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Este texto discute a importância de entender os conteúdos de publicações científicas e evitar conflitos. O autor enfatiza que ler e aceitar publicações sem entendê-las pode levar a erros e dificuldades. Ele também destaca a importância de se manter atualizado em sua área de estudo e de se aproveitar de recursos como resumos e revisões para melhorar a compreensão. O texto aborda também a importância de se manter crítico e de verificar fontes confiáveis.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Pesqui Odontol Bras 2003;17(Supl 1):49-
Gilson Luiz Volpato* Eliane Gonçalves de Freitas**
RESUMO: Discutimos os principais problemas que fazem com que um texto científico não seja encontrado, lido ou aceito pelos leitores. Um texto científico é considerado um argumento lógico. Portanto, métodos, resultados e dados da litera- tura são considerados premissas que suportam as conclusões do trabalho; e na sessão “Introdução”, as justificativas corroboram o objetivo do estudo. Esta concepção torna o texto uma estrutura hermeticamente coerente onde somente dados necessários devem ser incluídos (algumas controvérsias são pertinentes). Num segundo passo, mostramos equívocos formais na redação científica, os quais tornam os textos menos atrativos. Assim, damos exemplos de erros e inadequações formais na apresentação de títulos, resumos, resultados (figuras e tabelas) e erros gramaticais em por- tuguês (também válidos para a gramática inglesa). Posteriormente, enfatizamos a necessidade para redações em lín- gua internacional (inglês) e publicação em periódicos com impacto na comunidade científica internacional. Finalmen- te, consideramos aspectos para melhora dos periódicos brasileiros na área biológica. DESCRITORES: Divulgação científica; Publicação; Redação; Ciência.
ABSTRACT: We discuss the main problems which make a scientific text difficult to find, to be read or to be accepted by readers. A scientific text is considered a logical argument. Therefore, methods, results and data from literature are pre- mises supporting the conclusions of the work; and in the “Introduction” session, the jus tification corroborates the ob- jective of the study. This conception makes the text a hermetically coherent structure where only the necessary data should be included (some controversy is still pertinent). In a second step, we show formal mistakes in scientific writing which make texts less attractive. Thus, we give examples of errors or inadequacy of formal aspects of presenting titles, abstracts, results (figures and tables), and grammar mistakes in Portuguese (but also valid for English grammar). After that, we emphasize the need for writing in international language (English) and for publication in periodicals with in- ternational impact on the scientific community. Finally, considerations to improve the Brazilian periodicals in the bio- logical area are presented. DESCRIPTORS: Scientific divulgation; Publication; Redaction; Science.
“ Good scientific writing is not a matter of life and death; it is much more serious than that. ” (Day^3 , 1998) As publicações científicas de pesquisadores brasileiros têm aumentado vertiginosamente nos últimos anos (Souza^12 , 2002). Esse aumento não é apenas numérico absoluto, mas também uma ele- vação percentual em relação a outros países (Izi - que^6 , 2002; Souza^12 , 2002), como confirmado por dados do ISI (Institute for Scientific Information) e SciELO (Scientific Electronic Library On-line). Mais importante: parece também significar um au- mento qualitativo. Isso sem levar em conta as pes- quisas de boa qualidade publicadas em veículos não alcançados pelo ISI e SciELO. Embora esse quadro seja animador, acreditamos que há ainda
um longo caminho pela frente para uma melhora efetiva na divulgação da pesquisa brasileira. O principal responsável por esse aumento da produção científica nacional é o sistema de pós- graduação (Souza^12 , 2002) que, por meio da CAPES, prioriza o número de artigos publicados para conceituar os programas nacionais. Apesar disso e da qualidade desse sistema, há ainda mui- to o que melhorar. Algumas de suas normas difun- didas em vários programas de pós-graduação (in- clusive naqueles considerados de bom nível pela CAPES) representam entraves para um avanço qualitativo mais significativo e têm contribuído para a formação de ultra-especialistas que ainda carecem de uma abordagem mais geral da ciência (vide Volpato^13 , 2001). Se isso não for corrigido, muito em breve esses ultra-especialistas estarão
definindo normas macros da ciência no País, o que pode levar a significativos lapsos qualitativos na ciência nacional.
Apesar da divulgação informal da ciência (via congressos, palestras, visitas etc.) permitir uma rápida veiculação da informação recente (Pobla - ción, Duarte^10 , 1989), é apenas a divulgação formal (publicação) que dá credibilidade suficiente para que a informação seja aceita como suporte para outros trabalhos. Mesmo assim, não há consenso internacional sobre como avaliar a produção cien- tífica (Souza^12 , 2002), o que torna essa atividade árdua, controversa e problemática; mas, ainda as- sim, necessária. Embora no Brasil muitos pesqui- sadores ainda lutem para aumentar suas modes- tas taxas de publicações anuais, no quadro internacional a divulgação científica não tem se re- sumido ao número de artigos publicados. A corri- da, já há vários anos, é pelo número de citações do que é publicado.
Enquanto alguns autores têm seus artigos no completo anonimato após a publicação, mesmo em periódicos de reconhecido nome internacional, outros conseguem taxas de centenas ou até milha- res de citações. Com as facilidades na comunica- ção global, essa pressão chegou ao Brasil há al- guns anos e dominará em breve nos trâmites da ciência nacional.
Citando um exemplo, em 1996, durante visita ao Institute of Freshwater Ecology, Ambleside, na Inglaterra, percebemos que um dos critérios ado- tados pelo chefe da equipe para a escolha de arti- gos a serem citados era o número de citação que o artigo já havia recebido. Ou seja, dentre os artigos possíveis para a citação, priorizava os já consagra- dos pela literatura internacional. Por estranho que possa parecer, isso tem razões lógicas e científicas. Num texto científico, a citação bibliográfica valida a informação perante a comunidade científica. Portanto, nada melhor que escolher aquelas já aceitas pela comunidade como sendo boa base para a informação. Evidentemente, não é só isso que ocorre. Artigos dos chamados países desenvol- vidos acabam sendo priorizados e, nesses casos, pode se tratar exclusivamente de preconceito.
Segundo Day^3 (1998), e possivelmente muitos outros pesquisadores, um experimento científico estará concluído apenas se publicado. No entanto, entendemos que isso é apenas parte do problema. No quadro que esboçamos, a publicação se torna o meio, mas não o fim. Ela é o passo óbvio para que se tenha a possibilidade de que o conhecimento ge-
rado adentre pela comunidade científica de interesse (geralmente em nível internacional). Se- gundo Volpato^13 (2001), o conhecimento científico é aquele que é gerado pelo método científico (seja como for concebido) e aceito por parcela significati- va da comunidade científica. Esse autor argumen- ta que as respostas científicas às questões são da- das pelos cientistas com base nos textos que conhecem e aceitam. As publicações que ficam es- quecidas em es tantes de bibliotecas não adentram a ciência, e podem ou não adentrá-la no futuro, mas isso será sempre incerto. Portanto, conclui Volpato13,14^ (2001, 2002), não basta publicar, é pre- ciso que o texto seja encontrado, lido e aceito. Esse é o grande desafio da publicação científica nos dias de hoje e muda radicalmente vários conceitos na publicação científica. Day^3 (1998) compara a publicação científica ao seguinte fato. Quando uma árvore cai no meio de uma floresta, não podemos dizer que sua queda produziu um som, a menos que tenha alguém para ouvi-lo. Caso contrário, ocorrem apenas ondas de pressão. Para que haja som é necessário um recep- tor para captar esse sinal. Se um trabalho científi- co não for lido, entendido e aceito, será apenas uma árvore caindo silenciosamente no meio da flo- resta. No seguimento deste texto abordaremos ques - tões lógicas e estruturais do trabalho científico, procurando fornecer caminhos que facilitem a di- vulgação da idéia. É nesse ambiente que questões éticas não devem ser esquecidas, sendo a autoria uma delas. Dentre as várias publicações sobre esse tema, uma merece distinção. É a proposta de Maddox^8 (1994), que sintetiza dizendo que o autor (seja ou não o primeiro autor) deve ter participado da história do trabalho e ser apto a defendê-lo, em sua estrutura básica, perante a comunidade cien- tífica. É o respeito a isso e à qualidade dos dados obtidos e análises encetadas que garante a valida- de do que se segue neste texto. Na divulgação científica, três aspectos estrutu- rais são prioritários: a lógica e consistência interna do estudo; a forma adequada e convincente de apresentação; e a adequação do veículo e idioma de publicação. São esses os aspectos discutidos a seguir.
Volpato^14 (2002) compara o artigo científico (ou tese e dissertação) a um argumento lógico. Um ar-
um texto científico elegante. Mas há equívocos for- mais que podem comprometer essa elegância (ra- ramente a consistência lógica). São equívocos que raramente encontramos em revistas de boa quali- dade internacional. A seguir, resumimos os princi- pais deles e que influem diretamente no processo de escolha do artigo pelo lei tor. Lembre-se que não basta publicar, é necessário ser lido e aceito.
Uma forma simples de avaliar quais são as chances de seu texto ser lido é compará-lo aos tex- tos que gostamos de ler, que são simples, claros, bem apresentados, bonitos. Por exemplo, não gos- tamos de títulos imensos que, de tão longos, nem conseguimos memorizá-los. Nem de textos proli- xos, tabelas imensas, gráficos complicados. A re - gra é mais de bom senso do que normativa. Atual- mente, a velocidade com que as informações nos chegam é avassaladora. O problema não é mais conseguir a informação, mas sim triá-la. É nesse contexto que nossos artigos vão ser escolhidos, ou não.
O primeiro contato do leitor com o artigo é pelo Título , ainda na fase de revisão da literatura nos indexadores. Se seu trabalho for rejeitado aí, já não será lido. A segunda fase é a leitura do Resu - mo. Passadas essas duas barreiras, o leitor pode selecionar seu texto. Nessa terceira fase ele poderá ler seu artigo, mas apenas se sentir-se atraído com a folheada que dará na separata. E nessa folheada observará principalmente Figuras e Tabelas. Se elas dão informações relevantes e interessantes, certamente se em penhará na leitura do texto. Caso contrário, poderá ser mais um daqueles artigos que nunca serão lidos, só arquivados.
A seguir são apresentadas características nor- teadoras para elaboração desses três tópicos do trabalho científico, cujos princípios foram extraí- dos de Volpato13,14^ (2001; 2002).
O título deve expressar a essência do trabalho: conclusão ou objetivo. Deve ser sintético, pois atualmente o leitor se depara com uma avalanche de títulos de artigos, podendo rejeitar alguns sim- plesmente por não serem lidos na íntegra. O título pode ser uma frase completa, com sujeito, verbo e complemento, ou descrever apenas o conjunto de variáveis investigadas. Não há uma regra geral, pois a criatividade deve imperar. Só não se esque- ça de que ele não pode ser enganoso, referindo-se a aspectos marginais do estudo. O uso de termos
muito específicos também reduz o número de leito- res que o compreendem.
Como o nome diz, contém uma síntese do traba- lho. Para isso, é fundamental que o autor tenha uma noção muito clara da estrutura lógica e argu- mentativa de seu trabalho. Fundamentalmente, um resumo pode conter: jus tificativas, objetivos, estratégia experimental, principais resultados e conclusões. Se formos excluir alguns desses tópi- cos, a última informação a ser retirada é a conclu- são, pois é a essência do argumento. A primeira delas são as justificativas, podendo-se iniciar o re- sumo diretamente com o objetivo da pesquisa. Mas se ainda for necessário excluir mais algum tópico, geralmente é mais apropriado excluir os resulta- dos e não o delineamento. Fica difícil entender os resultados se a estratégia da pesquisa é omitida. Afinal, o resumo é considerado uma carta de inten- ções (Volpato^14 , 2002). Nesse sentido, ele informa onde o autor pretendeu chegar, e onde acha que chegou, mas é necessário ler o artigo na íntegra. Mesmo assim, como em qualquer outro tópico de um texto científico, lembramos que redação é arte e regras rígidas não ajudam muito. Muitas vezes uma associação entre título e objetivo já esclare- cem a estratégia da pesquisa, de forma que os re- sultados podem ser incluídos e o delineamento ex- cluído sem prejuízos.
Devem ser claras e sintéticas. Evite incluir vá- rias informações num mesmo gráfico, embora uma figura possa conter alguns gráficos. Cada linha ou símbolo inserido num gráfico ajudará ou atrapa- lhará o lei tor. Pense criticamente nisso. Alguns equívocos comuns são listados abaixo.
necessário para não enganar ou prejudicar o entendimento do lei tor. O EPM é uma medida estatística e não pode ser considerado um cos- tume dentro de uma área de pesquisa. Erro gri- tante ocorre também quando valores de tendên- cia central (por ex., média) são apresentados sem as respectivas variabilidades. Dados médi- os sem os respectivos desvios-padrões não têm significado biológico e comprometem a aceita- ção do trabalho pela comunidade científica.
ou até prejudiciais. Se o recurso estatístico foi considerado apropriado, então o assuma até o final. Use a estatística, mas use-a corretamen- te.
De nada vale um texto bem estruturado em seu conteúdo e formas gráficas, se a redação das frases é precária. A gramática de nosso idioma é comple- xa e os textos científicos em revistas nacionais ge- ralmente apresentam erros. Mas há alguns que são mais gritantes e comuns e devem ser necessa- riamente eliminados. Listamos abaixo equívocos de redação que são muito freqüentes em artigos publicados em periódicos nacionais. Alguns deles extrapolam nossa gramática e são também válidos na gramática inglesa.
Assim, o comum nas publicações científicas é atingir a comunidade nacional e internacional, o que requer um idioma compatível. Segundo Garfi- eld^4 (1983), o idioma inglês é a língua franca da ciência. Já em 1981, ele constatou que 88% dos 605.000 artigos indexados eram escritos em in- glês. Sem dúvida, nas áreas Biológicas e Exatas, o idioma é o inglês! No caso de vários temas de Hu- manidades, ainda se admite uma conversação mais restrita, de alcance na América Latina para os brasileiros. Um caso raro é a Revista de Literatu- ra Comparada , cujo idioma oficial é o português, mesmo para os autores estrangeiros que nela pu- blicam. Mesmo assim, em 1982 Roche, Freitas^11 afirmaram que a ciência naquela época já não fala- va espanhol e nem tampouco português.
Ele deve ter penetração e res peitabilidade na comunidade científica (geralmente a internacio- nal). É um sério equívoco enviar textos a periódicos de baixo escalão, com o que se consegue apenas uma linha a mais no currículo do pesquisador, mas nada em termos de ciência (Volpato^13 , 2001). Os periódicos de bom nível têm amplo alcance, le- vando suas idéias a pessoas de várias partes do mundo. Além disso, o crivo crítico aos manuscritos é muito maior, reduzindo muito os erros formais e lógico-estruturais. Em análises em disciplinas de pós-graduação, temos constatado numericamente essas diferenças que refletem toda uma história do manuscrito à publicação. Além disso, refletem também acertos conceituais do corpo editorial des- sas revistas de boa qualidade. Assim, é um sério equívoco iniciar a vida cientí- fica enviando manuscritos a revistas de baixa qua- lidade, com a esperança de melhorar a qualidade de suas publicações no futuro (Volpato^13 , 2001). Quando o autor publica, imagina que seu texto está correto. O problema é que editores e assesso- res desses periódicos podem ter equívocos concei- tuais que são passados ao autor. Com isso, no pe- riódico de baixa qualidade o iniciante aprende coisas que terá que esquecer ao pretender publicar nos veículos de repercussão internacional.
Ao enviarmos nossos manuscritos para as re - vistas de bom nível internacional, o que acontecerá com aquelas que ainda não atingiram esse pata- mar? Temos no Brasil cerca de 15 periódicos de ex- celente nível, catalogados no ISI. Nos arriscamos a pontuar o Brazilian Journal of Medical and Biologi- cal Research e Memórias do Instituto Oswaldo Cruz , como as duas revistas mais bem conceitua- das do Brasil na área biológica. Como melho- rá-las? Como melhorar as outras revistas? A estratégia é, sem dúvida, o envio de artigos de excelente qualidade e interesse internacional para essas revistas. Mesmo assim, lidamos sempre com o preconceito dos países desenvolvidos, como bem apontado por Gibbs^5 (1995). Nosso canal de comu- nicação tem que ser mediado por revistas de exce- lente qualidade, mas não podemos deixar de in- cluir nesse rol o que temos de bom em nosso País. Isso não significa dizer que qualquer revista de res- peitabilidade nacional esteja no mesmo patamar. Cabe aos editores dessas revistas estabelecerem políticas agressivas e urgentes para a conquista do mercado internacional (começando por adotar o idioma inglês). O trabalho é árduo, mas as duas re- vistas que citamos acima mostram que é viável. E só assim estaremos ajudando a ciência nacional, mais do que o nosso próprio currículo. Se o au mento da produção científica nacional no panorama internacional é algo que nos alegra, deve agora ser usado para fortalecer ainda mais nossas revistas no cenário internacional. Com isso estaremos sendo nacionalistas e mostrando que no Brasil também se produz ciência de qualidade. Mas para isso é preciso mais que número de publi- cações. Nossa pós-graduação tem que ser direcio- nada para garantir ensino desta arte difícil e fun- damental, que é a redação científica. Enquanto ela for suposta como inerente e natural em qualquer pesquisador, nunca teremos o salto qualitativo ne- cessário. É uma habilidade a ser aprendida. Esse é apenas um dos aspectos que a pós-graduação na- cional ainda tem que zelar, já que a maioria dos equívocos apontados neste artigo é ainda freqüen- te nas teses e dissertações arquivadas mesmo nas bibliotecas de nossas melhores universidades.
Os autores agradecem a Fernanda Moreno San- chez por críticas a aspectos estéticos do texto.