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Um estudo sobre a relação entre a formação em administração oferecida pelo ifba e a empregabilidade de seus egressos. O trabalho busca entender as competências e habilidades desenvolvidas no curso, contrastando-as com as exigidas pelo mercado de trabalho. O estudo foi baseado em pesquisa bibliográfica e de campo, incluindo a distribuição de um questionário aos egressos do curso.
Tipologia: Teses (TCC)
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação em Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientador: Prof. Dr° Alexandre Silva
The new worker profile brought terms such as abilities and skills. These terms have been used very often on both academic and professional environment. To be able to understand the connexion between these terms and the Administrator's employability this paper seeks to apprehend the abilities and skills highlighted on the bachelor of General Business Administration, contrasting them with those which are required by the labor market. A literature search was important on understanding the issue and allowed the identification of two trends: researchers who believe that the development of the skills of the worker is a responsibility of educational institutions and see on this learning process a possibility of development for both the company and the worker. On the other hand, the researchers who have a more critical analysis, believe that the new qualifications are a subtle manner of demanding and controlling the workers even more, by requiring the manager the abilities and skills to conduct activities entailing greater responsibility and to work in team, as an excuse to be able to maintain his job. The object of study was the performance in the labor market of graduates from Business Administration at IFBA. The theme was justified by the need of the researcher to understand how a degree in Business Administration has helped in the process of being and staying employed. The issue involving the object of study is related to the excess of professionals in this area in the labor market, the motivations at the time of choosing this course to study and the consequences of these issues for the graduates. The research problem was the possible relationship between the degree in Business Administration, the expectation of the labor market and the opinion of graduates and whether these issues would be able to influence the administrator’s employability or not. To get the data, a questionnaire was sent to the students who have already graduated from the bachelor of Business Administration at IFBA, from which it was possible to collect and categorize the responses in order to hold a debate between theoretical research and data from field research. The debate originated provided the possibility to identify the skills and competencies that are relevant and contrast them with those that are effectively developed during the course. The bachelor of Business Administration at IFBA, according to most of the graduates surveyed, even with inconsistencies and in need of an overhaul in some aspects, was able to contribute positively to finding themselves employed today.
Keywords : Bachelor of General Business Administration, new skills, new worker profile, IFBA
Termo competência tem sido utilizado desde o início da década de 1970, quando o taylorismo-fordismo, modo de organização do trabalho vigente, começou a entrar em declínio. E ao mesmo tempo dava lugar para um novo modelo de produção, denominado toyotismo.
O novo modelo organizacional, centrado na gestão flexível que se volta para a produção restrita, Just in time e puxada por uma demanda que se inclui no “circuito de integrados”, isto é, daqueles que podem consumir, cerca de 1/ da população, busca produtos/serviços sofisticados, personalizados que contemplam suas necessidades e desejos. Essa característica que marca o consumo na atualidade é indicio da instauração de um processo de individualização que perpassa as relações sociais. (FIDALGO et. al, 2007)
O empregado necessitou se adaptar às novas imposições implementadas no processo produtivo para que não fosse considerado como incapacitado de permanecer no ambiente de trabalho. Os pré-requisitos para adquirir um emprego e manter-se nele, passaram a ser nível de escolaridade, habilidade para trabalhar em equipe, assim como, de lidar com diversas máquinas e disponibilizar-se para exercer diversas atividades na produção.
[...] o conceito de qualificação vinculado ao padrão taylorista-fordista de produção, que se peculiarizava pela priorização das categorias formação, emprego, carreira e remuneração, vai sendo preterido, entrando em cena a noção de competência. Essa nova lógica objetiva, por um lado, ressiginificar o campo relativo ao trabalho e à educação, desfocando-o das perspectivas dos empregos, das ocupações e das tarefas e, por outro, fazer emergir novos esquemas e modos de capacitar a força laboral e de gerir/organizar o processo produtivo, institucionalizando novos códigos profissionais. (FIDALGO 2007 et. al)
Juntamente com essa situação de reorganização produtiva, deu-se uma maior utilização do termo competências. Fleury e Fleury (2001) ressaltam que David McClelland, um dos primeiros pesquisadores do tema, caracteriza o termo como uma característica única de cada indivíduo, algo intransferível. Todavia, com o desenvolvimento da pesquisa na área, passou-se a atribuir ao termo competência a desenvoltura, a capacidade de tomar iniciativa e o saber utilizar os conhecimentos teóricos para resolver questões práticas.
A discussão sobre o que vem a ser competências pode ser realizada em duas perspectivas: a ênfase técnica, que argumenta que as competências são qualidades a serem desenvolvidas pelos trabalhadores , com o auxilio das instituições de ensino, para que se tornem aptos a entrar no mercado de trabalho; e a visão crítica, que afirma que as competências simbolizam as novas imposições de qualificação após a reestruturação produtiva e que podem, ou não, ser desenvolvidas durante os anos de estudo acadêmico, necessitando, desta forma, de experiência prática para serem aprimoradas.
Atrelado ao debate da lógica da competência, está o termo empregabilidade. Na visão de alguns autores, devido à inexistência de posições de emprego suficiente, esta pode ser um artifício do empregador que pode ser utilizada para manter o individuo ligado à organização, se e somente se, esse seja capaz de atender, de forma satisfatória, as demandas que possam surgir. Tendo assim que priorizar os interesses da instituição em detrimento dos seus próprios, sob pena de ser considerado incapaz de permanecer empregado.
O conceito (empregabilidade) opera com clareza ideológica as contradições da mundialização do capital, um sistema mundial de produção de mercadorias centrado na lógica da financeirização e da “produção enxuta”, totalmente avesso às políticas de pleno emprego e geradora de desemprego e exclusão social. É por isso que a mundialização do capital tende a disseminar, como eixo estruturador de sua política de formação profissional, o conceito de empregabilidade, que aparece, com relativo consenso, nos discursos de neoliberais ou sociais-democratas, como requisito básico para superar a crise do desemprego. (ALVES, 2010)
Em oposição a esse ponto de vista, a empregabilidade seria a capacidade do trabalhador, independentemente do estado do mercado, de manter-se constantemente empregado. Para isso, acredita-se que o profissional que está qualificado e preserva-se constantemente atualizado, facilmente conseguirá uma posição na organização. Nesta visão, o empregado, e não o empregador, possui o domínio sobre a sua carreia e saúde profissional.
Por isso, nesse contexto de incertezas e mudanças, as instituições de ensino necessitam identificar as competências necessárias ao administrador para o exercício satisfatório da sua atividade profissional. Desta forma, é preciso que, durante o período de formação acadêmica, essas qualificações sejam aperfeiçoadas
A graduação em administração, a expectativa do mercado e a opinião dos graduados influenciam na empregabilidade do administrador?
1.5. HIPÓTESE
Influência da graduação em administração, da expectativa do mercado e da opinião dos graduados na empregabilidade do administrador.
1.6. OBJETIVOS
Levantar e analisar dados, efetuar pesquisa bibliográfica para identificar as habilidades e competências requeridas pelo mercado de trabalho e comparar com as que vêm sendo desenvolvidas pelo curso de Administração do IFBA.
Analisar a proposta do curso de Administração do IFBA e as competências e habilidades que são desenvolvidas ao longo do curso. Identificar, por meio dos egressos do IFBA, o perfil profissional demandado pelas empresas; Coletar a opinião dos formados relacionada à empregabilidade e à satisfação com o curso. Analisar as competências/habilidades desenvolvidas com as efetivamente utilizadas/empregadas no desenvolvimento da atividade profissional.
No desenvolvimento do projeto de trabalho da pesquisa exploratória foi possível identificar 03 variáveis: graduação em Administração, empregabilidade e opinião dos estudantes. Estas serviram como os pontos principais a serem descritos e analisados neste estudo.
A pesquisa do ponto de vista dos objetivos foi de caráter descritivo e explicativo, pois buscou desenvolver uma relação entre as variáveis: graduação em Administração, empregabilidade e opinião dos alunos, envolvendo a técnica de levantamento de dados.
A primeira variável pesquisada e analisada foi a graduação em Administração do IFBA. É importante compreender a proposta e as origens do curso, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, para que se possa entender como, por que, quando e onde o curso foi primeiramente instituído e com que objetivo isso aconteceu.
Como o curso de Administração do IFBA foi originado do curso de Administração hoteleira, buscou-se localizar o projeto pedagógico do curso ofertado anteriormente pelo CENTEC, porém, não foi possível encontrar o arquivo no departamento de Ciências Sociais Aplicadas onde poderia estar localizado.
Mesmo a história da Administração como ciência ter contribuição de lugares diversos do mundo, o levantamento de material bibliográfico que se relaciona com os primeiros estudos do curso nos Estados Unidos, tem grande relevância por este ter contribuído diretamente na instituição desse curso no Brasil.
Em seguida, se encontra a variável empregabilidade. Embora não exista um consenso entre os pesquisadores com relação ao termo, o estudo dessa variável contribui para auxiliar na delimitação do perfil profissional requerido pelas empresas que atuam no Brasil.
Dentro desta perspectiva, foram encontrados termos como habilidades e competências. Palavras amplamente utilizadas pelos autores pesquisados e que representam as características que o funcionário necessita possuir para manter-se empregado. Existe também uma divergência de pontos de vista com relação a estes
O referido questionário foi enviado para teste, por e-mail, para 05 estudantes de Administração do IFBA. Dois estudantes retornaram o e-mail, apontando pontos a serem melhorados e algumas falhas técnicas a serem corrigidas.
A população da pesquisa, que segundo Gil (2009) “é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas características”, foram os egressos do curso de Administração do IFBA.
Devido à limitação do tempo para a escrita da redação do trabalho e a impossibilidade de alcançar a todos os egressos para a realização do levantamento, tornou-se necessário selecionar uma amostra de 68 estudantes desse universo, da qual somente 23 responderam ao questionário.
Por ser uma pesquisa descritivo-explicativa, não há a necessidade de um alto grau de precisão no que diz respeito à amostra a ser coletada, sendo assim, a amostragem por acessibilidade ou por conveniência é a que se aplica e a que foi realizada neste trabalho. Os sujeitos da pesquisa, que neste caso são os egressos de Administração do IFBA, foram selecionados de acordo com a possibilidade do pesquisador de entrar em contato com os mesmos. (GIL, 2009)
No que se refere à análise de dados, a pesquisa apresenta aspectos predominantemente quantitativos. Isso é devido à possibilidade de definição prévia dos procedimentos analíticos. Podendo, em algum momento, apresentar o caráter qualitativo, se distanciando dos procedimentos pré-definidos na análise. (GIL, 2009)
Na abordagem do problema, são apresentadas características quantitativas, transformando as opiniões e números coletados em informações, as quais foram classificadas e analisadas, a partir de um diálogo com o referencial teórico apresentado.
Os resultados dos questionários e da análise da bibliografia levantada foram tratados e analisados conforme algumas técnicas quantitativas e qualitativas, que segundo Gil (2008), compreende as seguintes etapas:
Pré-análise : esta fase compreendeu a organização do material levantado, a leitura superficial e a transcrição das respostas obtidas com os questionários, para uma planilha de dados do Excel.
A exploração do material : nesse momento os dados brutos obtidos foram agrupados em categorias de acordo com os objetivos da pesquisa.
Tratamento de dados : foi elaborada uma interpretação e análise dos dados obtidos com a pesquisa de campo, confrontando-os com as informações do referencial teórico, tendo como base as respostas dadas pelos sujeitos respondentes.
3. BREVE HISTÓRICO DO ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA
Antes dos anos 1850, era muito comum que o próprio dono do negocio fosse o responsável pela Administração. As empresas eram de pequeno porte e geralmente pertenciam a uma família. No entanto, esse cenário começou a sofrer transformações. Isso aconteceu devido aos impactos que a sociedade norte- americana estava sofrendo após a Primeira Revolução Industrial. (STORCK, 1983)
A inserção nas indústrias do carvão e do ferro foram os fatores mais relevantes nesse desenvolvimento. A partir de então, ocorreu um crescimento acelerado na construção de ferrovias, as quais eram capazes de conectar lugares distantes, o que facilitou a abertura de filiais e o transporte de mercadorias. (STORCK, 1983)
Com o crescimento daquela organização que outrora era de pequeno porte, também aumentaram as exigências e as responsabilidades do proprietário, tornando-se, assim, inviável, tanto geograficamente quanto pela complexidade das decisões a serem tomadas, que apenas uma pessoa pudesse gerir todo o negócio. (STORCK, 1983)
Neste contexto surge a figura do administrador profissional, com o papel de dividir as tarefas com o acionista majoritário.
Logicamente, essa figura só se torna possível a partir de uma aliança tácita entre as partes: o administrador, ao assumir as funções que o proprietário delega, assume, implicitamente, a sua ótica, ou, por outra, assume o compromisso de fazer as coisas tal como o proprietário faria. Assim sendo, é explicável que nesse primeiro momento o administrador guardasse, ainda, íntima relação com o capital e fosse pinçado dentre acionistas minoritários da empresa. Além disso, suas funções, nesse momento, são aquelas que mais oneram o proprietário, mas que, ao final, são para este as menos importantes: as atividades internas, o controle e a supervisão da linha de produção, o dia-a-dia, o processo. (STORCK, 1983)
Paralelamente aos trabalhos de Taylor, Henry Fayol desenvolveu na França a Administração Clássica. Que destacava cinco funções principais e primordiais para a gestão. Estas funções eram: planejar, comandar, organizar, controlar e coordenar. Essa teoria, apesar de ter sido desenvolvida apartada da Administração Cientifica, apresentava algumas semelhanças, divergindo em apenas alguns fatores.
Traçando-se um paralelo entre a Administração Científica e a Administração Clássica, conclui-se que enquanto Taylor estudava a empresa privilegiando as tarefas de produção, Fayol a estudava privilegiando as tarefas da organização. A ênfase dada pelo primeiro era sobre a adoção de métodos racionais e padronizados e máxima divisão de tarefas enquanto o segundo enfatizava a estrutura formal de empresa e a adoção de princípios administrativos pelos altos escalões. (GOMES, 2005)
As propostas pioneiramente apresentadas por Taylor e Fayol deram inicio a uma serie de teorias que surgiriam posteriormente. Eles foram responsáveis por desenvolver as primeiras ideias sobre Administração às quais puderam ser estudadas e serviram de base para a formulação de uma ciência.
Dentre estas teorias, destacou-se a Teoria das Relações Humanas, desenvolvida a partir de 1940, por George Mayo nos Estados Unidos. Esta apresentava uma crítica à forma como a produção foi racionalizada nas teorias anteriores e com isso buscava por uma abordagem mais humanística nas organizações. (GOMES, 2005)
Com a preocupação de integrar as ideias das teorias apresentadas anteriormente, foi elaborada a partir de 1950 a Teoria Estruturalista. Esta teve início com a Teoria da Burocracia de Max Weber, que tem suas bases na racionalidade, ou seja, na adequação dos meios aos objetivos (fins), para que se atinja o grau máximo de eficiência. (GOMES, 2005)
Desta maneira, os princípios fundamentais das Teorias de Taylor, Fayol, Mayo e Weber foram, e ainda são, de grande influência na evolução e no desenvolvimento da ciência da Administração e têm motivado e impulsionado os estudos, pesquisas, trabalhos e obras dos seus seguidores.
Apesar de possuírem considerável relevância no ensino da Administração, as universidades brasileiras, em alguns aspectos, apresentam uma excessiva ligação
com esses princípios iniciais que foram desenvolvidos no século passado. Não é possível ministrar um curso da área sem mencionar os feitos de Taylor e dos demais, no entanto os métodos desenvolvidos por eles são ultrapassados quando comparados ao ambiente dinâmico ao qual se encontra o mundo contemporâneo.
Por isso, o ensino de Administração no Brasil tem sofrido diversas críticas. Os cursos de forma geral apresentam características ultrapassadas e mecanicistas, além de serem voltados para a formação em massa, visando crescimento econômico das universidades, e julgando que, desta forma, poderá suprir a demanda por profissionais qualificados no mercado de trabalho.
Paula e Rodrigues (2006) apresentam de forma resumida essas problemáticas que o ensino de Administração tem enfrentado:
O ensino de gestão está sofrendo forte processo de “mercadorização”; Os conteúdos e métodos de ensino usados em gestão estão se tornando cada vez menos efetivos; As concepções e visões tradicionais de gestão estão se tornando cada vez menos aceitáveis, pois costumam reduzir excessivamente a complexidade dos fenômenos examinados; A tendência à instrumentalidade do conhecimento é cada vez mais acentuada, com o uso de receitas prontas que levam os estudantes a aprenderem a reprodução de técnicas em vez da realização de diagnósticos; Os estudantes estão sendo considerados meros espectadores do processo de ensino e quase não há incentivo à autonomia e ao auto- didatismo.
No que diz respeito às “receitas prontas” citadas anteriormente, Aktouf (2005) apresenta o modelo de estudo de casos adotado por diversas escolas de Administração. Para este autor, os casos limitam o aprendizado e o desenvolvimento do estudante por fazê-lo acreditar que o modelo de sucesso realizado por outro gestor poderá ser reaplicado em outra situação e produzir resultados satisfatórios novamente.
período a educação profissional como modalidade de educação, com o objetivo de preparar mão de obra para o mercado de trabalho. (BRITO 2009 et al.)
Apesar de ter sido um período focado no desenvolvimentismo, o nível de educação dos brasileiros ainda era precário e a taxa de analfabetismo girava em torno de 50% da população jovem maior de 15 anos (LOURENÇO, 1970).
Nesse período da história do Brasil, enquanto os cursos de Administração eram instituídos, a mudança e o desenvolvimento da formação social brasileira, a partir da Revolução de 1930, careciam da preparação de recursos humanos, com formação e conhecimento de técnicos e tecnólogos de especializações variadas, assim como de métodos de trabalho mais aprimorados (NICOLINI, 2001). Eram necessidades oriundas do crescimento econômico, do desenvolvimento de infraestrutura social e da infraestrutura nascente de transportes, energia e comunicações.
Essas transformações política, social e econômica que ocorriam na época, contribuíram para a formação de centros de ensino como a Fundação Getúlio Vargas. Neste período, sob a influência das teorias reformistas, buscou-se uma reformulação das políticas do serviço público, com o objetivo de se ter maior profissionalismo e melhor capacitação dos funcionários. Neste cenário, o curso de Administração da EBAPE/FGV, em 1951, foi o primeiro a ser reconhecido e apresentava o estudo de Administração de empresas e de Administração Pública. (BRASIL, 2005b). Seu surgimento foi consequência de esforços do governo e de empresas privadas brasileiras, com uma significativa influência americana, devido à contribuição da Universidade Estadual de Michigan. O curso surgia como resultado da política desenvolvimentista com o objetivo de capacitar as pessoas para gerir os programas do governo buscando a racionalidade econômica, assim como atender as necessidades de mão de obra qualificada do setor privado. (SERVIA, 1990)
Iniciativas no estudo mais sofisticado de Administração já haviam sido tomadas previamente. Uma delas foi a criação do Instituto de Organização Racional do Trabalho (IORT) que apresentava, dentre suas atribuições, a divulgação dos teóricos da administração científica e clássica e de seus métodos. Além disso, foi instituído o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) em 1931, como
forma de prestigiar a administração pública. O governo criou o DASP, que possuía uma escola especializada na formação de técnicos na área administrativa, os enviando ao exterior, visando o aprimoramento dos conhecimentos, para estudar na universidade do Estado de Michigan. (SERVIA, 1990)
Os profissionais de administração eram denominados, na época, de Técnicos de Administração, o que transmitia uma conotação de formação escolar de nível médio.
Anos após a qualificação desses técnicos em Administração, começou-se a exigir do governo que a profissão fosse transformada em um curso de nível superior. De acordo com as características que o curso apresentava – com carga horária 2.700 horas e o currículo mínimo estabelecido – , os formados, entretanto, eram considerados apenas técnicos em Administração.
A profissão de Administrador foi instituída pela Lei nº 4.769, de 9 de setembro de 1965, e estabeleceu que empresas do ramo público e privado passassem a contratar esses profissionais para exercer os cargos de Chefia e Direção. De acordo com a lei, a investidura no cargo tornou-se privativa e deveria seguir os seguintes critérios:
a) dos bacharéis em Administração Pública ou de Empresas, diplomados no Brasil, em cursos regulares de ensino superior, oficial, oficializado ou reconhecido, cujo currículo seja fixado pelo Conselho Federal de Educação, nos termo da Lei no. 4.024, de 20 de dezembro de 1961; b) dos diplomados no exterior, em cursos regulares de Administração, após a revalidação do diploma no Ministério de Educação, bem como diplomado, até a fixação do referido currículo, por cursos de bacharelado em Administração, devidamente reconhecidos; c) dos que, embora não diplomados nos termos das alíneas anteriores, ou diplomados em outros cursos superiores e de ensino médio, contém, na data da vigência da Lei, cinco anos, ou mais, de atividades próprias no campo profissional de Administração.
Um ano após o curso ter sido instituído como profissão, é publicado o parecer nº 307/66 que definiu, por meio do Conselho Federal da Educação (CFE), um currículo mínimo do curso de graduação. Segundo Pizzinatto (1999), as disciplinas consideradas essenciais para uma formação profissional completa foram: matemática, estatística, contabilidade, teoria econômica, economia brasileira,