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Diário de campo referente às Práticas de Integração ensino-serviço-comunidade
Tipologia: Exercícios
Oferta por tempo limitado
Compartilhado em 15/11/2010
4.9
(12)10 documentos
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Elaine Rodrigues Coelho
Diário de campo referente ao PIESC I Trata-se de um documento que relata minhas percepções acerca das impressões edificadas durante as atividades do PIESC na Unidade de Saúde da Família na Barra/ Ilhéus.
O que inclui experiências nos domicílios dos moradores das microáreas, convivência com os profissionais da Unidade, informações impessoais e conclusões
implícitas. Como esse relato é construído com base nas percepções, torna-se válido conceituar o verbo perceber - [Do latim percipere, 'apoderar-se de', 'apreender pelos sentidos'.] Verbo Transitivo direto 1. Adquirir conhecimento de, por meio dos sentidos.
2. Formar idéia de; abranger com a inteligência; entender, compreender. 3. Conhecer, distinguir; notar. 4. Ouvir: Não conseguia perceber os sons. 5. Ver bem. 6. Ver ao longe; divisar, enxergar.
As atividades do PIESC veicularam a oportunidade de aproximação dos estudantes do primeiro ano de Medicina da UESC com a comunidade residente na Barra. Como parte inicial de nossas atividades datadas de todas as terças – feiras, participei do reconhecimento das microáreas, isto é, do processo de ambientalização, junto com as Agentes Comunitárias.
Sobre as visitas que fiz com meus colegas e professora, aquelas que se realizaram nas microáreas descobertas (sem ACS atuante) chamaram minha atenção por diversos motivos. O modo de vida daquelas pessoas é muito precário, algumas casas feitas de madeira, sem saneamento básico.
Como plano de fundo, esses moradores têm o mar. Uma contradição sem tamanho, de um lado, a beleza das águas infindas que provoca bem-estar para quem as contempla e de outro, um cenário de dificuldades, de luta, trabalho e poucas oportunidades de superação.
Depois de teorizarmos a respeito do conceito de saúde, pergunto-me se a situação daqueles moradores os permite ser saudáveis. Será que se pode ter saúde, quando não se tem uma opção de lazer? Ou quando não se tem um trabalho digno? E nem moradia adequada?
Quando caminhava pelo local, inconscientemente, senti-me fragilizada sem poder colaborar de algum modo para modificar aquela realidade pronta. São muitas famílias, com crianças que crescerão com vistas num horizonte comprometido.
O que me conforta é que, talvez, aquele cenário seja o suficiente para serem felizes, e para que mais importante? Talvez, as melhores oportunidades que conquistaram sejam as pescas e os bicos, mesmo que pouco remunerados, e o lazer das crianças seja correr descalços pelos becos das casinhas de madeira.
Mencionei o termo “capa” e me fez lembrar de um texto que a instrutora leu cujo título é “A capa de Superman”. O texto nos deixa uma reflexão profunda sobre a mudança de atitudes relacionadas ao fato de ser médico ou médica, sobre o poder que é criado sobre nossas personalidades. No caso do texto, tratava-se de um poder diferente, mas a metáfora é válida.
Outra questão que merece destaque neste relato é a representação de grupo que nossa equipe tem. É muito perceptível que nossa presença coletiva otimiza nosso trabalho enquanto aprendizes e facilitadores neste processo. Construímos um ambiente de PIESC que agrada, firmado desde quando nos conhecemos para trabalhar e estudar em grupo. O perfil e o papel da instrutora têm sido dois fatores cruciais para a efetivação disso. Os textos, os incentivos, a demonstração de calor humano, de respeito aos outros, de que nos complementamos em conjunto, são parte de um estímulo maior oferecido pela professora.
A partir das vivências em campo e de todas as outras atividades associadas ao PIESC crescemos enquanto pessoa humana porque criamos habilidade de nos aproximar e colocar no lugar outro. Essas experiências nos convidam, diariamente, a criar novos olhares sobre a realidade que vivemos, sobre o mundo, sobre as pessoas e principalmente, sobre nós mesmos.