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CURSO DE LIBRAS - Apostila, Manuais, Projetos, Pesquisas de Língua Portuguesa

Curso básico de Libras, material complementar.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2021

Compartilhado em 09/04/2021

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flavio-jose-43 🇧🇷

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CURSO BÁSICO DE
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
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CURSO BÁSICO DE

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

Aluno(a): ____________________________________Data:___________

APRESENTAÇÃO

Ao longo da história, existem vários registros e pesquisas vinculadas ao desenvolvimento humano entre elas, afirmações nos mostram que o indivíduo se firma como pessoa humana por meio da linguagem, sendo por meio dela que a humanidade dimensiona seus valores, suas relações sociais, seus desejos, seja de justiça ou de liberdade. Sendo ainda, por meio da linguagem que se pode planejar o mundo interior e exterior. O diálogo permite a humanidade ir além dos limites individuais do estado de coisas existentes no mundo, seja ele produzido oralmente ou gestualmente. Transpor as fronteiras da comunicação que estão sobrepostas entre surdos e ouvintes significa superar as diferenças e descobrir que na interação entre a língua oral e a língua de sinais pode-se construir uma comunicação. É possível superar as distâncias linguísticas entre surdos e ouvintes, para tanto é essencial os cursos de Libras - Língua Brasileira de Sinais que envolva a princípio a comunidade interna e externa do Instituto Federal do Piauí (ouvintes ou surdos), e lhes proporcionem além da comunicação a inclusão escolar e social dos Surdos. O projeto objetiva atender mudanças significativas ocorrida na educação de surdos nas duas últimas décadas, principalmente, relacionadas à organização educacional em consonância com o Decreto n° 5.626 de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei n°10.436 de 24 de abril de 2002. A legislação dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais- Libras, destacando a participação dos surdos nos movimentos sociais dos Surdos, nas decisões pedagógicas, sobre a formação de professores Surdos e ouvintes, bem como mudanças no currículo escolar, presença de interpretes nas escolas regulares e valorização da língua de sinais como primeira língua do Surdo. Para o desenvolvimento deste projeto, foram reunidas informações teóricas e práticas acerca da gramática da Libras, identidade e cultura surda, bem como as especificidades linguísticas relacionadas a Língua Brasileira de Sinais. Foi a partir das constatações evidenciadas por pesquisadores pioneiros no Brasil, como é o caso de Lucinda Ferreira Brito, o Grupo de Pesquisas da FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, e demais linguistas que elaboramos este curso que permitirá a aquisição da Libras instrumental, revelando e desvendando todos os aspectos linguísticos que ricamente compõem essa modalidade comunicativa, podendo colaborar para que a comunidade escolar e a sociedade em suas diferentes instâncias públicas e privadas se modifiquem e se abram para a comunicação com os surdos por meio da Libras.

  • 1.LINGUA DE SINAIS – (LS) E LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS(LIBRAS).......................... PARTE I
  • O que é Língua de Sinais?................................................................................................
  • O que é a LIBRAS?............................................................................................................
  • Variação Linguística
    1. ASPECTOS LINGUÍSTICOS APLICADOS A LIBRAS
  • Fonologia da Língua Brasileira de Sinais.........................................................................
  • Morfologia da Língua Brasileira de Sinais
  • Sintaxe da Língua Brasileira de Sinais
  • 3.SURDO E DEFICIENTE AUDITIVO
  • Aquisição da Surdez
  • Níveis de Surdez
  • Causas da Surdez
  • 4 CULTURA E IDENTIDADES SURDA...
  • 5 LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO DE SURDOS
  • Deficiências e terminologias
  • ALFABETO MANUAL PARTE II
  • NUMERAIS
  • TEMPO/ HORAS......................................................................................................
  • CUMPRIMENTO, SAUDAÇÕES E AGRADECIMENTOS.................................................
  • PARÂMETROS DA LIBRAS
  • Configuração da Mão.....................................................................................................
  • Ponto de Articulação
  • Movimento
  • Orientação
  • Expressões Não-manuais
  • PRONOMES..............................................................................................................
  • ADVÉRBIOS
  • VERBOS
  • CALENDÁRIO............................................................................................................
  • CORES
  • ESTADOS BRASILEIROS
  • FAMÍLIA
  • MEIOS DE TRANSPORTES
  • MEIOS DE COMUNICAÇÃO
  • EDUCAÇÃO
  • ANTÔNIMOS
  • TEXTOS COMPLEMENTARES
  • Lei N° 10.436, de 24 de Abril de
  • Decreto N° 5.626, de 1° de Setembro de
  • REFERÊNCIAS

LINGUA DE SINAIS – LS E LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS- LIBRAS

O que é Língua de Sinais?

A comunicação dos surdos não se desenvolve simplesmente por mera sinalização ou gesticulação, mas por meio de uma Língua Gestual, conhecida como Língua de Sinais (LS). Ao contrário do que muita gente pensa, a LS não se realiza apenas com mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar sua comunicação. A Língua de Sinais é a língua natural dos surdos e apresenta estrutura e regras gramaticais próprias. Considerada natural porque surge “espontaneamente da interação entre pessoas e porque, devido a sua estrutura, permite a expressão de qualquer conceito e de qualquer significado decorrente da necessidade comunicativa e expressiva do ser humano” (BRITO et al., 1998). Diferente das línguas orais-auditivas, as LS apresentam-se em uma modalidade espaço- visual, pois não se realizam pelo canal oral-auditivo, mas sim pelo canal visual e da utilização do espaço, ou por expressões faciais e movimentos gestuais perceptíveis pela visão. Diferenciam-se das línguas de modalidade oral-auditiva, as quais utilizam como meio de comunicação sons articulados perceptíveis pelo ouvido. A LS é um sistema linguístico legítimo que independe das línguas orais e preenche eficazmente as necessidades de comunicação do ser humano, por ser dotada de complexidade e expressividade tanto quanto as línguas orais. Por meio dela, o indivíduo surdo é capaz de expressar qualquer assunto de seu interesse ou conhecimento. Ela não é uma língua universal. Por isso, da mesma forma que os ouvintes em países diferentes se comunicam em línguas diferentes (italiana, inglesa, portuguesa etc.) os indivíduos surdos, inseridos em “Culturas Surdas”, apresentam suas próprias línguas, com características e estruturas peculiares; portanto, há muitas línguas de sinais diferentes, como por exemplo, a LSF – Língua de Sinais Francesa e a ASL – Língua de Sinais Americana, entre tantas. No Brasil, temos a Libras – Língua de Sinais Brasileira. Como ocorre nas línguas auditivas, pode acontecer que mais de um país utilize a mesma língua de sinais, como é o caso dos Estados Unidos e Canadá.

tem sinal correspondente, como é o caso dos nomes próprios. Nessa situação, as letras são sinalizadas uma a uma para expressar tal palavra.

Variações linguísticas

A língua está em constante evolução, é dinâmica, um produto social em permanente inconclusão, “(...) é intrinsecamente heterogênea , múltipla, variável, instável e está sempre em desconstrução e em reconstrução ” (BAGNO, 2007, p.35, grifos do autor). Devido a este caráter de ordem heterogênea, nas línguas naturais pode ser identificado um fenômeno linguístico denominado variação. As línguas de sinais, por serem naturais, apresentam tais manifestações. Segundo Bagno (2007) existem fatores sociais ou extralinguísticos que podem proporcionar à identificação do fenômeno variação linguística, são eles:

1. Origem geográfica: a língua varia de um lugar para o outro; assim, podemos investigar, por exemplo, a fala característica das diferentes regiões brasileiras, dos diferentes estados, de diferentes áreas geográficas dentro de um mesmo estado etc.; outro fator importante também é a origem rural ou urbana da pessoa; 2. Status socioeconômico: as pessoas que têm um nível de renda muito baixo não falam do mesmo modo das que têm um nível de renda médio ou muito alto, e vice-versa; 3. Grau de escolarização: o acesso maior ou menor à educação formal e, com ele, à cultura letrada, à prática da leitura e aos usos da escrita, é um fator muito importante na configuração dos usos linguísticos dos diferentes indivíduos; 4. Idade: os adolescentes não falam do mesmo modo como seus pais, nem estes pais falam do mesmo modo como as pessoas das gerações anteriores; 5. Sexo: homens e mulheres fazem usos diferenciados dos recursos que a língua oferece; 6. Mercado de trabalho: o vínculo da pessoa com determinadas profissões e ofícios incide na sua atividade linguística: uma advogada não usa os mesmos recursos linguísticos de um encanador, nem este os mesmos de um cortador de cana; 7. Redes sociais: cada pessoa adota comportamentos semelhantes aos das pessoas com quem convive em sua rede social; entre esses comportamentos está também o comportamento linguístico.

Sobre as variações linguísticas, Strobel & Fernandes (1998) consideram as variações regionais e sociais e as mudanças históricas como fenômenos identificáveis na Língua Brasileira de Sinais, o que lhe confirma, mais uma vez, o caráter natural. A variação regional refere-se às variações de sinais que acontecem nas diferentes regiões do mesmo país; já a social representa as variações na configuração de mão e/ou movimento, sem alterar o sentido do sinal, as mudanças históricas estão relacionadas com as modificações que o sinal pode sofrer, devido aos costumes da geração que utiliza o sinal.

medo, raiva, mágoa, amor, encantamento e desencantamento, entre outros sentimentos. Podem indicar afirmação, negação, interrogação e exclamação. Morfologia da Língua Brasileira de Sinais Quadros define a morfologia como o estudo da estrutura interna das palavras ou dos sinais, assim como das regras que determinam a formação das palavras. A palavra morfema deriva do grego morphé, que significa forma. Os morfemas são as unidades mínimas de significado (QUADROS, 2004, p.86, grifos do autor). A partir do conceito supracitado, pode-se afirmar que as formações dos sinais originam-se da combinação dos parâmetros: configuração de mão, ponto de articulação, movimento, expressão facial e corporal, agora considerados morfemas, ou seja, unidades mínimas com significado, como explica Felipe: Estes cinco parâmetros podem expressar morfemas através de algumas configurações de mão, de alguns movimentos direcionados, de algumas alterações na frequência do movimento, de alguns pontos de articulação na estrutura morfológica e de alguma expressão facial ou movimento de cabeça concomitante ao sinal, que, através de alterações em suas combinações, formam os itens lexicais das línguas de sinais (FELIPE, 2006, p. 202). Já em relação à classe de palavras/sinais e às categorias lexicais pertencentes às línguas de sinais, estão nomes, verbo, advérbio, adjetivo, numeral, conjunção. Direcionado o estudo morfológico para Libras, a partir de uma breve análise, encontram-se os seguintes casos:

  1. Quando se quer diferenciar o sexo entre pessoas ou animais, usa-se o sinal HOMEM e MULHER para fazer referência ao nome, mas geralmente sem apresentar flexão de gênero, como se pode perceber no sinal de AMIG@, que pode ser usado tanto para o sexo masculino ou feminino. Sinais como PAI e MÃE não necessitam dessa marcação de gênero, pois possuem sinais próprios.
  2. Os adjetivos trazem como características a expressão facial e intensificação do sinal, não há marca de gênero ou número. Cita-se como exemplo a sinalização de BONITINHO e de MUITO BONITO, que precisa, cada um a sua maneira, de expressão facial e intensificação do sinal, sendo que o segundo necessita também de expressão facial. Essas marcações linguísticas trazem o significado real do sinal.
  3. Os pronomes na Libras são realizados em diferentes pontos no espaço, a articulação do sinal depende da pessoa que se faz referência e do número, ou seja, singular e plural. Destacam-se ainda as conjunções, sendo que as manifestadas em Libras são MAS, PORQUE (explicativo e interrogativo), COMO e o SE.
  1. Em relação aos numerais, estes são classificados em quantidade, cardinal e ordinal, trazendo como parâmetros de diferenciação na articulação dos números a configuração de mão, ponto de articulação e movimento, além do contexto.
  2. A marcação do tempo verbal é realizada através de itens lexicais ou sinais adverbiais como afirma Brito: “Dessa forma, quando o verbo refere-se a um tempo passado, futuro ou presente, o que vai marcar o tempo da ação ou do evento serão itens lexicais ou sinais adverbiais como ONTEM, AMANHÃ, HOJE, SEMANA-PASSADA, SEMANA-QUE-VEM.” (BRITO, 1997, p. 46). Sintaxe da Língua Brasileira de Sinais A Libras, assim como a Língua Portuguesa, apresenta organização na estrutura da frase. De maneira preferencial, a ordem SVO (sujeito+verbo+objeto) é a que se destaca na produção das frases, o que não invalida o uso de outras ordens. De acordo com Brito (1997), na Libras, uma outra forma de produção que acontece é a topicalização ou tópico-comentário. A topicalização, realizada com bastante frequência, é definida como a distribuição no espaço dos elementos da frase, ou seja, não segue a ordem SVO. Pode ser usada desde que não haja restrições que impeçam o deslocamento de determinados constituintes da sentença e que altere o sentido da frase. Em relação aos verbos em Libras, destacam-se os com concordância e os sem concordância. De acordo com a concepção de Quadros (2004), os sem concordância são os que não flexionam em pessoa e número, sendo que alguns podem flexionar em aspecto. Existe ainda uma subdivisão desta categoria de verbos, podendo ser ainda classificados em verbos de locomoção/movimento. Dependendo do contexto, o sinal pode ser classificado como substantivo ou verbo. Já os verbos com concordância flexionam em número, pessoa e aspecto. Segundo Felipe (2001), estes verbos podem também ser subdivididos em dois: os que possuem concordância em número e pessoa, classificadores (Cls) e os que concordam com a localização. O primeiro grupo traz o parâmetro orientação como destaque, já os segundo têm concordância com a localização e destaca-se o parâmetro ponto de articulação ou locação. Nos classificadores evidencia-se o parâmetro configuração de mão, o que não invalida o uso dos outros parâmetros. Em Libras, através dos fenômenos linguísticos, da sua complexidade e gramática própria, pode-se constatar que assim como as línguas orais, as línguas de sinais são naturais. Embora seja uma língua articulada espacialmente, lugar em que são constituídos seus mecanismos fonológicos, morfológicos e sintáticos, certifica-se que as línguas de sinais são icônicas e arbitrárias, e que as formas icônicas não são universais.

SURDO E DEFICIENTE AUDITIVO De acordo com o Decreto 5.626/05 Surdo é aquela pessoa que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras. Já Deficiente auditivo é o indivíduo que tem perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. Aquisição da surdez A surdez pode acometer a pessoa ainda no útero, durante o parto e depois do nascimento, ou seja:

  • Pré-natal – fator genético e hereditário, doenças adquiridas pela mãe durante a gestação (rubéola);
  • Peri-natal – provocada por parto prematuro, trauma de parto (anóxia);
  • Pós-natal – provocada por doenças adquiridas pelo indivíduo ao longo da vida, o uso de medicamentos, avanço da idade (acidentes). . Níveis de Surdez Pelo decreto nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999, art.4º é considerada pessoa portadora de deficiência auditiva aquela que se enquadra em uma das seguintes categorias: a) De 25 a 40 decibéis: surdez leve b) De 41 a 55 decibéis: surdez moderada c) De 56 a 70 decibéis: surdez acentuada d) De 71 a 90 decibéis: surdez severa e) Acima de 91 decibéis: surdez profunda 3

Causas da Surdez 1 Problemas Pré-Natais

  • Rubéola materna durante a gravidez - o risco de surdez na criança que nasce é cerca de 14%. Importante: a vacinação contra rubéola elimina este risco.
  • Problemas de incompatibilidade sanguínea pelo fator RH. Importante: podem ser evitados pela administração de soro específico.
  • O parto prematuro aumenta o risco de perda auditiva.
  • Congênitos: pessoas na família que nasceram surdas. 2 - Problemas No Ouvido Médio
  • Bloqueio na tuba auditiva - causado por resfriados, gripes, adenoides aumentadas, que impedem o arejamento do ouvido médio e podem causar: a) Otite média: infecção capaz de perfurar o tímpano, podendo ser tratada com antibióticos ou, às vezes, com cirurgia; b) Líquido no ouvido médio - a otite média secretora é a causa mais frequente de perda auditiva na idade escolar; o tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. 3 - Fatores Ambientais:
  • Doença na infância (sarampo, coqueluche, caxumba, meningite) podem causar perdas auditivas. Importante: muitas delas podem ser evitadas pela vacinação. 4 - Traumatismos Sonoros ou Físicos:
  • Ruídos muito altos próximos a um ou a ambos os ouvidos;
  • Pancadas violentas nos ouvidos;
  • Objetos introduzidos pela criança no canal do ouvido. 4 - Problemas Genéticos
  • Existem doenças genéticas que podem causar danos ao sistema auditivo.
  • É importante verificar se há pessoas na família que nasceram surdas.

Entretanto, vale repensar nossos conceitos, pois o surdo, como qualquer pessoa, faz parte de um multiculturalismo. O ser surdo é aquele que apreende o mundo por meio do contato visual, que é capaz de se apropriar da língua de sinais e da língua escrita e de outras de modo a propiciar seu pleno desenvolvimento cognitivo, cultural e social. A língua de sinais permite ao ser surdo expressar seus sentimentos e visões sobre o mundo sobre significados, de forma mais complexa e acessível. Entendendo... Conforme pensamentos de Karin Strobel: Comunidade Surda: É aquela que reúne pessoas usuários da língua de sinais- LS surdos, familiares de surdos, profissionais da área da surdez, professores, instrutores e tradutores e intérpretes de Libras,

bem como, amigos e outros que participam e compartilham os mesmos interesses em comuns

em um determinado localização que podem ser as associação de surdos, federações de surdos,

igrejas e outros.”

Povo Surdo é grupo de sujeitos surdos que tem costumes, história, tradições em comuns e pertencentes às mesmas peculiaridades, ou seja, constrói sua concepção de mundo através da visão. As comunidades surdas no Brasil têm uma história longa. O povo surdo brasileiro deixou muitas tradições e histórias em suas organizações das comunidades surdas, que podem ser associação de surdos, federações de surdos, confederações e outros. Associação iniciou diante de uma necessidade de povos surdos terem um espaço ao se unirem e resistirem contra as práticas ouvintistas que não respeitavam a cultura deles. No inicio as associações de surdos tinham exclusivamente o objetivo de natureza social devido ao baixo padrão de vida no século XVIII, os sujeitos surdos tinham a finalidade de ajudar uns aos

outros em caso de doença, morte e desemprego e, além disso, as associações se propunham a

fornecer informações e incentivos através de conferências e entretenimentos relevantes.

Hoje as associações de surdos fornecem muitas atividades de lazer, cultural, esportivos,

sociais e outros.

As principais comunidades surdas 1 - Associações de Surdos: Uma associação de surdos surge em função de reunir sujeitos surdos que participam e compartilham os mesmos interesses em comuns, assim como os costumes, as histórias,

as tradições em comuns, em uma determinada localidade, geralmente em uma sede própria ou alugada, ou cedida pelo governo e outros espaços físicos. A Associação de Surdos representa importante espaço de encontro entre os sujeitos surdos da comunidade surda. Importantes movimentos em prol a causa de surdos se originaram e ainda se resultam das reuniões e assembleias nas associações de surdos que ocorrem por todo o Brasil. 2 - Federação Nacional de Educação de Surdos / FENEIS: é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos com finalidade sociocultural, assistencial e educacional que tem por objetivo a defesa e a luta dos direitos da Comunidade Surda Brasileira. É filiada a Federação Mundial dos Surdos. 3 - Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos / CBDS. Esta confederação organiza e regulamenta muitas práticas de muitas modalidades de esportes de povo surdos, também promove competições entre as associações de surdos e outros. 4 - Federação Estaduais Esportivas de Surdos. promove intercâmbios de esportes dentre as várias associações de surdos do Estado. 5 - Outras Instituições: associações de pais e amigos de surdos, Associações de intérpretes de Libras, escolas de surdos e outros. 6 - Representantes religiosas: pastorais de surdos, ministério de keiraihaguiai, grupos de jovens de igrejas, etc... Apresentamos as visões existentes no olhar a Surdez: Construto Patológico

  • Baseado na tradição médica/surdez é deficiência;
  • A competência auditiva e classificada por graus de perdas;
  • Acontece a opressão do surdo à medida que proíbe ou dificulta o acesso a língua de sinais;
  • Fundado na tradição médica, supõe a surdez como patologia que precisa ser tratada, medicalizada e corrigida. Então o procedimento indicado para tratar essa “DOENÇA” é ensinar o surdo a falar. Algumas regras deste construto :
  • Não gesticular;

Identidades Surdas (identidade política) Trata-se de uma identidade fortemente marcada pela política Surda. São mais presentes em Surdos que pertencem à comunidade Surda e apresentam características culturais como sejam:

  • Possuem a experiência visual que determina formas de comportamento, cultura, língua, etc.;
  • ·Carregam consigo a Língua de Sinais. Usam Sinais sempre, pois é sua forma de expressão. Eles têm o costume bastante presente que os diferencia dos ouvintes e que caracteriza a diferença Surda: a captação da mensagem é visual e não auditiva. O envio de mensagens não usa o aparelho fonador, usa as mãos;
  • Aceitam-se como Surdos, sabem que são Surdos e assumem um comportamento de pessoas Surdas, Entram facilmente na política com identidade Surda, onde impera a diferença: necessidade de interpretes, de educação diferenciada, de Língua de Sinais, etc.;
  • Passam aos outros Surdos sua cultura, sua forma de ser diferente;
  • Assimilam pouco, ou não conseguem assimilar a ordem da língua falada, tem dificuldade de entendê-la;
  • Decodificam todas as mensagens recebidas em Língua de Sinais;
  • A escrita obedece à estrutura da Língua de Sinais, pode igualar-se a língua escrita, com reservas;
  • Tem uma diferente forma de relacionar-se com as pessoas e mesmo com animais; Esta identidade assume características bastante diferenciadas é preciso lembrar aqui que, por exemplo, a identidade Surda genealógica traz sinais vividos e provados durante gerações, por exemplo, na Itália há uma família de Surdos de mais de 40 gerações; os filhos de pais Surdos; os Surdos que nasceram Surdos têm família ouvinte e entraram em contato com a comunidade Surda já em idade adulta. Identidades Surdas Híbridas:
  • São os surdos que nasceram ouvintes;
  • Conhecem a estrutura do português falado e usam-no como língua;
  • Captam o exterior pela experiência visual, passam para o português e, finalmente, para os sinais;
  • Terá sempre duas línguas, mas sua identidade irá ao encontro da identidade surda; Identidades Surdas de Transição:
  • Filhos de pais ouvintes;
  • Surdos que foram oralizados, mantidos numa comunicação auditiva;
  • Transição é o momento da passagem do mundo do ouvinte para o mundo do surdo;
  • Nessa transição, os surdos passam pela desouvintização, isto é, passam do mundo auditivo para o mundo visual; Identidades Surdas Incompletas:
  • Vivem sob a ideologia do ouvintismo, não conseguem se organizar, resistir e quebrar o poder dos ouvintes, que fazem tudo para medicalizá-los;
  • Negam a identidade surda, como uma diferença;
  • São surdos estereotipados, acham os ouvintes superiores a eles; Identidades Surdas Flutuantes:
  • São conscientes ou não de serem surdos;
  • São surdos conformados e acomodados às situações impostas pelo ouvintismo;
  • Não têm militância pela causa surda;
  • Oscilam de uma comunidade a outra;
  • Não conseguem viver bem na comunidade surda porque não falam por sinais e
  • Não conseguem viver bem com os ouvintes pela falta de comunicação;