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controle de qualidade em cosmetico, Notas de estudo de Farmácia

controle de qualidade em cosmetico

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 12/12/2015

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DOSS TÉCNICO
Controle de Qualidade de
Produtos Cosméticos
Análises físico-químicos e microbiológicas.
Ulrich Privat Akendengué Moussavou
Verano Costa Dutra
Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro - REDETEC
Junho/2012
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DOSSIÊ TÉCNICO –

Controle de Qualidade de

Produtos Cosméticos

Análises físico-químicos e microbiológicas.

Ulrich Privat Akendengué Moussavou

Verano Costa Dutra

Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro - REDETEC

Junho/201 2

Dossiê Técnico Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos MOUSSAVOU, Ulrich Privat Akendengué; DUTRA, Verano Costa. Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro - REDETEC 28/6/ Resumo O controle de qualidade é o conjunto de atividades destinadas a verificar e assegurar que os ensaios necessários e relevantes sejam executados e que o produto não seja disponibilizado para uso e venda até que cumpra com a qualidade preestabelecida. Este dossiê se propõe a fornecer de forma geral como deve ser feito o controle de qualidade de cosméticos, tratando do tratamento das amostras, os ensaios analíticos, ensaios físico- químicos e microbiológicos.

Assunto FABRICAÇÃO DE COSMÉTICOS, PRODUTOS DE PERFUMARIA E DE HIGIENE PESSOAL Palavras-chave Boas práticas de fabricação; BPF; controle de qualidade; cosméticos; fabricação; perfume; produto de higiene pessoal

Salvo indicação contrária, este conteúdo está licenciado sob a proteção da Licença de Atribuição 3.0 da Creative Commons. É permitida a cópia, distribuição e execução desta obra - bem como as obras derivadas criadas a partir dela - desde que dado os créditos ao autor, com menção ao: Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - http://www.respostatecnica.org.br Para os termos desta licença, visite: http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/

DOSSIÊ TÉCNICO

2 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT

  • 1 INTRODUÇÃO Sumário
  • 2 OBJETIVO
  • 3 CONTROLE DE QUALIDADE
  • 4 EQUIPAMENTOS, CALIBRAÇÃO E AFERIÇÃO
  • 5 MÉTODOS DE ENSAIO E VALIDAÇÃO DE PROCESSOS
  • 6 ESPECIFICAÇÕES DE CONTROLE DE QUALIDADE
  • 7 ÁGUA......................................................................................................................
  • 8 AMOSTRAGEM
  • 8.1 Procedimentos para coleta de amostra de água
  • 8.2 Amostragem de materiais de embalagens
  • 8.3 Amostragem de produtos em processo, a granel e produtos acabados
  • 8.4 Cálculo de amostragem
  • 9 TRATAMENTO DAS AMOSTRAS
  • 9.1 Amostras em estado líquido
  • 9.2 Amostras em estado semissólido
  • 9.3 Amostras em estado sólido
  • 10 REAGENTES
  • 11 CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO
  • 11.1 Ensaios organolépticos
  • 11.2 Ensaios físico-químicos......................................................................................
  • 11.2.1 Determinação de pH..............................................................................................
  • 11.2.2 Determinação de viscosidade
  • 11.2.3 Determinação da densidade
  • 11.2.4 Determinação de materiais voláteis e resíduo seco
  • 11.2.5 Determinação do teor de água/umidade
  • 11.2.6 Granulometria........................................................................................................
  • 11.2.7 Teste de centrífuga................................................................................................
  • 12 METODOLOGIA DE ANÁLISE MICROBIOLÓGICA
  • 13 REGISTROS E RASTREABILIDADE
  • 14 DESCARTE DE MATERIAIS (RESÍDUOS)...........................................................
  • 15 LIBERAÇÃO DE PRODUTO ACABADO..............................................................
  • 16 RETENÇÃO DE AMOSTRAS DE PRODUTO ACABADO
  • Conclusões e recomendações
  • Referências
  • Anexos
  • Anexo A – Ensaios sugeridos para controle de qualidade
  • Anexo B – Exemplo de ativos para controle
  • Anexo C – Exemplo de documento de especificação..................................................
  • higiene pessoal, cosméticos e perfumes Anexo D – Tabela: Parâmetros de controle microbiológico para os produtos de

Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos

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laboratoriais, mas abranger todas as decisões relacionadas à qualidade do produto (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

O controle de qualidade de uma empresa fabricante de cosméticos, bem como de outras áreas envolvidas com produção, é um dos principais requisitos da Garantia da Qualidade. Desta forma, entende-se como operações de controle de qualidade, o conjunto de operações que são seguidas para monitorar a qualidade durante o processo de fabricação, avaliando as características físico-químicas e microbiológicas das matérias-primas, embalagens, produtos em processo e produtos acabados. Assim, a verificação da conformidade das especificações deve ser vista como um requisito necessário para a garantia da qualidade, segurança e eficácia do produto e não somente como uma exigência regulatória.

Estas operações podem dividir-se em dois grupos:

Controle das matérias-primas no início do processo de fabricação e controle final dos produtos acabados. Estas são responsabilidades do pessoal de laboratório.

Controle de processo durante a fabricação.

Para seguir estas operações de forma eficiente é necessário que, laboratório e pessoal de fabricação, obtenham as seguintes informações:

Especificações; Métodos de amostragem; Métodos de controle; Limites de aceitação.

Existem alguns requisitos que não podem ser esquecidos no processo de fabricação:

Identificação (nome comercial, código interno); Número de lote e data; Equipamento e quantidade fabricada.

Os resultados devem ser registrados, vistados e usados. Os registros devem ter no mínimo as seguintes informações:

Resultado do controle de qualidade e comentários; Decisão clara indicando: Aprovado, Rejeitado, Pendente ou Quarentena.

Qualquer sistema de registro do controle de qualidade pode ser utilizado, desde que os documentos possam ser consultados rapidamente e encontrem-se em boas condições. Em uma área de acesso restrito devem ser guardadas as amostras de referencia das matérias primas utilizadas em quantidade suficiente por lote, de modo que possam ser controladas eventualmente, assim como também amostras de referencia do produto acabado seguindo os mesmos critérios.

Todos os produtos cosméticos devem ser submetidos ao Controle de Qualidade. Para isso, as empresas devem disponibilizar recursos para garantir que todas as atividades relacionadas ao controle de qualidade sejam realizadas adequadamente e por pessoas capacitadas, com formação adequada, experiência profissional, habilidades pessoais e treinamento.

É fundamental que esse processo seja permanentemente auditado, de maneira a corrigir possíveis distorções e garantir a sua melhoria contínua.

DOSSIÊ TÉCNICO

5 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT

São responsabilidades do Controle de Qualidade:

Participar da elaboração, atualização e revisão de especificações e métodos analíticos para matérias-primas, materiais de embalagem, produtos em processo e produtos acabados, bem como dos procedimentos relacionados à área produtiva que garantam a qualidade dos produtos.

Aprovar ou reprovar matéria-prima, materiais auxiliares de fabricação, material de embalagem e rótulos, produtos em processo, a granel e produto acabado.

Manter registros completos de todos os processos relacionados a qualidade dos produtos.

Rever e revisar, em qualquer momento, os registros de produção a fim de assegurar que não foram cometidos erros e, se estes ocorreram, que tenham sido devidamente corrigidos e investigadas suas causas;

Executar todos os ensaios necessários.

Participar da investigação das reclamações, soluções das mesmas, adequação de processos e devoluções dos produtos acabados.

Assegurar a correta identificação dos reagentes, materiais e equipamentos.

Identificar, investigar os resultados inesperados, fora dos limites de especificações e apresentar soluções para os problemas de qualidade, assim como supervisionar e implementar estas soluções de acordo com os procedimentos internos e conforme legislação em vigor.

Verificar a manutenção das instalações e dos equipamentos.

Certificar-se da execução da qualificação dos equipamentos do laboratório, quando necessária.

Garantir a rastreabilidade de todos os processos realizados.

Acompanhar cada processo de fabricação para certificar que os métodos de produtos preconizados estão sendo seguidos, assim como verificar se os limites de segurança, em cada etapa de fabricação, estão de acordo com as especificações.

Planejar e promover, juntos ao setor administrativo, treinamentos iniciais e contínuos do pessoal da área de Controle da Qualidade.

Verificar os procedimentos utilizados nas inspeções, com relação a sua adequação e execução

Realizar estudos de estabilidade do produto acabado, a fim de estabelecer seu prazo de validade.

Fiscalizar tecnicamente a aplicação dos regulamentos em vigor nos possíveis contratos de fabricação com terceiros.

4 EQUIPAMENTOS, CALIBRAÇÃO E AFERIÇÃO

Para se ter um bom funcionamento, o Controle de Qualidade (CQ) deve estar adequadamente instalado, ou seja ter condições para o seu funcionamento, dispondo de equipamentos, vidraçarias necessários a execução de todas as análises previstas nas especificações.

DOSSIÊ TÉCNICO

7 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT

O processo de validação deve ser abrangente o suficiente para atender todas às necessidades de uma determinada aplicação ou área de aplicação. O laboratório deve registrar todos os resultados obtidos, informando se o método é ou não adequado para o uso pretendido (NBR ISO/IEC 17025). Portanto o processo deve mostrar resultado esperado e confiabilidade.

Seguem abaixo algumas fontes e literaturas para auxiliar na realização de processo de validação:

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL (Inmetro). DOQ CGCRE 008: orientações sobre validação de métodos de ensaios químicos. Revisão 03 – Fev./2010. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/Sidoq/Arquivos/CGCRE/DOQ/DOQ-CGCRE-8_03.pdf. Acesso em: 28 jun. 2012.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE nº 899, de 29 de maio de 2003: determina a publicação do Guia para Validação de Métodos Analíticos e Bioanalíticos; revoga a Resolução RE nº 475, de 19 de março de 2002. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2003/re/899_03re.htm. Acesso em: 28 jun. 2012.

6 ESPECIFICAÇÕES DE CONTROLE DE QUALIDADE

As especificações são documentos elaborados que descrevem as características de matérias-primas, materiais de embalagem, produtos a granel, semiacabados e acabados. Elas devem estar sempre disponível e de fácil acesso para consultas.

As especificações devem ser estabelecidas pela empresa, devem estar devidamente autorizadas, datadas, devem ser revisadas periodicamente por profissional competente em relação aos ensaios preestabelecidos para cada produto e devem atender as exigências que constam em normas e legislações em vigor. Os compêndios, as farmacopeias, fornecedores de matérias-primas, podem ser considerados como referências.

Segue listado abaixo as informações mínimas que devem constar em um documento de especificação:

Identificação do material ou produto; Fórmula ou referência à mesma; Forma cosmética e detalhes da embalagem; Referências utilizadas na amostragem e nos ensaios de controle; Requisitos qualitativos e quantitativos, com os respectivos limites de aceitação; Referências do método de ensaio utilizado; Condições e precauções a serem tomadas no armazenamento, quando for o caso; Prazo de validade; Data de possíveis reavaliações de controle; Outras informações relevantes para a empresa.

O Anexo B contém um exemplo de documento de especificação físico-química de produto.

7 ÁGUA

A água, na indústria de produtos cosméticos é um componente muito importante. As suas características podem influenciar muito quanto a qualidade e especificações de reagentes analíticos e do produto final.

Tem-se alguns tipos de água que podem ser utilizados para fabricação de produtos cosméticos, são eles:

Água Desmineralizada; Água de Osmose;

Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos

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Água Destilada; Água Potável (Rede Pública ou Poço Artesiano).

Para obtenção de água com características bem especificas, pura, usa-se comumente alguns métodos de purificação que são:

  • Destilação;
  • Deionização;
  • Osmose reversa;
  • Adsorção em carvão ativado;
  • Filtração em microporo;
  • Ultra filtração;
  • Foto-oxidação.

Tabela 1 – Tipos de água para uso farmacêutico e parâmetros de qualidade (continua)

TIPO DE ÁGUA CARACTERÍSTICAS

PARÂMETROS CRÍTICOS SUGERIDOS

EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Água Potável

Obtida de mananciais ou da rede de distribuição pública.

Possui legislação específica.

Limpeza em geral e fonte de alimentação de sistemas de tratamento.

Água Reagente

Água potável tratada por deionização ou outro processo. Possui baixa exigência de pureza.

Condutividade de 1 a 5,0 μS/cm a 25,0 °C ± 0,5 °C (resistividade > 0, MΩ-cm) COT < 0,20 mg/L

Lavagem de material, abastecimento de equipamentos, autoclaves, banho- maria, histologia, usos diversos.

Água purificada

Níveis variáveis de contaminação orgânica e bacteriana. Exige cuidados de forma a evitar a contaminação química e microbiológica. Pode ser obtida por osmose reversa ou por uma combinação de técnicas de purificação a partir da água potável ou da reagente.

Condutividade de 0,1 a 1,3 μS/cm a 25,0 °C± 0,5°C (resistividade > 1,0 MΩ-cm); COT < 0,50 mg/L; Contagem total de bactérias < 100 UFC/mL Ausência de Pseudomonas e outros patogênicos.

Produção de medicamentos e cosméticos em geral, farmácias, lavagem de material, preparo de soluções reagentes, meios de cultura, tampões, diluições, microbiologia em geral, análises clínicas, técnicas por Elisa, radioimunoensaio, aplicações diversas na maioria dos laboratórios, principalmente em análises qualitativas ou quantitativas menos exigentes (em %). Em CLAE (em %).

Água para injetáveis

Água purificada tratada por destilação ou processo similar.

Atende aos requisitos químicos da água purificada e exige controle de endotoxina, partículas e esterilidade. Contagem microbiológica < 10UFC/100 mL. Endotoxinas < 0,25 UI de endotoxina/mL; COT < 0,50 mg/L.

Como veículo ou solvente de injetáveis, fabricação de princípios ativos de uso parenteral, lavagem final de equipamentos, tubulação e recipientes usados em preparações parenterais. Usada como diluente de preparações parenterais.

Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos

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Tabela 3 – Especificações físico-químicas e microbiológicas da Água Purificada ÍNDICES ESPECIFICAÇÕES Acidez Não desenvolver cor vermelha Alcalinidade Não desenvolver cor azul Condutividade Conforme teste em compêndios; Farmacopeia Amônio Máximo 0,2 ppm Cálcio e Magnésio Produz coloração azul límpida Cloretos Sem alteração na aparência por pelo menos 15 minutos Nitratos Máximo 0,2 ppm Sulfatos Sem alteração na aparência por pelo menos 1 hora Metais Pesados Máximo 0,1 ppm Resíduos de Evaporação Máximo 0,001 % (1 mg) Microrganismos Viáveis Totais Máximo 100 UFC/ml Fonte: (FARMACOPÉIA, 1988)

8 AMOSTRAGEM

Toda embalagem, matéria-prima ao chegar na empresa, produto a granel, produto acabado devem ficar de Quarentena para ser analisada antes de ser liberada (ou reprovada) e seguir no seu fluxo de produção respectivo.

A amostragem é o processo definido de coleta que é representativo de um todo, conforme plano definido pelas especificações de uma produto ou material específico. Essa operação devendo ser realizada por profissional competente do Controle de Qualidade.

As normas ABNT ISO/TR 10017:2005 e ABNT/NBR ISO/IEC 17025 apresentam detalhamento sobre amostragem (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

O profissional do Controle de Qualidade deve realizar a sua tarefa de amostragem conforme procedimento operacional padrão (POP) atualizado, autorizado e conforme todas a regras de segurança para se ter resultados seguros e confiáveis.

Realizar a amostragem por etapa, utilizando sempre acessórios e recipientes definidos no POP, assim como os devidos equipamentos de proteção individual (EPI), coletando a quantidade necessária para se realizar os devidos teste e retenção.

8.1 Procedimentos para coleta de amostra de água

Realizar a coleta das amostras de água para exames microbiológicos antes da coleta para análise físico-química, a fim de evitar o risco de contaminação do local de amostragem com frascos não estéreis.

Verificar as condições do ponto de coleta; Abrir a torneira e deixar escoar a água por 2 a 3 minutos, para eliminar impurezas e água acumulada na canalização; Realizar a assepsia da torneira, utilizar uma solução de hipoclorito para eliminar qualquer tipo de contaminação externa ou álcool iodado (2%); Remover completamente o hipoclorito ou a solução de assepsia antes da coleta; Abrir a torneira a meia secção (fluxo pequeno e sem respingos) por 2 minutos; Remover a tampa do frasco conjuntamente com o papel protetor, com todos os cuidados de assepsia, evitando contaminação da amostra pelos dedos, luvas ou outro material; Segurar o frasco verticalmente, próximo à base e realizar o enchimento, deixando um pequeno espaço vazio no topo, para possibilitar a homogeneização dá água; Fechar o frasco imediatamente após a coleta, fixando bem o papel protetor ao redor do gargalo e levar ao laboratório para realizar análise.

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8.2 Amostragem de materiais de embalagens

Os lotes de embalagens devem vir com laudo ou certificado de análise do fornecedor. Mesmo assim, é feito uma amostragem para avaliação e retenção.

As análises devem ser feitas baseadas nos Documentos de Referência:

Certificado de análise do fornecedor; Ficha Técnica da matéria-prima / material de embalagem; Procedimento de Amostragem; Procedimentos técnicos (métodos de análise).

8.3 Amostragem de produtos em processo, a granel e produtos acabados

Processo de amostragem PRODUTOS EM PROCESSO; A GRANEL PRODUTOS ACABADOS Realizado por funcionário qualificado.

Executar a amostragem em etapa(s) definida(s).

Utilizar acessórios e recipientes adequados e devidamente limpos para a coleta das amostras, com produto em quantidade suficiente para a realização de todos os ensaios necessários.

Rotular e identificar a amostra (exemplo: Nome do Produto; Lote; Número da Ordem de Fabricação; Número do Tanque de Armazenamento; Data de Fabricação).

Disponibilizar as amostras para análise e retenção.

Realizado por funcionário qualificado.

Coletar o produto acabado após o envase, em quantidade e periodicidade suficientes para atender às necessidades de controle.

Identificar o produto amostrado com as informações necessárias (exemplo: Nome do Produto; Lote; Número da Ordem de Fabricação; Número do Tanque de Armazenamento; Data de Fabricação).

Disponibilizar as amostras para análise e retenção.

Obs.: Todas as atividades devem ser realizadas conforme descritas no Procedimento Operacional Padrão disponível na empresa. Quadro 1 – Processo de Amostragem de Produtos em Processo, a Granel e Produtos Acabado Fonte: (MOUSSAVOU, 2012)

8.4 Cálculo de amostragem

Para determinar o número de amostras que represente um valor amostral do total do produto são utilizados cálculos estatísticos, a equação mais utilizada é apresentada na fórmula 1 (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

Número de amostras = √n+x (1)

Sendo, “n = total de produtos” e “x = normalmente aplica-se valor igual a 1” (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

A determinação de número de amostras também podem ser feita através da adaptação do “controle de inspeção segundo as normas Militar Standard (MIL STD 105E), ISO 3951 (BS 6002:1989) e ABNT NBR 5426, 5428 e 5429, que tratam o tamanho do lote em níveis de criticidade” (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

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PRODUTOS SEMISSÓLIDOS ACONDICIONADOS

Embalagens com abertura estreita (ex.: bisnagas, frascos flexíveis)

Embalagens com abertura larga (ex.: potes) Descartar primeira alíquota do produto; Retirar amostra para ensaio.

Descartar a camada superficial; Homogeneizar o restante; E retirar amostra para ensaio. Quadro 2 – Coleta de amostras em produtos semissólidos Fonte: (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008)

9.3 Amostras em estado sólido

Figura 6 – Batom e blush Fonte: (STOCK.XCNG, 2004)

Para os cosméticos em estado sólido, como os “pós, pós compactados (sombras, pós compactos, blush ), sabonetes em barra e batons na forma de bastão”, pode-se realizar a coleta da amostra de duas formas, conforme o tipo da amostra (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

Produtos sólidos

PÓS

PÓS COMPACTADOS, SABONETES
EM BARRA E BATONS NA FORMA DE
BASTÃO
  • Antes de abrir deve-se agitar a embalagem promovendo a homogeneidade;
  • Retirar amostra para ensaio.
    • Descartar a camada superficial por meio de uma leve raspagem;
    • Retirar amostra para ensaio. Quadro 3 – Coleta de amostras em produtos sólidos Fonte: (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008)

10 REAGENTES

De acordo com a Farmacopeia Brasileira 5ª edição volume 1, “reagentes são substâncias utilizadas, quer como tais, quer como constituintes de soluções, na realização dos ensaios farmacopeicos” (BRASIL, 2010).

O Guia de Controle de Qualidade esclarece ser necessário a comprovação da qualidade dos reagentes e/ou soluções seja no “recebimento, no preparo das soluções e durante a utilização [subsequente], assegurando-se que sejam acompanhados pelo Certificado/Laudo de Análise” (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

Ressalta-se que o grau de pureza dos reagentes deve atender os critérios do método de análise, inclusive a água (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

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Por exemplo, para análise em Cromatografia Líquida, devem ser utilizados reagentes grau HPLC/CLAE ( High Performance Liquid Chromatography / Cromatografia Líquida de Alta Eficiência - grau cromatográfico) e água ultrapura; para outros ensaios, os reagentes devem ser grau P. A. (para análise) e água purificada (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

Quimidrol [200-?] exemplifica alguns graus de pureza no qual os reagentes podem ser classificados:

Classificação do grau de pureza dos reagentes CLASSIFICAÇÃO UTILIZAÇÃO

Técnicos (Insumo Químico)

Destinados à fins industriais correntes, com um grau de pureza não muito elevado.

Puros

Destinados à preparações laboratoriais correntes. Não são adequados a operações que envolvam técnicas especiais de análise.

USO (Insumo Farmoaquímico / Grau Farmacêutico)

A sigla USP significa Unitet States Pharmacopeia (Farmacopeia dos Estados Unidos) e é atribuída a materias-primas que podem ser utilizadas tanto para uso externo como para uso interno (podem ser ingeridas).

Cromatograficamente Puros

Destinados a processos analíticos altamente sensíveis, como a cromatografia. Indicam teores máximos de impurezas.

Espectograficamente Puros

Destinados à análise espectroscópica. Possuem grau de pureza ainda superior aos anteriores. Quadro 4 – Grau de pureza dos reagentes Fonte: (QUIMIDROL, [200-?])

Todos os reagentes e soluções preparadas em laboratório devem ser rotulados e apresentar diversas informações, como revela o Quadro 4. Deve-se registrar as soluções preparadas com intuito de possibilitar a rastreabilidade dos dados analíticos (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

REAGENTES SOLUÇÕES PREPARADAS EM LABORATÓRIO

Nome do reagente; Data de recebimento; Data de validade; Lote; Data de abertura da embalagem individual; Condições de armazenagem; Indicação dos riscos (tóxico, corrosivo, inflamável, entre outros).

Identificação; Lote; Concentração e fator de correção (quando aplicável); Condições de armazenagem; Data de preparação; Data de validade (que não deve ultrapassar a data de validade dos reagentes); Rubrica da pessoa que preparou a solução; Indicação dos riscos (tóxico, corrosivo, inflamável, entre outros). Quadro 5 – Informações dos rótulos Fonte: (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008)

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estudo apresenta o mesmo odor da amostra de referência (padrão) quando ambos estão acondicionados em embalagens de mesmo material.

Sabor

A comparação é realizada analisando se a amostra em estudo apresenta o mesmo sabor da amostra de referência (padrão) por meio do paladar. Quadro 6 – Ensaios organolépticos Fonte: (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008)

Em relação ao aspecto, o Guia de Controle de Qualidade ressalta que “o padrão a ser utilizado no ensaio deve ser o estabelecido pelo fabricante” e na colorimetria visual, na análise de cor, “pode-se efetuar essa análise sob condições de luz “branca” natural ou artificial ou ainda em câmaras especiais, com várias fontes de luz (ou seja, vários comprimentos de onda)” (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

11.2 Ensaios físico-químicos

Os ensaios físico-químicos para cosméticos são: pH, densidade, densidade aparente, viscosidade, ponto de fusão, teor alcoólico, teor de ativos, alcalinidade livre/ácido graxo livre e umidade.

11.2.1 Determinação de pH

Para a determinação de pH o Guia de Controle de Qualidade recomenda:

Determinação de pH PARA SÓLIDO E SEMISSÓLIDO PARA LOÇÃO OU SOLUÇÃO Realizar previamente o uma solução/dispersão/suspensão aquosa da amostra em uma concentração preestabelecida e determinar o pH da mistura com o eletrodo apropriado.

A determinação do pH é realizada diretamente sobre o líquido.

Quadro 7– Determinação de pH Fonte: (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008)

Figura 7 – pHmetro Fonte: (WAISER, [200-?])

11.2.2 Determinação de viscosidade

Para a determinação de viscosidade são utilizados normalmente viscosímetros rotativos, de orifício e capilares (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

DOSSIÊ TÉCNICO

17 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT

Determinação de Viscosidade VISCOSÍMETRO ROTATIVO

VISCOSÍMETRO DE
ORIFÍCIO
VISCOSÍMETRO
CAPILAR

Conforme a faixa de viscosidade da amostra deve-se selecionar o fuso ( spindle ) adequado. Em seguida, mergulha-se o fuso diagonalmente na amostra com temperatura estabilizada, conforme especificado, isenta de bolhas, até a marca (sulco) da haste do fuso, e nivela-se o aparelho. A leitura da viscosidade é realizada após a verificação da ausência de bolhas junto ao fuso.

Deve-se nivelar o aparelho em superfície plana, em seguida obstruir o orifício localizado na parte inferior do copo com o dedo e colocar lentamente a amostra até transbordar, com temperatura estabilizada, conforme especificado, nivela-se a superfície da amostra com uma espátula. Verifica-se então a presença de bolhas, que afetam a medida. Retira-se o dedo do orifício e, ao mesmo tempo, com a outra mão, aciona-se o cronômetro. mediatamente após o escoamento, para-se o cronômetro e registra-se o tempo para fins de cálculo.

A amostra deve ser transferida para o viscosímetro e em seguida, estabiliza-se o conjunto até a temperatura especificada. A seguir, aspira-se a amostra com o auxílio de um pipetador até a marca superior do menisco no viscosímetro e cronometra-se o tempo de escoamento entre a marca do menisco superior e do inferior. Repete-se esse procedimento três vezes e calcula-se a média.

Quadro 7 – Determinação da viscosidade Fonte: (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008)

Viscosímetro rotativo Viscosímetro de orifício Viscosímetro capilar Figura 8 – Viscosímetros Fonte: (PHYWE, [200-?]; QUIMIS, [200-?]; SPLABOR, [2010d])

Na determinação de viscosidade com Viscosímetro de orifício utiliza-se a fórmula (2) (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008):

Viscosidade = A x T + B (2)

Onde: T = tempo expresso em segundos A e B = constantes definidas experimentalmente pelo fabricante, que variam para diferentes orifícios do copo (GUIA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS, 2008).

A viscosidade também pode ser calculada utilizando a constante K. Para determinar a constante K deve-se seguir os seguintes procedimentos:

[...] transfere-se a amostra para o viscosímetro e estabiliza-se o conjunto até a temperatura especificada. Aspira-se a amostra com o auxílio de um pipetador até a marca superior do menisco no viscosímetro e cronometra-se o tempo de escoamento entre a marca do menisco superior e do inferior.