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Dimensionamento para trocador de calor, Manuais, Projetos, Pesquisas de Energia

Dimensionamento para trocadores de calor

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2020

Compartilhado em 22/01/2020

matheus-cellim-4
matheus-cellim-4 🇧🇷

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Dimensionamento básico de um trocador de calor. 01/15 Prof. Paul Fernand Milcent.
I
DIMENSIONAMENTO BÁSICO DE UM TROCADOR DE CALOR.
EXEMPLO NUMÉRICO: Efetuar o dimensionamento básico de um trocador de calor, para os seguintes dados de processo:
Fluido frio: água destilada no estado
líquido.
Fluido quente: água destilada
no estado líquido.
Tc1 = 20 oC
Th1 = 120 oC
Pc1 = 30 kPa
Ph1 = 300 kPa
mc = 30 kg/s
mh = 10 kg/s
Tc2 = 40 oC
Um enunciado como este não é o padrão num exemplo didático, quando se pretende restringir as respostas possíveis, porém é similar
a algo que o Engenheiro encontrará em sua prática profissional.
Primeiro Passo: Antes de se dimensionar algo, é necessário se fixar o que se quer dimensionar. Existem vários tipos de trocadores de
calor, cada um com vantagens e desvantagens de utilização e aplicabilidade específica.
Fixaremos o emprego de um trocador de calor de casco e tubos.
Se escolhemos um trocador de calor de casco e tubos, necessitamos fixar qual dos fluidos circulará pelo interior dos tubos e qual
circulará pelo espaço compreendido entre os tubos e o casco. Existem vários critérios para tal escolha. Nem todos apontarão para uma
mesma solução. A experiência de engenharia mais uma vez auxilia nesta etapa.
Fixaremos a passagem do fluido frio pelo casco e do fluido quente pelos tubos.
Se escolhemos um trocador de calor de casco e tubos, necessitamos fixar o número de passes pelo casco e o número de passes pelos
tubos.
Fixaremos um passe pelo casco e um passe pelos tubos.
Um trocador de calor com tal configuração pode ser conectado para escoamento em contracorrente puro ou cocorrente puro. A maior
diferença de temperatura representativa entre o fluido quente e o fluido frio se obtém com o escoamento em contracorrente puro.
Fixaremos a conexão do trocador de calor com escoamento em contracorrente.
Na equação:
TrUAq ..
ΔTr = Diferença de temperatura representativa entre o fluido quente e o fluido frio no interior do trocador de calor. Cada tipo de
escoamento apresenta uma diferente equação deduzida para o seu cálculo. A equação deduzida, caso a caso, para o cálculo da
diferença de temperatura representativa, pode ser reescrita para a forma:
TmlFTr .
onde F é um fator de correção, que varia de 0 a 1,0 dado por uma equação e que pode ser lido em figuras.
TmlFUAq ...
ΔTml é a diferença de temperatura média logarítmica entre o fluido quente e o fluido frio, dado pela expressão:
Tb
Ta
TbTa
Tml
ln
e as diferenças de temperatura são aquelas entre o fluido quente e frio, nas extremidades do trocador de
calor.
Para escoamento em contracorrente, a diferença de temperatura representativa é igual a diferença de temperatura média logarítmica e
F=1,0
Maiores informações em apostilas disponíveis no site www.paulfmilcent.net
Passo: Através do balanço de energia, determinar a variável que falta para caracterizar totalmente as condições de processo; neste
caso a temperatura de saída de projeto do fluido quente (Th2). Determinar também a carga térmica do trocador de calor.
Calor a ser recebido:
)12.(._ Tctccpcmcrecebidoq
Observe que neste caso não a mudança de fase no interior do trocador de calor. A variação de calor é apenas de calor sensível.
Dado: Tabela B.2 Kakaç cpc a 30 oC = 4,179 kJ/kg.K
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I

DIMENSIONAMENTO BÁSICO DE UM TROCADOR DE CALOR.

EXEMPLO NUMÉRICO: Efetuar o dimensionamento básico de um trocador de calor, para os seguintes dados de processo:

Fluido frio: água destilada no estado líquido.

Fluido quente: água destilada no estado líquido. Tc1 = 20

o C Th1 = 120

o C Pc1 = 30 kPa Ph1 = 300 kPa mc = 30 kg/s mh = 10 kg/s Tc2 = 40 o C

Um enunciado como este não é o padrão num exemplo didático, quando se pretende restringir as respostas possíveis, porém é similar

a algo que o Engenheiro encontrará em sua prática profissional.

Primeiro Passo: Antes de se dimensionar algo, é necessário se fixar o que se quer dimensionar. Existem vários tipos de trocadores de

calor, cada um com vantagens e desvantagens de utilização e aplicabilidade específica.

Fixaremos o emprego de um trocador de calor de casco e tubos.

Se escolhemos um trocador de calor de casco e tubos, necessitamos fixar qual dos fluidos circulará pelo interior dos tubos e qual

circulará pelo espaço compreendido entre os tubos e o casco. Existem vários critérios para tal escolha. Nem todos apontarão para uma

mesma solução. A experiência de engenharia mais uma vez auxilia nesta etapa.

Fixaremos a passagem do fluido frio pelo casco e do fluido quente pelos tubos.

Se escolhemos um trocador de calor de casco e tubos, necessitamos fixar o número de passes pelo casco e o número de passes pelos

tubos.

Fixaremos um passe pelo casco e um passe pelos tubos.

Um trocador de calor com tal configuração pode ser conectado para escoamento em contracorrente puro ou cocorrente puro. A maior

diferença de temperatura representativa entre o fluido quente e o fluido frio se obtém com o escoamento em contracorrente puro.

Fixaremos a conexão do trocador de calor com escoamento em contracorrente.

Na equação: qA. U . Tr

ΔTr = Diferença de temperatura representativa entre o fluido quente e o fluido frio no interior do trocador de calor. Cada tipo de

escoamento apresenta uma diferente equação deduzida para o seu cálculo. A equação deduzida, caso a caso, para o cálculo da

diferença de temperatura representativa, pode ser reescrita para a forma:

TrF . Tml

onde F é um fator de correção, que varia de 0 a 1,0 dado por uma equação e que pode ser lido em figuras.

qA. U. F . Tml

ΔTml é a diferença de temperatura média logarítmica entre o fluido quente e o fluido frio, dado pela expressão:

Tb

Ta

Ta Tb Tml

ln

e as diferenças de temperatura são aquelas entre o fluido quente e frio, nas extremidades do trocador de

calor.

Para escoamento em contracorrente, a diferença de temperatura representativa é igual a diferença de temperatura média logarítmica e

F=1,

Maiores informações em apostilas disponíveis no site www.paulfmilcent.net

Passo: Através do balanço de energia, determinar a variável que falta para caracterizar totalmente as condições de processo; neste

caso a temperatura de saída de projeto do fluido quente (Th2). Determinar também a carga térmica do trocador de calor.

Calor a ser recebido: q _ recebidomc. cpc .( tc 2  Tc 1 )

Observe que neste caso não a mudança de fase no interior do trocador de calor. A variação de calor é apenas de calor sensível.

Dado: Tabela B.2 Kakaç cpc a 30 o C = 4,179 kJ/kg.K

II

q _ recebido  30. 4190 .( 40  20 ) 2. 507. 400 W

Se não a perdas de calor no sistema,

q _ recebidoq _ cedido

q _ cedidomh. cph .( Th 1  Th 2 ) 2507400  10. cph .( 120  Th 2 )

Não conhecemos Th2 e também não a temperatura média aritmética do fluido quente no interior do trocador de calor. A capacidade

calorífica de líquidos tende a seguir um modelo linear (cp = a + bT). Neste caso o cp médio num intervalo de temperatura se torna

igual ao cp na temperatura média.

Temos acima uma equação que pode ser resolvida por tentativas. Estima a temperatura média; obtém o cp nesta temperatura; calcula

a temperatura de saída, etc...

Dado : Tabela B.2 Kakaç cp a 90 o C = 4,209 kJ/kg.K

E assim, Th2 = 60, o C

Passo: Pré estimativa do coeficiente global de troca térmica (U).

O U pode ser estimado pelos coeficientes de transferência de calor por convecção, que dependem de uma série de informações

relacionadas ao trocador de calor em questão, tal com a velocidade de escoamento. No entanto tais variáveis só ficam definidas

quando o trocador está dimensionado. Isto é, precisamos do U para dimensionar o trocador de calor, porém só podemos estimar o

valor de U quando o trocador já está dimensionado. Esta dificuldade se supera por um processo iterativo.

O ponto de partida é então o de pré estimar o U com o auxílio de experiência anterior veiculada em tabelas técnicas.

Tabela 8.4 pg 301 Kakaç. Transferência de calor sensível com água: 5.000 W/m

2 K < h < 7.500 W/m

2 K

Suporemos que um valor médio aritmético dentro da faixa prevista é aceitável para nosso caso. h = 6.250 W/m 2 K.

Tabela 8.5 pg 302 Kakaç. Coeficiente global de transferência de calor de água para água sem mudança de fase e parede limpa.

1.300 W/m

2 K < U < 2.500 W/m

2 K

Podemos utilizar os valores tabelados de U ou de h. Optamos aqui por utilizar os valores de h.

Para cada configuração do trocador de calor, por exemplo, aletado ou não, a dedução de uma equação específica para o cálculo de U é

necessária. Maiores informações em apostila disponível no site www.paulfmilcent.net

Para este caso, inicialmente ignorando o fenômeno de incrustação nas superfícies de troca, vale a expressão:

k ho

do do di

dihi

do

Uc

.ln( / )

onde Uc é válido para parede absolutamente limpa e para cálculo da área de troca referente à superfície externa dos tubos não

aletados.

A escolha do diâmetro externo dos tubos leva em consideração custos (que favorece o uso de pequenos diâmetros) e facilidade de

limpeza (que favorece diâmetros maiores). Optaremos por um diâmetro usual, do = 3/4 " = 0,01905 m.

A escolha da espessura de parede e portanto do diâmetro interno, leva em conta as pressões interna e externa, outros dados de

resistência estrutural e durabilidade frente à corrosão. Arbitraremos um tubo padrão BWG 10. di = 0,01224 m.

A escolha do material de construção dos tubos permite a determinação de sua condutividade térmica. Depende de adequação às

características corrosivas dos fluidos e ainda de outras informações como a faixa de temperaturas de trabalho. A tabela A.1 pg 469

Kakaç permite conhecer as condutividades. Arbitraremos um material de construção dos tubos com k = 76 W/m.K

Assim o U calculado para a parede limpa é: Uc = 2.153 W/m 2 .K (Dentro da faixa esperada.)

No entanto o trocador de calor quando vem da fábrica já se encontra um pouco oxidado e/ou sujo de óleo. Mesmo se limpo, os fluidos

de processo o oxidarão ao longo do tempo e impurezas diversas irão se depositando nas superfícies de troca, reduzindo a transferência

e a eficiência do equipamento ao longo do tempo. Para adequado dimensionamento; para que o equipamento opere a contento, deve

ser superdimensionado para que as condições de processo desejáveis sejam atingidas entre as paradas para manutenção. Isto pode ser

efetuado com o uso de 'resistências de incrustação' (Rf) tabeladas, que podem ser empregadas com a equação:

IV

O Prandt é: 1 , 88

Pr   k

cp 

, lembrando que k é a condutividade do fluido.

O fator de atrito é dado por:  

(^2 ) 1 , 58 .lnRe 3 , 28 6 , 36. 10

 (^)  f   

Uma equação adequada de Nusselt para esta faixa de Re e de Pr é:

1 , 07 12 , 7. / 2 .Pr 1

/ 2 .Re.Pr 0 , (^52) / 3

f

f Nu

O coeficiente de transferência é dado por: W mK

di

kNu h

2

  1. 103 /

  (No limite inferior da faixa inicialmente suposta.)

(k = 0,677 W/m.K)

Passo: Estimativa do coeficiente de transferência para o fluido que circula entre os tubos e o casco. (No nosso caso o fluido frio.)

Existem algumas alternativas, das mais simples às mais sofisticadas para a estimativa do coeficiente de transferência no casco.

Uma das mais simples, calcula Nusselt em função de um Reynolds modificado, do Prandlt e de um fator que leva em consideração a

variação das propriedades do fluido no interior da camada limite. Para o caso de líquidos sem mudança de fase:

0 , (^551) / 3 0 , 14

k w

DeGs cp

k

hoDe

Os valores numéricos são valores de ajuste à realidade. A equação trabalha com as variáveis: coeficiente de transferência de calor (ho,

o que se deseja determinar), diâmetro equivalente aparente dos canais por onde escoa o fluido, condutividade do fluido (k), velocidade

mássica aparente do fluido pelos canais (Gs), capacidade calorífica do fluido (cp), viscosidade média do fluido circulante (μ),

viscosidade do fluido na temperatura média da superfície de troca (μw).

O diâmetro equivalente aparente para layout triangular é estimado pela equação:

2 2

do

Pt do

De

 e o De calculado, com o auxílio das variáveis anteriormente fixadas é: De = 0,01829 m

O espaçamento entre as paredes externas dos tubos (C) é determinado pela expressão:

CPtdo e seu valor calculado é: C = 6,35.

  • m

A área da seção transversal aparente (As) através da qual o fluído escoa é dada pela expressão:

Pt

DiCB As

 e seu valor calculado é: As = 0,041 m 2

A velocidade mássica aparente do fluido circulante é dada por:

As

m Gs  e seu valor calculado é: Gs=730,34 kg/m

2 .s

Consequentemente o Reynolds aparente tem como valor:

Re  

Gs De o que está dentro da faixa de validade da equação utilizada. A faixa de validade deste método de

McAdams é:

6 400  Re s  10

V

Sendo a viscosidade na temperatura média aritmética do fluido frio no casco: μ = 8,15.

  • Pa.s

E a viscosidade do fluido frio na temperatura média aritmética da parede (aproximadamente igual à temperatura média aritmética do

fluido que circula no interior dos tubos): μw = 4,66.

  • Pa.s. O cp na temperatura média aritmética do fluido no casco é: cp = 4179

J/kg.k e a condutividade: k = 0,612 W/m.k.

Deste modo ho é calculado como ho = 4801 W/m 2 .K

Temos agora as informações necessárias para o cálculo do U:

k ho

do do di

dihi

do

Uc

.ln( / )

   e o U ignorando a incrustação (não utilizável) é: Uc = 1759 W/m 2 .K (Abaixo da faixa de

previsão.)

Rfi Rfo Uf Uc

e o U considerando a redução de desempenho pela incrustação é: Uf = 1343 W/m

2 .K

Passo: Dimensionamento básico.

A carga térmica do trocador de calor não varia, pois as condições fixadas de operação não variam. A diferença de temperatura média

logarítmica também é a mesma e permanecemos com a opção de escoamento em contracorrente puro. (ΔTml = 58

o C e um passe pelo

casco e pelos tubos; F = 1,0.)

qA. U. F . Tml

A área de troca estimada da superfície externa dos tubos do trocador de calor necessário é: A = 32,2 m

2

Esta área é obtida por um certo número de tubos com um determinado comprimento.

A  . do. L. Nt

Podemos manter o comprimento dos tubos constante (L) e variar o número de tubos (Nt) até um dimensionamento aceitável. A

variação do número de tubos pode implicar na alteração do diâmetro do casco e variação significativa flutuante do coeficiente de

transferência de calor no casco. Além disto o casco é a parte usualmente mais cara do trocador de calor. Para a convergência em geral

é mais adequado se manter o número de tubos constante (como também o layout, Di, do, Pt...) e variar o comprimento dos tubos até

que a área do trocador de calor dimensionado permita a transferência de calor desejada ao processo.

do = 0,01905 m ( 3/4") e estamos trabalhando com 154 tubos.

Calculando o novo comprimento: L= 3,49 m

A partir daqui se emprega um processo iterativo, recalculando U e redimensionando o trocador de calor até que a variação da

capacidade de troca não seja mais significativa. Digamos, até uma variação menor que 2%.

Uf (W/m

2 .K)

A (m

2 )

L (de espelho a espelho) (m)

Nt Di (in)

B (m) 1561 27,2 3,0 154 17 1/4 0,375 (Nc =7) 1343 32,2 3,49 154 17 1/4 0,388 (Nc =8) 1372 31,5 3,42 154 17 1/4 0,388 (Nc=8)

Observação: O trocador foi dimensionado para uma área de troca de 31,5 m 2

. Caso tivéssemos esquecido de considerar a incrustação

o cálculo nos levaria a um resultado errôneo de apenas 21,3 m

2

. A área de troca adequada é 48% maior do que a errônea.

Passo: Determinação das quedas de pressão no trocador de calor. Características do processo podem limitar a queda de pressão

admissível dos dois fluídos em sua passagem pelo trocador de calor. A queda de pressão dos fluidos é fator relevante nos custos de

operação do sistema, pois tais fluidos necessitam ser bombeados ou comprimidos para que passem pelo trocador. Há valores de

referência limites veiculados na bibliografia técnica do tema.

Para a perda de carga nos tubos e a estimativa da perda de carga nos cabeçotes, há a expressão: