





































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
A dirofilariose é uma doença de importante caráter zoonótico emergente. A infecção possui distribuição mundial tendo sido relatada em uma ampla variedade de animais. Sua distribuição é influenciada pela população de animais que completam o ciclo de vida e tem microfilaremia e por um mosquito vetor que completara os estágios larvais prematuro. A gravidade da patogenia cardiopulmonar nos cães é determinada pela quantidade de vermes adultos, resposta imunológica, duração da infecção e nível de
Tipologia: Notas de estudo
1 / 45
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Michell2210@hotmail.com CASTELO 2009
Monografia apresentada ao curso de Medicina Veterinária na Faculdade de Castelo, como requisito parcial para obtenção de grau de Bacharel em Medicina Veterinária. Orientador: Prof. M.Sc.Anderson Silva Dias.
Dedico exclusivamente a minha família.
Agradeço a Deus por sempre estar presente em minha vida me dando sabedoria e paciência e a Nossa Senhora que com seu manto me protege. Aos meus pais Marlindo Silva Almeida e Gilcia Pinto Almeida que nunca desistiram de mim, e meus irmãos Gustavo Pinto Almeida (Gustavão) e Raphaela Pinto Almeida (Rapha) que ao meu lado sempre estiveram. Á minha namorada Renata Bellotti Vargas que me apoiou me dando força para mais uma conquista. Ao meu orientador Anderson Silva Dias com sua dedicação foi decisivo nesse trabalho. Aos mestres pela transmissão dos seus conhecimentos, com todo carinho à Cinthya Dessaune Neves e Thiago Oliveira de Almeida pela orientação, dedicação e sapiência durante meu estagio supervisionado. Aos funcionários do hospital veterinário “Izaias Mendes da Cruz”, Mara Cristina Barbosa Bastos, Isabel Cristina Saraiva e Maria da Penha Ribeiro Rosa pelo carinho. Aos meus amigos de infância, amigos de faculdade e aqueles que já se foram. A todos os animais, fundamentais para meu aprendizado, em especial ao meu canário belga Robertim ( in memorian ) que me mostrou que, mesmo sendo médicos veterinários, somos impotentes, já que o fim chega a todos!
ALMEIDA PINTO, Michell. DIROFILARIOSE EM CÃES. 2009. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) – Faculdade de Castelo, Castelo, 2009.
A dirofilariose é uma doença de importante caráter zoonótico emergente. A infecção possui distribuição mundial tendo sido relatada em uma ampla variedade de animais. Sua distribuição é influenciada pela população de animais que completam o ciclo de vida e tem microfilaremia e por um mosquito vetor que completara os estágios larvais prematuro. A gravidade da patogenia cardiopulmonar nos cães é determinada pela quantidade de vermes adultos, resposta imunológica, duração da infecção e nível de atividade no hospedeiro. O diagnostico clinico não é possível uma vez que os parasitas adultos podem ou não estar presentes, sendo necessária a pesquisa de microfilárias na circulação ou pesquisa de antígenos das formas adultas. Protocolos de prevenção e tratamento estão sendo sistematicamente empregados ocasionando uma diminuição da incidência e um prognóstico melhor para os animais acometidos.
Palavras-chave: Dirofilariose, Diagnóstico, Vetor, Cardiopulmonar, Microfilárias.
ALMEIDA PINTO, Michell. DIROFILARIOSE EM CÃES. 2009. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) – Faculdade de Castelo, Castelo, 2009.
The dirofilariose disease is an important emerging zoonotic character. The infection has worldwide distribution has been reported in a wide variety of animals. Its distribution is influenced by the population of animals that complete the life cycle and has microfilaraemia and a mosquito vector to complete the early larval stages. The severity of cardiopulmonary pathogenesis in dogs is determined by the number of adult worms, the immune response, duration of infection and level of activity in the host. The clinical diagnosis is not possible because the adult parasites may or may not be present, requiring the detection of microfilariae in the circulation or search for antigens of the adult forms. Protocols of prevention and treatment are being used systematically causing a decrease in incidence and a better prognosis for animals affected.
Keywords : Dirofilariasis, Diagnose, Vector, Cardiopulmonar, Microfilariae.
ºC – graus celsius % - por cento OMS - Organização Mundial de Saúde SRD – sem raça definida D. – Dirofilaria L – larva ELISA – Enzyne Linked Imuno Sorbent Assay (Ensaio Imunoenzimático Direto) ICC – insuficiência cardíaca congestiva Kg – quilo mg – miligramas μg - micrograma mcg - milicentigrama ml – mililitros Rpm – rotação por minuto VO - via oral ® - marca registrada X – vezes h – hora
A dirofilariose é uma zoonose parasitária, não contagiosa complexa, de evolução crônica, apresentando-se de forma clínica ou subclínica que acomete principalmente o cão doméstico, o gato e várias espécies de animais silvestres. É causada pelo filarídeo Dirofilaria immitis , considerado um dos parasitos cardíacos de maior importância pelo caráter zoonótico emergencial (LIMA; AHID, 2002).
O parasito foi descrito por Leidy em 1850 nos Estados Unidos da América e por ele mesmo batizado como Filaria immitis , sendo reclassificado mais tarde no gênero Dirofilaria. No Brasil, desde 1878 a dirofilariose canina vem sendo estudada, a humana, desde 1887 e a felina desde 1921 (FREITAS, 1977).
Sua ocorrência é considerada endêmica em áreas litorâneas, onde os mosquitos, vetores necessários à maturação das microfilárias (formas larvárias do parasito), são abundantes, tornando o agente com maiores possibilidades de transmissão tanto para hospedeiros definitivos (cão e gato) quanto para acidentais (homem), (ETTINGER; FELDMAN, 1997; BIRCHARD; SHERDING, 1998).
O diagnóstico da dirofilariose tem como base principal à presença de microfilárias no sangue periférico ou a presença de antígenos em um teste imunodiagnóstico (RAWLINGS; CALVERT, 1997; CALVERT, 1998; MENEZES, 1998; COURTNEY, 2001). A detecção de microfilárias pode ser feita através de um esfregaço sangüíneo direto ou do teste de Knott (teste de concentração por centrifugação). Dentre os testes imunodiagnósticos temos o ELISA. (WARE, 1994; CALVERT, 1998; MENEZES, 1998; SOUZA, 2001).
O objeto deste trabalho tem como finalidade ressaltar a importância da Dirofilaria immitis fazendo sua prevenção e tratamento a fim de proporcionar o bem estar do animal e também do homem, por ter caráter zoonótico. E fazer a buscativa por áreas onde não havia relatos de infecção.
2.1. Etiologia
A Dirofilaria immitis pertence ao reino Animalia, filo Nemathelmintos, classe Nematoda, superfamília Filaroidea, família Onchocercidae, subfamília Dirofilariinae, gênero Dirofilaria , espécie Dirofilaria immitis (SILVIA et al., 1999 ). Este verme possui papilas encefálicas indistintas. O esôfago não tem delimitação nítida. O macho tem asa caudal suportada por papilas pedunculadas pré e pós-cloacais. Os espículos são diferentes em tamanho e estrutura, não possuem gubernáculo e sua cauda é espiralada. A fêmea possui a extremidade anterior arredondada, vulva ligeiramente abaixo da região posterior do esôfago e é vivípara (FREITAS, 1977).
A microfilária é desprovida de bainha e é encontrada no sangue. Os adultos parasitam o coração e o tecido conjuntivo de primatas, carnívoros, roedores, marsupiais (FREITAS, 1977), eqüinos, leões-marinhos, furão (ETTINGER; FELDMAN 2004).
Os vermes adultos são longos e cilindros de coloração esbranquiçada (CASTRO 1994), podendo a fêmea variar de 25 a 31 cm e o macho de 12 a 20 cm (FREITAS, 1977).
Figura 1 – Disformismo sexual Fonte: www.paru.cas.cz/helminti/Nematoda.html (2003)
Figura 2 - Ciclo da dirofilariose L1 - microfilária Fonte: http://www.revista.inf.br/veterinaria/ (2004). L3 - larva infectante L5 - larva adulta
2.3 Epidemiologia
Para que haja a transmissão é necessária a participação de um vetor biológico, pertencentes a familia Culicidae, as fêmeas dos mosquitos hematófagos, existem mais de 70 espécies, sendo as principais dos gêneros Aedes , Anopheles , Culex (SILVIA et al., 1999).
PRICHARD (2005) relata que pulgas do gênero Ctenocephalides também estariam envolvida na transmissão.
A dirofilariose é uma enfermidade cosmopolita, com maior ocorrência em faixas litorâneas, porém não estando o interior, livre da possibilidade de ocorrência da doença (MOREIRA, 1994).
Para que a dirofilariose mantenha sua incidencia em uma região, são necessários alguns fatores básicos como uma população considerável de hospedeiros, um reservatório estável da doença, uma população considerável do vetor, um clima ótimo para o desenvolvimento do parasita, (temperatura variando entre 14 a 27ºC e umidade relativa do ar alta) (KRAMER et al., 2005).
A D. immitis vem sendo encontrada desde a Oceania, à América do Sul, em regiões tropicais, subtropicais e em determinadas áreas temperadas (KNIGHT, 1977; GUERRERO et al ., 1992). A dirofilariose canina é enzoótica em muitas áreas, ao passo que a infecção entre os felinos é muito menos comum, sendo o cão considerado a principal fonte de infecção para os mosquitos vetores (LABARTHE et al ., 1998).
Figura 3 – Distribuição de D. immitis no mundo Fonte: http://www.revista.inf.br/veterinaria/ (2004).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem demonstrado grande interesse pela dirofilariose, dado seu caráter zoonótico, sua virulência, sua crescente prevalência e distribuição mundial. Por outro lado, vários trabalhos vêem sendo desenvolvidos a respeito do
Segundo FORTES (2004), as microfilárias eliminadas pela fêmea vivípara são encontradas na circulação sangüínea dos hospedeiros definitivos com relativa flutuação na periodicidade. A microfilaremia aumenta na circulação periférica ao anoitecer, eleva-se até as primeiras horas da madrugada quando começa a decrescer e torna-se negativa por volta das onze horas, neste período as microfilárias são encontradas nos vasos linfáticos, tecidos subcutâneos, cavidade peritonial e mesentérios.
Há certa periodicidade estacional, considerando que as microfilárias são mais abundantes na circulação sangüínea durante o verão, pelo fato de ser estação de chuvas, sendo neste periodo que favorece a multipilcação de hospedeiros intermediarios da D. immits (CALVERT; RAWLINGS, 2002; FORTES, 2004).
Quanto à influência do sexo na ocorrência da infecção por D. immitis investigada por MALLACK et al ., (1971); RAJAMANICKAM et al., (1985); MADRON (1991); SOUZA et al,. (1997), demonstraram que nos machos o parasitismo foi maior do que nas fêmeas. A proteção das fêmeas à infecção por D. immitis , conforme NZABANITA (1982), estaria associada à presença de estrógenos, que ativaria o sistema imunológico, inibindo o desenvolvimento do filarídeo. No entanto, CUSTER; PENCE (1981); MARTIN; COLLINS (1985); SOUZA (1992) não verificaram diferença na ocorrência da doença entre os sexos.
Nos cães com menos de um ano de idade, residentes em áreas endêmicas da doença, o parasitismo é baixo, provavelmente em decorrência do longo período pré-patente da D. immitis , com duração mínima de 6 meses (RAJAMANICKAM 1985), sendo mais freqüente a presença do filarídeo em animais a partir de dois anos (SOUZA et al ., 1997).
A influência racial sobre o parasitismo por D. immitis parece estar relacionado ao porte e ao revestimento cutâneo dos cães (KAN et al ., 1977; MARTIN; COLLINS 1985). Analisando a freqüência do parasitismo em diferentes raças de cães, KAN et al., (1977) demonstraram que nos cães com raça definida a infecção foi mais incidente do que nos mestiços, com um maior número de casos positivos observados nas raças Boxer (47,1%), Dobermann (46,4%), Dachshund (36,8%) e Pastor Alsaciano (36,2%).
Entretanto, RAJAMANICKAM (1985); SOUZA (1992) não constataram diferença entre a prevalência do nematódeo e as raças, e SOUZA et al ., (1997) demonstraram maior
predisposição dos cães sem raça definida (SRD) para a dirofilariose. SELBY et al ., (1980) observaram uma maior prevalência do parasito em cães com peso superior a 22 kg quando comparados aos cães com peso inferior a 14 kg.
De acordo com BARROS et al., (1991) conhecer a relação entre os fatores intrínsecos (idade, raça e sexo) e a ocorrência da infecção de cães por este filarídeo, pode ser de grande importância epidemiológica e contribuir para a prevenção da doença.
2.4 Patogenia
URQUHART (1998) relata que esta associada aos parasitos adultos, pois muitos cães infectados com pequenas quantidades de D. immitis não se apresentam doentes e somente nas infecções maciças é que ocorre distúrbio circulatório, principalmente por obstrução do fluxo normal que provoca insuficiência cardíaca congestiva direita. Além disso, podem ocorrer infartos decorrentes de trombose e tromboembolia pulmonares pela presença dos parasitos adultos que podem morrer ou pelo próprio endotélio lesionado que podem gerar trombos. Estes fragmentos dos parasitos podem ficar nos pulmões estimulando uma reação inflamatória granulomatosa (JONES et al., ; HUNT, 2000).
A duração da infecção, número de parasitas infectantes e a resposta imunológica do hospedeiro vão dar a gravidade da doença (MENEZES, 1998). A estase venosa sistêmica determinada pela insuficiência cardiorrespiratória desencadeia um aumento da pressão venosa renal, diminuição da taxa de filtração glomerular e diminuição na reabsorção venosa de sódio pelo túbulo proximal. A glomerulonefrite de complexo imune é outra complicação da Dirofilariose (MENEZES, 1998; SCHREY; TRAUVETTER, 1998; JONES; HUNT, 2000). Já foram observadas nefrite e cistite intersticial em cães com dirofilariose, mas não foi ainda estabelecida relação das lesões com o parasito (JONES; HUNT, 2000).
Lesões no fígado não são freqüentes em cães portadores de dirofilárias, e na maioria das vezes a insuficiência cardíaca congestiva direita leva a essas lesões hepáticas, que vem pela congestão venosa passiva hepática crônica. Porém, quando o número de parasitos é muito grande (mais de 50 parasitas adultos) os vermes se deslocam da artéria pulmonar e do