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Considerações de professores do ensino médio sobre a indisciplina em sala de aula, Trabalhos de Direito

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde na Universidade Presbiteriana Mackenzie como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas.

Tipologia: Trabalhos

2020

Compartilhado em 03/02/2020

alankelvin69
alankelvin69 🇧🇷

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Karen Foguer
Priscila Coutinho Ribas Ferreira
Considerações de professores do ensino médio sobre a indisciplina em sala
de aula
São Paulo
2009
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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Karen Foguer

Priscila Coutinho Ribas Ferreira

Considerações de professores do ensino médio sobre a indisciplina em sala

de aula

São Paulo

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Karen Foguer

Priscila Coutinho Ribas Ferreiras

Considerações de professores do ensino médio sobre a indisciplina em sala de

aula

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde na Universidade Presbiteriana Mackenzie como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Rinaldo Molina

São Paulo

Agradecimentos

Agradecemos a todas as pessoas, familiares e amigos, que nos ajudaram no desenvolvimento deste trabalho, mesmo que indiretamente, com o apoio e paciência ao ouvir nossas dúvidas e aflições.

Ao nosso orientador, Rinaldo, pela dedicação e paciência nos atendimentos. A todos os professores pelas dicas e orientações prestadas ao grupo, que mesmo não sendo nossos orientadores, disponibilizaram um pouco de seu tempo para nos atender, o que nos levou ao desenvolvimento de muitas idéias. Aos professores entrevistados, pela disponibilidade e atenção em fornecer as informações necessárias para a realização deste trabalho.

RESUMO

O objetivo deste trabalho é identificar e analisar como um grupo de professores do ensino médio de uma escola particular da Zona Sul de São Paulo entende a indisciplina na sala de aula. Para isso, foram feitas, ao todo, sete entrevistas e a partir delas os resultados foram analisados. No referencial teórico foram discutidos os conceitos de indisciplina, autoridade, formação de professores e pensamento do professor. Como resultado os professores indicam em sua maioria, que a indisciplina influenciou nas aulas, bem como a importância da formação continuada para se lidar com ela. Verificou-se também grande variação na definição do que é indisciplina, na forma que os docentes lidam com ela e nos seus fatores geradores.

Palavras-chave : autoridade, ensino médio, formação de professores, indisciplina, reflexão de professores.

Lista de Tabelas

  • Tabela 1. O que este grupo de professores considera indisciplina..........................................
  • Tabela 2. Como os professores lidam com a indisciplina.......................................................
  • Tabela 3. Geradores da indisciplina........................................................................................
  • Tabela 4. Particularidades da área que causam mais ou menos indisciplina..........................
  • Tabela 5. Indisciplina já atrapalhou a ponto de mudar o rumo da aula?.................................
  • Tabela 6. Importância dos cursos de aperfeiçoamento profissional e realização destes.........
  • Introdução Sumário
  • I. Indisciplina e o professor
  • 1.1. O que é indisciplina e disciplina...........................................................................
  • 1.2. Autoridade e autoritarismo....................................................................................
  • 1.3. Formação de professores.......................................................................................
  • 1.4. O pensamento do professor...................................................................................
  • 1.5. Como o professor se relaciona com a indisciplina na sala de aula.......................
  • II. Metodologia
  • III. Análise de Dados
  • 3.1. O que é indisciplina para este grupo de professores.............................................
  • 3.2. Como lidar com a indisciplina em sala de aula.....................................................
  • 3.3. Quais os geradores da indisciplina para este grupo de professores.......................
  • 3.4. Particularidades da área que causam mais ou menos indisciplina........................
  • 3.5. Indisciplina já mudou o rumo da aula?.................................................................
  • 3.6. Importância dos cursos de aperfeiçoamento profissional e realização destes.......
  • IV. Considerações Finais
  • V. Referências Bibliográficas
  • Anexo I – Entrevistas Transcritas

O PCN+ apresenta algumas diferenças em relação a LDB. Enquanto esta prioriza tanto preparar o aluno para o trabalho quanto para a cidadania, na mesma intensidade, o PCN+ é voltado principalmente para a formação da cidadania, sustentando a interdisciplinaridade, habilidades, competências e a contextualização dos conhecimentos. Sendo que o último desses conceitos não significa necessariamente a contextualização dos conteúdos à realidade, ao cotidiano do aluno, pode ser ligado a algo maior, mais abrangente, o principal sobre esse conteúdo é que o conhecimento faça sentido para o discente.

Ao se constituir em um problema corriqueiro nas salas de aula, a indisciplina interfere diretamente na construção desses objetivos, pois incide no processo de ensino- aprendizagem, na construção do conhecimento pelo aluno e também na relação professor- aluno.

Apesar da falta de dados concretos dos órgãos de educação, devido a dificuldade de identificar isoladamente os diversos tipos de indisciplina, este é um tema que gera muita discussão quando se pensa nas relações presentes nas instituições escolares.

Muitos autores estudam e escrevem sobre este assunto. Para Vasconcelos (2001) e Aquino (1996) a relevância deve ser dada a situação social e familiar em que o aluno se encontra. Esses autores também fazem uso da psicologia, para identificar e diferenciar os diversos tipos e causas da indisciplina. Furlani (1995) foca na questão dos diversos tipos de autoridade x autoritarismo do professor. Esse autor adota um ponto de vista em que determinadas ações do professor acarretam no agravamento da indisciplina dos alunos em sala de aula. Freire (1996) vê a importância de uma boa relação entre professor e aluno para melhorar o desempenho do primeiro, evitando problemas em sala de aula.

Este estudo está organizado em quatro partes.

O objetivo da primeira seção é apresentar as idéias de autores que discutem sobre a indisciplina em sala de aula. Para uma discussão mais completa do assunto também há colocações sobre a formação e o pensamento do professor, montando um conjunto de como todos esses fatores estão interligados.

O objetivo da segunda seção é mostrar como todo o trabalho foi desenvolvido. Apresentando mais detalhadamente o seu desenvolvimento, como ocorreu a coleta de dados e como ela foi utilizada.

O objetivo da terceira seção é analisar os dados obtidos nas entrevistas realizadas por meio das idéias dos autores discutidas na primeira seção.

O objetivo da quarta seção é apresentar as considerações finais abordando algumas questões relevantes presentes nos momentos anteriores.

prestam atenção na aula participando da atividade proposta e que não se deixam influenciar pelo tumulto causado pelos outros alunos indisciplinados. Esses alunos considerados disciplinados sempre são mais valorizados pelo docente.

Esse bom comportamento, de certa forma, está associado aos limites que o professor considera corretos. La Taille (2001), explica que existem duas maneiras de enxergar os limites. Uma delas é vê-lo como um obstáculo a ser vencido, transposto, outra é vê-lo de forma mais negativa, como uma barreira que não deve ser ultrapassada. De fato, La Taille (2001) diz que, existem situações em que o limite deve ser visto como uma barreira, como é no caso das regras, que são criadas para favorecer o convívio social, para impor limites que impedem que um indivíduo prejudique o outro.

No caso da sala de aula, o limite é importante para manter a ordem e evitar conflitos entre os alunos; são as regras, os limites citados anteriormente em forma de barreiras que não devem ser transpostas e, o bom aluno, como dito anteriormente, seria, para muitos professores, aquele que cumpre as regras estipuladas. No entanto, essas regras antes de construídas deveriam ser discutidas e não deveriam privar o aluno da participação, pois como diz Furlani (1998), para construir o conhecimento o aluno deve ter liberdade de se expressar e participar.

Segundo Aquino (2003), uma falha na comunicação entre professor e aluno sobre quais são essas regras e como elas devem ser seguidas pode gerar indisciplina. É questionado o porquê das infrações quando as regras são bem discutidas e bem compreendidas.

Os limites também estão diretamente ligados ao conhecimento, o professor deve mostrar aos alunos que existem mais informações além daquilo que eles conhecem e, segundo La Taille (2001), deve incentivar os alunos a transpor o limite de seus conhecimentos.

A discussão de limites leva ao problema de transferência de responsabilidades entre pais e escola. Para Vasconcelos (2001), atualmente muitos pais optam por uma educação mais permissiva em contraposição a educação autoritária que tiveram, resultando em crianças e adolescentes sem limites. Já outros pais, cada vez mais ocupados, dão prioridade ao trabalho, depois a si mesmos e depois então à educação de seus filhos, sendo que muitos pensam que a escola tem a obrigação de educar já que estão pagando por esta educação.

A escola, por sua vez, culpa os pais pela má criação dos alunos, ignorando que a indisciplina pode ocorrer devido à falta de interesse e motivação do aluno (FREIRE, 1996). Alguns educadores rotulam os alunos como problemáticos, desajustados transpondo assim a culpa da indisciplina para qualquer outro fator independente da escola (VASCONCELOS, 2001).

1.2. Autoridade e autoritarismo

Para impor limites o professor deve usar sua autoridade, no entanto, muitas vezes o conceito de autoridade é entendido erroneamente, é visto como algo que impede a autonomia. Segundo Aquino (1999), autoridade também inclui permissão, tolerância, consentimento, enquanto a autonomia inclui liberdade, emancipação e conquista. Os dois conceitos podem coexistir, não são antagônicos como muitos imaginam.

aluno. Nesse modelo de autoridade, o aluno não tem voz na aula, o desenvolvimento de sua crítica não é estimulado e o aluno exemplar é aquele que aceita tudo o que o professor diz, sem questionamentos, apresentando comportamentos de dependência ao professor (FURLANI, 1995).

Além disso, os limites impostos variam de acordo com a hora, o lugar e as pessoas envolvidas, então, um mesmo grupo de alunos, tendo professores diferentes, pode reagir de forma variada (VASCONCELOS, 2001).

Segundo Aquino (2003), o ato da indisciplina está muitas vezes ligado a uma agressividade dirigida contra pessoas que representam autoridade. Essa agressividade é provocada pela desestruturação do âmbito familiar, como a separação de casais, falta de uma supervisão efetiva das tarefas escolares e a falta de limites em que essas crianças e jovens foram criados.

Após essa discussão sobre a conceituação de indisciplina entendemos que é preciso também discutir a influência que a formação dos professores teria sobre sua prática e sobre seu pensamento como profissional.

1.3. Formação de Professores

Em um breve histórico da profissão docente, Nóvoa (1995) discorre sobre o fato de que, inicialmente, essa profissão era uma ocupação secundária de religiosos ou leigos. Posteriormente, houve uma organização maior, transferindo o controle sobre a organização da

profissão da Igreja para o Estado e, a partir do século XVIII, os professores precisavam de uma licença ou autorização do Estado para atuar.

Segundo Esteve (1995), antigamente o professor, principalmente o de ensino secundário com formação universitária, possuía grande status social e cultural. No entanto, atualmente a profissão passa por crises que envolvem a desmotivação do docente, em parte devido à falta de prestígio da profissão, a “queda do status”. Para Sacristán (1995) o status dos professores varia de acordo com a sociedade e o contexto.

Segundo Cavaco (1995), a sociedade atual está em um momento de mudança, no qual a imagem, a aparência, o isolamento, as relações imediatas e superficiais e as posses são valorizadas.

Essa valorização de posses e boa imagem fica evidente no pensamento de alguns pais que acreditam que só se torna professor aquele que não consegue um emprego melhor, que não tem capacidade para isso. Sucesso profissional está associado exclusivamente ao retorno financeiro (ESTEVE, 1995).

Além da desvalorização resultante do salário do professor, também contribui para a falta de motivação do profissional o fato de seu sucesso ser pouco reconhecido. Quando o aluno é bem sucedido na matéria é parabenizado pelo seu estudo, a participação do professor no processo da aprendizagem é desconsiderada, no entanto, quando o aluno não tem o desempenho esperado a culpa, na maioria das vezes, cai sobre o professor (ESTEVE, 1995).

Woods (1995), critica a falta de incentivo à criatividade durante a formação do professor. Essa criatividade seria aparente na maneira que o professor trata assuntos cotidianos da sala de aula, entre eles assuntos ligados a atos indisciplinados, ou ainda, no planejamento das aulas, propondo trabalhos diferenciados. Sendo que a variedade das aulas pode contribuir para aumentar o interesse dos alunos, possivelmente diminuindo a indisciplina.

Falsarella (2004), discorre sobre a formação continuada como uma proposta que objetiva a mudança do professor por meio de um processo reflexivo, crítico e criativo, portanto, essa formação deveria motivar o docente a analisar sua própria prática, produzir conhecimento e intervir na realidade. Além disso, fala sobre a valorização dos acontecimentos no cotidiano da prática docente e considera a experiência do professor nesse tipo de formação.

Altet (2001), fala que os professores acreditam que a formação profissional é pessoal, construída através de experiências adquiridas na prática do docente e análise das mesmas. Essa análise é feita devido à reflexão do professor junto a um tutor ou professor com nível profissional semelhante.

Finalizando, os processos de formação deveriam centrar-se no desenvolvimento da profissionalidade dos professores, ou seja, naquilo que é específico na ação do docente. Nos comportamentos, conhecimentos, atitudes e valores que caracterizam o trabalho do professor, mas que são sempre contextualizados e em constante mudança (SACRISTAN, 1995).

Porém, existem problemas. Saviani (2006) discute os empecilhos para o professor procurar programas de formação, como o citado acima, para aperfeiçoar sua prática. As dificuldades acontecem por causa dos problemas relacionados às condições de trabalho, como o salário e a jornada de trabalho. Essas condições desestimulam o professor a procurar formas de se dedicar mais à sua formação.

1.4. O Pensamento do Professor

Como defendido anteriormente por Aquino (1996) e também por Vasconcelos (2001), a indisciplina é o pesadelo de muitos professores, estando comumente relacionada a agitação e o barulho, mas também o silêncio pode caracterizá-la. Ela causa transtornos a aula e deve ser controlada pelo docente imediatamente para não agravar a situação e ter uma desordem generalizada na sala.

A indisciplina é um assunto que sempre está envolvido em múltiplas interpretações, além de sua complexidade em definições e classificações, um dos principais problemas ao se tratar deste assunto é que alguns professores não se interessam em discutir, pensar e achar um meio adequado para resolver ou ao menos amenizar o problema em sala de aula.

A análise da própria prática docente, assim como a sua interpretação, é de suma importância para o aprendizado dos professores, pois nesta profissão é o próprio exercício por meio da prática que leva a construção de um conhecimento específico, pois este tipo de conhecimento é pessoal, não sistemático e está sempre sujeito a mudanças, sendo adquirido por meio de tentativas. (SCHÖN apud GARCIA, 1997).