Capacidade de se comunicar de forma efetiva, Resumos de Comunicação

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COMUNICAÇÃO

E EXPRESSÃO

Debbie Mello Noble

Capacidade de se

comunicar de forma eficaz

Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Reconhecer a importância da capacidade de comunicação para a carreira. „ Identificar os fundamentos básicos da comunicação. „ Explicar como ocorre o processo de comunicação.

Introdução

Neste capítulo, você vai ler sobre os fundamentos básicos da comunicação e a importância de uma boa comunicação no âmbito profissional. Verá também que a comunicação pode ser formal, informal, oral, escrita, verbal ou não verbal. Além disso, vai compreender o funcionamento do processo de comunicação.

Importância da comunicação na carreira

A comunicação e, mais do que isso, a boa comunicação é fundamental no âmbito profissional. Como vimos, há algumas formas mais comuns de comu- nicação e, especialmente em se tratando de carreira, precisamos ser eficazes na comunicação oral e escrita e também na comunicação não verbal. Assim, é necessário aprimorar também as formas pelas quais nos comunicamos visualmente.

Comunicação não verbal na carreira

Em diferentes situações de comunicação, precisamos estar adequados ao contexto. No ambiente de trabalho, funciona da mesma maneira: tanto a forma de nos comunicarmos quanto a maneira como nos expressamos devem ser

escrita é, portanto, uma capacidade indispensável na carreira. É uma habilidade importante que deve ser aprimorada de forma a garantir o desenvolvimento da capacidade de comunicação eficaz. No âmbito profissional, precisamos saber escrever de forma clara e objetiva, a fim de dar e solicitar informações da forma mais assertiva possível.

A leitura é uma das formas mais eficazes de se comunicar melhor e, especialmente, de escrever melhor. Isso ocorre porque o sujeito leitor passa a ter mais repertório de linguagem escrita e, por consequência, enriquece seu vocabulário, conhece e sabe utilizar mais maneiras de estruturar uma frase.

Além da já comprovada importância da leitura para o enriquecimento do repertório de qualquer sujeito, ela também é essencial para a atualização do profissional. Para estar sempre atualizado, o profissional deve ler muitos e variados tipos de texto. Por exemplo, para acompanhar as mudanças tecnológicas e sociais do mundo, o profissional pode organizar uma lista de sites de notícias e infor- mação importantes tanto sobre sua profissão específica quanto sobre carreira, negócios, economia, além de jornais, revistas e grandes portais de comunicação variados. Por outro lado, a leitura de livros, em geral, auxilia o repertório vocabular e a maneira como escrevemos. Ler boa literatura, incluindo especialmente livros de ficção e romances, é fundamental para um profissional agregar diferentes informações e conhecimentos de mundo. Assim, há conhecimentos que não estão no currículo, mas que são fundamentais para sermos reconhecidos profissionalmente. Hoje em dia, diante de tantas informações desencontradas e não verdadeiras, as empresas medem o nível intelectual dos candidatos, na hora de recrutar, realizando questões como:

„ Qual foi o último livro que você leu? „ Qual o melhor livro que você já leu e por que ele marcou sua vida? „ Como você recomendaria seu livro preferido para seu líder?

Saber responder a essas questões demonstra que um candidato não só é um comunicador fluente, como também uma pessoa que se preocupa com o conhecimento. Podemos ter certeza disto: conhecimento nunca é demais, em qualquer profissão.

Comunicação oral na carreira

A comunicação oral é tão importante quanto a comunicação escrita. Pro- fissionalmente e no convívio em sociedade, ambas são imprescindíveis. A especificidade da comunicação oral, seja ela formal ou informal, é o fato de ter diante de si, em um contexto imediato, a pessoa com quem se fala. Assim, seja para participar de reuniões ou realizar apresentações orais, o profissional de qualquer área deve estar bem preparado para que sua comunicação seja eficaz. Para isso, deve:

„ conhecer o público para o qual fala; „ ter objetivos muito claros em mente em relação ao que deseja comunicar; „ ensaiar a fala se o contexto for de apresentação formal ou se costuma ficar nervoso; „ dominar bem o assunto sobre o qual vai falar.

Se o contexto for de comunicação informal, como em reunião com chefes e colegas ou até mesmo para solicitar um aumento, vale a máxima: devemos nos adequar ao interlocutor e não falar sobre aquilo que não temos conhecimento. Seguindo esses passos simples, a comunicação será muito mais eficaz.

Fundamentos básicos da comunicação

Para Heidegger (1998), a comunicação é existência, é a relação natural entre os seres humanos. A comunicação, na visão de alguns autores, é a própria emoção, e dela está impregnada a existência do ser humano. Ela mensura a capacidade de comunicação, uma vez que emoções como alegria, euforia e tristeza podem interferir na capacidade de comunicar eficazmente algo. A comunicação envolve diferentes aspectos da expressão do sujeito e de sua forma de se relacionar e interagir com o meio e com outros sujeitos. A comunicação é, portanto, fundamental tanto profissionalmente quanto para outros tipos de relações.

Ao contrário do que muitos pensam, também é possível comunicar-se e transmitir uma mensagem sem utilizar a palavra. Isso ocorre não somente por meio dos gestos e das expressões que acompanham a fala, como também pelo vestuário e pelo conjunto visual (a aparência) de um sujeito.

Por outro lado, as línguas de sinais, como a língua brasileira de sinais (Libras), apesar de serem uma forma de comunicação não verbal, são organi- zadas e institucionalizadas como língua, o que lhes confere um certo estatuto semelhante ao da comunicação verbal, como veremos a seguir.

Comunicação verbal

A comunicação verbal utiliza o código linguístico. Isso quer dizer que, para que nos comuniquemos de forma oral ou escrita, os envolvidos no processo de comunicação devem dominar ou, pelo menos, compartilhar minimamente o mesmo código linguístico. A fala é a maneira mais evidente quando pensamos em comunicação, sendo seguida imediatamente pela escrita. No entanto, há quatro tipos básicos de comunicação (fala, escrita, audição e leitura), isso porque a fala envolve imediatamente a audição, e a escrita envolve a leitura. Isso quer dizer que não há processo de comunicação sem o envolvimento de uma das partes do esquema de Roman Jakobson, conforme veremos a seguir. Assim, apesar de a fala poder acontecer sem um interlocutor, o processo de comunicação não ocorre sem uma interlocução. Da mesma forma, a circulação de uma mensagem escrita é fundamental se o objetivo for estabelecer uma comunicação com outros sujeitos. Ela pode ocorrer de forma passiva — quando ocupamos o lugar de re - ceptores ou lemos uma mensagem escrita — ou de forma ativa — quando ocupamos o lugar de emissores de uma mensagem ao falar ou escrever.

Processo de comunicação

No sentido dicionarizado, a comunicação seria a capacidade de se transmitir e/ou receber uma mensagem. A origem desse sentido pode ser explicada pelo esquema informacional de Roman Jakobson, em sua teoria da comunicação, produzida em 1960 (JAKOBSON, 1991).

A comunicação não possui somente uma corrente teórica, mas várias, o que lhe confere um caráter plural. É importante conhecer as diferentes formas de pensar a teoria da comunicação. Uma dica de leitura para compreender mais sobre o assunto é o livro História das teorias da comunicação, de Armando e Michele Mattelart (1999).

A teoria da comunicação compreende o funcionamento da linguagem como uma ferramenta de comunicação e explica o processo de comunicação de maneira sistêmica. Vamos ver, a seguir, o funcionamento do processo de comunicação.

Esquema de Jakobson

Nessa teoria, a comunicação é composta por diferentes elementos, que asse- guram a transmissão das mensagens de maneira eficaz. São eles:

„ código; „ mensagem; „ emissor; „ receptor; „ meio; „ referente.

Assim, o processo de comunicação é formado pela conjugação desses ele- mentos. A Figura 1 apresenta um esquema da comunicação pensado pelo autor.

Jakobson ainda compreende que esse esquema está relacionado às possí- veis funções da linguagem. Isso porque cada uma dessas funções representa situações de comunicação. São seis as funções da comunicação:

„ Função referencial ou denotativa — A função referencial está ligada ao referente, ou seja, àquilo do que se fala. O objetivo do uso da função referencial é informar. Ela é comumente encontrada na comunicação jornalística e no discurso científico e médico. „ Função emotiva ou expressiva — A função emotiva está diretamente ligada à figura do emissor. Ela aparece em mensagens emotivas, que visam transparecer a emoção sentida por seu emissor. „ Função conativa ou apelativa — O foco está no receptor com objetivo de persuadi-lo. Funciona na transmissão de mensagens publicitárias, por exemplo. „ Função fática — Possui foco no canal, pois visa estabelecer contato entre os sujeitos envolvidos na comunicação. Um exemplo é uma sau- dação entre duas pessoas que se encontraram. „ Função metalinguística — Possui foco no código, ou seja, na própria linguagem. Os dicionários e as gramáticas são os melhores exemplos de metalinguagem, pois usam a linguagem para explicar a própria linguagem. „ Função poética — Tem seu foco na mensagem. Típico de obras literárias e pode aparecer também na comunicação publicitária.

A frase “o meio é a mensagem” faz parte da teoria da comunicação do autor Marshall McLuhan, que a lançou em 1960 nos Estados Unidos (TEÓRICOS da comunicação, 2012). Para o autor, o meio é que configura e controla a proporção e a forma das ações e associações humanas. Ou seja, o meio é que determinaria a mensagem. Uma de suas ideias principais é a de que “[...] os meios de comunicação são extensões do homem” (TEÓRICOS da..., 2012, documento on-line). Para ele, assim como:

[...] se usa uma pinça para aumentar a precisão das mãos e uma chave de fenda para girar um parafuso, os meios de comunicação seriam, na verdade, extensões dos sentidos do homem. Os óculos, por exemplo, são extensões do olho, a roupa é uma extensão da pele, a roda do carro é uma extensão do pé. Com a internet, não deixa de ser curioso se falar em ‘relações virtuais’, como se as máquinas fossem realmente capazes de sentir e pensar pelos seus operadores (TEÓRICOS da..., 2012, documento on-line).

Para saber um pouco mais sobre a teoria da comunicação de Marshall McLuhan, assista ao vídeo a seguir.

https://goo.gl/yRuZUd

HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

JAKOBSON, R. Linguística e poética. In: JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. São Paulo: Cultrix, 1991.

PÊCHEUX, M. Análise automática do discurso. Campinas: Pontes, 1997.

TEÓRICOS da comunicação. 2012. Disponível em: <https://teoricosnocomando.word- press.com/category/marshall-mcluhan/>. Acesso em: 28 nov. 2018.

Leituras recomendadas

CHALHUB, S. Funções da linguagem. São Paulo: Ática, 1990.

DINO. Visagismo é técnica que pode auxiliar, tanto profissionais de beleza, quanto clientes finais. 2018. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/dino/visagismo-e- tecnica-que-pode-auxiliar-tanto-profissionais-de-beleza-quanto-clientes-finais/>. Acesso em: 28 nov. 2018.

HINDLE, T. Como liderar reuniões: seu guia de estratégia pessoal. São Paulo: Publifolha,

MATTELART, A.; MATTELART, M. História das teorias da comunicação. São Paulo: Loyola,

POLITO, R. Vença o medo de falar em público. São Paulo: Saraiva, 1996.

PRESTES, J. O meio é a mensagem – McLuhan. 2012. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=EnvKeiNAnLc>. Acesso em: 28 nov. 2018.