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Curso básico de Libras, material complementar.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Ao longo da história, existem vários registros e pesquisas vinculadas ao desenvolvimento humano entre elas, afirmações nos mostram que o indivíduo se firma como pessoa humana por meio da linguagem, sendo por meio dela que a humanidade dimensiona seus valores, suas relações sociais, seus desejos, seja de justiça ou de liberdade. Sendo ainda, por meio da linguagem que se pode planejar o mundo interior e exterior. O diálogo permite a humanidade ir além dos limites individuais do estado de coisas existentes no mundo, seja ele produzido oralmente ou gestualmente. Transpor as fronteiras da comunicação que estão sobrepostas entre surdos e ouvintes significa superar as diferenças e descobrir que na interação entre a língua oral e a língua de sinais pode-se construir uma comunicação. É possível superar as distâncias linguísticas entre surdos e ouvintes, para tanto é essencial os cursos de Libras - Língua Brasileira de Sinais que envolva a princípio a comunidade interna e externa do Instituto Federal do Piauí (ouvintes ou surdos), e lhes proporcionem além da comunicação a inclusão escolar e social dos Surdos. O projeto objetiva atender mudanças significativas ocorrida na educação de surdos nas duas últimas décadas, principalmente, relacionadas à organização educacional em consonância com o Decreto n° 5.626 de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei n°10.436 de 24 de abril de 2002. A legislação dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais- Libras, destacando a participação dos surdos nos movimentos sociais dos Surdos, nas decisões pedagógicas, sobre a formação de professores Surdos e ouvintes, bem como mudanças no currículo escolar, presença de interpretes nas escolas regulares e valorização da língua de sinais como primeira língua do Surdo. Para o desenvolvimento deste projeto, foram reunidas informações teóricas e práticas acerca da gramática da Libras, identidade e cultura surda, bem como as especificidades linguísticas relacionadas a Língua Brasileira de Sinais. Foi a partir das constatações evidenciadas por pesquisadores pioneiros no Brasil, como é o caso de Lucinda Ferreira Brito, o Grupo de Pesquisas da FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, e demais linguistas que elaboramos este curso que permitirá a aquisição da Libras instrumental, revelando e desvendando todos os aspectos linguísticos que ricamente compõem essa modalidade comunicativa, podendo colaborar para que a comunidade escolar e a sociedade em suas diferentes instâncias públicas e privadas se modifiquem e se abram para a comunicação com os surdos por meio da Libras.
LINGUA DE SINAIS – LS E LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS- LIBRAS
A comunicação dos surdos não se desenvolve simplesmente por mera sinalização ou gesticulação, mas por meio de uma Língua Gestual, conhecida como Língua de Sinais (LS). Ao contrário do que muita gente pensa, a LS não se realiza apenas com mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar sua comunicação. A Língua de Sinais é a língua natural dos surdos e apresenta estrutura e regras gramaticais próprias. Considerada natural porque surge “espontaneamente da interação entre pessoas e porque, devido a sua estrutura, permite a expressão de qualquer conceito e de qualquer significado decorrente da necessidade comunicativa e expressiva do ser humano” (BRITO et al., 1998). Diferente das línguas orais-auditivas, as LS apresentam-se em uma modalidade espaço- visual, pois não se realizam pelo canal oral-auditivo, mas sim pelo canal visual e da utilização do espaço, ou por expressões faciais e movimentos gestuais perceptíveis pela visão. Diferenciam-se das línguas de modalidade oral-auditiva, as quais utilizam como meio de comunicação sons articulados perceptíveis pelo ouvido. A LS é um sistema linguístico legítimo que independe das línguas orais e preenche eficazmente as necessidades de comunicação do ser humano, por ser dotada de complexidade e expressividade tanto quanto as línguas orais. Por meio dela, o indivíduo surdo é capaz de expressar qualquer assunto de seu interesse ou conhecimento. Ela não é uma língua universal. Por isso, da mesma forma que os ouvintes em países diferentes se comunicam em línguas diferentes (italiana, inglesa, portuguesa etc.) os indivíduos surdos, inseridos em “Culturas Surdas”, apresentam suas próprias línguas, com características e estruturas peculiares; portanto, há muitas línguas de sinais diferentes, como por exemplo, a LSF – Língua de Sinais Francesa e a ASL – Língua de Sinais Americana, entre tantas. No Brasil, temos a Libras – Língua de Sinais Brasileira. Como ocorre nas línguas auditivas, pode acontecer que mais de um país utilize a mesma língua de sinais, como é o caso dos Estados Unidos e Canadá.
tem sinal correspondente, como é o caso dos nomes próprios. Nessa situação, as letras são sinalizadas uma a uma para expressar tal palavra.
A língua está em constante evolução, é dinâmica, um produto social em permanente inconclusão, “(...) é intrinsecamente heterogênea , múltipla, variável, instável e está sempre em desconstrução e em reconstrução ” (BAGNO, 2007, p.35, grifos do autor). Devido a este caráter de ordem heterogênea, nas línguas naturais pode ser identificado um fenômeno linguístico denominado variação. As línguas de sinais, por serem naturais, apresentam tais manifestações. Segundo Bagno (2007) existem fatores sociais ou extralinguísticos que podem proporcionar à identificação do fenômeno variação linguística, são eles:
1. Origem geográfica: a língua varia de um lugar para o outro; assim, podemos investigar, por exemplo, a fala característica das diferentes regiões brasileiras, dos diferentes estados, de diferentes áreas geográficas dentro de um mesmo estado etc.; outro fator importante também é a origem rural ou urbana da pessoa; 2. Status socioeconômico: as pessoas que têm um nível de renda muito baixo não falam do mesmo modo das que têm um nível de renda médio ou muito alto, e vice-versa; 3. Grau de escolarização: o acesso maior ou menor à educação formal e, com ele, à cultura letrada, à prática da leitura e aos usos da escrita, é um fator muito importante na configuração dos usos linguísticos dos diferentes indivíduos; 4. Idade: os adolescentes não falam do mesmo modo como seus pais, nem estes pais falam do mesmo modo como as pessoas das gerações anteriores; 5. Sexo: homens e mulheres fazem usos diferenciados dos recursos que a língua oferece; 6. Mercado de trabalho: o vínculo da pessoa com determinadas profissões e ofícios incide na sua atividade linguística: uma advogada não usa os mesmos recursos linguísticos de um encanador, nem este os mesmos de um cortador de cana; 7. Redes sociais: cada pessoa adota comportamentos semelhantes aos das pessoas com quem convive em sua rede social; entre esses comportamentos está também o comportamento linguístico.
Sobre as variações linguísticas, Strobel & Fernandes (1998) consideram as variações regionais e sociais e as mudanças históricas como fenômenos identificáveis na Língua Brasileira de Sinais, o que lhe confirma, mais uma vez, o caráter natural. A variação regional refere-se às variações de sinais que acontecem nas diferentes regiões do mesmo país; já a social representa as variações na configuração de mão e/ou movimento, sem alterar o sentido do sinal, as mudanças históricas estão relacionadas com as modificações que o sinal pode sofrer, devido aos costumes da geração que utiliza o sinal.
medo, raiva, mágoa, amor, encantamento e desencantamento, entre outros sentimentos. Podem indicar afirmação, negação, interrogação e exclamação. Morfologia da Língua Brasileira de Sinais Quadros define a morfologia como o estudo da estrutura interna das palavras ou dos sinais, assim como das regras que determinam a formação das palavras. A palavra morfema deriva do grego morphé, que significa forma. Os morfemas são as unidades mínimas de significado (QUADROS, 2004, p.86, grifos do autor). A partir do conceito supracitado, pode-se afirmar que as formações dos sinais originam-se da combinação dos parâmetros: configuração de mão, ponto de articulação, movimento, expressão facial e corporal, agora considerados morfemas, ou seja, unidades mínimas com significado, como explica Felipe: Estes cinco parâmetros podem expressar morfemas através de algumas configurações de mão, de alguns movimentos direcionados, de algumas alterações na frequência do movimento, de alguns pontos de articulação na estrutura morfológica e de alguma expressão facial ou movimento de cabeça concomitante ao sinal, que, através de alterações em suas combinações, formam os itens lexicais das línguas de sinais (FELIPE, 2006, p. 202). Já em relação à classe de palavras/sinais e às categorias lexicais pertencentes às línguas de sinais, estão nomes, verbo, advérbio, adjetivo, numeral, conjunção. Direcionado o estudo morfológico para Libras, a partir de uma breve análise, encontram-se os seguintes casos:
SURDO E DEFICIENTE AUDITIVO De acordo com o Decreto 5.626/05 Surdo é aquela pessoa que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras. Já Deficiente auditivo é o indivíduo que tem perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. Aquisição da surdez A surdez pode acometer a pessoa ainda no útero, durante o parto e depois do nascimento, ou seja:
Causas da Surdez 1 Problemas Pré-Natais
Entretanto, vale repensar nossos conceitos, pois o surdo, como qualquer pessoa, faz parte de um multiculturalismo. O ser surdo é aquele que apreende o mundo por meio do contato visual, que é capaz de se apropriar da língua de sinais e da língua escrita e de outras de modo a propiciar seu pleno desenvolvimento cognitivo, cultural e social. A língua de sinais permite ao ser surdo expressar seus sentimentos e visões sobre o mundo sobre significados, de forma mais complexa e acessível. Entendendo... Conforme pensamentos de Karin Strobel: Comunidade Surda: É aquela que reúne pessoas usuários da língua de sinais- LS surdos, familiares de surdos, profissionais da área da surdez, professores, instrutores e tradutores e intérpretes de Libras,
Povo Surdo é grupo de sujeitos surdos que tem costumes, história, tradições em comuns e pertencentes às mesmas peculiaridades, ou seja, constrói sua concepção de mundo através da visão. As comunidades surdas no Brasil têm uma história longa. O povo surdo brasileiro deixou muitas tradições e histórias em suas organizações das comunidades surdas, que podem ser associação de surdos, federações de surdos, confederações e outros. Associação iniciou diante de uma necessidade de povos surdos terem um espaço ao se unirem e resistirem contra as práticas ouvintistas que não respeitavam a cultura deles. No inicio as associações de surdos tinham exclusivamente o objetivo de natureza social devido ao baixo padrão de vida no século XVIII, os sujeitos surdos tinham a finalidade de ajudar uns aos
As principais comunidades surdas 1 - Associações de Surdos: Uma associação de surdos surge em função de reunir sujeitos surdos que participam e compartilham os mesmos interesses em comuns, assim como os costumes, as histórias,
as tradições em comuns, em uma determinada localidade, geralmente em uma sede própria ou alugada, ou cedida pelo governo e outros espaços físicos. A Associação de Surdos representa importante espaço de encontro entre os sujeitos surdos da comunidade surda. Importantes movimentos em prol a causa de surdos se originaram e ainda se resultam das reuniões e assembleias nas associações de surdos que ocorrem por todo o Brasil. 2 - Federação Nacional de Educação de Surdos / FENEIS: é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos com finalidade sociocultural, assistencial e educacional que tem por objetivo a defesa e a luta dos direitos da Comunidade Surda Brasileira. É filiada a Federação Mundial dos Surdos. 3 - Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos / CBDS. Esta confederação organiza e regulamenta muitas práticas de muitas modalidades de esportes de povo surdos, também promove competições entre as associações de surdos e outros. 4 - Federação Estaduais Esportivas de Surdos. promove intercâmbios de esportes dentre as várias associações de surdos do Estado. 5 - Outras Instituições: associações de pais e amigos de surdos, Associações de intérpretes de Libras, escolas de surdos e outros. 6 - Representantes religiosas: pastorais de surdos, ministério de keiraihaguiai, grupos de jovens de igrejas, etc... Apresentamos as visões existentes no olhar a Surdez: Construto Patológico
Identidades Surdas (identidade política) Trata-se de uma identidade fortemente marcada pela política Surda. São mais presentes em Surdos que pertencem à comunidade Surda e apresentam características culturais como sejam: