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slide sobre choque cardiogênico
Tipologia: Slides
Oferta por tempo limitado
Compartilhado em 09/07/2013
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Choque cardiogênico é uma hipoperfusão tecidual sistêmica com adequado volume intravascular devido à incapacidade do músculo cardíaco em fornecer débito adequado às necessidades do organismo.
INCIDÊNCIA Incidência varia em torno de 7%, destes, 10% apresentam-se com essa condição no momento da admissão, enquanto 90% desenvolvem durante a hospitalização.
ETIOLOGIA
− Por comprometimento miocárdico:
− Infarto Agudo Do Miocárdio:
Causas de choque cardiogênico, segundo o estudo SHOCK 5 : − Falência de VE 74,5% − Insuficiência mitral aguda 8,3% − Ruptura de septo interventricular 4,6% − IAM de VD 3,4% − Outras causas 8%
− Deficiência aguda do enchimento cardíaco
A. Obstáculo mecânico
B. Arritmias (Taquicardias graves com diástole abreviada)
− A persistência da situação de baixo débito tecidual acaba por acentuar a hipóxia, com acúmulo de metabólitos, acidose e dano endotelial e celular, favorecendo a extensão da área de necrose miocárdica ao aparecimento de arritmias cardíacas as quais prejudicam ainda mais o desempenho cardíaco e podem precipitar o óbito.
− Há desencadeamento de mecanismos compensatórios (sistema nervoso simpático – taquicardia; Sistema Renina Angiotensina Aldosterona – retenção de sal e água) levando a um maior consumo miocárdico de O2 piorando a função ventricular.
− O desenvolvimento da insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas é a via final desta situação fisiopatológica.
O paradigma clássico do choque é mostrado em preto. A influência da síndrome da resposta inflamatória iniciada por um grande infarto do miocárdio é ilustrada em vermelho. INOS= Inibidores da oxidonitrico-sintetase PDFVE= pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (De Hochamnn J: Cardiogenic shock complicating acute myocardial infarction. Expanding the paradigm. Circulation 107:2998, 2003.)
Infarto do Miocárdio
Disfunção miocárdica
Sistólica Diastólica
Inflamação sistêmica
↑ Citocinas inflamatórias
↑ INOS
↑NO ↑ Peroxinitrito
Vasodilataç ão ↓ RVS
↓ Débito cardíaco ↓ Vol. De ejeção
↓ Perfusão sistêmica
Hipotensão
↓ Pressão de perfusão coronariana
↑ PDFVE Congestão pulmonar
Vasoconstrição compensatória Isquemia
Disfunção miocárdica progressiva
Morte
Hipoxemia
Oxigenação e/ou ventilação mecânica
− Oxigênio 4-6 l/min (máscara facial)
− Se necessário a ventilação mecânica deve ser instituída, pois irá favorecer uma diminuição do consumo de oxigênio pela musculatura torácica.
Hipovolemia Deve ser sempre excluída como causa ou fator contribuinte para o estado de choque.
Tratamento de arritmias Devem ser tratadas adequadamente (ver protocolo específico).
Acidose metabólica Contribui para deterioração do quadro de choque. Corrigir adequadamente.
2. Monitorização hemodinâmica invasiva e metabólica
A Monitorização invasiva no choque cardiogênico revela: − PAS <90 mmHg − Pressão capilar pulmonar > 18mmHg − Índice cardíaco < 2.2 l/min/m² − Resistência vascular sistêmica > 2000dinas/s/cm³/m² − Aumento da diferença arterio-venosa de O2 > 5.5 ml/dl.
O cateter de Swan-Ganz permite um diagnóstico diferencial com outras situações de baixo débito e, principalmente, uma avaliação rápida e precisa das manobras terapêuticas adotadas. Avaliações clínica e hemodinâmica permitem separar os pacientes conforme a classificação proposta por Killip, Kimball e Forrester que tem implicações terapêuticas e prognósticas.
Subgrupos clínicos e hemodinâmicos no infarto agudo do miocárdio Subgrupo Killip
Características clínicas
Mortalidade Hospitalar I Sem sinais de congestão < 6% II B3, estertores basais <17% III Edema agudo de pulmão 38% IV Choque cardiogênico 81% Subgrupo Forrester
Características hemodinâmicas
Mortalidade hospitalar I PCP < 18, IC > 2,2 3% II PCP > 18, IC > 2,2 9% III PCP < 18, IC < 2,2 23% IV PCP > 18, IC < 2,2 51% PCP – Pressão encunha do capilar pulmonar, IC – índice cardíaco
3. Tratamento farmacológico
Aminas Simpaticomiméticas : Devem ser administradas na presença de hipoperfusão tecidual, depois que o volume intravascular for adequadamente restaurado.
A. Noradrenalina : Deve ser o agente de 1ª linha a ser empregado quando houver hipotensão arterial severa (PAS<70mmHg). A sua ação beta-adrenérgica promove aumento na contratilidade miocárdica, na velocidade de condução do estímulo cardíaco no cronotropismo do coração. Entretando, o efeito alfa-agonista é preponderante (doses 2 a 15 μg/kg/min), provocando aumento significativo na resistência arterial sistêmica total e regional, com prejuízo da perfusão de órgãos como os rins, intestino, pulmões, musculatura esquelética e pele.(não disponível na HC).
− Apresentação Ampola de 4ml, com 1mg/ml ( LEVOPHED® ) − Doses:
Noradrenalina Diluição Padrão – 2 ampolas/242ml – dose em μ g/Kg/min Peso 3 ml/h
5 ml/h
10 ml/h
15 ml/h
20 ml/h
25 ml/h
30 ml/h
35 ml/h
40 ml/h
45 ml/h
50 ml/h 45 kg 0,04 0,06 0,12 0,18 0,24 0,30 0,36 0,41 0,47 0,53 0, 50 0,03 0,05 0,11 0,16 0,21 0,27 0,32 0,37 0,43 0,48 0, 55 0,03 0,05 0,10 0,15 0,19 0,24 0,29 0,34 0,39 0,44 0, 60 0,03 0,04 0,09 0,13 0,18 0,22 0,27 0,31 0,36 0,40 0, 65 0,02 0,04 0,08 0,12 0,16 0,21 0,25 0,29 0,33 0,37 0, 70 0,02 0,04 0,08 0,11 0,15 0,19 0,23 0,27 0,30 0,34 0, 75 0,02 0,04 0,07 0,11 0,14 0,18 0,21 0,25 0,28 0,32 0, 80 0,02 0,03 0,07 0,10 0,13 0,17 0,20 0,23 0,27 0,30 0, 85 0,02 0,03 0,06 0,09 0,13 0,16 0,19 0,22 0,25 0,28 0, 90 0,02 0,03 0,06 0,09 0,12 0,15 0,18 0,21 0,24 0,27 0, 95 0,02 0,03 0,06 0,08 0,11 0,14 0,17 0,20 0,22 0,25 0, 100 0,02 0,03 0,05 0,08 0,11 0,13 0,16 0,19 0,21 0,24 0, 105 0,02 0,03 0,05 0,08 0,10 0,13 0,15 0,18 0,20 0,23 0, 110 0,01 0,02 0,05 0,07 0,10 0,12 0,15 0,17 0,19 0,22 0,
PESO(kg) 50 60 70 80 90
(μg/Kg/min) VELOCIDADE DE INFUSÃO (ml/h)
0,1 5 6 7 8 9 0,5 25 30 35 40 45 1,0 50 60 70 80 90 1,5 75 90 105 120 135 2,0 100 120 140 160 180
Diluição: 12 amp.(12mg) em 200ml de SG 5%= 60μg/ml
D. Dobutamina: Catecolamina sintética mais cardio-seletiva do que as naturais (dopamina). Atua quase que exclusivamente estimulando os receptores ß1, aumentado a força contrátil do coração. Se hipotensão moderada (PAS de 70 a 100 mmHg sem sinais de choque) em doses de até 15 μg/Kg/min. Aumenta a contratilidade cardíaca sem aumentar muito a FC e com isto aumenta o fluxo coronariano, já que tem ação inotrópica positiva e mínima atividade cronotrópica e vasoconstritora periférica nas doses habituais de 2,5 a 10 μg/Kg/min. Deve ser associada à outras drogas (dopamina ou adrenalina) em caso de exacerbação da hipotensão, pois atua nos receptores ß-adrenérgicos vasculares, diminuindo a resistência vascular periférica arterial. No IAM de VD é a droga de primeira escolha devido aos efeitos benéficos no território pulmonar.
− Apresentação Ampolas de 20ml com 250 mg de dobutamina (Dobutrex).
− Dose:
PESO (Kg) 50 60 70 80 90
(μg/Kg/min) VELOCIDADE DE INFUSÃO (ml/h)
5 15 18 21 24 27 7,5 22 27 31 36 40 10 29 36 42 48 54 15 44 54 63 72 81
Diluição: 01 amp.(250mg) em 230ml de SG 5%=1mg/ml Efeitos colaterais: taquicardia e arritmias (menos do que a dopamina).
Inibidores da fosfodiesterase (não disponíveis no HC)
Atuam como drogas coadjuvantes aumentando DC e diminuindo a pressão capilar pulmonar, não atuam sobre receptores adrenérgicos. São semelhantes à dobutamina na atividade farmacológica, porém apresentam ação vasodilatadora mais potente.
A. Amrinone : A tendência atual é não empregar esta medicação no choque pois estudos recentes mostraram que aumentam a mortalidade.
Sensibilizadores do cálcio
A. Levosimendan Nova estratégia no tratamento da insuficiência cardíaca descompensada (ICC). O mecanismo de ação principal é a sensibilização ao cálcio intramiocárdico das proteínas contráteis (troponina C e I). Como mecanismo adicional, propicia a abertura dos canais de potássio ATPsensíveis na musculatura lisa dos vasos periféricos. Em decorrência desses mecanismos de ação citados, o levosimendan tem como efeitos terapêuticos principais a melhora da contratilidade miocárdica e a vasodilatação periférica. No que se refere à melhora da contratilidade miocárdica, é importante ressaltar que as características farmacológicas da droga incluem peculiaridades nos efeitos, tais como:
Nitroglicerina IV
Diuréticos
Podem ser considerados como droga de 1°escolha em pacientes com falência ventricular esquerda e congestão pulmonar, porém devem ser usados com cautela, pois uma super dosagem pode levar a um estado hipovolêmico, com conseqüente redução acentuada da pressão de enchimento do ventrículo esquerdo, especialmente em pacientes idosos.
A. Furosemida endovenosa (Lasix) −−−− Usada com intuito de manter a pressão capilar pulmonar em 14-20 mmHg (Swan- Ganz).
Antiarrítmicos Os antiarrítmicos podem ser administrados para controle de taquiarritmias supraventriculares ou ventriculares que possam diminuir o débito cardíaco ou aumentar o consumo de oxigênio do miocárdio.
A. Amiodarona −−−− Droga preferida pois apresenta pouca ação inotrópica negativa −−−− Apresentação ampolas de 150mg. −−−− Dose
Obs: os digitálicos podem piorar a condição hemodinâmica do paciente, pois causam vasoconstrição periférica e podem aumentar o consumo de oxigênio. Seu uso tem sido reservado para o controle de taquiarritmias atriais.
4. Assistência Circulatória Mecânica: Usada nos casos de falência no tratamento clínico.
A. Balão intra-aórtico Implantado abaixo da origem da artéria subclávia esquerda. Por meio de sincronismo com o ECG o balão é insuflado na diástole e desinsuflado na sístole, promovendo um aumento de pressão de perfusão coronariano e facilitando o escoamento sangüíneo dos ventrículos, reduzindo o consumo miocárdio de O2 em 10% e aumentando o DC em 20%.
− Recomendações para o uso do Balão intra-aórtico: Classe I:
− Contra-indicações:
B. Bomba de fluxo contínuo, ventrículo artificial, coração artificial : Não disponíveis no Hospital de Clínicas.
5. Reperfusão Compreende o uso de trombolíticos e/ou reperfusão mecânica com angioplastia ou cirurgia de revascularização miocárdica.
A. Trombolíticos: São úteis para reduzir incidência de choque cardiogênico em pacientes com IAM, porém apresentam menor benefício quando o paciente apresenta-se em choque por ocasião do diagnóstico, provavelmente devido a hipoperfusão coronariana com menor penetração da droga no trombo além de colapso da artéria correspondente a região do infarto e também devido à acidose que inibe a conversão do plasminogênio em plasmina.
DIAGNÓSTICO História dirigida Exame físico ECG/Ecocardio Exames Laborat. Raio X Tórax Cateterização de artéria pulmonar
Oxigênio à 4 – 6 L/min (considerar ventilação mecânica) Acesso venoso Alívio da dor Monitorização contínua Suporte hemodinâmico Desafio com fluídos ( 250ml-500ml de cristalóides) em pacientes sem EAP, Vasopressores em hipotensão não responsiva a fluídos
PAS < 70 mmHG Sinais/sintomas de choque
PAS 70 – 100 mmHg Sinais de choque
PAS 70 – 100 mmHg Sem sinais de choque
PAS > 100mmHg
DOPAMINA 5 – 15 μm/Kg/min EV
DOBUTAMINA 2 – 20 μg/Kg min EV
NITROGLICERINA 1 a 20 μg/min EV
Considerar NITROPRUSSIATO DE SÓDIO 0,1 A 5,0 μg/kg/min
IAM COMO CAUSA
NÃO
SIM
Procurar outras causas e tratamento
Hemodinâmica disponível NÃO
SIM Trombolíticos e Balão Intra-aórtico
Melhora clínica
Coronariografia e estudos diagnósticos adicionais
Angioplastia
Iniciar DOPAMINA Se não houver resposta usar ADRENALINA Ou NORADRENALINA 0,5 – 30 μg/min
Protocolo Choque Cardiogênico - Dr. Cristiano Lorenzini Noskoski (Especializando de Cardiologia) em 2006
Protocolo Choque Cardiogênico - Dr. Antonio Carvalho Leme Neto - Especializando de Cardiologia, 2003
Braunwald E. Heart Disease: A Text Book of Cardiovascular Medicine. 7ª ed. 2005.
Hochman JS, Sleeper LA et al. Early revascularization in acute myocardial infarction complicated by cardiogenic shock. N Engl J Méd. 1999; 341 (9): 625-34.
II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o diagnóstico de Tratamento da Insuficiência Cardíaca. Arq. Bras. Cardiol. Volume 79 Suplemento III,
Hollenberg SM, Kavinsky CJ, Parrillo JE. Cardiogenic Shock. Ann Intern Méd. 1999; 131 (1): 47-59.
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Revisado e atualizado em agosto/2008 por :
Dra Amélia Crisitina Araújo, Dra Fernanda Martelli, Dra Katia I. Bumlai, Dr José Eduardo R. Marquesini, Dr Paulo Banof - Especializandos (E2) de Cardiologia. Sob supervisão do Prof. Dr.Murilo Guérios Bittencourt.