dos
atavismos humanos. Nanã tanto pode trazer riquezas como miséria. Está relacionada, ainda, ao uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a desenvolver cultura. Seja como for, Nanã é o princípio do ser humano físico. E assim é considerada a mais velha das Iabás (orixás femininos). Dizem os mitos que nunca foi bonita. Sempre ranzinza, instável, sua aparência afastava os homens, que dela tinham medo. Como já vimos nos mitos de Obaluaiê o Oxumarê , ela os gerou defeituosos, por ter quebrado uma interdição e mantido relações sexuais com Oxalá, marido de Iemanjá. Abandonou a ambos, que foram criados por outros orixás, e acabou sozinha quando Ewá, para fugir de um casamento que sua mãe lhe impingia, foi morar no horizonte entre o céu e o mar.
Atótóo! Omolú Olúké a jí béèù sapada! (Silêncio! O filho do Senhor é o Senhor que grita, nós acordamos com medo e corremos de volta!)
Onílè wà àwa lésè òrìsá Opé ire onílè wá a lésè òrìsá Opé ire
E kòlòbó e kòlòbó sín sín sín sín Kòlòbó E kòlòbó e kòlòbó sín sín sín sín Kòlòbó Ôníléuá auá léssé orixá Ópué irê Ôníléuá auá a léssé orixá Ópué irê É Côlôbô É Côlôbô sim sim sim sim côlôbô (2 x) O Senhor da terra está entre nós que cultuamos orixá. Agradecemos felizes pelo Senhor da terra estar entre nós que cultuamos orixá.Agradecemos felizes. Em sua pequena cabaça traz remédios para livrar-nos das doenças. 2 Ó àfomó ó fá ojú rè mò fá, aráayé njó jó Aráayé a njó onílè, aráayé njó jô Afômó ôfá ojúré mófá aráaiê unjôjô Aráaiê a unjôônilê aráaiê unjôjô Ele é contagioso, ele faz a limpeza. Seu olhar tira o contágio das doenças. A humanidade dança, dança a humanidade Nós dançamos para o senhor da casa A humanidade dança 3 Omolú pê a júbà a èko, oníyê Omolú pê a júbà a èko, oníyê Ómólú puê a júbá a écó ôniiê (2 x) Omolú, vos pedimos que nos abençoe E nos ensine, senhor da boa memória 4 Olórí ìjeníìyà a pàdé, Olórí pa Olórí ìjeníìyà a pàdé, Olórí pa Olôri ijéninha a padé, Olorípa (2 x) O Senhor que mata, o Senhor que castiga vem ao nosso encontro. 5 Jó a lé ijó, é jó a lé ijó, é jô a lé ijó, Àfaradà a lé njó ó ngbèlé Jôalê ijô ê jôalê ijô ê jôalê ijô Afaradá alê ijô umbêlê Dance em nossa casa, dance. (3 x)
Dando força e energia à nossa casa. Dançando ele dá proteção à casa. 6 Aráayé a je nbo, Olúbàje a je nbo Aráayé a je nbo, Olúbàje a je nbo Aráaiê ajé umbó, olúbajé ajé umbó (2 x) Povo da terra, vamos comer e adorá-lo, o senhor aceitou comer. 7 Ó ní a ló ìjeníìyà Ajàgun tó ló ìjeníìyà olúwàiyé Táálá bé okùnrin O táálá bé okùnrin wa ki lo kun táálá bé okùnrin Abénilórí ìbé ó ní je olúwàiyé táálá bé okùnrin Ôní a lô ijéninha ajagun tôlô ijéninha ôlúuaiê Táalabé ócunrin Ô táalabé ócunrin uá quilocun táalabé ócunrin Abénilôrí ibéri ônijé ôlúuaiê táalabé ócunrin Ele pode fazer secar a cabeça do homem, levá-lo embora e esculpir a cabeça do homem. Ele pode fazer definhar, matar a cabeça do homem. É o executor, o que decapta sua cabeça. Ele é o Senhor da terra, que definha e decapta o homem, ele pode nos castigar. O guerreiro que pode castigar. Senhor da terra, que definha e decapta. 8 A jí dàgòlóònòn kí wa sawo orò, dàgò ilé ilé, Dàgòlóònòn kí wa sawo orò, dàgò ilé ilê. A ji dagôlônã qui uá xaôrô dagô ilêilê Dagôlônã qui uá xaôrô dagô ilêilê Ao acordar pedimos licença ao senhor do caminho Aquele a quem fazemos o culto tradicional, dê licença À nossa casa, que pede licença no caminho a quem nós fazemos o culto tradicional. 9 Omolú pè olóre a àwure e kú àbò Omolú pè olóre a àwure e kú àbò Omolú puê olôre auúrê écuabó (2 x) Omolú te pedimos Senhor da sorte, que use o teu Feitiço para nos trazer boa sorte e sejas bem-vindo. 10 Ó ìjeníìyà bàbá a sin e gbogbo wa lé
Àmòntòn yìí, àmòntòn òjòó é é é Àmòntòn òjòó, ó fí ó fí ofe Àmòntòn yìí, àmòntòn òjòó ràbàtà l’òrun ó Wulè, àmòntòn yìí, àmòntòn òjòó ó fí ó fí ofe Amantánhii amantán ôjôô ê ê ê Amantánhii amantán ôjôô ôfi ôfi ófé Amantánhii amantán ôjôô ê ê ê rabatá lórun ô Uulé amantánhii amantán ôjôô ôfi ôfi ófé Ele conhece esta chuva ê ê ê, ele conhece esta chuva, Ele usa feitiço que o faz saltar muito alto, ele conhece Esta chuva, ele é gigantesco no céu e fura a terra (adentra), ele Conhece esta chuva, ele usa feitiço Que o faz saltar muito alto.
Sálù ba Nàná Burúkú! Nos refugiaremos com Nàná da morte ruim!
E Nàná olúwàiyé e pa e pa E Nàná olúwàiyé e pa e pa Ê nanã oluuaiê é pa é pa Ê nanã oluuaiê é pa é pa Nanã, a Senhora da terra, senhora da terra que mata Nanã, a Senhora da terra, senhora da terra que mata
E ti mòn sòn fún omoode, e ti mòn jé ó, E ti mòn sòn fún omoode, e ti mòn jé ó. É tíman sanfum ómóódé é ti man jéô É tíman sanfum ómóódé é ti man jéô Senhora que sabe ser boa para os filhos dos caçadores, ela sabe ser boa (protege).
Òdì Nàná ewà, lewà lewà e Òdì Nàná ewà, lewà lewà e Ôdi nanã ni euá legua legua ê Ôdi nanã ni euá legua legua ê A outa face (outro lado) de Nanã é bonita, A outra face de Nanã é bonita.
E taláàyà àjò olúwodò ki wa àjò E taláàyà àjò olúwodò ki wa àjò É taláiajô oluuôdo quiuajô
É taláiajô oluuôdo quiuajô Senhora que pode exasperar-nos numa viagem Senhora do rio (das margens) quando estamos viajando
Awá ló bímon ayò Olóko, Nàná ayò,
Awá ló bímon ayò Olóko, Nàná ayò. Auá lóbiman aió ólócó nanã aió Auá lóbiman aió ólócó nanã aió. Nós podemos tomar outra direção para termos alegria Do nascimento de filhos. Nanã Ólócó (aquela que tem poderes para chamar um parente morto para aparecer como Egúngún), Faça-nos felizes; nós podemos tomar outra direção para termos a Alegria do nascimento de filhos. Nanã Ólócó faça-nos felizes.
Ó ìyá wa òré ó ni ayalóòde, ó ìyá wa òré Ó ni ayalóòde. Ô íáua óré ôni aialôôdê ô íáua óré Ôni aialôôdê. Ela é a nossa mãe e amiga, ela é Senhora da alta sociedade
Òsún Oxum é a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede, seus peixes que matam a fome, e o ouro que eterniza as idéias dos homens nele materializada. Como as águas dos rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá de beber as folhas de Ossain, aos animais de Oxossi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaiê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê. Oxum é por isso associada à maternidade, da mesma maneira que Yemonjá. Por sua doçura e feminilidade, por sua extrema voluptuosidade advinda da água, Oxum é considerada a deusa do amor. A Vênus africana. Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum, e também não podemos segura-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino. A sedução. A deusa que seduziu a todos os orixás masculinos. Diz o mito que Oxum era a mais bela e amada filha de Oxalá. Dona de beleza e meiguice sem iguais, a todos seduzia pela graça e inteligência. Oxum era também extremamente curiosa e apaixonada por um dos orixás, quis aprender com Orunmilá, o melhor amigo do seu pai, a ver o futuro. Como o cargo de Oluô (dono do segredo) não podia ser ocupado por uma mulher, Orunmilá, já velho, recusou-se a ensinar o que sabia a Oxum. Oxum então seduziu Exú, que não pode resistir ao encanto de sua beleza e pediu-lhe que roubasse o jogo de ikin (cascas de coco de dendezeiro) de Orunmilá. Para assegurar seu empreendimento Oxum partiu para a floresta em busca das Iyami Oxorongá, as perigosas feiticeiras africanas, a fim de pedir também a elas que a ensinassem a ver o futuro. Como as Iyami desejavam provocar Exú há tempos, não ensinaram Oxum a ver o futuro, pois sabiam que Exú já havia roubado os segredos de Orunmilá, mas a fazer inúmeros feitiços em troca de que cada um deles recebessem sua parte.
Yèyé e yèyé șorò odò (2x) Olóomi ayé mọ șorò ọmọn fẹẹfẹ șorò odò Iêiê ê iêiê xorôdô (2x) Olôomi aiê mãxorômã Féefé xorôdô Mãe que faz o rio ser sagrado Senhora das águas da Terra que dão vida aos filhos e torna o rio sagrado_._ 05 Olóomi máà, olóomi máà iyọ Olóomi máà iyọ ẹnyin ayaba odò. Ó yéyé ó Aláadé Ọșùn, Ọșùn mi yèyé ó Olôomimáa olôomi máaió Olôomi máaió énhinaba odô Ô iêiê ô. Aladê Oxum, Oxum mi iêiê ô Senhoras das águas doces (sem sal) Sois a velha mãe do rio. Ó mamãe. Oxum dona da coroa, Oxum é minha mãe 07 Olówo ọbẹ un Oparạ Olówo ọbẹ un iyalóòde Réwé réwé réwé Olówo ọbẹ un iyalóòde Olôbé um Opará Olôbé um iálôdê Reuê reuê reuê Olôbé um iálôdê A Senhora da espada é Opará Senhora da espada e primeira dama da sociedade Que conta bravatas, senhora da espada e primeira dama da sociedade 08 A ri bẹ dé ó omi ro, A ará wa omi ro L’atì ajé șẹ ọmọ l’ọșùn omi ro, A ará wa omi ro Aribé deô omirô a aráuá omirô Lati jéxé omoloxum omiro a aráuá omirô Nós vimos o brilho de sua coroa, a água sagrada pingou em nossos corpos para nos alimentar e nos preencher, filhos de Oxum, a água sagrada pingou em nós. 09 Omi nìwẹ ọmọ l’ọșùn omi nìwẹ (2x) Șẹkẹ - șẹkẹ náà dò ojú ẹ máà ojú omi nìwẹ olówó Ominiuê omoloxun ominiuê (2x) Xeque-xeque naadojú ê maaoju ominuê olouô Banhem-se nas águas do rio filhos de Oxun, É preso aquele que vai ao rio olha-la Nós não espiamos, o banho da rica senhora. 10 Igbá ìyàwó igbá si Ọșùn ó rẹwà (2x) Àwa sìn ẹ ẹwà ìyabà Igbá ìyàwó igbá si Ọșùn ó rẹwà Ibáiáuô ibá si oxum ô reuá Auá sim é eua iabá Ibáiáuô ibá si oxum ô reuá A cabaça da noiva é para a bela Oxum Nós damos para a bela Iabá 11 Ará wa omi wa (2x) Ó yèyé Ọșùn omi olówo Ará wa omi wa Aráuá omiuá(2x)
O iêiê Oxum omi olouô Aráuá omiuá Nosso corpo nossa água Mãe Oxum, a venerável senhora das águas 12 Ọșùn ẹ lọọlá imọnlẹ lóomi, Ọșùn ẹ lọọlá Ayaba imọnlẹ lóomi Oxum é lolá imanlé lôômí, Oxum é lolá Aiaba imanlé lôômí. Oxum que é tratada com todas as honras, Senhora dos espíritos das águas, Oxum que é tratada com todas as honras. Rainha dos espíritos das águas 13 Yèyé yé olóomi ó, yèyé yé olóomi ó. Ayaba awá iyá Ọșùn (2x) Iêiêiê olômiô iêiêiê olômiô Aiabá uáiá Oxum (2x) Mãe compreensível, dona das águas Oxum nossa rainha e mãe
Ọya kooro nílé ó geere-geere Ọya kooro nlá ó gẹ àrá gẹ àrá Obírin șápa kooro nílé geere-geere Ọya kíì mọ rẹ lọ Oiá côoro nilê ô guerê-guerê Oiá côoro unlá ô gará gará Ôbirin xapá côoro nilê o guerê-guerê Oiá qui a móréló Oiá tiniu na casa incandescendo brilhantemente Oiá tiniu com grande barulho afastando os raios Mulher arrasadora que ressoou na casa sensualmente e inteligentemente A Oiá cumprimentamos para conhece-la mais.
02 Ọya tó ko tó mu yà yà Tó mu yan yan Oiá to ko to mu iá iá To mu ian ian Oiá que cria, cria o rodamoinho Cria o rodamoinho
Ta ni a padá lodo Ọya ó, odò mu yà-yà Ta ni a padá lodo Ọya, odò mu yà-yà Tani a padá lodo oiá ô, odo mu iá iá Tani a padá lodo oiá, odo mu iá ia O redemoinho do rio quem pode cessar é Oiá. Para que possamos voltar.
Ọya tètè Ọya gbálẹ,Ọya tè-n-tè ayaba Ọya tètè, Ọya tè-n-tè Ọya. Oiá têtê oiá balé oiá têuntê aiabá Oiá têtê, Oiá têuntê Oiá. Oiá rapidamente varre a terra, Oiá está no topo, é a rainha. 05 Kooro níléàti mo tu-m-bá lẹ Ọya Ọya Côoro nilê atí motumbalé oiá oiá Oiá ressoou na casa e eu a reverenciei humildemente. 06 Ó í kíì gbalé ẹ láárí ó, Ó íkíì gbalé (2x) Ada máà dé fi arà gẹ ngbélé Ó íkíì gbalé ẹ láárí ó
Ô iquíi balé e lariô, ô iquíi balé (2x) Adamadê fará gambêlê O iquíi balé lariô Nós a cumprimentamos tocando a terra que possui alto valor Nós a cumprimentamos tocando a terra Que a sua espada não chegue até nós, nem use raios para cortar a casa onde vivemos.
07 Ọya kooro ó kooro ó, Ọya kooro ó kooro ó Oiá côoro ôcoorô, Oiá côoro ôcoorô Oiá tiniu, tiniu. Oiá timiu, timiu
Ó ni laba-lábá, lábá ó Oní labalabá, labá ô Elá (Oiá) é uma borboleta.
09 Olúafẹẹfẹ sorí ọmọn olúafẹẹfẹ sorí ọmọn. Oluafééfé sorí oamam, oluaféfé sorí omam. Dona dos ventos que sopram sobre os filhos.
Ọya dé ẹ láárí ó ó ni jẹ k’àrá lọsí jọko nló Oiá dê e lariô onijé cara losi joko unló Oiá chegou e ela possui alto valor Ela é quem pode baixar os raios e manda-los embora.
Ọya Șé ngbèlé àrá mu șa șiré (2x) Oiá jambêlê jambêlê ara muxáxêrê (2x) Proteja a nossa casa, senhora para quem brincamos
Ijó ijó fíríi l’àyà, Lògún ọdẹ kọ ìyà kọ ìyà Logun óde cóia cóia, Logun óde cóia cóia, Ijô ijô firí láia, Logun óde cóia cóia Logun o caçador, não castiga. Quem tem a dança livremente no peito.
Lògún wa olórí, Lògún a l’anu a ké njó Logun uá olôri, Logun a lanu a quê unjó Logun é nosso comandante, é para Logun Que abrimos a boca gritando e dançando.
Sango
Xangô é a força representada pelo som do trovão, Xangô é a terra firme. É um orixá que representa o poder em todas as suas dimensões: da riqueza, da sedução, da justiça, da força física, da inteligência. É irmão de Ogum, por parte de mãe, e também de Oxossi, sendo um filho mais caseiro e próximo de Yemonjá. Xangô apaixonou-se por sua mãe Yemonjá, perseguindo-a por longo tempo até que ela, cansada, caiu e Xangô a possuiu. Deste incesto nasceram outros orixás, filhos de Yemonjá e Xangô, entre eles os Ibejis. Xangô era extremamente mulherengo e competitivo, tendo roubado as mulheres favoritas de seus dois irmãos, às quais seduziu com sua beleza, inteligência e poder, pois ele reinou sobre todas as terras e teve como esposas Osun, a deusa do amor e da beleza, roubada de Oxossi, o deus das matas, e Iansan, a sensual deusa dos ventos e tempestades, roubada de seu irmão Ogum, o deus da guerra. Ele manteve sempre três esposas, sendo a terceira delas a poderosa Oba, guerreira forte, a única a enfrentar Ogum numa luta física (embora, perdendo a luta) e senhora dos segredos da cozinha, aos quais Xangô não resistiu, embora Obá não fosse uma mulher bonita. Em suas lutas Xangô conta sempre com a vidência e magia da deusa dos rios, Osun , com a coragem e impetuosidade de Iansan e com a força bruta de Obá. Xangô mora num palácio nos céus, onde prepara as chuvas para sua mãe Yemonjá. Tem poderes secretos, e seu machado (o Os e) é o portador de sua justiça. O barulho dos trovões é o machado de Xangô caindo do céu para fazer justiça.
Yemonja
Yemonja é considerada o princípio de tudo, juntamente com Oduduwá. Iemanjá é o mar que alimenta, que umidifica e energiza a terra, e também o maior cemitério do mundo. Representa ainda as profundezas do inconsciente, o movimento rítmico, todas as coisas cíclicas, tudo que se pode repetir infinitamente. A força contida, o equilíbrio. É a yabá dona de todos os oris (cabeças). Iemanjá uniu-se a Oxalá, a criação, e com ele teve os filhos Ogum, Oxossi e Xangô. Como seus filhos se afastaram, Iemanjá foi aos poucos se sentindo mais e mais sozinha e resolveu correr o mundo, até chegar a Okerê, onde foi adorada por sua beleza, inteligência e meiguice. Lá, o rei Alafin apaixonou- se por ela, desejando que se tornasse sua mulher. Iemanjá então fugiu, mas o rei colocou seus exércitos para persegui-la. Durante sua fuga, foi encurralada por Oke (as montanhas) e caiu, cortando seus enormes seios, de onde nasceram os rios. Conta-se que a beleza de Iemanjá é tamanha que seu filho Xangô não resistiu a ela e passou a persegui-la, com o desejo incestuoso de possuí-la. Na fuga, Iemanjá caiu e cortou os seios, dando origem as águas do mundo e aos Ibejis, filhos de Xangô com Iemanjá. Outro mito ainda narra a sedução em sentido contrário. É Iemanjá quem persegue seu filho Xangô e este é quem foge.
Representando o inconsciente, Iemanjá é considerada também a “dona das cabeças”, no sentido de ser ela quem dá o equilíbrio necessário aos indivíduos para lidar com suas emoções e desejos inconscientes.
Cantigas de Șọngó Ọba ka wòóo, ká biyè si? Podemos olhar Vossa Real Majestade? (Porque era considerado grande honra poder olhar o Ọba erguendo a cabeça diante dele)
Àwa dúpẹ ó ọba dodé, àwa dupẹ ó ọba dodé Àwa dúpẹ ó ọba dodé, àwa dupẹ ó ọba dodé Auá dupéô obá dodê auá dupéô obá dodê Auá dupéô obá dodê auá dupéô obá dodê Nós agradecemos a presença do Rei que chegou Nós agradecemos a presença do Rei que chegou
A dúpẹ ni mọn ọba ẹ kú alẹ (ẹ káalẹ) A dúpẹ ni mọn ọba ẹ kú alẹ ó wá, wá Nilẹ, a dúpẹ ni mọn ọba e kú ale. Adupé ni mobá ecúalé Adúpé ni mobá ecúalé ôuá uá Nilé adúpé ni moba ecúalé. Nós agradecemos por conhecer o Rei, Boa noite a Vossa majestade! Ele veio, Está na terra; agradecemos por conhecer o Rei. Boa noite Vossa Majestade.
3 Fẹ lẹ fẹ lẹ Yẹmọnja wá òkun, Yẹmọnja wẹkun Àgò firí mọn, ago firí mọn Àjàká wá baarú, baarú Áwa dé fẹ lẹ fẹ lẹ Yẹmọnja wèkun. Félé félé iemanjá uácum iemanjá uécum Ago firimam ago firimam ajacá uá baarú baarú Auádê félé félé iemanjá uécum Ela quer a terra, quer terra (chão) Yemanjá vem para o mar, Yemanjá nada no mar, dê-nos licença para vermos através dos Seus olhos e conhecermos Ajaká, que vem num poderoso cavalo,
Num poderoso cavalo chegou até nós, ele gosta de terra, gosta De chão, Yemanjá (gosta) de nadar no mar.
Șàngbá șàngbá didé ó níìgbòho, ọdẹ ni mọ Syìí ó, òní o Xambá xambá dideô níbôrrô ode nimô Sinhiiô ôní o Ele executou feitos maravilhosos, feitos maravilhosos E pairou sobre Ìgbòho, os caçadores sabem disto.
Òní Dàda , àgò lá ri Òní Dàda , àgò lá rí Oní dada ago larí Oní dada ago larí Senhor Dadá permita-nos vê-lo Senhor Dadá permita-nos vê-lo
6 Dáda mọnsójú ọmọn, Dáda mọnsójú ọmọn Ó fèẹrè ó ní fèẹrè, ó gbé l’ọrun Bàbá kíní l’ọnọn áa ri. Dada massójú omam dada massojú omam Ô féeré ô ní féeré ô bélorum Babá quiní lona áarí Dadá é conhecedor dos filhos pela simples visão, É franco, é tolerante, ele vive no céu É o pai que olha por nós nos caminhos
Báayí kínkín báayí ọlá