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Livro de poesias da escritora angolana Ana Paula Tavares
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Sino É como começa Este falar das palavras E o livro de horas da minha avó.
O tempo pode medir-se No corpo
As palavras de volta tecem cadeias de sombra Tombando sobre os ombros
A cera derrete No altar do corpo
Depois de perdida, podem tirar-se Os relevos
A tecedeira seguiu Com as mãos O movimento do sol
A tecedeira criou o mundo com os dedos leves de amaciar as fibras.
Os antepassados recusam O vinho fresco da palmeira Os antepassados recusam o vinho E ele espalha-se pela terra Para alimentar quissonde.
Os antepassados usam o espelho Todas as noites
Eh! Olha a aldeia dos nossos antepassados A verdadeira aldeia sombreada de palmeiras Que nos obrigaram a abandonar Eh! Os antepassados Eh! Os nossos antepassados Mais as aldeias que nos obrigam a abandonar As aldeias sombreadas de palmeiras Eh! O conjunto tão bonito das nossas aldeias Eh! A aldeia tão bonita dos nossos antepassados Que nos obrigam a abandonar
Os antepassados usam espelhos todas as noites
O grande senhor não segue o rei Repousa sobre a terra nua Não teme nada.
Na cozinha as mulheres tratam da gordura No quarto as mulheres tratam dos mais novos Os velhos não comem mais carne Sentam-se ao sol a desfiar palavras
Coro: Se não consegues descansar, és escrava Mandam-te à lenha Mandam-te à água Mandam-te aos frutos
A terra despiu os mantos De sombra para curvar ao dia seus cabelos
Uma mancha clara Tapou os olhos da lua.
Não entre na casa redonda quando é novembro Ainda me guardam as velhas E me cobre o corpo A cinza da noite Os restos de tacula
O cinto das virgens Quebrou-se em silêncio Nas tuas mãos
Estou selada na ilha do meu corpo Deito-me no chão A terra fala por mim O tempo de acontecer a vida.
Estou selada na ilha do meu corpo Deito-me no chão Comprei o pão de véspera E as carícias.
De cera e asas Não são puras mãe Mas podem arder toda a noite Trouxe o canto Não é claro, mãe Mas tem os pássaros certos Para seguir a queda dos dias Entre o meu tempo e o teu.
Quem for enterrado Vestindo só a sua própria pele Não descansa Vagueia pelos caminhos.
Em cima do morro de salalé Não nasce a orquídea Nos lagos secos da lua Não nadam os peixes Das pernas das raparigas Não desce sangue
A cinza lenta da noite Devora a fogueira.
A consoladora das máscaras Contou os panos Molhando as pontas no óleo de palma dos tocadores Virou um pano do avesso Passeou com mãos lentas A cara das máscaras maiores