Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Cônicas - história - apresentação - aplicações, Trabalhos de Engenharia Civil

Trabalho sobre cônicas do 1º período de Engenharia Civil da UFRR, disciplina de Geometria Analítica.

Tipologia: Trabalhos

2011
Em oferta
60 Pontos
Discount

Oferta por tempo limitado


Compartilhado em 08/08/2011

nelsonpoer
nelsonpoer 🇧🇷

4.6

(238)

123 documentos

1 / 54

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
NELSON POERSCHKE
CÔNICAS
Boa Vista
2011
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
Discount

Em oferta

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Cônicas - história - apresentação - aplicações e outras Trabalhos em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

NELSON POERSCHKE

CÔNICAS

Boa Vista

NELSON POERSCHKE

CÔNICAS

18 Jul 2011

Trabalho apresentado como exigência da

disciplina de Geometria Analítica do Curso

de Bacharelado em Engenharia Civil da

Universidade Federal de Roraima.

Boa Vista

    1. INTRODUÇÃO
    1. HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA DAS CÔNICAS
  • 3 ALGUMAS APLICAÇÕES DAS CÔNICAS.....................................................
  • 3.1 Na astronomia..........................................................................................................
  • 3.2 Em ótica e acústica..................................................................................................
  • 3.3 Em Engenharia e Arquitetura...............................................................................
  • 3.4 Na tecnologia atual................................................................................................
    1. EXCENTRICIDADE, DIRETRIZ E FOCO DE UMA CÔNICA...................
  • 4.1 Proposição 1...........................................................................................................
  • 4.2 Proposição 2............................................................................................................
  • 4.3 Proposição
    1. ELIPSE..................................................................................................................
  • 5.1 Definição................................................................................................................
  • 5.2 Elipse com focos sobre o eixo 0x...........................................................................
  • 5.3 Elipse com focos sobre o eixo 0y..........................................................................
  • 5.3 Aplicações da elipse - exemplos............................................................................
    1. PARÁBOLA.........................................................................................................
  • 6.1 Definição................................................................................................................
  • 6.2 Parábola com focos sobre o eixo 0x.....................................................................
  • 6.3 Parábola com focos sobre o eixo 0y.....................................................................
  • 6.4 Aplicações da parábola - exemplos......................................................................
    1. HIPÉRBOLE.........................................................................................................
  • 7.1 Definição.................................................................................................................
  • 7.2 Hipérbole com focos sobre o eixo 0x....................................................................
  • 7.3 Hipérbole com focos sobre o eixo 0y...................................................................
  • 7.4 Um caso particular da hipérbole..........................................................................
    1. SUPERFÍCIES QUADRÁTICAS.......................................................................
  • 8.1 Definição................................................................................................................
  • 8.2 Quadráticas cêntricas............................................................................................
  • 8.2.1 Elipsóide.................................................................................................................
  • 8.2.2 Hiperbolóide de uma folha..................................................................................
  • 8.2.3 Hiperbolóide de duas folhas................................................................................
  • 8.3 Quadráticas não-cêntricas.....................................................................................
  • 8.3.1 Parabolóide elíptico................................................................................................
  • 8.3.2 Parabolóide hiperbólico.........................................................................................
    1. EQUAÇÃO GERAL DO 2º GRAU E DUAS VARIÁVEIS..............................
  • 8 CONCLUSÃO
  • 9 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1. INTRODUÇÃO

Como todo conhecimento científico, as idéias matemáticas passam por um processo

evolutivo incorporando mudanças, sendo tratadas com novas ferramentas e métodos os quais,

muitas vezes, lhes permitem um incremento no seu desenvolvimento.

As seções cônicas são curvas obtidas pela interseção de um cone circular reto de

duas folhas com um plano.

Exposições gerais sobre as seções cônicas são conhecidas antes da época de

Euclides, mais ou menos de 325265 a.C., e existe uma diversidade de definições para elas,

cuja equivalência é mostrada na Geometria Elementar.

O tratado sobre as cônicas estavam entre algumas das mais importantes obras de

Euclides, porém se perderam, talvez porque logo foram superadas pelo trabalho mais extenso

escrito por Apolônio.

A obra de nível mais avançado foi precisamente a feita por Apolônio de Perga, que

substituiu qualquer estudo anterior. O tratado sobre as Cônicas certamente foi a obra-prima de

Apolônio e teve grande influência no desenvolvimento da matemática.

O tratado consistia em oito livros que contém 387 proposições separadas. (HEATH,

1921 ) diz que o texto sobre as cônicas é um grande clássico e que merecia ser mais

conhecido, porém sua forma original é muito extensa.

Apenas os quatro primeiros livros foram preservados em grego e felizmente os três

seguintes tinham sido traduzidos para árabe e também se preservaram.

Os quatro livros iniciais foram escritos como uma introdução elementar incluindo as

proposições básicas das cônicas. A maioria dos resultados destes livros já eram sabidos por

Euclides, Aristeu e outros, como o próprio Apolônio afirmou. Os quatro últimos livros são

extensões do assunto, estudos mais avançados.

Atualmente, as mais usuais referem-se à propriedade foco - diretriz dessas curvas,

porém, em seu célebre tratado sobre as seções cônicas, Apolônio de Perga, mais ou menos de

262 190 a.C., não mencionou essa propriedade e não existia um conceito numérico que

correspondia ao que chamamos de excentricidade. Coube a Pierre de Fermat a descoberta de

que as seções cônicas podem ser expressas por equações do segundo grau nas coordenadas

(x,y).

Neste trabalho, mostrarei que uma seção cônica é uma curva cuja equação cartesiana

é do segundo grau, e inversamente, toda curva cuja equação é do segundo grau pode ser

obtida a partir da interseção de um cone circular reto de duas folhas com um plano. Por essa

2. HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA DAS CÔNICAS

Tratados sobre as seções cônicas são conhecidos antes da época de Euclides, (325 a

265 a.C.). E, associado à história dessas curvas, temos Apolônio que nasceu na cidade de

Perga, região da Panfília (atualmente Turquia) por volta de 262 a.C. e viveu,

aproximadamente, até 190 a.C.

Apolônio foi contemporâneo e rival de Arquimedes que viveu, aproximadamente,

entre 287 a.C. e 212 a.C. e, juntamente com Euclides, formam a tríade considerada como

sendo a dos maiores matemáticos gregos da antigüidade.

Apolônio estudou com os discípulos de Euclides em Alexandria e foi astrônomo

notável. A maior parte das obras de Apolônio desapareceu. O que sabemos dessas obras

perdidas devemos a Pappus de Alexandria (Séc. IV a.C.). A obra prima de Apolônio é Seções

Cônicas , composta por 8 volumes (aproximadamente 400 proposições). Da obra original

sobreviveram 7 volumes, sendo 4 escritos em grego e 3 traduzidos para o árabe por Thabit Ibn

Qurra, no século IX. Os três primeiros volumes são baseados em trabalhos de Euclides e o

oitavo volume foi, infelizmente, perdido. Em 1710, Edmund Halley traduziu os sete volumes

sobreviventes de Secções Cônicas para o latim e todas as demais traduções para as línguas

modernas foram feitas a partir da tradução de Halley.

Os precursores de Apolônio no estudo das cônicas foram Manaecmo, Aristeu e o

próprio Euclides. Nesse período, elas eram obtidas seccionando um cone circular reto de uma

folha com um plano perpendicular a uma geratriz do cone, obtendo três tipos distintos de

curvas, conforme a seção meridiana do cone fosse um ângulo agudo, um ângulo reto ou um

ângulo obtuso.

Apolônio foi o matemático que mais estudou e desenvolveu as seções cônicas na

antiguidade. Suas contribuições foram: ter conseguido gerar todas as cônicas de um único

cone de duas folhas, simplesmente variando a inclinação do plano de interseção; ter

introduzido os nomes elipse e hipérbole e ter estudado as retas tangentes e normais a uma

cônica.

A importância do estudo de Apolônio sobre as cônicas dificilmente pode ser

questionada. Temos a inegável influência dele sobre os estudos de Ptolomeu. Este foi

astrônomo e geógrafo e fez observações em Alexandria, de 127-151 d.C.. Suas obras mais

famosas são o Almagesto (astronomia) e a Geografia (8 volumes).

Ptolomeu introduziu o sistema de latitude e longitude tal como é usado hoje em

cartografia e usou métodos de projeção e transformações estereográficas. Este estudo faz uso

de um Teorema de Apolônio que diz que todo cone oblíquo tem duas famílias de seções

circulares. As Cônicas de Apolônio também tiveram forte influência nos estudos de Kepler.

O interesse de Kepler pelas cônicas surgiu devido às suas aplicações à óptica e à

construção de espelhos parabólicos. Em 1.609, Kepler edita a Astronomia Nova , onde

apresenta a principal lei da astronomia: "os planetas descrevem órbitas em torno do Sol, com

o Sol ocupando um dos focos". A propósito, a palavra foco é devida a Kepler e provém da

forma latinizada foccus cujo significado é fogo, lareira.

(Figura 01 – Seções cônicas. Fonte: www.fsc.ufsc.br, acessado em 02/07/2011))

Outra aplicação prática das cônicas aparece na obra de Galileu (1632), onde

"desprezando a resistência do ar, a trajetória de um projétil é uma parábola". Galileu se

reporta à componente horizontal e à componente vertical de uma parábola.

Foi a Matemática pura de Apolônio que permitiu, cerca de 1800 anos mais tarde, os

"Principia" de Sir Isaac Newton. Motivado por uma visita de Edmond Halley, em agosto de

1684, com a finalidade de perguntar-lhe sobre a lei da atração que varia com o inverso do

quadrado da distância, Newton retoma seus manuscritos. A resposta enviada a Halley, alguns

meses depois, trazia uma revolução na mecânica celeste. Durante dois anos e meio, ele

trabalhou obstinadamente nesse artigo, a pedido de Halley, e ia ampliando suas

conseqüências. Ele estava generalizando a aplicação de sua dinâmica a uma demonstração

3. ALGUMAS APLICAÇÕES DAS CÔNICAS

As cônicas desempenham um papel importante em vários domínios da física,

incluindo a astronomia, a economia, a engenharia e em muitas outras situações, pelo que não

é de estranhar que o interesse pelo seu estudo seja tão antigo.

Suponhamos que temos uma lanterna direcionada para uma parede, então o feixe de

luz emitido desenhará nessa parede uma curva cônica. Este fato acontece porque o feixe de

luz emitido pela lanterna forma um cone, e também porque a parede funciona como um plano

que corta o cone formado. Dependendo da inclinação da lanterna relativamente à parede,

assim se obtém uma circunferência, uma elipse, uma parábola ou uma hipérbole.

Certos candeeiros de cabeceira, cujo quebra luz é aberto segundo uma circunferência,

desenham na parede uma hipérbole e no teto uma elipse.

Os Engenheiros da área da iluminação usam este fato, entre outros, para construírem

candeeiros, lanternas, etc...

O som emitido por uma avião a jato supersônico tem a forma de um cone, pelo que,

ao chocar com a Terra vai formar uma curva cônica. Assim, dependendo da inclinação do

avião em relação à Terra, vamos obter elipses, parábolas ou hipérboles. A audiometria usa

este fato, entre outros, para saber a que distância da Terra o avião pode ultrapassar a barreira

do som.

A superfície formada pela água dentro de um copo é elíptica, sendo circular apenas

no caso em que o copo está exatamente na vertical, isto é, a superfície da água está alinhada

com o nível, na horizontal.

Se girarmos o copo com um movimento rotativo sobre si próprio, a superfície do

líquido nele inserido será a de um parabolóide. Esta técnica é frequentemente usada para se

obter este tipo de superfície.

Na astronomia, Kepler mostrou que os planetas do sistema solar descrevem órbitas

elípticas, as quais têm o sol num dos focos.

Também os satélites artificiais enviados para o espaço percorrem trajetórias elípticas.

Mas nem todos os objetos que circulam no espaço têm órbitas elípticas. Existem cometas que

percorrem trajetórias hiperbólicas, os quais ao passarem perto de algum planeta com grande

densidade, alteram a sua trajetória para outra hipérbole com um foco situado nesse planeta.

Como a parábola é um caso de equilíbrio entre a elipse e a hipérbole (lembrando que

a excentricidade da parábola é igual a um), a probabilidade de existir algum satélite com

órbita parabólica é quase nula. Mas isso não impede a existência de satélites com esta

trajetória.

Também as trajetórias dos projéteis, num ambiente sob a ação da força de gravidade,

são parabólicas. Já no ambiente terrestre, onde existe a resistência do ar, essas trajetórias são

elípticas, mais propriamente, arcos de elipses. No entanto, por vezes, as diferenças entre as

trajetórias elípticas e as parabólicas são quase indetectáveis. A balística, ciência que estuda as

trajetória de projéteis, faz uso deste fato para determinar o local da queda de um projétil.

No estudo dos átomos, um campo da Física e da Química, as órbitas dos elétrons em

torno do núcleo são elípticas.

Fazendo uso da propriedade refletora da parábola, Arquimedes construiu espelhos

parabólicos, os quais por refletirem a luz solar para um só ponto, foram usados para incendiar

os barcos romanos quando das invasões de Siracusa. A concentração de energia gera calor.

De fato, as propriedades refletoras das cônicas, de todas, e não somente as da

parábola, tem contribuído para a construção de telescópios, antenas, radares, faróis de

navegação, faróis de carros, lanternas, etc...

Na verdade, alguns dos objetos mencionados também obedecem à propriedade

refratora das cônicas. Esta propriedade está intimamente ligada à propriedade refletora, pelo

que os seus estudos são muito idênticos. Só para dar uma amostra de objetos mais vulgares

que usam a propriedade refratora das cônicas, menciono os seguintes: os óculos graduados, as

lupas e os microscópios.

A partir da propriedade refletora das parábolas, os engenheiros civis construíram

pontes de suspensão parabólica. Se imaginarmos os cabos que predem o tabuleiro da ponte

como raios de luz, facilmente verificamos que o cabo principal, aquele que passa pelos pilares

da ponte, tem forma de uma parábola.

As extremidades das asas do famoso avião britânico Spitfire , usado com grande

sucesso na I Grande Guerra, eram arcos de elipses. Embora a razão da sua escolha se prenda

ao fato de se obter mais espaço para transportar munições, este tipo de asa diminuía a

resistência do ar, favorecendo melhores performances ao avião em vôo.

O sistema de localização de barcos denominado por LORAM (LOng RAnge

Navigation), faz uso das hipérboles confocais, onde os radares estão nos focos. A idéia é

baseada na diferença de tempo de recepção dos sinais emitidos simultaneamente pelos dois

pares de radares, sendo um dos radares comum aos dois pares. O mapa assim construído

apresenta curvas hiperbólicas. Esta técnica foi usada na II Grande Guerra, para detectar barcos

japoneses.

sua primeira lei. É de notar que as órbitas dos planetas são, de um modo geral, de

excentricidade muito pequena.

Anos depois, foi a partir das leis de Kepler que Newton, aplicando-lhes o seu cálculo

diferencial, concluiu a Lei da Atração Universal , verificando ainda que os satélites efetuam

também uma órbita elíptica em torno do seu planeta. Por exemplo : a órbita da Lua que

descreve uma trajetória elíptica da qual a Terra é um dos seus focos.

As cônicas também descrevem trajetórias de projéteis, de pontos ou de partículas

atômicas elementares, em arcos, pontes, jactos de água...

A lei da gravitação de Newton matematizou as descobertas empíricas de Kepler e, a

partir do séc. XVII, o estudo analítico das cônicas e das suas aplicações aos movimentos no

espaço, não cessou de se aperfeiçoar.

3.2 Em ótica e acústica.

A parábola ao rodar em torno do seu eixo de simetria, gera uma superfície parabólica

ou parabolóide:

As propriedades refletoras são geradas por cônicas, parabolóides, hiperbolóides e

elipsóides; estas usam-se, por exemplo, nos espelhos e antenas parabólicas ou para criar

condições acústicas especiais em auditórios, teatros, catedrais,etc...

As seguintes propriedades da parábola e do parabolóide resultam do interesse dos

espelhos parabólicos:

Como receptor:

Todo o raio luminoso que incide num espelho parabólico, paralelamente ao eixo,

reflete-se passando por um ponto fixo - o Foco.

Como emissor:

Reciprocamente, todo o raio luminoso que incide no espelho parabólico passando

pelo foco reflete-se paralelamente ao eixo.

Uma fonte luminosa no foco produz um feixe de raios paralelos, com um maior

alcance. Pode usar-se para emitir feixes de ondas de rádio ou de outra natureza.

A primeira propriedade justifica o funcionamento dos espelhos parabólicos, dos

fornos solares, das antenas parabólicas que captam ondas de rádio, de radar ou de outras

ondas eletromagnéticas, como as antenas de TV ou as dos enormes rádios telescópios.

Conta-se que Arquimedes, durante o cerco de Siracusa, conseguiu incendiar naves

romanas usando uns misteriosos espelhos, chamados "ustórios", que enchiam de pavor os

sitiantes e os punham em fuga. Arquimedes já conhecendo as propriedades das cônicas,

recorreu a um, ou vários espelhos parabólicos colocados de modo a concentrar os raios de Sol

refletidos num só ponto, desviando-o depois para uma galera romana que começava a arder.

A segunda propriedade aplica-se em todos os faróis de navegação, de automóvel...

e outros tipos de projetores.

Por exemplo, num farol parabólico de automóvel a luz emitida pela lâmpada

colocada no seu foco é refletida nas paredes e «atirada» para fora, iluminando a estrada.

Outro exemplo, são os fornos solares constituídos por grandes espelhos parabólicos

(existe um em França, com 54 m de comprimento e 40 m de altura constituído por 9500

espelhinhos de 45cm de lado).

No foco do espelho atinge-se uma temperatura de 3800 ºC, pois nele convergem os

raios soares captados e refletidos pela sua superfície. Estas temperaturas são aproveitadas para

conversões de energia, fusão, etc.

No entanto as propriedades acústicas e ópticas não são exclusivas da parábola. De

3.4 Na tecnologia atual.

Se nós ligarmos a televisão poderemos ver imagens "ao vivo" provenientes dos mais

remotos sítios do mundo. Para nós isto é natural, mas há 25 anos era impossível.

De fato, só depois dos americanos terem lançado e colocado em órbita um satélite de

comunicações, chamado Telstar, as imagens de televisão ao vivo de qualquer parte do mundo

se tornaram possível.

Depois deste primeiro satélite muitos outros se seguiram, permitindo que os técnicos

de comunicação emitissem ou recebessem sinais de televisão ou rádio, passando por estes

satélites.

O grande problema das comunicações consiste em localizar e consertar o rasto de um

satélite de comunicação no espaço, utilizando-se para isso antenas muito potentes e exatas,

algumas delas com a forma de parabolóide.

Hoje em dia é muito comum vermos pequenas antenas parabólicas nos telhados e

terraços, por forma a receber programas estrangeiros de televisão.

A construção destas antenas requer grandes conhecimentos de geometria e análise,

algumas são constituídas por um grande refletor parabolóide cujo foco é comum a todas as

parábolas que o geram. Como todos sinais que incidem no parabolóide paralelamente ao seu

eixo se refletem para o foco, concentrando-se aí. Se no foco for instalado um aparelho

receptor, o sinal será captado e tratado, consoante o fim a que se destina.

4. EXCENTRICIDADE, DIRETRIZ E FOCO DE UMA CÔNICA

Excetuando-se o círculo (caso particular de uma elipse) uma cônica suave C tem pelo

menos uma diretriz e um foco.

Para construir uma diretriz, consideramos uma superfície esférica S inscrita no cone

K e tangente ao plano π que determina a cônica. S intersecta K ao longo de um círculo λ.

Todo círculo está contido num plano, assim, seja τ o plano que contém ܵ ∩ ܭ.

A reta ݀ = ߬ ∩ ߨ é uma diretriz da cônica C , e o ponto ܨ = ܵ ∩ ߨ é seu foco

associado. Quando C é um círculo temos que ߬ é paralelo a ߨ e, assim, a diretriz não existe.

A excentricidade e de uma cônica C é dada pelo quociente

cos (ߚ)

cos (ߙ)

Assim, temos a seguinte classificação com relação à excentricidade:

 Se ݁ > 1 , C será uma hipérbole;

 Se ݁ = 1 , C será uma parábola;

 Se 0 < ݁ < 1 , C será uma elipse não circular; e

 Se ݁ = 0 , C será um círculo.

4.1 Proposição 1

Se C é uma cônica suave distinta de um círculo com excentricidade e , diretriz d , e

foco associado F , então:

Para todo ponto ܲ ∈ ܥ.

Demonstração:

Corolário: Se uma cônica C é uma parábola com foco F e diretriz d , então

݅݀ ݐݏ ( ܲ , ܨ) = ݅݀ݐݏ (ܲ , ݀ ) para todo ponto ܲ ∈ ܥ.

Basta observar que se C é uma parábola, então ݁ = 1.

Baseado no que já foi visto, pode-se concluir que a elipse e a hipérbole são cônicas

com duas diretrizes e dois focos, enquanto que a parábola é uma cônica com uma diretriz e

um único foco.

4.2 Proposição 2

Se C é uma elipse de focos F1 e F2, então é o mesmo para todo ponto ܲ ∈ ܥ, ou seja,

Demonstração:

Seja P um ponto arbitrário da elipse C de focos F

1

e F

2

dados pela interseção do

plano π com as superfícies esféricas S

1

e S 2

O segmento ܲ ܨ

é tangente à esfera S

1

em F

1

e ܲ ܨ

é tangente à esfera S

2

em F

2

desde que as superfícies esféricas S 1

e S

2

sejam tangentes à π nestes pontos.

Sejam:

Como S

1

e S

2

são tangentes ao cone K , ao longo dos círculos ߣ

e ߣ

, temos

que ܳܲ ଵ

é tangente à S 1

em Q 1

e ܳܲ

é tangente à S 2

em Q 2

. Consequentemente:

e ܲܨ

Então ܲ ܨ

, em que ܳܲ

é a distância entre os

círculos ߣ

e ߣ

. Como a distância entre eles não depende de P, segue que a soma ܲ ܨ

é a mesma para todo ponto ܲ ∈ ܥ.

Isto completa a prova.

4.3 Proposição 3

Se C é uma hipérbole de focos F 1

e F 2

, então |ܲ ܨ

| é o mesmo para todo ܲ ∈

ܥ. Ou seja

Demonstração:

Seja P um ponto arbitrário da hipérbole C de focos F 1

e F 2

dados pela interseção do

plano π com as superfícies esféricas S

1

e S 2

. O segmento ܲ ܨ

é tangente à esfera S 1

em F 1

e

é tangente à esfera S 2

em F 2

, desde que as superfícies esféricas S 1

e S 2

sejam tangentes à

π nestes pontos.