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História e Expansão da Dengue no Brasil: Origens, Descobertas e Impactos, Manuais, Projetos, Pesquisas de Biologia

A história da dengue no brasil, com registros desde o século xvi, sua chegada a partir da ásia e o papel desempenhado por pesquisadores brasileiros na compreensão da doença e de seu vetor. Além disso, discute as causas da expansão da dengue no país, como o crescimento de centros urbanos e mudanças climáticas.

O que você vai aprender

  • Quais são as causas da expansão da dengue no Brasil atualmente?
  • Quais foram os primeiros registros da dengue no Brasil?
  • Quais pesquisas sobre a dengue foram realizadas no Brasil na década de 1900?

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2021

Compartilhado em 24/05/2021

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veronica-carvalho-felix-5 🇧🇷

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Contexto Histórico
A dengue é uma infecção que teve os primeiros registros no século XVI
no Egito, África, e se espalhou para Ásia, especialmente pelo tráfego marítimo,
na qual levava o homem em sua migração pelo mundo. Tornando-se, assim,
uma das enfermidades mais reemergentes e alarmantes no mundo devido ao
seu deslocamento pelos cinco continentes e imensa potencialidade em
ocasionar formas agravantes e letais (IOC, 2010.). Após a II Guerra Mundial na
Ásia, os números de casos da doença se intensificaram distendendo-se para o
Pacífico e para as Américas (PEGO; SANTOS; LIMA, 2014).
No Brasil, atingiu primeiramente Curitiba, Paraná, somente no final do
século XIX, chegando no período colonial com as embarcações que
carregavam os escravos e se espalhando pelas populações humanas
suscetíveis (TEIXEIRA et al, 2001), sendo alguns motivos dessa expansão
exacerbada o crescimento dos centros urbanos com parte da população em
forma precária, sem tratamento de água, esgoto e coletas de lixo, também se
deve as mudanças climáticas e ainda mais, pelo fato dos ovos do vetor
durarem até um ano sem contato com a água (CENTRO CULTURAL DO
MINISTÉRIO DA SAÚDE, S.D).
O verão de 1908, Antonio Gonçalves Peryassú, pesquisador do então
Instituto Soroterápico Federal, fez descobertas sobre o ciclo de vida, os hábitos
e a biologia do A. aegypti. Seus estudos foram fundamentais para a
erradicação do mosquito em território nacional nas décadas seguintes e ainda
hoje norteiam as pesquisas sobre o controle do vetor. Durante dois anos, o
entomologista descreveu os hábitos do A. aegypti e de uma série de outros
mosquitos da mesma família, seu estudo trouxe preciosas informações sobre
aspectos como a resistência à dessecação do ovo do mosquito, que pode ficar
até um ano sem contato com a água. Também fez observações quanto à
produtividade dos criadouros, questão ainda debatida na atualidade, afirmando
que, em geral, grandes reservatórios de água são os focos mais produtivos do
vetor. (FIOCRUZ, 2021)
Em 1987 alcançou a Bahia, mais precisamente no município de Ipupiara,
sudoeste do estado, com 623 casos notificados como suspeitos. O vetor foi
exterminado após 90 dias de epidemia fazendo com que o vírus parasse de se
espalhar, porém, em 1994, ela retornou em uma cidade do extremo Sul do
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Baixe História e Expansão da Dengue no Brasil: Origens, Descobertas e Impactos e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Biologia, somente na Docsity!

Contexto Histórico A dengue é uma infecção que teve os primeiros registros no século XVI no Egito, África, e se espalhou para Ásia, especialmente pelo tráfego marítimo, na qual levava o homem em sua migração pelo mundo. Tornando-se, assim, uma das enfermidades mais reemergentes e alarmantes no mundo devido ao seu deslocamento pelos cinco continentes e imensa potencialidade em ocasionar formas agravantes e letais (IOC, 2010.). Após a II Guerra Mundial na Ásia, os números de casos da doença se intensificaram distendendo-se para o Pacífico e para as Américas (PEGO; SANTOS; LIMA, 2014). No Brasil, atingiu primeiramente Curitiba, Paraná, somente no final do século XIX, chegando no período colonial com as embarcações que carregavam os escravos e se espalhando pelas populações humanas suscetíveis (TEIXEIRA et al, 2001), sendo alguns motivos dessa expansão exacerbada o crescimento dos centros urbanos com parte da população em forma precária, sem tratamento de água, esgoto e coletas de lixo, também se deve as mudanças climáticas e ainda mais, pelo fato dos ovos do vetor durarem até um ano sem contato com a água (CENTRO CULTURAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, S.D). O verão de 1908, Antonio Gonçalves Peryassú, pesquisador do então Instituto Soroterápico Federal, fez descobertas sobre o ciclo de vida, os hábitos e a biologia do A. aegypti. Seus estudos foram fundamentais para a erradicação do mosquito em território nacional nas décadas seguintes e ainda hoje norteiam as pesquisas sobre o controle do vetor. Durante dois anos, o entomologista descreveu os hábitos do A. aegypti e de uma série de outros mosquitos da mesma família, seu estudo trouxe preciosas informações sobre aspectos como a resistência à dessecação do ovo do mosquito, que pode ficar até um ano sem contato com a água. Também fez observações quanto à produtividade dos criadouros, questão ainda debatida na atualidade, afirmando que, em geral, grandes reservatórios de água são os focos mais produtivos do vetor. (FIOCRUZ, 2021) Em 1987 alcançou a Bahia, mais precisamente no município de Ipupiara, sudoeste do estado, com 623 casos notificados como suspeitos. O vetor foi exterminado após 90 dias de epidemia fazendo com que o vírus parasse de se espalhar, porém, em 1994, ela retornou em uma cidade do extremo Sul do

Estado, se alastrando posteriormente para outras regiões do país (TEIXEIRA et al, 2001). Entre os anos de 1997-98, ocorreu a primeira notificação de caso de dengue na região Oeste, na cidade de Cariranha (MENDES, MELIANI E SPANGHERO, 2017). Acredita-se que a expansão da atividade agrícola tem provocado grandes alterações no Bioma Cerrado. Em decorrência desse desenvolvimento agrícola, muitos municípios da região oeste da Bahia passam por um acelerado processo de ocupação desordenado, o que tem acarretado problemas significativos relacionados à infraestrutura das áreas urbanas. Umas das causas do aumento exacerbado dos casos de dengue nas áreas urbanas é o fato das cidades se desenvolverem carentes de saneamento, de educação e de saúde, contribuindo com condições favoráveis ao desenvolvimento do vetor da doença. (SANTOS E CALADO, 2014) No Oeste da Bahia, a incidência da dengue também parece ser maior no período chuva, entre janeiro e maio. Mesmo que não haja dados sobre o ciclo de vida dos mosquitos ocorrentes nessa região, estudo realizado em 2010 apontou que a temperatura influencia o tempo de desenvolvimento larval, a taxa de sobrevivência e o período de incubação do vírus. A baixa umidade também pode afetar negativamente a sobrevivência de adultos, e diminuir a população do vetor, mesmo com uma queda na população de adultos de Aedes aegypti nos meses mais secos do ano, posturas podem ser encontradas em ovitrampas nesses períodos. (COSTA E CALADO, 2016) A incidência no número de casos vem aumentando nas últimas décadas no país, onde, no primeiro mês do ano de 2016 até o sexto dia do mês seguinte, houve um total de 170 mil casos documentados, que classifica um aumento de 46% comparado ao mesmo período do ano anterior (ZAPAROLI et al. 2021). COSTA, Isabelle Matos Pinheiro; CALADO, Daniela Cristina. Incidência dos casos de dengue (2007-2013) e distribuição sazonal de culicídeos (2012-2013) em Barreiras, Bahia. Epidemiol. Serv. Saúde , Brasília, v. 25, n. 4, p. 735- 744, Dec. 2016. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_art-text&pid=S223796222016000400735&lng=en&nrm=iso>. Access 10 May 2021.