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Cultura da Soja no Rio Grande do Sul - Apostilas - Engenharia Agrícola Part1, Notas de estudo de Agroflorestal

Apostilas de Engenharia Agrícola sobre o estudo das Indicações Técnicas para a Cultura da Soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, Manejo e Conservação do Solo, Sistema de Produção de Grãos.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 17/06/2013

Rogerio82
Rogerio82 🇧🇷

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36ª Reunião de Pesquisa
da Soja da Região Sul
29 a 31 de julho de 2008
Porto Alegre, RS
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Apoio
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36ª Reunião de Pesquisa

da Soja da Região Sul

29 a 31 de julho de 2008

Porto Alegre, RS

Realização

Apoio

Patrocínio

36ª Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

29 a 31 de julho de 2008

Indicações Técnicas para a

Cultura da Soja no

Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2008/

Porto Alegre, RS

Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária Emater-RS/Ascar

ENTIDADES PARTICIPANTES

  • Embrapa Clima Temperado
  • Embrapa Soja
  • Embrapa Trigo
  • Embrapa Transferência de Tecnologia – Escritórios de

negócios de Capão do Leão e de Passo Fundo

  • Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa Fecotrigo
    • Fundacep
  • Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária - FEPAGRO
  • Universidade Federal de Pelotas
  • Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Universidade Federal de Santa Maria
  • Universidade de Passo Fundo – FAMV
  • Unijuí
  • Associação de Empresas Nacionais de Defensivos Agríco-

las – AENDA

  • Associação Nacional de Defesa vegetal – ANDEF
  • Associação Rio-Grandense de Empreendimentos e Assis-

tência Técnica –EMATER/RS

  • Associação dos Produtores de Sementes do Rio Grande

do Sul – APASSUL

  • Santa Cruz Agrícola Com.Ltda – Santagro
  • Serviço Especial em Diagnose de Sementes LTDA –

Seeds

  • Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola – Coodetec

SUMÁRIO

    1. Manejo e Conservação do Solo..................................................
    1. Adubação e Calagem
    1. Cultivares..........
    1. Manejo da Cultura
    1. Sistema de Produção de Grãos
    1. Manejo Integrado de Plantas Daninhas
    1. Manejo Integrado de Doenças
    1. Manejo Integrado de Pragas
    1. Colheita

1 - MANEJO E1 - MANEJO E1 - MANEJO E 1 - MANEJO E1 - MANEJO E

CONSERCONSERCONSERCONSERCONSERV

VVVVAÇÃO DE SOL

AÇÃO DE SOLAÇÃO DE SOLAÇÃO DE SOLAÇÃO DE SOLO

OOOO

1 - MANEJO E CONSERVAÇÃO DE SOLO

1.1 Introdução

O preparo de solo, mediante uso excessivo de arações e/ou gradagens superficiais e continuamente na mesma profundidade, provoca desestruturação da camada arável e for- mação de duas camadas distintas: a superficial pulverizada e a sub-superficial compactada. Essas transformações reduzem a taxa de infiltração de água no solo e prejudicam o desen- volvimento radicular das plantas, resultando, respectivamente, em perdas de solo e de nutri- entes por erosão e em redução do potencial produtivo da lavoura. Esses aspectos, associa- dos à pouca cobertura do solo, às chuvas de elevada intensidade, ao uso de áreas inaptas para culturas anuais e à adoção de sistemas de terraços e de semeadura em contorno como práticas isoladas de conservação do solo, são os principais fatores causadores do processo de erosão e de degradação dos solos da região sul do Brasil.

1.2 Sistema plantio direto

Sistemas de manejo de solo compatíveis com as características de clima, de planta e de solo da região sul do Brasil são imprescindíveis para interromper o processo de degrada- ção do solo e, conseqüentemente, manter a atividade agrícola competitiva. Nesse contexto, o sistema plantio direto deve ser enfocado como um processo de exploração agropecuária que envolve diversificação de espécies ao longo do tempo, mobilização de solo apenas no sulco de semeadura e manutenção permanente da cobertura de solo. Fundamentada nesse conceito, a adoção do sistema plantio direto objetiva expressar o potencial genético das espécies cultivadas mediante a maximização do fator ambiente e do fator solo, sem, contu- do, degradá-los. A consolidação do sistema plantio direto, entretanto, está essencialmente alicerçada na rotação de culturas orientada ao incremento da rentabilidade, à promoção da cobertura permanente de solo, à geração de benefícios fitossanitários e à ciclagem de nutrientes. A interação da rotação de culturas, abandono da mobilização de solo e manutenção perma- nente da cobertura de solo assegura a evolução paulatina da melhoria física, química e biológica do solo. O sistema plantio direto constitui, atualmente, a modalidade de agricultura conservacionista de maior adoção na região sul do país. A adoção e a manutenção desse sistema requerem a implementação de ações integradas, entre as quais as descritas a se- guir.

1.2.1 Sistematização da lavoura

Sulcos e depressões no terreno, decorrentes do processo erosivo, concentram enxur- rada, provocam transtornos ao livre tráfego de máquinas na lavoura, promovem focos de infestação de plantas daninhas e constituem manchas de menor fertilidade de solo em rela- ção ao restante da área. Assim, por ocasião da adoção do sistema plantio direto recomenda-

para manejo das culturas e de seus restos culturais e o histórico e o estado atual da lavoura, considerando os aspectos de fertilidade do solo e de exigência nutricional das plantas. O arranjo das espécies no tempo e no espaço deve ser orientado para a diversificação de cultivares a fim de possibilitar o escalonamento da semeadura e da colheita. No sul do Brasil, um dos sistemas de rotação de culturas compatíveis com a produção de soja, para um período de três anos, envolve a seguinte seqüência de espécies: aveia/ soja, trigo/soja e ervilhaca/milho.

1.2.5 Manejo de restos culturais

Na colheita de grãos das culturas que precedem a semeadura de soja, é importante que os restos culturais sejam distribuídos numa faixa equivalente à largura da plataforma de corte da colhedora, independentemente de serem ou não triturados.

1.3 Manejo de enxurrada em sistema plantio direto

A cobertura permanente do solo e os reflexos positivos na sua estruturação, a partir da adoção do sistema plantio direto, têm sido insuficientes para disciplinar os fluxos de matéria e de energia gerados pelo ciclo hidrológico em escala de lavoura ou no âmbito da microbacia hidrográfica e, conseqüentemente, não constituem meio completamente eficien- te de controle da erosão hídrica. Embora no sistema plantio direto a cobertura de solo exerça função primordial na dissipação da energia erosiva da chuva, há limites críticos de comprimento do declive em que essa eficiência é superada, desencadeando o processo de erosão hídrica. Assim, man- tendo-se constantes todos os fatores relacionados à erosão hídrica e incrementando-se ape- nas o comprimento do declive, tanto a quantidade quanto a velocidade da enxurrada produ- zida por determinada chuva irão aumentar, elevando o risco de erosão. A cobertura de solo apresenta potencial para dissipar, em até 100%, a energia erosiva da gota de chuva, mas não manifesta essa mesma eficiência para dissipar a energia erosiva da enxurrada. A partir de determinado comprimento de declive, o potencial de dissipação de energia erosiva da cobertura de solo é superado, o que permite a flutuação e o transporte de restos culturais, bem como o desencadeamento do processo erosivo sob a cobertura vege- tal. Nesse contexto, toda prática conservacionista capaz de manter o comprimento do decli- ve dentro de limites que mantenham a eficiência da cobertura vegetal de solo na dissipação da energia erosiva incidente contribuirá, automaticamente, para minimizar o processo de erosão hídrica. Semeadura em contorno, terraços, taipas de pedra, faixas de retenção, ca- nais divergentes, entre outros procedimentos, são práticas conservacionistas eficientes para a segmentação do comprimento do declive e, comprovadamente, constituem técnicas asso- ciadas à cobertura de solo para o controle efetivo da erosão. Portanto, para o efetivo controle do processo de erosão hídrica, é fundamental dissipar a energia erosiva do impacto da gota de chuva e do cisalhamento da enxurrada, mediante a manutenção do solo permanentemen- te coberto e redução da quantidade e velocidade do escoamento superficial. A implementação de práticas conservacionistas, em adição à cobertura vegetal de

solo para o efetivo controle da erosão hídrica, pode fundamentar-se na observância do ponto de falha (ineficácia) dos resíduos culturais. Essa constatação indicará o comprimento crítico da pendente, isto é, o máximo espaçamento horizontal permitido entre terraços.

1.3.1 Terraceamento

Terraço é uma estrutura hidráulica conservacionista, composta por um camalhão e um canal, construído transversalmente ao plano de declive do terreno. Essa estrutura se constitui em barreira ao livre fluxo da enxurrada, disciplinando-a mediante redução da taxa de infiltração no canal do terraço (terraço de absorção), ou da condução para fora da lavoura (terraço de drenagem). O objetivo fundamental do terraceamento é reduzir os riscos de ero- são e proteger os mananciais hídricos. A determinação do espaçamento entre terraços está intimamente vinculada ao tipo de solo, à declividade do terreno, ao regime pluvial, ao manejo de solo e de culturas e à moda- lidade de exploração agrícola. Experiências têm demonstrado que o critério comprimento crítico da pendente nem sempre é adequado para o estabelecimento do espaçamento entre essas estruturas conservacionistas. Isso se justifica pelo fato de que a secção máxima do canal do terraço de base larga, economicamente viável e tecnicamente possível de ser construída, é de, aproxi- madamente, 1,5 m^2 , área que poderá mostrar-se insuficiente. Do exposto, infere-se que a falha de resíduos culturais na superfície do solo constitui apenas um indicador prático para constatar a presença de erosão hídrica e identificar a necessidade de implementação de tecnologia-solução. Por sua vez, o dimensionamento da prática conservacionista a ser estabelecida demanda o emprego de método específico, embasado no volume máximo es- perado de enxurrada.

1.4 Preparo do solo

Na impossibilidade de adoção do sistema plantio direto, a melhor opção para condicionar o solo para a semeadura de soja é o preparo mínimo, empregando implementos de escarificação do solo. Nesse caso, o objetivo é reduzir o número de operações e não a profundidade de trabalho dos implementos. As vantagens desse sistema são: aumento da rugosidade do terreno, proteção da superfície do solo com restos culturais, elevado rendi- mento operacional de máquinas e menor consumo de combustível.

2 - ADUBAÇÃO E CALAGEM

2.1 Introdução

As informações sobre adubação e calagem baseiam-se no “Manual de adubação e de calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina”, publicado, em 2004, pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Núcleo Regional Sul. Em adição, são apresen- tadas orientações específicas quanto à adubação e calagem para a cultura de soja.

2.2 Amostragem de solo

Há três aspectos básicos no plano de amostragem de solo: definição de áreas unifor- mes para fins de amostragem e de manejo da lavoura, número de sub-amostras a coletar em cada área e profundidade de amostragem. As características locais da área, como topogra- fia, cor e profundidade do solo, uso anterior da área, manejo da fertilidade do solo, incluindo tipo, quantidade de adubos e de corretivos aplicados, etc., irão determinar o número de áreas a serem separadamente amostradas e o número de sub-amostras a coletar nestas áreas. O tipo de manejo de solo adotado na área, como, por exemplo, preparo convencional ou plantio direto, irá determinar a profundidade de amostragem do solo. A coleta de amostra de solo pode ser realizada com a pá-de-corte ou o trado, procu- rando-se evitar a perda da camada superficial do solo. Em lavouras em que a última aduba- ção foi feita na linha de semeadura, a coleta com pá-de-corte, de uma fatia contínua de 3 a 5 cm de espessura, de entrelinha a entrelinha, é a ideal, mas pode ser substituída pela coleta com trado calador numa linha transversal às linhas de semeadura. Nesse caso, a coleta deve ser realizada da seguinte forma: a) coletar um ponto no centro da linha e um ponto de cada lado, se a cultura precedente for espaçada de 15 a 20 cm; b) coletar um ponto no centro da linha e três pontos de cada lado, se a cultura precedente for espaçada de 40 a 50 cm; e c) coletar um ponto no centro da linha e seis pontos de cada lado, se a cultura precedente for espaçada em mais de 60 cm. Com relação ao número de sub-amostras por área uniforme, sugere-se, como regra geral, amostrar o solo em 15 a 20 locais para formar uma amostra composta. Este número depende, diretamente, do grau de variabilidade da fertilidade do solo. A profundidade de amostragem consta na tabela 2.1.

2.3 Calagem

A calagem objetiva reduzir a acidez do solo através da aplicação de corretivos de acidez, entre os quais o calcário. De forma geral, o pH em água adequado para a cultura de soja situa-se entre 5,5 e 6,0. As quantidades de corretivo e seu modo de aplicação variam em função do sistema de manejo do solo. A quantidade de corretivo a ser usada é determi- nada pelo índice SMP. No caso de se optar pela aplicação de corretivo na linha de semeadu- ra, sugere-se observar as indicações específicas dessa prática, constantes no item 2.3.4.

2.3.1 Cálculo da quantidade de corretivo a aplicar

As quantidades de corretivo são indicadas na tabela 2.2. Sugere-se que seja dada preferência a calcário dolomítico, por ser mais barato, bem como por conter maior teor de magnésio. Em alguns solos, principalmente nos de textura arenosa, o índice SMP pode indicar quantidades muito pequenas de corretivo, embora o pH em água esteja em nível inferior ao preconizado. Nesses solos pode-se calcular a necessidade de calagem com base nos teo- res de matéria orgânica (MO) e de alumínio trocável (Al) do solo, empregando-se as seguin- tes equações para o solo atingir o pH em água desejado:

para pH 5,5, NC = - 0,653 + 0,480 MO + 1,937 Al, para pH 6,0, NC = - 0,516 + 0,805 MO + 2,435 Al,

em que NC é expresso em t/ha, MO em % e Al em cmolc/dm^3.

2.3.2 Calagem em áreas manejadas sob sistema plantio direto Antes da implantação do sistema plantio direto em solos manejados sob preparo con- vencional ou campo natural com índice SMP 5,0, recomenda-se corrigir a acidez do solo da camada arável (17-20 cm) mediante incorporação de corretivo. A dose a ser usada é função de vários critérios, conforme indicado nas tabelas 2.1 e 2.2. No caso de solos de campo natural, a eficiência da calagem superficial depende mui- to da acidez potencial do solo (maior em solos argilosos), da disponibilidade de nutrientes, do tempo transcorrido entre a calagem e a semeadura de soja e da quantidade de precipita- ção pluvial. Por essa razão, sugere-se que o corretivo seja aplicado seis meses antes da semeadura de soja. Em solos sob plantio direto consolidado e que receberam corretivo recentemente e quando a análise indicar que um dos critérios de decisão de calagem (pH em água, satura- ção por bases) não foi atingido, a aplicação de corretivo não necessariamente aumentará o rendimento da cultura de soja. Isso decorre do fato de o método SMP não detectar o corre- tivo que ainda não reagiu no solo. Em geral, são necessários três anos para que ocorra dissolução completa do corretivo. Observando-se esses aspectos, evita-se a supercalagem.

2.3.3 Calagem em solo sob preparo convencional No sistema de preparo convencional de solo (aração e gradagem), o corretivo deve ser incorporado uniformemente até a profundidade de 17 a 20 cm, conforme critérios estabe- lecidos na tabela 2.1. Quando a quantidade de corretivo indicada na tabela 2.2 é aplicada integralmente, o efeito residual da calagem perdura por cerca de cinco anos, dependendo de fatores como manejo do solo, quantidade de N aplicada nas diversas culturas, erosão hídrica e outros fatores. Após esse período indica-se realizar nova análise de solo para quantificar a dose de corretivo.

2.3.4 Calcário na linha

Essa prática consiste na aplicação, na linha de semeadura de soja, de pequenas quantidades de calcário mineral finamente moído (filler) ou de corretivo proveniente da moa- gem de conchas marinhas. Devem ser observados os seguintes critérios:

· em solo com elevada acidez (necessidade de calcário para pH 6,0 maior que 7 t/ha) e não corrigido, a aplicação de calcário na linha deve ser associada a uma calagem parcial equivalente à metade da indicação para pH 5,5; · em solo com acidez intermediária (necessidade de calcário para pH 6,0 menor que 7 t/ha), a prática de uso de calcário na linha pode ser adotada isoladamente; · em solo com acidez corrigida integralmente, não se indica usar esta prática; · o calcário deve apresentar PRNT superior a 90% quando for de origem mineral ou superior a 75% quando for originado de concha marinha; · a quantidade de calcário a aplicar, por cultura, varia de 200 a 300 kg/ha para solos de lavoura e de 200 a 400 kg/ha para solos de campo natural.

2.4 Adubação

2.4.1 Nitrogênio

Ampla experiência de pesquisa indica que não há necessidade de aplicar fertilizante nitrogenado para a cultura de soja. A demanda de nitrogênio (N) é suprida pelo solo e pela simbiose da planta com o rizóbio específico já existente no solo ou fornecido mediante a inoculação das sementes. Além de aumentar os custos de produção, a aplicação de N ao solo inibe a fixação biológica de N e não aumenta o rendimento de grãos. No entanto, se fórmulas de adubo que contêm N forem mais econômicas do que fórmulas sem N, mas com o mesmo teor de P 2 O 5 e K 2 O, estas poderão ser usadas, desde que não sejam aplicados mais do que 20 kg de N/ha. Os inoculantes comerciais contêm as bactérias com as estirpes autorizadas pelo MAPA, pertencentes às espécies Bradyrhizobium japonicum (SEMIA 5079 e SEMIA 5080) e Bradyrhizobium elkanii (SEMIA 587, SEMIA 5019). Para que a fixação simbiótica de nitrogênio seja favorecida, há necessidade de corri- gir a acidez do solo e de fornecer os nutrientes que estejam em teores abaixo do crítico no solo.

2.4.1.1 Inoculação de sementes de soja para cultivo em áreas novas

Em áreas de primeiro ano de cultivo, a resposta da planta de soja à inoculação é elevada, porque no solo não há, originalmente, rizóbio em quantidade e com eficiência sufi- cientes.

2.4.1.2 Inoculação de sementes de soja para áreas com mais de um ano de cultivo

No sistema convencional de preparo do solo, os ganhos com a inoculação das se- mentes, em áreas com cultivo anterior de soja, são menos expressivos do que os obtidos em solos de primeiro ano, mas a reinoculação deve ser feita de forma a favorecer as estirpes inoculadas, pois estas necessitam competir com as estirpes nativas do solo para formação de nódulos. No sistema plantio direto, com no mínimo três anos de cultivo de soja inoculada, poderá não haver resposta à inoculação. Porém, considerando-se ser uma prática de custo baixo, indica-se a reinoculação.

2.4.1.3 Procedimento de inoculação

A inoculação deve ser feita da seguinte maneira: · usar inoculantes cuja eficiência agronômica tenha sido comprovada por órgãos ofici- ais de pesquisa; · usar a quantidade de inoculante indicada pelo fabricante de modo a atingir uma quantidade mínima de 600.000 células viáveis de Bradyrhizobium por semente. Em áreas de primeiro ano de cultivo usar o dobro dessa quantidade; · no caso de inoculantes turfosos, misturar primeiramente o produto com uma solução

desejados e, então, planejar as adubações para as próximas duas culturas. As doses indicadas pressupõem que a maioria dos fatores de produção esteja em níveis adequados. Dessa forma, em muitas situações, haverá necessidade de ajustes lo- cais, tanto da adubação, quanto da calagem. Para permitir o ajuste das doses em função das fórmulas de fertilizantes existentes no mercado, pode-se admitir uma variação de ±10 kg/ha nas quantidades recomendadas na tabela 2.4, sobretudo nas doses mais elevadas.

2.4.4.1 Fontes de fósforo e de potássio Para os adubos fosfatados total ou parcialmente solúveis, a dose de P 2 O 5 deve ser calculada levando em consideração o teor de P 2 O 5 solúvel em água e em citrato neutro de amônio. No caso dos termofosfatos e das escórias, as quantidades devem ser calculadas levando-se em consideração o teor de P 2 O 5 solúvel em ácido cítrico a 2%, na relação 1/100. Os fosfatos naturais reativos apresentam baixa solubilidade em água, mas são efici- entes como fonte de P, mormente em solos com pH menor que 5,5. Com base no efeito desses fosfatos no rendimento de grãos de soja, em sucessão com outras culturas, verifi- cou-se que eles tendem a ser equivalente aos fertilizantes solúveis na segunda ou terceira cultura após a aplicação, mas proporcionam menor rendimento de grãos na primeira cultura. Em solos com teor de P igual ou superior a “Médio” não se observaram diferenças no rendi- mento de grãos entre os fosfatos naturais reativos e os fosfatos acidulados, tanto em aplica- ções a lanço como na linha de semeadura. Sua indicação, portanto, é mais adequada em solos com pH inferior a 5,5 e teor médio ou alto de P. A dose deve ser estabelecida em função do teor total de P 2 O 5. Vantagem econômica do uso deste produto ocorre quando o seu preço for menor do que 2/3 do preço do superfosfato triplo. As fontes de fertilizantes potássicos são cloreto de potássio (KCl) e sulfato de potás- sio (K 2 SO 4 ), sendo ambos solúveis em água. Na escolha de qualquer fonte de P ou de K deve ser considerado o custo da unidade de P 2 O 5 e K 2 O posto na propriedade, levando em conta os critérios de solubilidade acima indicados.