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livro que originou a fraternidade rosacruz
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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O fundador da Religião Cristã emitiu uma máxima oculta quando disse: "Quem não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele" (Marcos 10:15). Todos os ocultistas reconhecem a imensa importância deste ensinamento de Cristo, e tratam de "vivê-lo" dia a dia.
Quando uma nova filosofia se apresenta ao Mundo é encarada de forma diferente pelas mais diversas pessoas.
Algumas se apoderam avidamente de qualquer novo esforço filosófico, procurando ver em que proporção ele serve de apoio às suas próprias idéias. Para essas a filosofia em si mesma é de pouca valia. Terá valor se reforçar as SUAS idéias. Se a obra os satisfizer a esse respeito, adotá-la-ão entusiasticamente, a ela aderindo com o mais desarrazoado partidarismo. Caso contrário, afastarão o livro aborrecidos e desapontados como se o autor os tivesse ofendido pessoalmente.
Outras adotam uma atitude cética tão logo descobrem que a obra contém alguma coisa a cujo respeito nada leram nem ouviram anteriormente, ou sobre a qual ainda não lhes ocorrera pensar. E provavelmente repelirão como extremamente injustificável a acusação de que sua atitude mental é o cúmulo da auto-satisfação e da intolerância. Contudo, tal é o caso, e desse modo fecham suas mentes à verdade que eventualmente possa estar contido naquilo que rejeitam de imediato.
Ambas as classes mantém-se na sua própria luz. Suas idéias pré- estabelecidas os tornam invulneráveis aos raios da Verdade. A tal respeito "uma criança" é precisamente o oposto dos adultos, pois não está imbuída do sentimento dominador de superioridade, nem inclinada a tomar aparência de sábio ou ocultar, sob um sorriso ou um gracejo, sua ignorância em qualquer assunto. É ignorante com franqueza, não tem opiniões preconcebidas nem julga antecipadamente, portanto é eminentemente ensinável. Encara todas as coisas com essa formosa atitude de confiança a que denominamos "fé infantil", na qual não existe sombra de dúvida, conservando os ensinamentos que recebe até comprovar-lhes a certeza ou o erro.
Em todas as escolas ocultistas o aluno é primeiramente ensinado a esquecer tudo o que aprendeu ao ser-lhe ministrado um novo ensinamento, a fim de que não predomine o juízo antecipado nem o da preferência, mas para que mantenha a mente em estado de calma e de digna expectativa. Assim como o ceticismo efetivamente nos cega para a verdade, assim também essa calma atitude confiante da mente permitirá à intuição ou "sabedoria interna" apoderar-se da verdade contida na proposição. Essa é a única maneira de cultivar uma percepção absolutamente certa da verdade.
Não se pede ao discípulo que admita de imediato ser negro determinado objeto que ele observou ser branco, ainda que se lhe afirme. Pede-se-lhe sim que cultive uma atitude mental suscetível de "admitir todas as coisas" como possíveis. Isto lhe permitirá pôr de lado momentaneamente até mesmo aquilo que geralmente se considera um "fato estabelecido", e investigar se existe algum outro ponto de vista até então não notado sob o qual o objeto em referência possa parecer negro. Certamente ele nada considerará como fato estabelecido, porque compreenderá perfeitamente quanto é importante manter a sua mente no estado fluídico de adaptabilidade que caracteriza a criança. Compreenderá com todas as fibras do seu ser que "agora vemos como em espelho, obscuramente" e, como Ajax, estará sempre alerta, anelando por "Luz, mais luz".
A grande vantagem dessa atitude mental quando se investiga determinado assunto, idéia ou objeto, é evidente. Afirmações que parecem positivas e inequivocamente contraditórias, e que causam intermináveis discussões entre os respectivos partidários, podem não obstante conciliar-se, conforme se demonstra em exemplo mais adiante. Só a mente aberta descobre o vínculo da concordância. Embora esta obra possa parecer diferente das outras, o autor solicitaria um auditório imparcial como base para julgamento subseqüente. Se este livro for "pesado e achado em falta" o autor não se queixará. Teme unicamente um julgamento apressado e baseado na falta de conhecimento do sistema que ele advoga, caso em que o julgamento será "falho" por ter sido negada à obra uma "pesagem" imparcial. E deve acrescentar ainda: a única opinião digna de ser levada em conta precisa basear-se no conhecimento.
Há mais uma razão para que se tenha muito cuidado ao emitir um juízo: muitas pessoas têm suma dificuldade em retratar-se de qualquer opinião prematuramente expressa. Portanto, pede-se ao leitor que suspenda suas opiniões, de elogio ou de crítica, até que o estudo razoável da obra convença do seu mérito ou demérito.
O Conceito Rosacruz do Cosmos não é dogmático nem apela para qualquer autoridade que não seja a própria razão do estudante. Não é uma controvérsia. Publica-se com a esperança de que possa ajudar a esclarecer algumas das dificuldades que no passado assediaram a mente dos estudantes das filosofias profundas. Todavia, a fim de evitar equívocos graves, deve ser firmemente gravado na mente do estudante que não há, sobre este complicado assunto, qualquer revelação infalível que abranja tudo quanto está debaixo ou acima do sol.
Dizer que esta exposição é infalível seria o mesmo que pretender que o autor fosse onisciente, quando até os próprios Irmãos Maiores nos dizem que, eles mesmos enganam-se às vezes nos juízos que fazem. Assim, está fora de qualquer discussão um livro que queira proferir a última palavra sobre o mistério do mundo, e é intenção do autor desta obra apresentar apenas os ensinamentos mais elementares dos Rosacruzes.
A Fraternidade Rosacruz tem a concepção mais lógica e ampla sobre o mistério do mundo, e a tal respeito o autor adquiriu algum conhecimento durante os muitos anos que consagrou exclusivamente ao estudo do assunto. Pelo que pôde investigar por si próprio, os ensinamentos deste livro estão de acordo com os fatos tais como ele os conhece. Todavia, tem a convicção de que o Conceito Rosacruz do Cosmos está longe de ser a última palavra sobre este assunto e de que, à medida que avançamos, apresentam-se aos nossos olhos novos aspectos e esclarecem-se muitas coisas que, antes, só víamos "como em espelho, obscuramente". Ao mesmo tempo crê firmemente que todas as outras filosofias do futuro seguirão as linhas mestras desta filosofia, por lhe parecerem absolutamente certas.
Ante o exposto, compreender-se-á claramente que o autor não considera esta obra como o Alfa e o Omega, ou o máximo do conhecimento oculto. Embora tenha por título "O Conceito Rosacruz do Cosmos", deseja o autor salientar com firmeza que esta filosofia não deve ser entendida como uma "crença entregue de uma vez para sempre" aos Rosacruzes pelo fundador da Ordem ou por qualquer outro indivíduo. Convém enfatizar que esta obra encerra apenas a compreensão do autor sobre os ensinamentos Rosacruzes relativos ao mistério do mundo, revigorados por suas investigações pessoais nos mundos internos a respeito dos estados antenatal e post- mortem do homem, etc.. O autor tem plena consciência da responsabilidade em que incorre quem, bem ou mal, guia intencionalmente a outrem,
O mundo ocidental é, sem dúvida, a vanguarda da raça humana e, por motivos que indicaremos nas páginas seguintes, os Rosacruzes sustentam que nem o Judaísmo nem o "Cristianismo Popular", mas sim o verdadeiro Cristianismo Esotérico será a religião mundial.
Buda, grande e sublime, pode ser a "Luz da Ásia", mas Cristo ainda será reconhecido como a "Luz do Mundo". Assim como o sol ofusca a luz das mais brilhantes estrelas nos céus e dissipa todo o vestígio de trevas, iluminando e vivificando todos os seres, assim, em futuro não muito distante, a verdadeira religião de Cristo há de superar e anular todas as outras religiões, para eterno benefício da humanidade.
Em nossa civilização, o abismo que se abre entre a mente e o coração torna-se maior e mais profundo e, enquanto a mente voa de uma a outra descoberta nos domínios da ciência, o abismo aprofunda-se e amplia-se ainda mais, ficando o coração cada vez mais distante. A mente busca com ansiedade e satisfaz-se apenas com explicações materialmente demonstráveis acerca do homem e demais seres do mundo fenomenal. O coração sente instintivamente que algo de maior existe, e anela por aquilo que pressente como verdade de ordem tão elevada que só pode ser compreendida pela mente. A alma humana subiria nas asas etéreas da intuição e banhar-se-ia na eterna fonte de luz espiritual e amor; mas os modernos pontos de vista científicos cortaram-lhe as asas, deixando-a acorrentada e silenciosa, atormentada por aspirações insatisfeitas, tal como o abutre em relação ao fígado de Prometheus.
É necessário que seja assim? Não haverá um terreno comum onde possam encontrar-se cabeça e coração, a fim de que, ajudando-se mutuamente, possam tornar-se mais eficientes na investigação da verdade universal, satisfazendo-se por igual?
Tão seguramente como a luz preexistente criou o olho que a pudesse ver; tão seguramente como o desejo primordial de crescimento criou o sistema digestivo e assimilador para a consecução daquele fim; tão seguramente como o pensamento existiu antes do cérebro, construiu-o e continua construindo-o para sua expressão; tão seguramente como agora a mente procura arrancar os segredos da natureza unicamente pela força da audácia, - assim também o coração há de encontrar um meio de romper suas cadeias e satisfazer suas aspirações. Atualmente ele se encontra sujeito ao cérebro dominador. Mas algum dia adquirirá a força necessária para despedaçar os grilhões e converter-se em um poder maior que a mente.
É igualmente certo que não pode haver contradição na natureza, portanto coração e mente devem ser capazes de unir-se. O objetivo deste livro é precisamente esse: mostrar como e onde a mente, ajudada pela intuição do coração, pode penetrar nos mistérios do ser, muito mais profundamente do que cada um poderia fazê-lo por si só; mostrar como o coração, unido à mente, pode ser defendido do erro, e como cada um tem plena liberdade de ação sem se violentarem mutuamente, mas ambos satisfazendo suas aspirações.
Só quando esta cooperação for alcançada e aperfeiçoada poderá o homem chegar à mais elevada e verdadeira compreensão de si próprio e do mundo de que é uma parte. Somente isso poder-lhe-á dar uma mente ampla e um grande coração.
A cada nascimento passa a existir entre nós o que parece ser uma vida nova. Vemos a pequena forma viver e crescer, e converter-se pouco a pouco em fator de nossas vidas durante dias, meses ou anos. Chega por fim um
todos esperam que suas opiniões sejam ouvidas, que se dê toda consideração às suas idéias sobre coisas espirituais. E que lhas conceda tanto valor como às emitidas pelo sábio o qual, mediante uma vida paciente e laboriosa investigação, adquiriu sabedoria de tão elevadas coisas.
Ainda mais, muitos não se contentarão em pedir igual mérito às próprias opiniões, mas tentarão até escarnecer e ridicularizar as palavras do sábio, buscando impugnar o seu testemunho como fraudulento e, com a suprema confiança da mais profunda ignorância, afirmarão que como eles nada sabem sobre tal assunto é também absolutamente impossível que qualquer outra pessoa o saiba.
O homem que se conscientiza de sua ignorância deu o primeiro passo na direção do conhecimento.
O caminho para o conhecimento direto não é fácil. Nada realmente valioso se obtém sem esforço persistente. Nunca será demasiado repetir que não existem coisas tais como "dons" e "sorte". Tudo o que somos ou possuímos é resultado de esforço. O que falta a um, em comparação com outro, está latente em si mesmo e pode ser desenvolvido quando se empregam os meios apropriados.
Se o leitor, que compreendeu bem esta idéia perguntar o que deve fazer para obter o conhecimento direto, terá na seguinte história a idéia fundamental do ocultismo:
Certo dia um jovem foi visitar um sábio, a quem perguntou: "Senhor, o que devo fazer para tornar-me um sábio?" O sábio não se dignou responder. Depois de repetir a pergunta certo número de vezes sem melhor resultado, o jovem foi embora, mas voltou no dia seguinte com a mesma pergunta. Não obtendo resposta ainda, voltou pela terceira vez e novamente fez a pergunta: "Senhor, o que devo fazer para tornar-me um sábio?"
Finalmente o sábio deu-lhe ouvidos, e então desceu a um rio próximo. Entrou na água convidando o jovem e levando-o pela mão. Quando alcançaram certa profundidade o sábio, pondo todo seu peso sobre os ombros do rapaz, submergiu na água, apesar dos esforços que este fazia para livrar-se. Por fim o sábio largou-o, e quando o jovem recuperou alento perguntou-lhe:
"Meu filho, quando estavas debaixo d'água o que mais desejavas?"
O jovem respondeu sem hesitar: "Ar, ar! eu queria ar!"
"Não terias antes preferido riquezas, prazeres, poder ou amor, meu filho? Não pensaste em nenhuma dessas coisas?" indagou o sábio.
"Não, senhor! Eu desejava ar, só pensava no ar que me faltava", foi a resposta imediata.
"Então", disse o sábio, "para te tornares sábio deves desejar a sabedoria com a mesma intensidade com que desejavas o ar. Deves lutar por ela e excluir de tua vida qualquer outro objetivo. Essa e só essa deve ser, dia e noite, tua única aspiração. Se buscares a sabedoria com esse fervor, meu filho, certamente tornar-te-ás sábio."
Este é o primeiro e fundamental requisito que todo aspirante ao conhecimento oculto deve possuir - um desejo firme, uma sede abrasadora de conhecimento, e um entusiasmo insuperável para conquistá-lo. Mas o motivo supremo para a busca desse conhecimento oculto deve ser um desejo ardente de beneficiar a humanidade, esquecendo-se inteiramente de si mesmo, a fim de trabalhar para os outros. A não ser por essa motivação, o estudo do ocultismo é perigoso.
Sem possuir tais qualificações - especialmente a última - em certa medida, qualquer tentativa para seguir o caminho árduo do ocultismo seria um empreendimento perigoso. Outro pré-requisito para aspirar ao conhecimento direto é o estudo do ocultismo indiretamente. A investigação direta requer certos poderes ocultos que permitem estudar os assuntos relacionados com os estados pré-natal e pós-morte do homem, mas ninguém deve se desesperar por não ter desenvolvido ainda poderes ocultos para adquirir conhecimento direto sobre esses assuntos. Assim como um homem pode conhecer a África indo lá pessoalmente ou lendo as descrições de viajantes que ali estiverem, assim também, para conhecer os mundos suprafísicos, visita-os, se estiver habilitado para o fazer, ou estuda o que outros já capacitados contam como resultado de suas investigações.
Cristo disse: "a Verdade vos libertará", mas a Verdade não é encontrada de uma vez e para sempre. A Verdade é eterna e eterna deve ser a sua busca. O ocultismo desconhece qualquer "crença transmitida de uma vez e para sempre". Há certas verdades básicas que permanecem mas que podem ser encaradas sob diversos ângulos, cada um apresentando um aspecto diferente que complementa os anteriores. Portanto, naquilo que até o presente podemos saber, não há meio possível de chegar-se a última Verdade.
Embora esta obra seja diferente de outras obras filosóficas, as diferenças resultam de pontos de vista também diferentes. Contudo, respeitosamente nos inclinamos ante as idéias e conclusões emitidas por outros investigadores. E sincero desejo do autor que o estudo das páginas seguintes possa tornar as idéias dos estudantes mais completas e amplas do que eram antes.
Isto também se aplica as versões diferentes, e que as pessoas superficiais julgam ser um argumento contra a existência dos Mundos superiores. Se tais mundos existem, alegam, os investigadores deveriam descrevê-los de forma idêntica. Tomando-se um exemplo do cotidiano, torna-se evidente a falácia de semelhante argumento.
Suponhamos que um jornal envie vinte repórteres a uma cidade para que façam reportagens descritivas da mesma. Os repórteres são ou devem ser, observadores treinados. Sua missão é ver tudo, e devem ser capazes de fazer tão boas reportagens sobre o assunto, como é justo e cabível esperar. Todavia, o mais provável é que dos vinte repórteres, nem dois apresentem descrições exatamente iguais da cidade. O mais provável é que sejam totalmente diferentes. Embora algumas delas possam conter em comum as características mais relevantes da cidade, outras podem ser singulares na qualidade e na quantidade da descrição.
Seria argumento contra a existência da cidade o fato das reportagens serem diferentes? Certamente que não! Diferem porque cada um viu a cidade segundo o seu próprio ponto de vista. Pode-se portanto dizer sem receio que tais diferenças, ao invés de confundirem e prejudicarem, tornariam mais fácil, melhor, a compreensão da cidade do que se lêssemos uma só e desprezássemos as outras. Cada reportagem ampliaria e complementaria, por sua vez, as outras.
O mesmo é aplicável aos relatos daqueles que investigam os Mundos superiores. Cada investigador tem sua maneira peculiar de observar as coisas e descrevê-las sob o seu ponto de vista particular. O relato apresentado por um pode ser diferente dos relatos dos outros, mas todos serão igualmente verdadeiros sob ponto de vista individual de cada observador.
As vezes surge a pergunta: para que investigar esses mundos? Não seria melhor investigar um de cada vez, contentando-nos por enquanto com as lições que possamos aprender no Mundo Físico? E se realmente existem esses Mundos Invisíveis, não é preferível esperar até que cheguemos a eles, sem nos preocuparmos desde já em investiga 4os? "Basta a cada dia o seu mal!" Para que mais?
Se soubermos com absoluta certeza que um dia, cedo ou tarde, cada um de nós será conduzido a um país distante onde deverá viver durante muitos anos sob novas e diferentes condições, não é razoável acreditar que aceitaremos com prazer a oportunidade de conhecer antecipadamente alguma coisa sobre tal país? O conhecimento facilitar-nos-á a adaptação às novas condições de vida.
Na vida só uma coisa é certa: a Morte! Quando passarmos para o além e enfrentarmos novas condições, o conhecimento que possuirmos delas ser- nos-á sem dúvida de grande auxílio.
Mas isto não é tudo. Para compreender-se o Mundo Físico que é o mundo dos efeitos, é necessário compreender-se o mundo suprafísico, que é o mundo das causas. Vemos os bondes em movimento pelas ruas, escutamos o tilintar dos aparelhos telegráficos, mas a força misteriosa que causa esses fenômenos permanece invisível para nós. Dizemos tratar-se da eletricidade, mas o nome nada explica. Nada sabemos da força em si mesma: vemos e ouvimos unicamente os seus efeitos.
Se colocarmos um prato de água gelada numa atmosfera de baixíssima temperatura, logo começarão a formar-se cristais de gelo, e poderemos observar então o processo de sua formação. As linhas em que a água se cristaliza foram durante todo o tempo linhas de força invisíveis até o
momento do congelamento da água. As maravilhosas "flores de gelo" que a geada forma nos vidros das janelas são manifestações visíveis das correntes dos Mundos superiores que atuam constantemente sobre nós e, embora ignoradas pela maioria, nem por isso são menos poderosas.
Os Mundos superiores são portanto os mundos das causas, das forças, de forma que não poderemos compreender bem este mundo inferior sem conhecer os outros e sem compreender as forças e as causas, das quais todas as coisas materiais são meros efeitos.
Tais Mundos superiores - comparada a sua realidade com a do Mundo Físico
A casa é ainda invisível para todos, menos para o arquiteto, que a torna objetiva no papel. Ele desenha o plano, e por meio dessa imagem objetiva do seu pensamento-forma os trabalhadores constróem a casa de madeira, de ferro, ou de pedra, exatamente de acordo com esse pensamento-forma originado pelo arquiteto. Assim o pensamento-forma se converte em realidade material.
O materialista afirmará que a casa construída é muito mais real, durável e substancial que sua imagem criada na mente do arquiteto. Mas, vejamos: A casa não poderia ter sido construída sem esse pensamento-forma. O objeto material pode ser destruído pela dinamite, pelo terremoto, pelo fogo ou pelo tempo, mas o pensamento-forma subsistirá. Subsistirá enquanto o arquiteto viver, e por meio desse pensamento poderão ser construídas inúmeras casas iguais àquela que foi destruída. Nem mesmo o próprio arquiteto poderia destruí-lo, pois até depois de sua morte esse seu pensamento-forma pode ser recuperado por aquele que, suficientemente desenvolvido, seja capaz de ler na memória da natureza, da qual nos ocuparemos mais adiante.
Visto portanto quanto é razoável a existência de tais Mundos, que existem em volta e perto de nós, convencidos de sua realidade, de sua permanência e da utilidade de um conhecimento acerca deles, examinemo-los distinta e separadamente, começando pelo Mundo Físico.
A Região Química do Mundo Físico
Nos ensinamentos Rosacruzes, o Universo divide-se em sete diferentes Mundos ou estados de matéria, a saber:
1 - Mundo de Deus.
2 - Mundo dos Espíritos Virginais.
3 - Mundo do Espírito Divino.
4 - Mundo do Espírito de Vida.
5 - Mundo do Pensamento.
6 - Mundo do Desejo.
7 - Mundo Físico.
usa, como o carpinteiro é estranho e pessoalmente independente da casa que constrói para sua habitação.
Como todas as formas mineral, vegetal, animal e humana são químicas, logicamente deverão ser tão mortas e desprovidas de sensação como a matéria química no seu estado primitivo. Os Rosacruzes afirmam que sim.
Alguns cientistas sustentam haver sensação em todos os tecidos, vivos ou mortos, pertencentes a quaisquer dos quatro reinos. Nesta afirmação incluem até, como capazes de sentir, as substâncias ordinariamente classificadas como minerais. E, como prova, apresentam diagramas com curvas de energia obtidas em experiências. Para outra classe de pesquisadores a sensação não existe nem mesmo no corpo humano, excetuado o cérebro, que é a própria 8ede da sensação. Assim, dizem, se ferimos um dedo é o cérebro, não o dedo, que sente a dor. Desta maneira, neste como em outros pontos a casa da Ciência está dividida contra si mesma. A posição de cada oponente é parcialmente correta, dependendo do que se entenda por "sensação". Se significar uma simples resposta aos impactos, tal como o rebote de uma bola de borracha atirada ao chão, é exato atribuir-se sensação ao mineral, à planta e aos tecidos animais. Mas se querem significar prazer e dor, amor e ódio, alegria e tristeza, seria absurdo atribui-los às formas inferiores de vida, a um tecido orgânico solto, aos minerais em seu estado natural, ou mesmo ao cérebro, porque tais sentimentos são expressões do Espírito imortal auto-consciente, enquanto o cérebro é apenas o teclado do magnífico instrumento em que o espírito humano executa a sinfonia de sua vida, da mesma forma que um músico se expressa em seu violino.
Assim como há pessoas que são absolutamente incapazes de compreender a existência de mundos superiores, outras há que, tendo-se relacionado com tais reinos apenas superficialmente, habituam-se a menosprezar o Mundo Físico. Semelhante atitude é tão errônea quanto a do materialista. Os grandes e sábios Seres, que executam a vontade e os planos de Deus, colocaram-nos neste Mundo Físico para aprendermos grandes e importantíssimas lições que só nestas condições seria possível aprender. E nosso dever, portanto, empregar o conhecimento que tenhamos dos Mundos superiores para aprender o melhor possível as lições que este mundo material tem para nos ensinar.
Em certo sentido, o Mundo Físico é uma espécie de Escola-Modelo ou um laboratório experimental, onde se aprende a trabalhar corretamente nos outros mundos, conheçamos ou não a sua existência, o que prova a grande sabedoria dos criadores do plano. Se apenas conhecêssemos os Mundos superiores, cometeríamos muitos erros que só se revelariam quando as condições físicas fossem utilizadas como critério. Para ilustrar, imaginemos o caso de um inventor que idealiza uma máquina: primeiro ele a constrói em pensamento, mentalmente ele a vê completa e realizando com perfeição o trabalho para o qual foi planejada. Em seguida ele a desenha, e ao fazê-lo possivelmente julga necessária alguma modificação no modelo primitivo. Quando, a partir do desenho, dá-se por satisfeito ao ver sua idéia praticável, passa então a construir a máquina com o material apropriado.
Agora, é quase certo haver necessidade de novas modificações antes que a máquina funcione como se pretendia. Pode ainda ser necessário modificá-la totalmente, ou até mesmo concluir-se que o modelo, em seu todo e como se apresenta seja completamente inútil, deva ser rejeitado e um novo plano precise ser elaborado. Mas observe o seguinte, porque isto é importante: a nova idéia, ou plano, será reformulada para eliminar os defeitos da
máquina primitiva. E se não fosse construída uma máquina material que evidenciasse os defeitos da primeira idéia, uma segunda e correta idéia não poderia ser formulada.
Isto se aplica, igualmente, a todas as condições da vida - sociais, comerciais e filantrópicas. Muitos projetos, parecendo excelentes a quem os concebe e continuando a parecer bons quando trasladados para o papel, ao serem experimentados na prática freqüentemente falham. Isto, porém, não deve desanimar-nos. E certo que "aprendemos mais com os nossos erros do que com os nossos êxitos". Devemos pois contemplar o Mundo Físico através da luz apropriada; considerá-lo uma valiosa escola de experiências, onde aprendemos lições da mais alta importância.
A Região Etérica do Mundo Físico
Logo que entramos neste reino da Natureza, estamos num Mundo invisível e intangível, onde os nossos sentidos comuns são inoperantes. Daí ser esta parte do Mundo Físico praticamente inexplorável pela ciência material.
O ar é invisível, mas a ciência moderna sabe que existe. Por meio de instrumentos pode medir sua velocidade como vento, e pela compressão pode torná-lo visível como ar líquido. Com o éter, porém, isto não é tão fácil. A ciência material admite-o como necessário de algum modo para a transmissão da energia elétrica com ou sem fios. Por isso viu-se obrigada a enunciar como postulado a existência de uma substância mais sutil do que as conhecidas, à qual chamou "éter". Não sabe realmente que o éter existe porque, até o momento, a engenhosidade dos cientistas não pôde ainda inventar um recipiente capaz de confinar essa substância, que é no seu todo demasiado esquivo aos "magos de laboratório" da atualidade. Com efeito, eles não podem medi-la, pesá-la ou analisá-la com os aparelhos de que dispõem atualmente.
Por certo são maravilhosas as conquistas da ciência moderna. Contudo, a melhor forma de conhecer os segredos da natureza não é inventar instrumentos, mas sim o investigador aperfeiçoar-se a si mesmo. O homem tem em si faculdades que eliminam a distância, e em grau muito maior do que os mais potentes telescópios e microscópios podem consegui-lo em comparação com o olho nu. Esses sentidos ou faculdades são os meios de investigação usados pelos ocultistas, sendo também por assim dizer, o "abre-te Sésamo" na procura da verdade.
Para o clarividente exercitado o éter é tão tangível como os sólidos, os líquidos e os gases da Região Química o são para o homem comum. Ele vê as forças vitais - que dão vida às formas minerais, vegetais, animais e humanas - fluindo nestas formas por meio de quatro estados de éter. Os nomes e funções específicas desses quatro éteres são os seguintes:
- Éter Químico. Este éter é simultaneamente positivo e negativo em suas manifestações. As forças que produzem a assimilação e a excreção agem por seu intermédio. Assimilação é o processo de incorporação dos diferentes elementos nutritivos do alimento no corpo da planta, do animal ou do homem. Esta operação é levada a efeito por forças que conheceremos mais adiante. Elas agem pelo pólo positivo do Éter Químico, atraindo os elementos necessários e modelando-os em formas apropriadas. Tais forças não atuam cega ou mecanicamente, mas de modo seletivo (muito conhecido dos cientistas por seus efeitos), realizando assim o seu propósito, que é o crescimento e a manutenção do corpo. A excreção é efetuada por forças da mesma espécie, mas atuantes pelo pólo negativo do Éter Químico. Por meio deste pólo são expelidos do corpo os materiais que, contidos no alimento, são impróprios para o seu uso ou que, tendo prestado toda a utilidade ao organismo, devem ser eliminados do sistema. Estes processos,