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Guias e Dicas
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Estudo da Distribuição de Bose-Einstein e Suas Aplicações, Notas de aula de Física Estatística

Este documento aborda o fenômeno de distribuição de bose-einstein, onde um orbital pode conter um número arbitrário de partículas. O texto discute as autofunções e autovalores de um sistema de bósons fracamente interagentes confinados em um recipiente cúbico, além da distribuição de bose-einstein que determina o número médio de partículas em um estado quântico específico. O documento também cobre as densidades de partículas e energia, pressão termodinâmica, entropia e calor específico a volume constante.

Tipologia: Notas de aula

2014

Compartilhado em 15/04/2014

rodrigo-de-barros-3
rodrigo-de-barros-3 🇧🇷

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Cap´ıtulo 7
Condensa¸ao de Bose
8 de dezembro de 2009
1 osons
Introdu¸ao
Um sistema de osons livres confinados num recipiente pode sofrer o fenˆomeno
da condensa¸ao de Bose. Esse fenˆomeno ´e consequˆencia direta da distri-
bui¸ao de Bose-Einstein segundo a qual um orbital, definido como estado de
part´ıcula ´unica, pode conter um n´umero arbitr´ario de part´ıculas. Os orbitais
de osons ao interagentes ao identificados com os modos normais de pro-
paga¸ao de part´ıculas livres e ao definidos pela quantidade de movimento
~p =~~
kde uma part´ıcula, ou equivalentemente pelo vetor de onda ~
k. A
condensa¸ao de Bose corresponde ao surgimento, a baixas temperaturas, de
uma fra¸ao macrosc´opica de osons com ~p = 0.
O fenˆomeno da condensa¸ao de Bose ´e surpreendente pois usualmente, a
fra¸ao de part´ıculas com uma velocidade espec´ıfica, estritamente falando, ´e
desprez´ıvel. Para apreciar isso vamos considerar o sistema a altas e baixas
temperaturas. A altas temperaturas, as velocidades ~v =~p/m das part´ıculas
se repartem de acordo com a distribui¸ao de Maxwell. De acordo com essa
distribui¸ao o umero de part´ıculas N(v) com valor absoluto da velocidade
entre vev+ vvale N(v) = Nρ(v)∆v, em que N´e o n´umero total de
part´ıculas confinadas num recipiente de volume V. A grandeza ρ(v) ´e finita
para qualquer velocidade de modo que N(v) se anula quanto v0 para
qualquer velocidade. Estritamente falando, isso significa que o umero de
particulas com uma velocidade espec´ıfica ´e nulo. A maneira apropriada ´e
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Cap´ıtulo 7

Condensa¸c˜ao de Bose

8 de dezembro de 2009

1 B´osons

Introdu¸c˜ao

Um sistema de b´osons livres confinados num recipiente pode sofrer o fenˆomeno da condensa¸c˜ao de Bose. Esse fenˆomeno ´e consequˆencia direta da distri- bui¸c˜ao de Bose-Einstein segundo a qual um orbital, definido como estado de part´ıcula ´unica, pode conter um n´umero arbitr´ario de part´ıculas. Os orbitais de b´osons n˜ao interagentes s˜ao identificados com os modos normais de pro- paga¸c˜ao de part´ıculas livres e s˜ao definidos pela quantidade de movimento ~p = ℏ~k de uma part´ıcula, ou equivalentemente pelo vetor de onda ~k. A condensa¸c˜ao de Bose corresponde ao surgimento, a baixas temperaturas, de uma fra¸c˜ao macrosc´opica de b´osons com ~p = 0. O fenˆomeno da condensa¸c˜ao de Bose ´e surpreendente pois usualmente, a fra¸c˜ao de part´ıculas com uma velocidade espec´ıfica, estritamente falando, ´e desprez´ıvel. Para apreciar isso vamos considerar o sistema a altas e baixas temperaturas. A altas temperaturas, as velocidades ~v = ~p/m das part´ıculas se repartem de acordo com a distribui¸c˜ao de Maxwell. De acordo com essa distribui¸c˜ao o n´umero de part´ıculas ∆N(v) com valor absoluto da velocidade entre v e v + ∆v vale ∆N(v) = Nρ(v)∆v, em que N ´e o n´umero total de part´ıculas confinadas num recipiente de volume V. A grandeza ρ(v) ´e finita para qualquer velocidade de modo que ∆N(v) se anula quanto ∆v → 0 para qualquer velocidade. Estritamente falando, isso significa que o n´umero de particulas com uma velocidade espec´ıfica ´e nulo. A maneira apropriada ´e

nos referirmos ao n´umero de part´ıculas num certo intervalo de velocidades e a raz˜ao entre eles ∆N/∆v que ´e finita no limite ∆v → 0. A medida que a temperatura decresce a distribui¸c˜ao de velocidades ρ(v) deixa de ser a distribui¸c˜ao cl´assica de Maxwell mas a propriedade que aca- bamos de mencionar continua v´alida, isto ´e, a fra¸c˜ao de part´ıculas com uma velocidade espec´ıfica ´e desprez´ıvel. Entretanto, a temperaturas suficiente- mente baixas um novo fenˆomeno. come¸ca a ocorrer. Nesse regime, ∆N(0) n˜ao se anula quando ∆v → 0 embora ∆N(v) → 0 se v 6 = 0. Em outros ter- mos, o n´umero de part´ıculas com velocidade estritamente igual a zero, isto ´e, no estado fundamental, se torna n˜ao nula, que ´e condensa¸c˜ao de Bose. Se a temperatura for diminu´ıda mais ainda a fra¸c˜ao de b´oson no estado funda- mental cresce e se torna iguala unidade em T = 0, isto ´e, o sistema inteiro se torna o condensado de Bose.

Densidade de estados

Considere um sistema de b´osons fracamente interagentes de massa m, con- finados num recipiente c´ubico de volume L^3 = V. As energias de um ´unico b´oson colocado dentro do recipiente corresponde aos autovalores da equa¸c˜ao de Schr¨odinger independente do tempo

ℏ^2

2 m

∇^2 ψ = ǫψ, (1)

em que m ´e a massa do b´oson. As autofun¸c˜oes e os autovalores s˜ao dados por

ψ~k =

V

ei ~k·~r (2)

e

ǫ~k =

ℏ^2 k^2 2 m

Os poss´ıveis vetores de onda s˜ao determinados utilizando condi¸c˜oes peri´odicas de contorno e s˜ao dados por

kx =

2 π L

n 1 , ky =

2 π L

n 2 , kz =

2 π L

n 3 , (4)

em que n 1 , n 2 , n 3 = 0, ± 1 , ± 2 ,.. ..

Tendo em vista que essa parcela do n´umero total de b´osons possui um papel fundamental no fenˆomeno da condensa¸c˜ao de Bose, escrevemos

N =

~k( 6 =0)

f (ǫ~k) + N 0. (13)

Propriedades termodinˆamicas

O numero m´edio de bosons N e a energia U s˜ao dados por

N =

0

f (ǫ)D(ǫ)dǫ + N 0 (14)

U =

0

ǫf (ǫ)D(ǫ)dǫ (15)

Substituindo as densidades de obitais nas express˜oes para N e U, obtemos os seguintes resultados para a densidade de part´ıculas ρ = N/V ,

ρ =

4 π^2

2 m ℏ^2

0

ǫ^1 /^2

eβ(ǫ−μ)^ − 1

dǫ + ρ 0 , (16)

em que ρ 0 = N 0 /V ´e a densidade de b´osons no estado fundamental, e, para a densidade de energia u = U/V ,

u =

4 π^2

2 m ℏ^2

0

ǫ^3 /^2

eβ(ǫ−μ)^ − 1

dǫ. (17)

O grande potencial termodinˆamico Φ ´e dado por

Φ = −kB T

0

ln[1 + f (ǫ)]D(ǫ)dǫ (18)

Integrando por partes, obtemos a seguinte express˜ao para o grande potencial termodinˆamico

Φ = −

0

f (ǫ)N (ǫ)dǫ (19)

Tendo em vista que o n´umero de orbitais e a densidade de orbitais ´e dada por N (ǫ) = (2ǫ/3)D(ǫ) ent˜ao podemos concluir que

U (20)

Tendo em vista que D(ǫ) ´e diretamente proporcional ao volume V , ve- mos que U e Φ tamb´em s˜ao proporcionais ao volume. Como a press˜ao p = −∂Φ/∂V ent˜ao Φ = −pV , em que p depende apenas de T e μ. Por outro lado, Φ = − 2 U/3 e portanto

p =

2 U

3 V

2 u 3

ou

p =

6 π^2

2 m ℏ^2

0

ǫ^3 /^2

eβ(ǫ−μ)^ − 1

dǫ. (22)

A entropia S se calcula por meio de S = −∂Φ/∂T = V ∂p/∂T. A den- sidade de entropia, isto ´e, a entropia por unidade de volume s = S/V ´e determinada por s = ∂p/∂T.

Atividade

Fazendo a mudan¸ca de vari´avel x = βǫ, as integrais contidas nas express˜oes para ρ e p se tornam

ρ =

4 π^2

2 mkB T ℏ^2

0

x^1 /^2 ex−βμ^ − 1

dx + ρ 0 , (23)

e

p =

6 π^2

kB T

2 mkB T ℏ^2

0

x^3 /^2 ex−βμ^ − 1

dx. (24)

Utilizando a defini¸c˜ao de comprimento de onda t´ermico λ, dada por

λ =

2 πℏ^2 mkB T

e definindo a atividade z por z = eβμ^ (26)

as express˜oes para ρ e u se tornam

ρ =

λ^3

π

0

x^1 /^2 exz−^1 − 1

dx + ρ 0 , (27)

e

p =

kB T λ^3

π

0

x^3 /^2 exz−^1 − 1

dx. (28)

g(z), de tal forma que z se torna fun¸c˜ao de ρλ^3 , e substituindo o resultado em f(z). Portanto, a dependˆencia da press˜ao com a densidade e temperatura possui a seguinte forma pλ^3 kB T

= F (ρλ^3 ) (36)

Fun¸c˜oes g(z) e f(z)

As fun¸c˜oes g(z) e f(z), definidas por (29) e (30), podem ser desenvolvidas em potˆencias de z. As expans˜oes s˜ao obtidas pela substitui¸c˜ao do resultado

1 exz−^1 − 1

ze−x 1 − ze−x^

∑^ ∞

ℓ=

zℓe−xℓ^ (37)

nas integrais contida em (27) e (28). Ap´os a mudan¸ca de vari´avel xℓ = y, obt´em-se

g(z) =

π

∑^ ∞

ℓ=

zℓ ℓ^3 /^2

0

y^1 /^2 e−ydy (38)

f(z) =

π

∑^ ∞

ℓ=

zℓ ℓ^5 /^2

0

y^3 /^2 e−y^ dy (39)

Basta lembrar em seguida que as duas integrais acima s˜ao respectivamente iguais a Γ(3/2) =

π/2 e Γ(5/2) = 3

π/4 para alcan¸car as expans˜oes

g(z) =

∑^ ∞

ℓ=

zℓ ℓ^3 /^2

f(z) =

∑^ ∞

ℓ=

zℓ ℓ^5 /^2

v´alidos para 0 ≤ z ≤ 1. Notar que g(z) = zf′(z). As duas fun¸c˜oes g(z) e f(z) crescem com z e atingem valores finitos em z = 1, dados por g(1) = 2.612 e f(1) = 1.341. Entretato, elas possuem com- portamentos singulares em z = 1, n˜ao sendo fun¸c˜oes anal´ıticas nesse ponto. A derivada da fun¸c˜ao g(z) diverge em z = 1. Para obter o comportamento de g(z) ao redor de z = 1 procedemos da seguinte maneira. A partir de (29), obtemos a seguinte express˜ao para a derivada de g(z),

g′(z) =

π

0

x^1 /^2 e−x (1 + δ − e−x)^2

dx (42)

v´alida para pequenos valores de δ = 1 − z. Em seguida escrevemos essa express˜ao como a soma de duas parcelas. Uma delas ´e

A =

π

∫ (^) a

0

x^1 /^2 e−x (1 + δ − e−x)^2

dx (43)

e a outra ´e

B =

π

a

x^1 /^2 e−x (1 + δ − e−x)^2

dx (44)

em que a ´e considerado pequeno mas maior do que δ. Tendo em vista que a ´e pequeno o integrando da integral A pode ser substitu´ıdo por sua express˜ao v´alida para pequenos valores de x. Fazendo isso, a primeira integral se reduz ao resultado

A =

π

∫ (^) a

0

x^1 /^2 (δ + x)^2

dx =

πδ

∫ (^) a/δ

0

y^1 /^2 (1 + y)^2

dy (45)

Como estamos interessados no comportamento de A para pequenos valores de δ, o limite superior pode ser estendido at´e o infinito, com o seguinte resultado

A =

πδ

0

y^1 /^2 (1 + y)^2

dy =

π δ

em que levamos em conta que a integral vale π/2. A segunda integral B permanece finita para qualquer valor de δ, mesmo quando δ → 0, pois o limite inferior ´e estritamente n˜ao nulo. Sendo finita ela se torna muito menor do que A, isto ´e, B << A, j´a que A diverge quando δ → 0. Portanto, o valor da integral em (42) se torna assintoticamente igual a A e portanto

g′(z) =

π δ

π (1 − z)

Integrando, obtemos

g(z) = g(1) − 2

π(1 − z) (48)

Usando a igualdade g(z) = zf′(z), obtemos

f(z) = f(1) − g(1)(1 − z) +

π(1 − z)^3 /^2 (49)

As duas ´ultimas express˜oes d˜ao o comportamento dominante de g(z) e f(z) ao redor de z = 1.

0 0.5 1 1.5 2 v λ

0

1

2

p λ

3

/^

kT

(a)

0 v* v

0

p*

p

(b)

Figura 2: (a) Gr´afico de pλ^3 /kB T versus v/λ^3 para b´osons livres. (a) Isoter- mas no plano press˜ao p versus volume por part´ıcula v = 1/ρ. Os segmentos de reta horizontal s˜ao linhas de conjuga¸c˜ao entre as duas fases termodinˆamicas em coexistˆencia: o condensado de Bose e o g´as. A press˜ao de coexistˆencia ´e representada por p∗^ e o volume por particula por v∗.

que pλ^3 /kB T pode ser considerada como uma fun¸c˜ao de ρλ^3. Equivalente- mente podemos dizer que pλ^3 /kB T ´e fun¸c˜ao de v/λ^3 , isto ´e,

pλ^3 kB T

= G(

v λ^3

cujo gr´afico ´e mostrado na figura 2. Quando o volume v ´e diminu´ıdo, `a temperatura constante, a press˜ao p aumenta e atinge o valor correspondente ao in´ıcio da condensa¸c˜ao. No limiar da condensa¸c˜ao o volume vale v∗^ = 1/ρ∗, isto ´e,

v∗^ =

λ^3 g(1)

e a press˜ao correspondente vale

p∗^ =

kB T λ^3

f(1) (54)

Diminuindo ainda mais o volume v a partir de v∗, ocorre a condensa¸c˜ao. A press˜ao se mant´em invariante e igual a p∗, enquanto a temperatura for man- tida constante. A densidade de energia u∗^ ao longo da linha de coexistˆencia

p

T

T

T*

T*

p*

Figura 3: Diagrama de fase (a) no plano μ versus T e (b) no plano p versus T. A curva cont´ınua representa um processo em que a densidade ρ ´e mantida constante.

vale u∗^ = 3p∗/2 ou

u∗^ =

3 kB T 2 λ^3

f(1) (55)

Como λ ´e proporcional a T −^1 /^2 vemos que o volume v∗^ e a press˜ao de vapor p∗^ variam com a temperatura de acordo

v∗^ ∼ T −^3 /^2 p∗^ ∼ T 5 /^2 (56)

e portanto p∗^ ∼ v∗−^5 /^3.

Condensado

Os diagramas de fase nos planos μ versus T e p versus T s˜ao mostrados na figura 3. A linha de transi¸c˜ao de fase ocorre ao longo de μ = 0 no primeiro e ao longo de p = p∗^ no segundo, em que p∗^ ´e a press˜ao de vapor dada por (54). Essa linha possui o comportamento p∗^ ∼ T 5 /^2. Consideramos em seguida um resfriamento isoc´orico, isto ´e, um processo em que a temperatura ´e diminu´ıda mantendo-se a densidade ρ constante. Nesse processo a press˜ao diminui como mostrado na figura 3 at´e atingir a linha de coexistˆencia no ponto (T ∗, p∗). Esse ponto ´e tal

ρ =

mkB T ∗ 2 πℏ^2

g(1) (57)

Calor espec´ıfivo

Aqui estamos interssado na determina¸c˜ao do calor espec´ıfico a volume cons- tante, ou capacidade t´ermica a volume constante por part´ıcula, definido por

cv =

N

∂U

∂T

V

ou

cv =

ρ

∂u ∂T

ρ

pois ρ = N/V e u = U/V. Utilizando a identidade ( ∂u ∂T

ρ

∂u ∂T

z

∂u ∂z

T

(∂ρ/∂T )z (∂ρ/∂z)T

e as f´ormulas (33) e (35), obtemos

cv =

kB

5 f(z) 2 g(z)

3 f′(z) 2 g′(z)

v´alida para z 6 = 1 ou μ 6 = 0, isto ´e, enquanto houver uma ´unica fase. Quando z = 1 ou μ = 0, isto ´e, ao longo da curva de coexistˆencia, a den- sidade de energia ´e dada por (55) cuja derivada relativamente `a temperatura no leva ao resultado

cv =

kB

T

T ∗

f(1) g(1)

em que usamos a rela¸c˜ao (57) entre a densidade ρ e a temperatura T ∗. O calor espec´ıfico cv como fun¸c˜ao da temperatura ´e mostrado na figura

  1. Para temperaturas acima de T ∗, o calor espec´ıfico ´e determinado pela invers˜ao num´erica da equa¸c˜ao (35). A atividade resultante ´e substitu´ıda em (65). Para pequenos valores de z usamos os resultados g(z) = z e f(z) = z para obter cv = 3kB /2 que ´e o resultado cl´assico, v´alido para altas temperaturas como mostrado na figura 4. Para temperaturas abaixo de T ∗, ou seja, ao logo da curva de coexistˆencia, o resultado (66) nos diz que cv ∼ T 3 /^2. Em T = T ∗^ ambos os resultados (65) e (66) fornecem cv/kB = 15f(1)/ 4 g(1) = 1, 925, mostrando que cv ´e fun¸c˜ao cont´ınua de T. Devemos notar que o calor espec´ıfico a press˜ao constante cp ´e distinto de cv e ´e dado por

cp =

N

∂H

∂T

p

em que H = U + pV ´e a entalpia. Como U = 3pV /2 ent˜ao H = 5pV /2 de modo que

cp =

p

∂v ∂T

p

5 p 2 ρ^2

∂ρ ∂T

p

Usando uma identidade an´aloga `a (64) para (∂p/∂T )p, obtemos o resul- tado

cp =

kB

f(z) g(z)

g′(z) f′(z)

g(z) f(z)

v´alido para z 6 = 1 ou μ 6 = 0. O calor espec´ıfico a press˜ao constante, diferentemente do calor espec´ıfico a volume constante, diverge quando μ → 0, isto ´e, quando nos aproximamos da condensa¸c˜ao. De fato, substituindo os resultados (48) e (49), em (69) e (35), obtemos

cp =

kB

f(1) [g(1)]^2

π 1 − z

e

ρ =

λ^3

g(1) − 2

π(1 − z)

Utilizando ainda a rela¸c˜ao entre ρ e T ∗, dada por (57), podemo escrever essa ´ultima equa¸c˜ao como

T − T ∗ T ∗^

3 g(1)

π(1 − z) (72)

e portanto, ao longo d euma isoc´orica e nas proximidades da linha de coe- xistˆencia,

cp =

kB

πf(1) [g(1)]^3

T ∗

T − T ∗

Portanto, o calor espec´ıfico diverge de acordo com

cp ∼ (T − T ∗)−^1 (74)

A partir de (68) e da defini¸c˜ao do coeficiente de expansa t´ermica

α =

v

∂v ∂T

p

vemos que

cp =

pvα (76)