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Caso clinico desenvolvido na disciplina saíde do adulto e idoso 1, esse caso clinico nos remete a raciocinar e agir nas situações mais complexas de uma familia tpica de um país desenvolvido como o Brasil, doenças acometidas por essa familia que vai desde meningite, tuberculose, hipertensão, hipercolesterolemia, depressão, ansiedade e mal de alzheimer.
Tipologia: Notas de estudo
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Compartilhado em 27/02/2010
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Caros alunos, na tentativa de associar os estudos teóricos às praticas de atenção a saúde do adulto, estamos propondo como avaliação em estudo de caso. O caso a ser estudado é uma família. As informações foram coletadas durante uma visita de um dos seus membros ao Programa de Controle da Tuberculose.
O que é um estudo de casos?
Na visão de Galdeano et al (2003, p.372), interpretando Creswell , o estudo de caso pode ser definido como uma exploração de um sistema delimitado ou de um caso, obtido por meio de uma detalhada coleta de dados, envolvendo múltiplas fontes de informações.
Os estudos de casos são classificados me de dois tipos:
O CASO A família do Sr. J.S.S. reside no bairro Tomba, em uma casa recebida de herança, possui três quartos, uma sala, uma cozinha, 01 banheiro e uma varanda. Localizado em uma rua sem pavimentação que, quando chove, “vira uma buraqueira só”. O lixo é coletado três vezes por semana e água utilizada é da EMBASA. Residem na mesma casa o casal, uma filha e uma neta. Em outra rua, mas no mesmo bairro, moram os pais do Sr. J.S.S., ambos idosos. V.S.S. esposa do Sr. J.S.S, 55 anos de idade, casada há 27 anos, altura 1,65, peso 90 kg, CA=90cm, PA: 150x80mmhg. Ensino fundamental incompleto, trabalhou durante 10 anos numa fábrica de fardamentos escolares e quando se casou teve que deixar o emprego para cuidar da casa, do marido e dos filhos. Dona de casa, responsável por todo o serviço doméstico, queixa-se de mal – estar, hiporexia, astenia, mialgias, náuseas, vômitos, edema e dores intensas em MMII. Além de uns caroços que aparecem nas pernas e braços que ficam bem vermelhos e doloridos. Refere que está tomando “um mundo de remédio” há quase um ano, mas que não lembra os nomes. Eles dão de graça esses remédios lá no posto do tênis, mas não to vendo melhora não. Tem um mesmo que depois que comecei a tomar, engordei 10 kg. Meu marido até anda reclamando que to muito gorda e até minha pressão aumentou depois desses remédios. Tô até pensando se vou continuar a tomar... A enfermeira me disse que o remédio é pra diminuir o inchaço das pernas e a dor. Mas não sei não viu... melhora umas coisa e piora outra. Quem já viu isso?! Apresentou c o resultado do exame de baciloscopia que recebeu no dia anterior com resultado negativo. Hemograma: Hb 10,9g/dl, Ht 38,3%, leuco 7000/mm^3 , glicemia jejum 200mg/dl, colesterol total 180mg/dl, LDL 100mg/dl, HDL 5mg/dl.
DISCIPLINA: ENFERMAGEM DA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO l DISCENTES: MILENA LEITE E WESLEY SOUZA
Feira de Santana, janeiro 2010
Com a tentativa de associar os estudos teóricos às práticas de saúde do adulto e idoso, nos foi proposto o estudo de caso de uma família fictícia do Srº J.S.S, residente no município de Feira de Santana, no bairro do tomba o qual parte a família não estar integrada à Unidade de Saúde do bairro.e como estratégia para levantar os problemas da família, proximidade da família ao serviço de saúde , seguimento das orientações dadas pela enfermagem, adesão aos possíveis tratamento, foi feito uma visita domiciliar com esses objetivos citados. A Visita Domiciliária é um dos instrumentos mais indicados à prestação de assistência à saúde, do indivíduo, família e comunidade e deve ser realizada mediante processo racional, com objetivos definidos e pautados nos princípios de eficiência. Apesar de antiga, a Visita Domiciliária traz resultados inovadores, uma vez que possibilita conhecer a realidade do cliente e sua família in loco , contribuir para a redução de gastos hospitalares, além de fortalecer os vínculos cliente – terapêutica – profissional. MATTOS (1995) evidencia a amplitude da Visita Domiciliária na área da saúde, permitindo avaliar, desde as condições ambientais e físicas em que vivem o indivíduo e sua família, até assistir os membros do grupo familiar, acompanhar o seu trabalho, levantar dados sobre condições de habitação e saneamento, além de aplicar medidas de controle nas doenças transmissíveis ou parasitárias. A Visita Domiciliária também deve ser considerada no contexto de educação em saúde por contribuir para a mudança de padrões de comportamento e, conseqüentemente, promover a qualidade de vida através da prevenção de doenças e promoção da saúde. Garante atendimento holístico por parte dos profissionais, sendo, portanto, importante a compreensão dos aspectos psico-afetivo-sociais e biológicos da clientela assistida. A história do surgimento das visitas domiciliares permite observar o quanto ela se confunde com o nascimento da enfermagem em saúde pública e sua relação com a história da saúde pública no mundo, o que nos leva a refletir sobre novos desdobramentos do cuidado em enfermagem. O aparecimento do serviço de enfermeiras visitadoras no Brasil é marcado com o objetivo da prevenção. As visitadoras deveriam prestar assistência priorizando aspectos educativos de higiene, dirigidos a doentes (NOGUEIRA & FONSECA, 1977). Em relação ao posicionamento da visita domiciliar no contexto da Enfermagem de Saúde Pública, a visita domiciliar constituiria um dos instrumentos mais eficientes para se trabalhar com a comunidade e com as famílias na promoção e na detecção de suas
necessidades de saúde. De acordo com (ARAÚJO, 2000), “são funções da enfermagem de saúde pública, com relação à família, aquelas que visam assisti-la no desempenho de atividades que contribuam para promover e recuperar a saúde de seus membros”. Segundo COSTA (1997), “a visita domiciliária como atividade dirigida à família enseja um tipo de ensino voltado à solução de problemas de vivência em situações da vida real, no ambiente familiar”. É uma atividade caracterizada fundamentalmente pela interação entre indivíduos, e aí, a comunicação assume uma importância decisiva. Na atualidade, o PSF, através da Visita Domiciliária, propicia maior proximidade dos profissionais e serviços com as pessoas e seus modos de vida. Conforme FONSECA e BERTOLOZZI (1997), ela permite uma aproximação com os determinantes do processo saúde-doença no âmbito familiar. Ou seja, a Visita Domiciliária é um instrumento que possibilita o enfermeiro identificar como se expressam, na família, as formas de trabalho e vida dos membros, quais padrões de solidariedade se desenvolvem no interior do universo familiar e como estes podem contribuir para o processo de cuidado, cura ou recuperação de um de seus membros. Além de buscar a identificação dessa situação familiar, a sua prática compreende ainda entender as funções sociais, econômicas e ideológicas e de reprodução da força de trabalho da família na sociedade.
A família do Sr. J.S.S. reside no bairro Tomba, em uma casa recebida de herança, possui três quartos, uma sala, uma cozinha, 01 banheiro e uma varanda. Localizado em uma rua sem pavimentação que, quando chove, “vira uma buraqueira só”. O lixo é coletado três vezes por semana e água utilizada é da EMBASA. Residem
da semana e aos domingos, ‘ faço unha na casa das clientes. Porque no salão eu divido o lucro com o dono e aos domingos, não. O que ganho é tudo meu e as clientes gostam porque é mais confortável pra elas’. Ela refere que a renda auferida, vai toda para as despesas da casa, não sobrando quase nada. No salão de beleza trabalha há 4 anos e não possui vínculo empregatício. Informa que atualmente anda sentindo dores intensas na coluna lombar e no antebraço direito, principalmente à noite. “ De vez em quando também sinto câimbras nas pernas, inchaço e dormência. Mas sobre esses problemas de saúde não falo com ninguém, porque tenho medo do dono do salão descobrir e me botar pra fora ”. Não contribui com o INSS como autonômo. Os pais de J.S.S. o Sr. I.M.S.S, aposentado, 79 anos de idade, freqüenta assiduamente o grupo de idosos do PSF do bairro onde reside. Numa dessas reuniões do grupo apresentou comportamento agressivo, esquecendo com freqüência de acontecimentos recentes. O Agente Comunitário de Saúde- ACS, relata que a esposa do Sr. I.M.S.S. a Sra. P.M.G. confirma o esquecimento e a agressividade também no domicílio. O agente relata ainda que dona P.M.G anda sem vontade de sair, “ até mesmo pra igreja não está indo ”. Quando perguntado pelos motivos ela diz que está sem vontade e que “ nem todo mundo gosta de ficar perto de véio ”. A Sra. P.M.G , segundo o ACS, é hipertensa, tem se alimentado mal porque não tem vontade de cozinhar; “ tenho minhas dúvidas se ela ta tomando o remédio direito ”, afirma a agente.
A família do Srº J.S.S, como muitas das famílias brasileiras, nos revela problemas individuais e coletivos, que precisam ser sanados ou ao menos amenizados, para que seus integrantes alcancem um patamar de saúde mais elevado, sendo este termo considerado conforme a Declaração de Alma-Ata, o “estado de completo bem- estar físico, mental e social”, priorizando a qualidade de vida de cada indivíduo isoladamente e em suas relações familiares. Segundo Ferreira et al (S/A) coletivo é classificado como aquilo que abrange ou compreende muitas coisas ou pessoas. (...) que manifesta a natureza ou tendência de um
grupo como tal ou pertencente a uma classe, a um povo, ou a qualquer grupo. Os problemas coletivos são os reflexos dos problemas individuais de cada membro da família, projetados no contexto familiar. Não adianta buscarmos soluções individuais, se não conhecemos o contexto de vida da pessoa em questão.
ORIENTAÇÃO E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA OS PROBLEMAS COLETIVOS
2.1 Integração da família ao serviço de saúde É fato que a família J.S.S com exceção dos seus pais, e o serviço de saúde do bairro onde moram não estão intimamente ligados. Talvez a não adesão ao serviço se deva a um único fator ou à combinação deles. Algumas suposições seriam a falta de credibilidade e conhecimento do serviço, ou mesmo a presença de múltiplas barreiras (acesso geográfico, financeiras, administrativa e cultural) que dificultem o acesso dos mesmos à Unidade de Saúde da Família (USF). É bem verdade que a família em estudo não está adaptada ao sistema preventivo de saúde, mas ligado ao modelo curativista, pois os seus membros só buscam atendimento em ocasiões de doença. Conforme Giovanella & Mendonça (2003), para que as USF sejam consideradas pelos usuários como porta de entrada/serviço de primeiro contato regular do sistema de saúde, faz-se necessário que a mesma seja acessível à população adscrita.
de uns caroços que aparecem nas pernas e braços que ficam bem vermelhos e doloridos .apresenta ainda um valor de TA 150X 90 mmg que já considera-se hipertensa segundo a dados da OMS e precisa de mais avaliações para fechar o diagnóstico. Precisamos, como profissionais de saúde, conscientizar os membros da família que saúde não é apenas ausência de doença, enfocando o lado preventivo das ações. Devemos nos empenhar, também, através das estratégias citadas anteriormente, em eliminar as múltiplas barreiras de acesso às USF, e mostrar o quão resolutivo a atenção primária pode ser, o que dá credibilidade ao serviço.
2.2 Pavimentação pública e os cuidados com o lixo doméstico A descrição da rua da família do Sr. J.S.S nos revela pontos importantes que podem influenciar direta ou indiretamente na qualidade de vida de seus membros. O fato da rua não ter pavimentação pública, por exemplo, propicia as transmissões bacterianas cuja porta de entrada pode ser pelo contato com a pele do individuo seja por insetos ou por água contaminada , transmissão feco-oral e higiene corporal inadequada. Em uma comunidade, segundo Menezes (1993, p.17), “os fatores mais importantes em nível de saúde são, pela ordem, os seguintes: em primeiro lugar, a qualidade de vida; em segundo lugar o saneamento; em terceiro lugar, os atos médicos”. Cita ainda o autor que o abastecimento de água, “simultâneo com o destino adequado de dejetos, é capaz de influir poderosamente contra as mais freqüentes endemias: esquistossomose, verminose, amebíase, shigueloses, febre tifóide”.
Segundo a OMS : saneamento básico de saúde "É o controle de todos os fatores do meio físico do Homem que exercem efeito deletério ( prejudicial ) sobre seu bem estar físico, mental ou social "e se restringe ao abastecimento de água e disposição de esgotos, mas inclui também o lixo nesta categoria. Outras atividades de saneamento são: controle de animais e insetos, saneamento de alimentos, escolas, locais de trabalho e de lazer e habitações.
Para se acabar com a epidemia da cólera , seria necessário: investir:
Importante é que do Sr J.S.S seja orientada a que seus membros andem sempre calçados, beber água fervida ou filtrada, lavar bem os alimentos como frutas e verduras com uma colher de sopa de água sanitária ou vinagre para um litro de água, principalmente onde a família mora numa área de terra, onde o acúmulo de água da chuva pode propiciar o crescimento de larvas transmissoras de parasitoses intestinais, Abaixo segue duas tabelas das doenças provocadas pela falta de saneamento básico com os seguintes tópicos: o grupo de doenças, formas de transmissão e prevenção.
Doenças Relacionadas com Água Contaminada
Grupos de Doenças
Formas de Transmissão
Principais Doenças Relacionadas
Formas de Prevenção
Transmitidas pela via feco- oral (alimentos contaminados por fezes)
O organismo patogênico (agente causador da doença) é ingerido.
» Proteger e tratar as águas de abastecimento e evitar o uso de fontes contaminadas » Fornecer água em quantidade adequada e promover a higiene pessoal, doméstica e dos alimentos. Controladas pela limpeza com água
A falta de água e a higiene pessoal insuficiente criam condições favoráveis para sua disseminação.
» Fornecer água em quantidade adequada e promover a higiene pessoal e doméstica
Associadas à água (uma parte do ciclo de vida do agente infeccioso ocorre em um animal aquático
O patogênico penetra pela pele ou é ingerido.
As doenças são propagadas por insetos que nascem na água ou picam perto dela.
» Eliminar condições que possam favorecer criadouros » Combater os insetos transmissores » Evitar o contato com criadouros » Utilizar meios de proteção individual Fonte: http://www.esgotoevida.org.br/saude_saneamento.php
Grupos de Doenças
Formas de Transmissão Principais Doenças Relacionadas Formas de Prevenção
Feco-orais (não bacterianas)
Contato de pessoa para pessoa, quando não se tem higiene pessoal e doméstica adequada.
» Melhorar as moradias e as instalações sanitárias » Implantar sistema de abastecimento de água » Promover a educação sanitária Feco-orais (bacterianas)
Contato de pessoa para pessoa, ingestão e contato com alimentos contaminados e contato com fontes de águas contaminadas pelas fezes.
» Implantar sistema adequado de disposição de esgotos melhorar as moradias e as instalações sanitárias » Implantar sistema de abastecimento de água » Promover a educação sanitária Helmintos transmitidos pelo solo
Ingestão de alimentos contaminados e contato da pele com o solo.
» Construir e manter limpas as instalações sanitárias » Tratar os esgotos antes da disposição no solo » Evitar contato direto da pele com o solo (usar calçado) Tênias (solitárias) na carne de boi e de porco
Ingestão de carne mal cozida de animais infectados
» Construir instalações sanitárias adequadas » Tratar os esgotos antes da disposição no solo » Inspecionar a carne e ter cuidados na sua preparação
etc.), enquanto que famílias de nível socioeconômico inferior, com menor escolaridade, poder econômico, etc. se preocupam mais com valores de conformidade (limpeza, bons modos, obediência, etc. (BEM & WAGNER, 2006, p. 67). Além disso, observa-se também em estudo dos mesmos autores que as famílias de baixo nível sócio-econômico têm a tendência de priorizar adesão a padrões externos de comportamento, podendo tal fator está associado ao senso comum de que o pobre é um ser necessitado, que deve sempre obedecer e respeitar as hierarquias e situações que lhe são impostas. Portanto, com base no que foi esclarecido, pensa-se que a condição de pobreza deve ser considerada como um fenômeno multidimensional e diverso, o qual inclui aspectos sociais, culturais e econômicos, comprovados pela discriminação e exclusão, carência ou acesso limitado aos serviços destinados às necessidades básicas da família, níveis de renda inferiores aos requerentes de uma qualidade de vida equilibrada, e ainda frágeis condições de saúde e educação. A família do Sr. J.S.S acaba por ser vítima do meio o qual estão incluídos, e por isso, observam-se os problemas em sua composição familiar. A baixa escolaridade da filha é reflexo do nível de escolaridade dos pais, e mesmo acontece com a Sr. S.M.S.S apresentando 2º grau completo, não é suficiente para que esta consiga mudança em seu status sócio-econômico, não somente pela condição trabalhista em que se encontra, mas também pela qualidade da educação brasileira, que é deficiente e não atende às reais necessidades do seu povo.
2.4 Baixa renda familiar e problemas culturais que levam à sobrecarga de trabalho da genitora Para Starfield (2004), a saúde de um indivíduo ou uma população é apontada por sua combinação genética, no entanto sofre ampla influência do ambiente social e físico, por atitudes culturais ou socialmente determinadas, bem como pela natureza da atenção à saúde oferecida. Fazendo a leitura dos relatos da Srª. V.S.S no estudo proposto, ela revela ser a responsável pelas atividades da casa, desde sua arrumação ao preparo dos alimentos, não havendo divisão das tarefas nem valorização da figura materna. Em estudo realizado por Martin & Angelo (1999) o qual objetivou compreender a percepção das mães de uma comunidade de baixa renda na cidade de São Paulo, bem como o significado do seu papel na estrutura familiar e cuidado com os filhos,
percebemos que está na figura materna a responsabilidade de prover, cuidar, administrar, educar e sociabilizá-los. As autoras referenciando Lynch & Tiedje (1991) afirma que as famílias de baixa renda possuem características peculiares da sua classe no processo de comunicação familiar e socialização dos filhos, há uma divisão de papéis entre os pais, cabendo à mulher a responsabilidade de sociabilizar e educar os filhos, e ao homem o sustento da família. Afirmam ainda que as interações familiares visam a resolução de problemas e não a prevenção desses, e que há a recusa dos homens em assumir ou participar mais ativamente nas atividades no trabalho doméstico e educação dos filhos. Isso é válido para a família do Srº J.S.S, onde a mulher, mãe, Sra. V.S.S, é quem assume em sua totalidade as ocupações domésticas e inclusive a tarefa de cuidar de quem adoece na família. É, sobretudo, uma questão de gênero, onde a mulher adquire uma carga de trabalho superior ao que formalmente é percebido no meio social. No entanto, não podemos deixar de enxergar este fato como uma violência à mulher. Deslandes et al, (2000) apud MS, (1993) define violência doméstica como as distintas formas de violência interpessoal (agressão física, abuso sexual, abuso psicológico e negligência) que ocorrem dentro da família, sendo cometidas por um agressor (que possui laços de parentesco, familiares ou conjugais) em condições de superioridade (física, etária, social, psíquica e/ou hierárquica). Podemos perceber, portanto, que os pais desempenham seus papéis de forma frágil, sem reflexão e acabam não preparando os filhos para a divisão de tarefas, como na família do Srº J.S.S, acarretando uma violência à Sra^. V.S.S que se encarrega de todo o trabalho doméstico e de cuidado da família. Sabemos que não deve ser considerado papel exclusivo da mulher todas as tarefas citadas anteriormente, contudo não podemos desconsiderar que a situação social a qual estão enquadradas contribui diretamente para a estruturação de tais concepções patriarcais e da sobrecarga do trabalho feminino nessa família. Portanto, não adianta apenas nós, enquanto profissionais enfermeiros, discutirmos individualmente com a mulher sobre a sua função no seio familiar. É preciso que toda a família compreenda, sem desconsiderar os seus conceitos e concepções, que a divisão de tarefas é positiva no equilíbrio e qualidade de vida da mesma, de forma que todos os seus membros sejam responsáveis pela realização das tarefas domésticas. Uma forma interessante seria instigar a família a dividir as tarefas, enquanto o profissional, em conjunto, confeccionaria um material com a distribuição das atividades, feita pela própria família. Além disso, a temática em educação em saúde