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Coleta e preparação de material zoológico:peixes a mamíferos, Notas de estudo de Engenharia Biológica

Apostila da Universidade Estadual de MaringáCentro de Ciências BiológicasDepartamento de BiologiaDisciplina: Zoologia de Deuterostômios

Tipologia: Notas de estudo

2010
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Universidade Estadual de Maringá
Centro de Ciências Biológicas
Departamento de Biologia
Disciplina: Zoologia de Deuterostômios
COLETA E PREPARAÇÃO DE MATERIAL ZOOLÓGICO:
PEIXES A MAMÍFEROS
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Baixe Coleta e preparação de material zoológico:peixes a mamíferos e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Biológica, somente na Docsity!

Universidade Estadual de Maringá

Centro de Ciências Biológicas

Departamento de Biologia

Disciplina: Zoologia de Deuterostômios

COLETA E PREPARAÇÃO DE MATERIAL ZOOLÓGICO:

PEIXES A MAMÍFEROS

2. Identificação do Material Biológico

A identificação do animal é de suma importância, a qual pode ser feita em uma etiqueta, que acompanha o exemplar ou em livro de campo. Os dados básicos são o número de campo, o lugar onde o animal foi coletado, a data da coleta e o nome do coletor. Às vezes, o rótulo ou etiqueta trazem unicamente um número de série. Isso acontece, principalmente, no caso de animais preservados em meio líquido. O número pode ser escrito indicando que há notas em um caderno, ou que há outras partes preservadas do mesmo material. Os nomes da localidade (município, estado) são indispensáveis. O nome do coletor é importante, pois não só garante o crédito do trabalho, como facilita, mais tarde, o fornecimento de dados adicionais. Na data da coleta é registrado o dia exato, mês e ano. Deve-se dar o ano por inteiro, visto que o material científico deve ser preservado por tempo indeterminado. Outros dados podem ser incluídos: dados ecológicos do animal (ambiente e método de coleta), altitude, medidas biométricas, cor dos olhos, sexo e partes nuas das aves. Para rotulagem, utiliza-se papel vegetal, escrito em nanquim ou grafite. Num caderno de campo devem ser anotados: sexo do exemplar, o método de coleta (tiro, tipo de armadilha), dados sobre o local de coleta (tipo de vegetação, extrato vegetal), existência e número de filhote, se fazia parte de um bando ou estava isolado, nome vulgar regional, condições climáticas (chuva e frio), data de coleta, coletor e outros dados dos exemplares (medidas, coloração das partes moles, etc.). Na etiqueta também deve constar a identificação sistemática do indivíduos (Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero, Espécie, além do nome regional).

3. Conservação do material biológico por via úmida

Na preparação por via úmida utilizam-se líquidos fixadores e conservantes. O fixador prepara os tecidos do animal para a conservação permanente. O principal fixador usado é o formol. Geralmente, utiliza-se o formol em diluições de 10%, ou seja, nove partes de água para uma de formol. Para a fixação do material biológico injeta-se o fixador nas cavidades gerais (abdome e tórax) e, segundo as necessidades, nas massas musculares maiores e em todo o corpo do animal. Neste processo, o formol enrijece os tecidos em seis a doze horas, sem torná-los demasiados duros ou quebradiços. O álcool é o principal conservador. No comércio é encontrado na concentração de 96% o qual é preparado à concentração de 70% para a conservação. O formol tem alguns incovenientes para quem o usa em grandes quantidades e de forma intensiva, uma vez que irrita as mucosas e destrói a camada mais externa da pele das mãos, as quais ficam grossas, sem tato e descascam de maneira desagradável. Para tanto é adequado o uso de luvas de borracha. A este tipo de conservação prestam-se todos os grupos de animais, entretanto deve-se evitar a preservação de animais com pêlos, uma vez que estes animais adequam-se melhor a taxidermia Os frascos, nos quais o material biológico será acondicionado devem ser suficientemente grandes para impedir a deformação do corpo do animal. A boca do exemplar a ser preservado, assim como outras estruturas indispensáveis a identificação do animal, deve ser matida aberta, utilizando-se para isto frações de isopor.

para os de tamanho grande. O restante da carne já cozida deve ser retirada com auxílio de pinças ou tesouras. Nunca raspar com faca ou qualquer outro objeto cortante. A complementação da limpeza será feita com banhos alternados:

  1. Hipoclorito (cândida);
  2. Água limpa;
  3. Água oxigenado de 20 ou 30 volumes;
  4. Água limpa. E assim, sucessivamente, até completa remoção dos resíduos carnosos e alvejamento do crânio. Em seguida, deixa-se secar em temperatura ambiente, nunca em estufa. No caso de deslocamento de ossos ou dentes, estes podem ser colados. Uma vez seco, o crânio pode ser coberto com verniz incolor ou cola tenaz

4.3. Taxidermia

A palavra taxidermia vem do grego taxis (arranjo, organização) e derme (pele), significando a arte de empalhar os animais. A taxidermia consiste na preparação da pele de um animal para estudos científicos ou exposição. Tradicionalmente, mamíferos e aves são os animais geralmente utilizados para serem preservados em coleções científicas. Neste processo, todas as partes moles devem ser retiradas, ou seja a pele deve ser completamente isolada, só restando o que fica diretamente aderido aos ossos. A esta operação denomina-se escalpelação. A escalpelação deve ser completa e minuciosa, evitando deixar restos de músculos ou gordura aderidos a face interna da pele. Usa-se durante esta operação substâncias absorventes para reter os líquidos corporais. A pele é excessivamente tratada com fubá ou fécula de batata. Deve-se aguardar pelo menos duas

horas (variável de acordo com o tamanho do animal), entre a morte e o início da escalpelação para que o sangue coagule e os líquidos corporais comecem a secar. As preparações dos vertebrados apresentam uma série de aspectos em comuns. São os seguintes os cuidados preliminares:

  1. Os exemplares, após a morte, devem ser cuidadosamente limpos. Sangue, secreções e sujeiras em geral, devem ser removidos imediatamente, uma vez que os mesmos podem vir a causar danos permanentes. Se necessário, deve-se lavar o exemplar a ser utilizado com sabão e uma escovinha macia ou pincel. Verificar ainda, a presença de parasitas externos (ectoparasitos).
  2. Os orifícios naturais devem ser tapados com algodão. Existindo manchas de sangue, estas devem ser removidas com água oxigenada (volume 20). Em seguida, secar com fubá (ou fécula de batata), que absorvem os líquidos e são depois removidos facilmente com pincel.
  3. Após a escalpelação, trata-se a pele com substâncias preservadoras, que visam oferecer maior consistência e resistência ao ataque de insetos ou fungos (mofos ou bolores). As substâncias mais utilizadas são o sulfato de alumínio (alúmen), borato de sódio (bórax) e o óxido arsenioso (arsênico). Cabe ressaltar, que estas substâncias são tóxicas devendo ser utilizadas com cuidado, pois seu contato prolongado pode produzir ulcerações nos cantos das unhas e irritações nas dobras da pele, onde a sudação é mais intensa.

4.3.1. Taxidermia de Mamíferos

Continua-se o deslocamento da pele até as costas, de modo que os dedos possam passar livremente entre a pele e o corpo. Corta-se a ligação dos genitais e do intestino com a pele. Em seguida, com o bisturi ou com os dedos desnuda-se os primeiros centímetros da cauda, aperta-se firmemente a cauda entre duas hastes de uma tesoura, que é mantida firmemente. Puxa-se o corpo também com firmeza, mas devagar. A cauda geralmente se destaca com facilidade e vira-se ao avesso. Segura-se com uma das mãos as duas coxas, que ficaram presas ao corpo, e com a outra mão, descola-se a pele até encontrar os braços, que são trabalhados do mesmo modo que as pernas. Prossegue-se o deslocamento do restante da pele, ainda aderida aos músculos. No crânio, retira-se toda a matéria existente no interior. Envenena-se a pele e o interior do crânio com bórax, como explicado anteriormente.

Nesta altura deve-se tomar cuidado com o bórax , uma vez que o mesmo é nocivo à saúde.

Na preparação do novo esqueleto do animal deve-se proceder da seguinte forma: enrola- se algodão ao punho ou tornozelo do animal dando-lhe a forma da musculatura anteriormente ali existente. Com um aplicador de madeira envolto em chumaço de algodão, dá-se-lhe a forma cilíndrica, de comprimento igual ao do corpo do animal (focinho até a base da cauda), enchendo-se completamente a pele. Este molde não deve esticar a pele nem deixá-la muito solta. Com agulha e linha fecha-se a incisão ventral. Caso a escalpelação não tenha sido feita até a ponta dos dedos, injeta-se formol a 10% em cada dedo ou artelho. Para fixação do animal a uma superfície plana utiliza-se alfinetes ou pregos que atravessem as mãos e os pés. A posição do animal após a taxidermização, deve ser a mais próxima daquela verificada quando vivo e em ambiente natural.

4.3.2. Taxidermia de Aves

A ave morta deve ser apanhada pela perna (tarso-metatarso) ou pelo bico, nunca pelo corpo ou pela cauda para não danificar a plumagem. A seguir, introduz-se na garganta um chumaço de algodão para impedir a saída dos líquidos e matérias do tubo digestório. Tomados os cuidados de limpeza logo após a coleta, faz-se um cartucho de papel afunilado e fechado. Ajeita-se com cuidado as asas, dispondo-as na sua condição natural, fechadas. Alisa-se a plumagem, e coloca-se a ave com a cabeça para baixo. Uma série de anotações devem ser feitas na caderneta de campo, assim que a ave esteja morta. Estas anotações devem descrever a ave viva em seu ambiente natural, tais como características de coloração, pois estas desaparecem ao fim de algumas horas após a morte (cor do bico, do tarso, das partes nuas do corpo e da íris). O método de captura e os dados sobre o local, formação vegetal (mata, capoeira, cerrado) e altura aproximada, também devem ser considerados. No caso de captura com rede, devem ser anotados os dados relativos à situação desta (se estava cantando, isolada, aos pares ou em bando). Também deve ser observado se o bando era da mesma espécie ou misto. Caso estive nidificando, anotar se os dois sexos colaboravam na construção do ninho e o tipo de árvore. Não se deve esquecer de anotar o dia e a hora da coleta, bem como as condições do tempo. A taxidermia inicia-se com uma inspeção rigorosa do exterior da ave. Verifica-se a presença de ectoparasitas (piolhos ou larvas de moscas). Sangue coagulado deve ser removido com água oxigenada (20 volumes) e seco aplicando-se fécula de batata ou fubá. Substitui-se o chumaço de algodão, colocados na garganta e cloaca, por outros limpos. Afasta-se as penas que cobrem o meio do corpo, fazendo-se a inserção no lado ventral. A incisão deve ser iniciada um pouco acima da ponta do esterno, estendendo-se até ao ânus. Deve-se procurar cortar apenas a pele delgada, pois a abertura do abdome resulta em afloramento da massa intestinal. Vai-se secando o campo de trabalho com fécula de batata ou fubá.

Terminada todas estas operações, passa-se à fase final ou acabamento. O acabamento consiste na confecção de um corpo de algodão, que irá dar uma forma bastante aproximada ao corpo da ave quando em vida. Para tanto, deve-se comparar o corpo do animal (carcaça) com o volume do algodão (ou estopa) enrolado no arame ou vara de bambu. Esta estrutura, necessariamente, deverá ter certa consistência. Cobre-se o manequim com a pele. Caso fique sobrando algodão, empurra-se o excesso, para dentro, com uma pinça, cuidadosamente, sem contudo, alterar a forma do corpo. À esta fase prende-se novas hastes (arames) os quais modelarão braços e pernas. Por fim, costura-se a ave com agulha e linha. O bico deve ser fechado e amarrado com linha passada com a agulha, de narina a narina. Terminada a taxidermia, ajeita-se as penas, e envolve-se a peça em uma camada fina de algodão e deixa-se secar por alguns dias (5 a 10 dias). Na carcaça, verifica-se o sexo, praticando uma incisão do lado esquerdo do abdome, levantado as vísceras com o auxílio da pinça. Este movimento descobre os órgãos sexuais internos, dispostos na linha mediana, acima dos rins, que estão colados na parede posterior da cavidade abdominal. Se o exemplar é macho, vêem-se, simetricamente dispostos os dois testículos quase redondos. Seu tamanho varia muito, sendo muito pequenos na época de repouso sexual e crescendo durante o período reprodutivo. A fêmea tem apenas um ovário, o esquerdo, que se apresenta como um corpo irregular, formado de pequenos glóbulos de tamanho variável, que são futuros ovos.

5. Material necessário:

. fita métrica: para a medição prévia dos animais; . tesoura: para o corte de tecidos; . bisturi: para fazer incisões na pele; . pinça: para apanhar fragmentos de carnes em lugares inacessíveis; . seringa com agulha: para os casos especiais em que as carnes não podem ser retiradas a fim de injetar formol (em patas, por exemplo); . jornais: para facilitar a limpeza do local utilizado para o trabalho prático;

. fubá: para secar líquidos, quando do descolamento da pele; . bórax: para o envenenamento da pele; . algodão: para enchimento; . barbante: para fixação do molde; . formol: para injeção nas patas, etc.; . olhos de vidro de diferentes cores e tamanhos; . cola: para fixação dos olhos (durepox); . agulhas e linhas: vários tipos grossas e finas para coser as peças; . pincéis: deverão ser de vários tamanhos, para pintura e retoque das peças; . arame: de várias espessuras, de acordo com o tamanho do animal; . alicate: corte do arame; . furadeira e brocas: para madeiras ou suportes para a fixação dos animais; . escova: a fim de alisar e limpar pêlos e penas; . lima: afinar a ponta de um arame ou dar acabamento a uma peça; . martelo: para pregar as peças nos suportes.

6. Bibliografia Consultada

Corrêa Fo. A. Técnicas Modernas de Taxidermia. s/ editora. 89p. Gealh, A. M. Preparação de Animais Vertebrados. 24p. (mimeografado). Hjortaa, H. Taxidermia. Embalsamento de aves e mamíferos. Coleção Cultura e Tempos Livres. 2ª. Edição. Editorial Presença. Lisboa. 99p, 1975. Lima, M. F. C. Manual de Taxidermia para Aves e Mamíferos. XII Congresso Brasileiro de Zoologia. 1992. 26p (mimeografado). Perez, A. Manual completo de taxidermia. Editora Vecchi. 1981, 205p.